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História Auditory Hallucination - Meu destino é o seu sorriso - ÚLTIMO CAPÍTULO


Escrita por: taexxxxxie

Notas do Autor


ÚLTIMO CAPÍTULO tan tan tan taaan -finge que isso é uma bateria fazendo suspense-

Músicas: Without You - Yoon Bomi (Apink) ou This Love - Davichi;
Para o POV Jungkook: My Romeo - Jessi.

AAAAAAAA olar -u- Chegamos finalmente ao final, e quero agradecer a todos que favoritaram e comentaram, essa foi a minha primeira fanfic e ela é meu xodózinho, muito especial pra mim, obrigada a todos que acompanharam e fico muito feliz por todo o carinho e elogios de vocês, espero que gostem, quero saber o que todo mundo achou da fic!

Capítulo 28 - Meu destino é o seu sorriso - ÚLTIMO CAPÍTULO


Fanfic / Fanfiction Auditory Hallucination - Meu destino é o seu sorriso - ÚLTIMO CAPÍTULO

                POV Baekhyun

Uma melodia invadiu o cômodo, me fazendo suspirar. Tirei o celular do bolso, e observei a tela brilhar com um número desconhecido.

Quer saber de uma coisa? Foda-se todo mundo, eu não vou ficar aqui sozinho o dia todo, não vou mesmo. Eu precisava ligar para Sehun, sei lá, precisava sair e esquecer tudo aquilo. 

       "  - Alô? - Perguntei com desdém, querendo desligar a chamada logo. 

          - Baekhyun? 

         - Naeyeon? - Franzi a testa, ouvindo ela suspirar aliviada. - Como conseguiu eu número?

         - Deixa eu fal...

         - Para Sehun, eu falo!

         - Mas... me dá... 

Uma barulheira começou, me fazendo afastar um pouco o celular da orelha devido ao chiado que soava. 

        - Alô? Naeyeon? - Indaguei.

     - Baek? Sou eu, dá pra você vir me buscar aqui no Lotte? 

       - Tudo bem. Espera, que? Te buscar no Lotte? Por que? O que foi fazer aí?

       - Como assim o que vim fazer aqui? Um encontro né! Ou acha que eu vim aqui pedir um emprego?

    - Nossa, que agressividade... - Fiz careta. 

        - Só vem logo, algum engraçadinho furou o pneu do meu carro e a minha casa e a da Nae é longe demais pra ir andando. 

        - Sehun, eu tô em um momento de dor e sofrimento, chorando até pelo cu e você quer que eu seja seu motorista? Tá, qual o meu cachê? 

      - Ah, é verdade, a gente tem que conversar sobre seu "suor masculino" ainda. Agora vem logo, escravo. 

         - Vai pro caralho, Sehun. - Bufei, desligando o telefone." 

Respirei fundo e me levantei da escada, fitando a mala à minha frente e abaixando a cabeça. Tudo bem, Baekhyun, vai ficar tudo bem... 

                         (...)

 

- Onde aquele porra tá? - Semicerrei os olhos enquanto passava com o carro vagarosamente pela entrada do parque. - Droga, Sehun. 

Bufei, girando o volante e olhando ao redor à procura de uma vaga para estacionar. Ele ia mesmo me fazer entrar lá? Ia, óbvio. Depois de uns 10 minutos atrás da maldita vaga, finalmente estacionei o carro e comprei uma entrada, adentrando o local lotado. 

Não demorou muito para que meus passos cessassem e eu recuasse um pouco, voltando alguns passos e olhando para o lado, fechando o punho e mordendo meu lábio inferior por dentro. Meus olhos percorreram hesitantes sobre a entrada da Casa de Sustos, e não, não era porque eu estava assustado.

"- Vai entrar sem mim, madame? - Sorri de canto, pondo as mãos nos bolsos e andando logo atrás de Yerin.

- Bom, eu queria. Mas você conseguiu me acompanhar infelizmente.

- Você deveria ser mais sensível, sabia? Fere meus sentimentos. - Fiz um bico triste, e ela virou o rosto para mim, me fitando séria.

- Cala a boca ou eu volto pra casa de ônibus. 

- Agressiva.

Dei passos largos, a ultrapassando e parei de frente à bilheteria, comprando dois ingressos.

- Onde quer ir primeiro? Roda gigante? Montanha russa?

- Casa de sustos. - Ela me olhou dando uma risada maléfica e eu engoli seco. 

- Não. Definitivamente não. Prefiro o carrossel, olha que lindo, cheio de pôneis.  - Corri sorrindo largo - mas sorrindo de nervoso, - até o carrossel. 

  - Baekhyun... - Ela chegou ao meu lado e segurou na manga de minha camisa, falando de um jeito estranhamente manhoso. 

- O quê? Por que tá falando assim? Meu Deus, eu enlouqueci ela, senhor. Yerin, você tá bem? - Na verdade o enlouquecido era eu com aquela voz. Puta que me pariu, se ela fizesse aquela voz de novo eu ia tirar a roupa aqui mesmo. 

- Baek... vamos na casa de sustos, por favor. - Ela fez um bico fofo mas eu não me deixaria ser vencido por aquele instrumento de persuasão do satanás que queria ver o meu mal. Ok, talvez eu tenha exagerado um pouquinho.

- Sem chance. Nunca. Olha os pôneis, Yerin, os pôneis, foco nos pôneis. - Apontei para os pôneis do carrossel quase choramingando.

- Não ligo pros pôneis, gosto mais de unicórnios. Agora vamos, por favor. Hein?

Droga, droga, droga! Esse era o meu ponto fraco! Não que eu me assuste fácil com as coisas, pff, eu não tenho medo de nada! É só... questão de segurança. Vai que aparece um bicho feio e eu acabe batendo nele, né? Nunca se sabe. 

- Yerin, olha, algodão doce! - Corri até o carrinho de algodão doce e sorri para o homem. - Dois, por favor!

- Eu não quero algodão doce, quero ir na casa de sustos.

Eu a olhei sério, entregando o algodão doce e suspirando.

- Tantas coisas, e quer ir justo lá? Aquilo é do demônio. "

Ri fraco, pondo as mãos nos bolsos da calça e abaixando a cabeça. Eu sempre fiz muita burrada, muita merda, e muita besteira durante esses meus 19 anos, mas devo admitir que conhecer Yerin foi de longe a melhor burrada que eu poderia ter feito, na verdade, o maior acerto dentre todos os meus erros. 

Aish... 

- Meu Deus! Baek oppa?! - Uma voz conhecida soou atrás de mim, me chamando a atenção. - Que coincidência incrível! O que faz aqui?!

- Ah... eu vim buscar o Sehun. - Sorri fraco para Jiyeon e voltei a caminhar dando de ombros. Ela não tinha culpa nenhuma do meu término com a Yerin, na verdade a culpa era minha e dela mesma. 

- Você tá bem? Tava... chorando? - Ela acompanhou meus passos, caminhando ao meu lado. 

- Suor masculino. Acontece de vez em quando, sabe? - Suspirei, olhando ao redor tentando encontrar aquele maldito Sehun. 

- Tem certeza, oppa? Tá tudo bem entre você e a Yerin? O clima mais cedo parecia tenso...

- Nós terminamos. Enfim, deixa pra lá. Você viu o Sehun ou a Naeyeon, por acaso? 

- Vocês... uau. Não vi não. - Ela encolheu os ombros. - A Yerin foi mesmo insensível, nem sei porquê tanta desconfiança assim. Que bom que terminaram, ela não te merecia e...

Travei meus passos e a olhei sério, quase rangendo os dentes, o que fez ela recuar um pouco retraída. 

- Olha como fala. A gente pode ter terminado mas ela foi a melhor escolha que já fiz na minha vida e com certeza se tem alguém aqui que não merecia algo, esse alguém sou eu. Então... - Me curvei brevemente e dei as costas, levando a mão até os cabelos e os jogando para trás. 

- Ei, oppa! Desculpa, eu me interpretei mal... - Jiyeon correu e voltou a me acompanhar, dessa vez segurou minha mão e me encarou. - Desculpe, huh? Foi sem querer... Oppa... você não pode me dar uma chance? Pra fazer você se sentir melhor! Sei lá, brincar em algum desses brinquedos ou sair. Com certeza agora a Yerin deve tá com outra pessoa, se divertindo com outro. Você devia fazer o mesmo...

- Tô ocupado. - Ditei, friamente. 

- Oh? Oh my god... - Ela olhou para frente e fiz o mesmo, acompanhando seu olhar para a cena que eu menos queria presenciar hoje. Meus passos pararam automaticamente e fiquei estático, mantendo meu rosto sério. Eu não podia acreditar no que estava vendo... - Uau, você foi bem rápida... Eu disse, oppa.  

- "Oppa?" - Taehyung repetiu dando uma risada soprada e nos olhando incrédulo. Engoli seco e afastei a mão de Jiyeon, levando a minha de volta para o bolso da calça. 

- É... parece que outras pessoas também são bem rápidas - Yerin riu soprado, olhando Taehyung quase que cabisbaixa. Meu olhar parou exatamente onde eu não queria; suas mãos estavam devidamente juntas e Yerin nem mesmo tentou disfarçar. 

- Eu pensava que você era um imbecil, mas não esperava que fosse tanto. Não faz nem um dia direito e já tá com outra? - Taehyung revirou os olhos e deu passos para frente, sendo impedido por Yerin, que o segurou pelas mãos.

- Vamos Tae... - Ouvir aquele seu murmúrio fez meu coração doer. Dessa vez, o trouxa da história era eu. As palavras de Taehyung nunca tinham sido tão certas: "imbecil".

- Ué, e vocês dois? - Jiyeon cruzou os braços, e os encarou com uma cara de deboche. Eu não sabia o que fazer ou como agir, queria socar a cara daquele desgraçado e... sei lá, eu apenas... queria chorar, para ser mais franco. Parecia que algo tinha passado por cima de meu corpo umas mil vezes, eu me sentia quebrado por dentro, um completo idiota. 

Taehyung segurou sua mão firmemente e os dois passaram por mim quase esbarrando os ombros nos meus. O outro, por sua vez, parou ao meu lado e olhou Jiyeon de cima para baixo, rindo soprado e me fitando.

- Que decepção, Byun. Reconheço puta de longe, pensei que você tivesse o mesmo dom.  

- Que?! Puta?! Quem você pens... Ei garoto, volta aqui! Aish! Você ouviu o que ele disse, oppa?!

Nem mesmo respondi e saí dali em passos pesados, com os punhos fechados e quase que fumaçando de raiva. Depois de tanto falar de mim, Yerin correu para um parque de diversões com Taehyung na primeira oportunidade?! Parece que só eu fiquei mal com o término então... 

 

                  POV Yerin 

 

Escutei a porta sendo fechada atrás de mim e me mantive em meus passos lentos até a escada, nenhuma palavra havia sido pronunciada ainda por mim desde que saímos daquele parque; o silêncio era até constrangedor de certa forma. 

- Yerin...

A voz rouca de Tae cortou o silêncio brevemente e entreabri a boca pela 10° vez, porém minha garganta parecia travar sempre, a única coisa que eu queria fazer naquele momento era chorar... Taehyung rapidamente interrompeu meus passos ficando à minha frente e abaixei a cabeça de imediato, levando o dorso da mão até o rosto e enxugando as lágrimas em minhas bochechas. Provavelmente Tae deveria estar me achando uma otária patética agora, provavelmente ele deveria estar dizendo um "Eu avisei" mentalmente. 

Em silêncio, ele apenas me puxou suavemente pelo pulso, me tomando em seus braços e levando uma das mãos ao topo de minha cabeça, acariciando meus cabelos. Apoiei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos, prendendo meus dedos no tecido de sua camisa e deixando as lágrimas caírem. 

- Tá tudo bem, pode chorar... - Sua voz soou reconfortante e ergui mais meus braços, o envolvendo. - Eu vou ficar aqui essa noite, então pode chorar, não guarde só pra si, você pode me usar como um ombro amigo. 

- D-Desculpa Tae... - Ditei com a voz falhada, fungando em seguida. 

- Shh... - Ele me afastou um pouco e sorriu fraco, segurando meu rosto com as mãos e enxugando minhas lágrimas, me fazendo olhar em seus olhos. - Eu que peço desculpas por não ter te protegido direito... Desculpa, Yerin-ah... Você... quer assistir um filme? Pra melhorar o humor. 

Assenti fracamente enquanto ele acariciava minha bochecha com o polegar. Tae sorriu minimamente e segurou minha mão, caminhando até o sofá, sentando comigo ao lado e escolhendo um filme lançamento da Netflix. 

Eu quase não estava me concentrando no filme, vez ou outra eu me pegava pensando na imagem de Baekhyun e aquela... Aish... Meu sangue fervia mas segundos depois já esfriava e me vinha uma vontade imensa de chorar. 

- Ei... - Tae me chamou atenção e virei o rosto para ele, que me encarava. Sua cabeça estava apoiada no estofado e ele tinha um sorriso pequeno; Retribui seu sorriso fracamente e ele ergueu o braço, tocando uma mecha de meu cabelo com as pontas dos dedos e a pondo atrás de minha orelha. 

Talvez eu... deva dar uma chance? Eu gosto de Taehyung, não posso negar que sempre senti algo diferente e... me sinto segura com ele, sabe? Sinto que posso confiar nele e que nunca me trairia, como Baekhyun fez. 

Tae sorriu mais uma vez e voltou a olhar para a televisão, mantendo os dedos por minha bochecha fazendo um afago que me deixava mais atônita sobre os problemas dos últimos dias. Respirei fundo e mirei a tela, onde aos poucos um homem se aproximava da mulher até roubar-lhe um beijo. 

Gradativamente a cena esquentava e minha garganta ficava mais seca, me fazendo pigarrear fraco. O clima ficou bem estranho enquanto observávamos em silêncio o filme continuar. Eu não fazia ideia de que aquele filme era para maiores de 18 anos e pelo visto Tae também não, já que ele pareceu um pouco desconfortável. Engoli seco ao senti-lo se mexer ao meu lado e seus dedos se firmarem em minha bochecha; pude sentir sua respiração ficar mais próxima, soprando quente em minha pele e me causando um arrepio. 

Virei o rosto para o lado e nossos olhares se encontraram, Tae deslizou o mesmo até meus lábios e, sem hesitar, os selou. Automaticamente fechamos os olhos ao mesmo tempo e ele se aproximou mais, levando a mão até minha nuca e aprofundando o selar para um beijo quente e molhado, e por um momento parecia que meu corpo sentia falta daquele gosto, na verdade, lembrava exatamente como era. 

Uma de suas mão desceu para minha cintura e a apertou, fazendo meu quadril encostar no seu e minhas costas deslizarem pelo estofado, ao mesmo tempo em que ele subia por cima de mim. Envolvi os braços em seu pescoço e um choque percorreu meu corpo quando seus dedos passearam em minha pele até a barra de minha blusa, por onde eles sorrateiramente adentraram e subiram lentamente causando arrepios. 

Assim que sua mão tocou na renda de meu sutiã eu me dei conta do que realmente estava havendo ali. Eu não podia fazer aquilo, não era certo comigo e nem com Tae. Empurrei seu peito com o mínimo de força, o que já foi o suficiente para fazê-lo se afastar ofegante e olhar em meus olhos, com a testa um pouco franzida. Quando notei que ele estava prestes a voltar ao que fazia, empurrei seu peito com mais força e me sentei no sofá, inquieta e com a respiração pesada. 

- Tae, eu não posso... - Disse entre arfares, ajeitando meus cabelos meramente bagunçados. 

- Por causa do Baekhyun? - Ele pareceu tenso, seu rosto sério e sua voz firme denunciaram seu ódio ao emitir aquelas palavras. 

- Por você... e por mim. - Fiquei cabisbaixa e ele escorou as costas no sofá outra vez, pendendo a cabeça para trás. 

- Eu amo você. - Arregalei os olhos sendo pega de surpresa ao ouvir aquela frase súbita e o fitei de lado. - Quero cuidar de você, eu realmente odeio te ver chorar. 

Tae respirou fundo e me encarou de volta, olhando em meus olhos e se aproximando novamente.

- Yerin, eu quero te proteger. Quero cuidar de você pra que nunca mais chore, quero cuidar dos seus sentimentos, dos seus sorrisos, da sua primeira vez... - Ele encostou a testa na minha e segurou minha mão, e eu me afastei, desviando de seu olhar. 

- Tae... d-desculpa... - Abaixei a cabeça, com os olhos marejados e balançando suavemente a cabeça de forma negativa. - Não posso mais evitar o choro, não posso mudar ou evitar o que sinto... e a minha primeira vez... 

Sorri fraco, quase como um riso soprado, deixando uma lágrima escorrer por meu rosto ao lembrar daquele dia. 

- Não me diz que... Você e o... - Ele riu soprado, apoiando os cotovelos sobra as pernas e abaixando a cabeça. - Então... Yerin, acho melhor eu ir agora. 

Taehyung levantou e bateu a porta com força, me fazendo fechar os olhos automaticamente por reflexo. Levantei as pernas e as abracei, apoiando o queixo em meus joelhos e mais uma vez chorando porque agora eu realmente estava sozinha, chorando por alguém que agora deveria estar se divertindo com outra pessoa, chorando por sempre fazer merda na minha vida... 

 

               POV Jungkook 

 

Encostei as costas na parede ao lado da porta, e levei a mão até a boca, segurando o riso. Olhei para o céu meramente nublado e sorri, pondo a mão no bolso. 

 - Quem é? - Escutei um grito e a porta ranger, a vendo arregalar os olhos. - Jungkook?! 

Coloquei o dedo indicador em meus lábios e fiz um "Shh", ainda sorrindo; segurei sua mão e a puxei, fechando eu mesmo a porta de sua casa e caminhando apressadamente na direção do carro.

- Você bebeu?! Fumou toddynho?! Que porra você tá fazendo?! Jungkook, meu pai tá al...

Cessei meus passos e a puxei pela cintura, roubando um beijo bem gostoso entre um sorriso malicioso até que perdêssemos o fôlego. Entreabri os olhos e ela permanecia sem reação, de olhos fechados. Sorri de canto e segurei sua mão outra vez, voltando a andar. 

- Melhor jeito de calar sua boca. - Ditei, vitorioso. 

- Pervertido... - Ela riu baixo e abri a porta do carro. 

- Pode entrar, Milady. - Me curvei e ri, mordendo meu lábio inferior. 

- Desde quando você tem carro, Kook?

- Não tenho. 

- Então...

- Peguei emprestado do meu pai. - Sorri largo. 

- Do seu pai? - Ela cruzou os braços, semicerrando os olhos. - E ele sabe?

- Não e nem precisa saber! Ele viajou, por isso vamos logo! - A empurrei até o carro e fechei a porta. Dei a volta assobiando e girando a chave em meu dedo, logo sentando no banco do motorista. 

- Quando vai tomar jeito na vida? Isso é erra..

- Quer que eu te cale de novo? - A olhei sério. - Porém, dessa vez estamos em um carro e pode ter certeza que não vamos só beijar. 

- Idiota. - Sana riu, pondo o cinto de segurança. 

- Boa menina. - Sorri, dando a partida.

Não demorou muito para que chegássemos à minha casa. Sana vasculhou a entrada com os olhos e me olhou com a testa franzida. 

- Que lugar é esse? 

- My house, baby. - Sorri malicioso, a vendo revirar os olhos. 

- Sério isso? Sua casa? Me leva de volta, Jungkook. 

- Por que? O que foi? Porra, Sana, quero te mostrar como é a casa do seu namorado, como é meu quarto... meu banheiro... - Mordi o lábio inferior e envolvi o braço em sua cintura, fitando seus lábios. 

- Quer morrer? 

- Vem logo. - Ri abafado, entrelaçando nossos dedos e roubando um selinho. Abri a porta e a vi formar um perfeito "O" com a boca, olhando ao redor. Minha casa não era tão grande mas era bem... digamos, extravagante. Minha mãe adora decoração e reformas e meu pai tem dinheiro, ou seja, combo duplo. 

- É enorme... - Ela se curvou, olhando os porta retratos na estante.

- Sei de outra coisa enorme aqui... e tem leitinho fresco lá, quer?

- Você tá sentindo falta de apanhar de prancheta, não tá?

- Ué, mas a geladeira aqui é grande mesmo. Pensou que era o quê, sua safada? 

- Ah tá. Quer vestir a roupa de padre também? - Ela cruzou os braços e eu ri, negando com a cabeça.

- Padres não podem namorar, Deus me livre. - Segurei sua mão e caminhei em direção da escadaria, deixando as chaves do carro onde eu tinha pegado antes. Abri a porta de meu quarto e estiquei os braços. - Tcharam!

- Isso... é um pôster da revista da Playboy? 

Arregalei os olhos e corri, puxando os três pôsteres de mulheres seminuas da parede e jogando dentro do cesto de roupas sujas. Ah, qual é, eu sou jovem, não me julguem! É só... um passatempo.

- Que pôster? - Ri nervoso, me apoiando na porta e tentando disfarçar. - Não tô vendo pôster nenhum, você tá? Quer um chá? 

- Eu tô com medo de entrar nesse quarto e encontrar o dono do XVideos debaixo da tua coberta. - Sana fez careta e me empurrou para o lado, entrando no quarto. Ri sem jeito e fechei a porta, arrastando o pé sobre uma cueca suja e a empurrando para debaixo da cômoda. 

- Caralho, você me vê como um selvagem que só pensa em sexo e vê pornô o dia todo? 

- Exatamente. 

- Poxa... Não é o dia todo, só algumas horas... - Fiz bico, vendo ela arrodear meu quarto e olhar cada canto como se fosse da CIA ou do FBI. Cruzei os braços e escorei as costas na porta, inclinando a cabeça e fitando Sana com um sorriso mínimo. 

- Jungkook, que porra é... isso? - Sana me olhou com desgosto apontando para a maldita boneca inflável no canto do quarto. 

- Lembra da Valentina? Acho que é esse o nome dela... Enfim, você me disse sobre ela, eu fui pesquisar e sem querer acabei comprando umas 100. - Bufei, me lembrando daquelas bonecas desgraçadas e ouvi uma risada abafada. 

- Não acredito... Sério? Nossa. - Ela riu e ergueu o dedo quase encostando na boca aberta da boneca. 

- Melhor não tocar, eu já usei algumas vezes quando tava na seca. - Encolhi os ombros e fui até a cama, sentando na beirada. 

- Que... nojo. - Ela fingiu que ia vomitar e se afastou da boneca, me fazendo rir. 

- Vem aqui, mozão. - Dei uma batida em minha coxa e dei um sorriso safado, puxando-a pelo pulso e a fazendo sentar em meu colo. 

- J-Jungkook... - Sana pareceu surpresa e sua repreensão saiu quase como um gemido abafado, com certeza ela tinha sentido meu membro duro por baixo da calça jeans. Aproximei meus lábios de seu pescoço e dei algumas mordidas leves trilhando beijos até seu rosto, onde prendi o cantinho de sua boca com os dentes e soltei lentamente. 

De súbito,  a campainha começou a tocar escandalosamente, o que nos assustou e fez Sana dar um pulo para a cama, constrangida. Bufei e fui até a janela, vendo umas crianças correndo. 

- Esses moleques sempre ficam fazendo isso, aish! EI, SEUS ARROMBADOS, VOCÊS ATRAPALHARAM MINHA TRANSA! VOU CHAMAR A POLÍCIA NA PRÓXIMA!

- Calma Jungkook, são só crianças... 

- Calma o cacete. - Bufei, emburrando o rosto e sentando ao seu lado, cruzando os braços. 

- Quem disse que eles atrapalharam? - Sana sorriu maliciosa e mordeu o lábio inferior, me fazendo quase babar. - Quando você fica com raiva é uma delícia. 

- É? Então, deixa eu te foder com força.  - Disse astuto, a puxando para um beijo molhado e deslizando minha mão por sua coxa até a barra de seu short. Trilhei beijos e chupões por toda a extensão de seu pescoço e a senti tocar em meu membro coberto, o fazendo pulsar de desejo. 

Não aguentei muito tempo e a empurrei na cama, subindo por cima e tirando minha camisa, entrelacei os dedos em seus cabelos negros e ataquei mais uma vez seu pescoço, deslizando a língua até seu decote, onde dei uma mordiscada provocativa. 

- J-Jungkook... - Ela arfou manhosa, me deixando mais excitado ainda. - Jungkook, para... 

- Hã? Que foi? - Franzi a testa, confuso.

- Tem um gato na janela que tá encarando a gente e tá me dando medo já... - Ela apontou para a janela e eu olhei, vendo um gato sentado no galho da árvore com os olhos grudados em nós dois, sério, era assustador mesmo, parecia que ele estava assistindo pornô, não que gatos assistam pornô, é só que... eu nem sei mais o que eu tô falando. 

- Gato safado. - Semicerrei os olhos indo até a janela e fechando a cortina. O quarto ficou um pouco mais escuro e fitei Sana, passando a língua nos lábios e a vendo sorrir sensualmente provocativa. Coloquei a mão na barra de minha calça, desabotoando o primeiro botão e andando até Sana, que me olhava de um jeito intenso que excitava até minha alma.

Assim que apoiei minha perna na cama e curvei as costas, selando nossos lábios vagarosamente, um barulho alto de sirene cortou o clima de novo. 

- Ah, tomar no cu... - Bufei, indo ate a janela para fechá-la melhor e abafar o som alto, até que meus olhos se arregalaram ao ver bombeiros correndo com uma mangueira enorme até a porta da minha casa e eu ouvir um estrondo no andar de baixo. 

- O que é isso, Kook?! - Sana levantou assustada, ajeitando os cabelos desgrenhados e indo até a porta do quarto. - Puta que pariu... A CASA TÁ PEGANDO FOGO!

- QUE?! - Gritei, me engasgando com a própria saliva e correndo para a porta, vendo as chamas enormes perto da escada e o alarme de incêndio do teto piscando freneticamente.

- Vamos, vamos, crianças, vocês precisam sair rápido! - Um bombeiro estava gritando da escadaria, nem pensei duas vezes e segurei Sana pelo pulso, correndo para fora dali. 

Por sorte, o fogo não tinha se alastrado muito. Houve um curto circuito na tomada da sala e o alarme de incêndio que meu pai colocou alertou os vizinhos a chamarem os bombeiros. E lá estava eu, sentando na beirada do caminhão de bombeiros com uma toalha envolta do corpo já que eu estava apenas de calças, e Sana ao meu lado estava na mesma, até que o um bombeiro se aproximou de nós. 

- Vocês estão bem? Não precisam ir ao hospital? 

- Estamos bem sim. - Sana concordou, sorrindo. 

- Bem?! Eu só queria uma transa fácil hoje! Por que Deus, POR QUÊ?!  - Choraminguei, com um bico nos lábios, fazendo o homem rir alto; senti uma beliscada em meu braço e recebi um olhar furioso de Sana. - Amorzinho...

- Amorzinho o caralho! Grita mais alto que os vizinhos ainda não ouviram o que você quer! Aish, transa fácil?! Quer saber?! Vai transar com a Valentina, seu otário! - Sana levantou bufando e vermelha de ódio, segurei sua mão e fiz minha melhor carinha de cachorro. 

- Desculpa, Sana! Eu só quis dizer que...

- Vai tomar no cu! Duas semanas de greve de sexo pra você, babaca!

- D-Duas semanas d-de gre-greve?! 

 

NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!!

 

                    POV Yerin 

 

Suspirei, com o olhar baixo fitando o asfalto brevemente molhado. Apertei firme na alça de minha bolsa e respirei fundo, dando meus primeiros passos e sentindo as gotas d'água geladas tocarem minha pele. O orvalho deixava o jardim ainda mais verde e as pessoas corriam da chuva, assim como no meu primeiro dia de aula aqui. 

Fechei meus olhos e agradeci mentalmente por aquela chuva fraca, que acabou por disfarçar a lágrima que deixei escapar em algum momento. 

Fazia quase duas semanas que tudo tinha acontecido. As lembranças de Jun Hee, meu término com Baek, até mesmo Taehyung estava afastado depois daquele dia... Enquanto eu andava pelo corredor podia ouvir os cochichos das garotas e sentia as olhadas sorrateiras dos garotos. Revirei os olhos quando Jiyeon passou por mim me olhando dos pés à cabeça e rindo soprado. Sim, eu tinha faltado a escola quase todos esses dias e nos que vim eu só conseguia ficar algumas aulas e ia embora. 

Acreditaria se eu disse que nem parece que eu e Baekhyun nos conhecemos? Eu fiz questão de ignorá-lo e ele nem hesitou em fazer o mesmo, sempre que passávamos perto um do outro. 

Suspirei e abaixei a cabeça na carteira, escondendo o rosto em meus braços, esperando o sinal tocar. 

- Você tomou banho de chuva e nem me chamou? Chateado. - Ergui a cabeça um pouco e vi Minhyuk sorrir, afagando meus cabelos e sentando ao lado. - Como você tá? Senti sua falta. 

- E você? - Fiz de conta que não ouvi suas perguntas e apenas me ajeitei na cadeira, vendo que eu estava um pouco molhada devido a chuva, porém bem pouco mesmo. 

- Você não vai me responder de novo? Yerin, fica aqui hoje, não vai pra casa. Isso não é certo com você mesma. - Minhyuk fez um bico com os lábios e apertou minha bochecha. - Lembra daquele papelzinho que eu te dei e você perdeu? 

- Hã...? - Franzi a testa, pensando e relembrando daquele papelzinho que ele me deu e acabei o molhando no banheiro. - Ah, sim... 

- Não era uma cantada. - Ele riu baixo. - Era dizendo o quanto você é linda e especial pra mim. Realmente você foi uma das melhores coisas que aconteceu nessa escola então não quero ver minha irmãzinha pra baixo ou triste. 

- Sério? Era isso mesmo? - 

- Não, acabei de inventar isso, MAS...! - Ele levantou o dedo indicador e eu ri. - É verdade, você é tudo isso e mais um pouco, e tô aqui sempre que quiser testar um incesto. 

Minhyuk piscou para mim e ri abafado, apertando sua bochecha, até ouvir o barulho da porta da sala abrindo, para onde olhei de soslaio. Meu sorriso diminuiu instantaneamente ao ver Baek, ele parou por alguns segundos e nos olhou logo voltando a andar com as mãos nos bolsos, indo para seu lugar.

- Uau, viu o blog da escola?! " Término do "casal do ano", o terror das novinha voltou! "! Puta merda, Baek já tá arrasan... - Jungkook pigarreou ao me ver, depois de receber uma cotovelada de Sehun. Eles entraram na sala desconfiados e sentaram perto de Baekhyun. 

Dei de ombros e sorri para Minhyuk, que retribuiu com um sorriso torto. 

Aos poucos os outros foram chegando na sala e eu abaixei minha cabeça novamente, fechando os olhos. Escutei um sussurro e virei o rosto para o lado vendo Naeyeon acenar para mim chegar mais perto, fiz o que queria e ela se aproximou de meu ouvido, sussurrando outra vez. 

- Yerin, eu vou pra Busan na sexta, vem comigo, huh? Vai te fazer bem... visitar o Jun Hee, "conversar" com ele e depois se distrair de certas pessoas. - Ela me olhou, sorrindo fraco. 

- Faz 3 anos que não vou pra Busan assim... - Disse baixo, suspirando e sorrindo em seguida. - Mas tudo bem, vamos sim. 

- Oba, então eu... 

- Moças? Prestem atenção! - A professora nos chamou atenção. 

- Então eu te busco na sua casa, arruma as malas. - Naeyeon terminou, sussurrando. 

- Vou formar duplas pra recitarem um breve poema de literatura que vou escolher. - A professora concluiu, e começou a formar duplas bem nada a ver. - Jiyeon e... Lalisa. 

- É hoje que como piranha no jantar. - Lisa murmurou para mim rindo maniacamente e pegando o estojo e piscando para mim, logo me lembrei da sua tesoura enorme e ri baixo. 

- Sehun e Youngjae, Rosé e Minhyuk, Jungkook e Yoona...

- Ai, credo, te fiz algum mal professora? - Jungkook a olhou com desgosto e Yoona bufou.

- Queridinho, agradece. - Ela sorriu fofa, voltou a cerrar as unhas - sim, no meio da aula tinha praticamente um salão na carteira dela - e Jungkook revirou os olhos.

- Baekhyun e Yerin. 

Eu gelei, meus olhos quase saltaram do meu rosto e meus dedos seguraram a cadeira com força; engoli seco e ouvi a sala inteira cochichar enquanto eu não sabia se corria dali ou se esperava um extraterrestre me abduzir e me levar para Marte. 

Não disse nada e nem o ouvir dizer também, somente o som de sua cadeira arrastando pelo chão ecoou na sala de aula e todo mundo se calou, nos observando. Baekhyun colocou a cadeira ao meu lado, não tão perto, e cruzou os braços sem nem mesmo me olhar. Minha respiração estava trêmula e meus olhos percorreram a sala inquietos, parando em Lisa segurando sua tesoura e me olhando, movimentando os lábios em um "você quer?" silencioso. 

Abaixei a cabeça e fitei minha mãos sobre a carteira... Por que Baekhyun ainda mexia tanto comigo depois de tudo? Droga. 

Inspirei e expirei, várias vezes, controlando minha respiração e tentando prestar atenção nas explicações da professora. 

- Ok, distribuam para os colegas de trás esses papéis. - Ela entregou blocos de papel para as pessoas da primeira fileira. - Cada dupla fica com um papel, e cada papel tem um poema de literatura, famoso ou não. Quero que recitem aqui na frente da classe, e os que melhor lerem e interpretarem vão ganhar pontos extras.

A sala ficou uma bagunça, cheia de gritos de comemoração. Apenas eu e Baek estávamos sérios, sem falar nada e quase sem se mexer também. Um papel foi posto em minha carteira e Baek o pegou, olhando por cima e dividindo em dois, como todas as outras duplas. Ele simplesmente jogou o pedaço de papel na minha carteira e foi ler o seu.

Ajeitei minha postura, peguei o papel e comecei a ler o poema, entreabrindo a boca e quase o amassando na pontinha onde meus dedos seguravam. Era brincadeira né? Alguém me diz que isso é brincadeira. 

- Ser ou não ser, eis a questão! - Jungkook quase gritou, fazendo cara de choro, segurando um livro na mão como se fosse aquela caveira da história verdadeira e todo mundo começou a rir. 

- Próximos. 

- " Despejo o peixinho na privada. Puxo a descarga. Vejo que é bom. O periquito entra em pânico. A cada quinze dias, ando as dez quadras até a cidade e me candidato. Eles não gostam do meu autógrafo. " - Sehun lê interpretando exageradamente me fazendo rir abafado, mas logo querer chorar devido à porcaria do meu poema.

- " Não há mais nada para matar. Ligo para o rádio e digo pro cara que quem fala é uma celebridade. Ele desliga na minha cara. Pego nossa faca de pão e saio. O asfalto brilha de repente. Toco teu braço. " Poema de Carol Anh Duffy da Escócia... - Youngjae terminou e franziu a testa. - Toco teu braço?! Professora, eu tenho certeza que essa mulher fumou uns 30 pacotes d... 

- Oh, menino! - A professora o repreendeu e todo mundo riu, menos eu. Eu estava totalmente nervosa e querendo por tudo que é mais sagrado que alguém trocasse de poema comigo. - Baekhyun e Yerin? 

Me xinguei mentalmente e respirei fundo, me levantando quase choramingando. Parei na frente de todo mundo e todos tinham os olhos em nós, no mais absoluto silêncio. Ainda da tempo de voltar para o útero da minha mãe? 

Baek pigarreou e fitou o papel por longos segundos, parecia de algum jeito distante ou talvez receoso. 

-Quando penso em você me sinto flutuar, me sinto alcançar as nuvens, tocar as estrelas, morar no céu... Tento apenas superar a imensa saudade que me arrasa o coração, mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser... - Ele deu uma breve pausa, e o olhei de lado, sentindo meu coração doer de certa forma. Sua voz soava fraca, seu olhar era indecifrável e sua respiração soprada. - Lembrando dos momentos em que juntos nosso amor se conjugava

em uma só pessoa, nós...

É através desse tal sentimento, a saudade,

que sobrevivo quando estou longe de você.

Ela é o alimento do amor que encontra-se distante... "

 

Engoli seco e abaixei a cabeça, encarando o pedaço de papel em minhas mãos e hesitando. Respirei fundo e observei as palavras escritas. 

- " A delicadeza de tuas palavras contrasta com a imensidão do teu sentimento. Meu ciúme se abranda com tuas juras e promessas de amor eterno. A longa distância apenas serve para unir o nosso amor. A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos... - Minha voz estava fraca como a dele, meus olhos marejados podiam facilmente me entregar se eu não tivesse respirado fundo e me controlado. - E nesse momento de saudade, quando penso em você, quando tudo está machucando o meu coração e acho que não tenho mais forças para continuar; eis que surge tua doce presença, com o esplendor de um anjo; e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...
Tudo isso acontece porque amo e penso em você... " - Shakespeare.

 

Cabisbaixa, fechei os olhos e mordi meu lábio inferior por dentro, sentindo meu peito doer e uma lágrima aparecer sem minha permissão. Um silêncio constrangedor dominava a sala inteira até que ele foi cortado com palmas fortes.

- Meus parabéns! - A professora ficou de pé e parecia emocionada, ela batia palmas e sorria. Foi absurdamente estranho, enxuguei minha lágrima sem que ninguém percebesse e sorri, me curvando para ela em agradecimento. Baek continuou sério, ele olhava para o papel como se estivesse absorto ou com os olhos grudados no mesmo. - Já podem sentar agora, é um 10 com certeza! Que sentimentos! Baek e Yerin, já pensaram sobre entrar no clube de teatro da Harlim?! Vocês têm futuro!

Sorri sem graça e andei até minha cadeira. Baek caminhou quase que lentamente, segurando o papel em mãos e o pondo no bolso. Ele parou por segundos ao meu lado e em seguida arrastou sua cadeira de volta. Então acabamos assim...

Como completos estranhos. 

 

                          (...)

 

 

Pendi a cabeça para o lado e puxei todo o ar que podia com o pulmão, sentindo o cheiro de campo e o cheiro da chuva que cairia a qualquer momento. Encostei a cabeça no vidro embaçado e sorri minimamente, vendo o verde vivo das árvores na estrada. 

Fechei os olhos e deixei a melodia lenta e melancólica soar em meus ouvidos; a voz da Yoon Bomi realmente combinava com dias chuvosos... Suspirei ao ter um dos fones tirado de meu ouvido.

- Ei, já chegamos. - Nae sorriu fraco para mim, devolvendo o fone e pagando ao taxista que tinha nos levado até ali.

Desci em silêncio e estendi a palma da mão, notando que estava neblinando. 

- Você não quer mesmo ir no memorial? - Naeyeon se aproximou e segurou minha mão, neguei com a cabeça e olhei para a minha frente, respirando fundo. 

- Vai ter uma foto dele em frente à urna de cinzas... Não tô preparada pra isso ainda. - Suspirei. - Prefiro algo mais... esperançoso. Não quero me sentir pior... 

- Tudo bem então, vou te esperar aqui fora. O homem disse que Lee Jun Hee tá quase perto de um lago, é só subir um pouco mais... 

- Ok, obrigada Nae... - Sorri fraco e adentrei o local. Tínhamos subido um monte em Busan, plantar uma muda de árvore com o nome da pessoa que faleceu é um tipo de homenagem tradicional que coreanos costumam fazer, principalmente no interior do país. 

Vasculhei o lugar com os olhos e segui as instruções de Naeyeon, avistando ao longe um pequeno lago cristalino, entre várias árvores, até que uma prendeu meus olhos. A pequena placa de madeira pregada em seu tronco reluzia as letras prateadas, formando um nome conhecido. 

Me aproximei devagar e encarei a árvore florida, encostando as pontas dos dedos trêmulos no tronco. 

 

       " Lee Jun Hee - 1996 a 2013 ✝ "

 

- J-Jun Hee-ah... - Minha voz falhou assim como minha respiração; encostei a palma da mão sobre o tronco, fechei os olhos e automaticamente as lágrimas surgiram.  

" Balancei os pés na água e sorri, levando a mão até minha testa e pondo a palma na frente da luz do Sol. De repente algo vermelho tomou minha visão por um momento e logo abaixou. Jun Hee sentou ao meu lado e se espreguiçou, sorrindo. 

- Jun Hee? O que é isso? - Abaixei o olhar e notei o cachecol vermelho envolta de meu pescoço. - Mas e você? Não tá com frio? 

Ele negou; apesar de ser verão e ter esses raios de Sol iluminando toda a cidade, ainda faziam 17° e o frio deixava meus pés e mãos gélidos. 

- Yah! - Ele deu um peteleco em minha testa, e fiz una careta. - "Jun Hee"? Quando eu deixei você falar informalmente? Eu sou seu oppa! Como pode falar assim com seu oppa? Aigoo!

- Lee Jun Hee! - Fiz um bico, emburrando o rosto. 

- "Lee Jun Hee"?! Aish, quantos anos você tem? Sou 3 anos mais velho que você, mocinha! Isso que dá ter intimidade... 

- Jun, seu bocó! - Apertei forte sua bochecha, o fazendo rir e apertar as minhas de volta. 

- Jun oppa, repete! Era tão bonitinho quando você tinha 5 anos, aigoo! 

- Bobo. - Ri, afundando o dedo em sua bochecha. "

- J-Jun Hee-ah... Me p-perdoa.. por vir aqui tão tarde, me perdoa... - Não consegui controlar meu choro; Deixei minha mão deslizar pelo tronco e me agachei ali, encolhida ao pé da enorme árvore, desejando que tudo tivesse sido diferente. Desejando voltar no tempo e protegê-lo, como eu deveria ter feito antes. - Me d-desculpa... Por minha causa... Eu si-sinto muito, oppa... 

 

                 POV Baekhyun

 

Eu estava destruído por dentro desde ontem. Não sei como consegui não chorar depois de ler aquele maldito poema. William Shakespeare estava em primeiro lugar na minha lista negra agora. 

Apoiei o queixo na carteira e olhei através da janela; o tempo chuvoso tinha atingido de cheio a Coreia e talvez o culpado fosse eu por atrapalhar toda a meteorologia do país. Sempre que algo acontecia entre Yerin e eu, chovia. Fazia quase duas semanas que chuva tomava de conta, uma bagunça total, e, provavelmente, a mulher do tempo do Jornal já deveria estar furiosa comigo.

- Ei, quer caixão de que cor? 

- Hã? - Fitei Sehun, franzindo o cenho.

- Baek, parece que tu tá morto faz dias. Por que não tenta conversar com a Yerin? Vocês se amam, caralho. - Sehun ditou, cruzando os braços. Bufei e me levantei de imediato, ignorando-o por completo. - Onde tu vai?!

Esses dias todos eu estava indo para a enfermaria dormir, evitando falar com as pessoas e evitando contato com Yerin. Tudo aquilo tinha mesmo me deixado mal, e eu não conseguia ainda engolir o fato de ter visto ela e o otário do Taehyung juntos... 

Toquei na maçaneta da porta e ouvi vozes estranhas. Entreabri minimamente, tendo o máximo de cuidado para não fazer barulho e coloquei o ouvido na fresta. 

- Eu sabia que aquela Yerin um dia ia mostrar as caras. Se você visse, no mesmo dia ela já tava com um gostosão de cabelo claro! Acredita que eu pisquei pra e ele me chamou de puta na maior cara de pau? - Isso é a Jiyeon?

- Nossa, amiga! Mas e aí, me ensina tudo! Eu tentei ficar com o Baek e ele começou a namorar a vaca lá, como você conseguiu fazer eles terminarem?! - Yoona?

- Foi fácil. Me fiz de santa mesmo sendo piranhuda, e voilá! Baek oppa colaborou muito. Aquela Yerin sem sal foi uma completa trouxa, pena que ela descobriu que eu tava me insinuando muito rápido, perdeu até a graç...

- O que você disse? - Abri a porta com os dedos já vermelhos de tanta força apertando a maçaneta. Eu não estava acreditando no que tinha acabado de ouvir...  Então, Yerin tinha falado a verdade? Esse tempo todo eu... preferi acreditar em alguém que mal conhecia ao invés de acreditar na pessoa que amo. Parabéns Byun Baekhyun, você é oficialmente o maior babaca do planeta. 

Abaixei a cabeça e me senti um completo lixo, senti novamente vontade de chorar mas por ter sido totalmente um idiota. 

- Oppa...

- Oppa seu cu. - Respirei fundo, numa tentativa de controlar meu ódio.

- Baek oppa, eu posso explicar... Quer dizer, não tenho o que explicar. - Ela riu abafado.. - Vai dizer que você gostava daquela sonsa? Ah, por favor né, tava na cara que vocês iam terminar comigo ou sem mim. Oppa, você precisa ficar comigo, vai ver que fomos destinados!

- Mas é uma puta mesmo....- Ri soprado, sem acreditar naquilo e a vendo arregalar os olhos. - Como eu não percebi antes? Você me enganou direitinho... Mas sabe quais as principais diferenças entre a Yerin e você? Ela as vezes é mal-humorada, irritante, briguenta, ciumenta, mas sem ela fica um vazio enorme. Ela é de longe a melhor pessoa que já conheci e a mais difícil de todas, deu o maior trabalho por um beijo, mas eu me senti completo quando finalmente ficamos juntos. E sabe você? Nem lembro seu nome direito. 

Dei um passo, a vendo recuar, assustada. 

- Mas oppa...

- Eu amo a Yerin mais que tudo, sabe o quanto eu demorei pra tê-la comigo? Pra uma puta que nem você vir estragar tudo? 

- A culpa não é minha! Você não acreditou nela, você que brigou e ficou do meu lado! A culpa é sua!

- Verdade, a culpa é minha. É minha por ter sido um banana por não enxergar a verdade. 

- Tá vendo...! Vamos ficar juntos, Baek! Ela tá com outro, então podem...

- Foda-se com quem ela tá. Se depender de mim e do que eu sinto, eu e a Yerin vamos ficar juntos por mais 1000 anos se for possível, então depois você pode tentar ficar comigo de novo, quem sabe na sua próxima vida dê certo, mas eu te aconselho a desistir, porque eu, Byun Baekhyun, vou amar a Yerin até depois disso.  - Falei entredentes, indo até a porta da sala.

- Mas... 

- Ah! - Dei meia volta e me aproximei. - Muda de cirurgião plástico viu amore, seu botox tá flácido e parece que ele aplicou tanto hidrogel que foi parar no seu cérebro. - Sorri forçado e sai da enfermaria, batendo a porta com minha maior força.

Meu sangue estava fervendo de raiva e meus passos pesados ecoavam pelo corredor. De punhos cerrados eu corri em direção da sala, respirando fundo. Avistei Sehun na porta conversando com Jungkook e me apoiei em seu ombro, ofegante. 

- Diabo é isso? - Sehun me olhou estranho. 

- Você viu a Yerin?! - Quase gritei.

- Ela viajou com a Naeyeon, não foi não? - Jungkook questionou pensativo. 

- Viajou pra onde?

- Pra Busan, elas for... Palhaço, JÁ E A TERCEIRA VEZ QUE TU ME DEIXA FALANDO SOZINHO, SEU IM...

Saí correndo deixando Sehun gritando escandaloso e fui direto para o meu carro, acho demoraria umas 3 horas para chegar lá e muito provavelmente Yerin não iria me perdoar, iria me xingar ou no mínimo fingir que não me viu, mas eu precisava pedir desculpa, eu precisava dizer o quanto eu fui imbecil... 

- Melhor eu ligar pra Naeyeon... - Peguei meu celular enquanto dava a partida quase que desesperado. 

                          (...)

 

A chuva fraca atrapalhava um pouco minha visão; levei a mão ate a testa e semicerrei os olhos, olhando para todos os lados possíveis a procura de um sinal de Yerin entre aquelas árvores. 

Ainda correndo, avistei alguém levantar vagarosamente apoiada em uma das maiores árvores que tinha por ali. Minha correria gradativamente diminui, até que meus passos cessaram. Assim que a vi, a chuva não me importava mais. 

Eu, perdidamente, absurdamente, loucamente sentia sua falta. Falta dos beijos, dos abraços, das brigas bestas, do seu cheiro, do seu sorriso, de tê-la em meus braços... da sua voz. Droga, como eu sentia falta. Deixei um sorriso meu escapar minimamente, junto a uma lágrima. Talvez... seja melhor eu ir embora? 

Talvez o melhor para ela seja deixá-la, talvez... só talvez... ela seja mais feliz assim. Funguei e abaixei a cabeça, pronto para ir embora como se nada tivesse acontecido, quando ouvi alguns passo interrompidos. 

Levantei o olhar e Yerin me encarava, até desviar o olhar e ficar cabisbaixa, com os punhos fechados. 

- Eu... descobri tudo. Eu ouvi toda a verdade e... - Ri soprado, fitando a grama molhada. - ... eu sou um idiota, né? Eu devia ter acreditado em você, eu devia ter... confiado. Eu nunca tive nem quis nada com a Jiyeon, aquele dia no parque foi um mal entendido então... Desculpa Yerin... Eu entendo se não quiser me perdoar, eu mesmo não me perdoaria, então entendo se... - Engoli seco, cerrando os punhos. - Se quiser ficar com o Taehyung. Eu vou continuar te amando mesmo assim, era isso que eu vim dizer. 

Yerin ficou em silêncio e voltou a andar, esbarrando em meu ombro e dando as costas. 

Acabou. Tudo acabou, enfim. 

- Sabe... - Sua voz soou fraca e arregalei meus olhos, me virando para trás e a vendo de costas, parada em meio a chuva sem se importar com os cabelos molhados ou com o frio que fazia, e fungou. - Eu... tentei tanto... Tentei tanto te odiar... 

Suas palavras me acertaram de cheio, como facas, e eu abaixei a cabeça, segurando meu choro.

- Achei que ia ficar enlouquecer, de tanto tentar te esquecer, fingir que não te conhecia, te ignorar de todas as formas... Eu quis tanto te odiar... - Ela deu uma pausa e pude escutar seu choro e soluços. Yerin levou a mão até o rosto e passou por sua bochecha, virando-se para mim e olhando em meus olhos. - Por que eu não consigo? Por que eu não consigo parar de te amar? Babaca...

Acho que havia um olho na minha lágrima. Fiquei sem reação por um momento... Isso é um sonho, não é? Não faz sentido... Eu realmente ouvi isso? Ri fraco, fitando seus olhos intensamente para ver se era um tipo de brincadeira com meu coração.

- Eu me sinto uma verdadeira idiota por isso. O que eu faço agora? - Ela ditou, deixando as lágrimas mais uma vez aparecerem. 

- Me beija. - Deixei escapar uma risada abafada, e fui em sua direção, segurando seu rosto com as mãos e tomando seus lábios no beijo que eu tanto sentia falta. Seus braços envolveram meu quadril e sorri entre o beijo, ao sentir a chuva aumentar. Me afastei um pouco para recuperar o ar e deslizei os polegares em suas bochechas, enxugando todas as suas lágrimas, ou tentando pelo menos. 

                          (...)

 

Fechei os olhos e estiquei os braços, me sentindo em casa outra vez. 

- Ah, minha casinha finalmente! 

- Sua? - Yerin riu, me dando um tapa no ombro. - Você vai tomar banho primeiro ou eu vou? 

- Vamos juntos. 

Ela levantou a mala e a arrastou pelo carpete, joguei a chave do carro no sofá e a segurei pela cintura, mordendo o lábio inferior. 

- Baekhyun...

- Sabe o quanto senti falta disso? - Falei sorrindo e roubei um selinho. - E disso? 

- A gente não vai tomar banho junto e eu ainda tô com um mínimo de raiva de você por tudo. 

- Nossa... Viu que até Shakespeare sabia do nosso destino juntos? Vou escrever uma carta pra ele, agradecendo.

- Baek, Shakespeare já morreu. - Yerin me olhou incrédula e franzi a testa, confuso. 

- Sério? Quando? 

- Há uns 400 anos atrás, lesado. - Ela riu, me empurrando. - Eu vou primeiro então. 

Yerin subiu as escadas e como eu não sou besta e estava morrendo de saudades daquela garota, da minha garota, corri atrás e a peguei nos braços, sorrindo maliciosamente. 

- Baek! Me põe no chão! - Ela gritou, se debatendo e rindo. - Me deixa, Baekhyun! Me solta, seu palhaço!

- Eu nunca, tá ouvindo? Nunca vou te soltar. Você é minha e eu sou seu, não vou te deixar ou te soltar nunca. - Ditei sério, olhando em seus olhos. - Porque eu te amo. 

- Você é um idiota, Byun Baekhyun. - Ela sorriu e envolveu os braços em meu pescoço, dessa vez me roubando um selinho. Sorri malicioso e prendi seu lábio inferior entre meus dentes, subi as escadas e abri a porta do seu quarto com os pés. Apoiei Yerin na cama e tirei minha camisa, a puxando para mais um beijo. 

Sem desgrudar nossos lábios por um segundo sequer, tirei o celular do bolso com dificuldade e apertei no play, o jogando em qualquer lugar ali perto. 

- O que é isso? - Yerin se afastou quando a música começou a tocar. - Isso é Don't wanna cry do Seventeen? 

- Sim, senhora. Finge que sou eu cantando pra você. - Sorri, acariciando seu rosto e a vendo sorrir minimamente e levando a mão para minha nuca, me puxando para um beijo quente e necessitado, daqueles que a gente não esquece nunca. 

Trilhei beijos por toda a extensão de seu pescoço e fiz questão de deixar marcas ali, para mostrar para todos que era minha e nada ía nos separar. Deslizei os dedos delicadamente pôr sua barriga e fui deslizando peça por peça, lhe causando um choque no corpo. A cada toque, cada suspiro, cada gemido, não deixei de repetir para mim mesmo em minha mente: 

Eu amo essa garota para um caralho.  

                          (...)

 

Desci a escada coçando os olhos e sorri ainda sonolento ao vê-la vestida com apenas a minha camisa - ninguém precisa saber que eu insisti e ameacei me jogar da escada para ela vestir, whatever - na cozinha. 

- Bom dia luz do dia! - Sorri fofo e a abracei por trás, apoiando meu queixo em seu ombro e vendo o que estava fazendo. - Panqueca? 

- Era pra ser... 

- Tá lindo, só um pouquinho queimado e duro... Vamos combinar que como cozinheira você é uma ótima dançarina. Ah, você não sabe dançar também.

- Pelo menos eu posso usar essas panquecas duras pra quebrar seu crânio. - Ela sorriu maleficamente e me empurrou com a bunda, me fazendo rir. 

- Me empurrar desse jeito é excitante, faz de novo. 

- Para Baek, é de manhã. Daqui a pouco.... - A segurei pela cintura e depositei um selinho em seu pescoço. - ...a Sra. Jung chega...

- Deixa chegar... - Selei nossos lábios. 

- Espera, a campainha tocou? 

- Não ouvi nada... - A puxei para outro beijo e a empurrei contra a pia. 

- Yerin?! Sou eu, o vovô! 

- Quê?! - Quase gritamos em uníssono e Yerin arregalou os olhos. 

- Meu avô voltou?! Puta que pariu, pula da janela Baekhyun!

- Quer que eu morra é, doida?!

- Você vai morrer se não sumir logo! JÁ VOU, VÔ! - Yerin olhou para os lados inquieta e me empurrou para dentro do armário embaixo da pia, me espremendo junto com as panelas. Bufei e me encolhi lá dentro, fazendo um bico. - Vô! 

- Yerin, quanto tempo! Espero que não tenha ficado esses meses todos vendo Netflix e comendo chocolate. - O velho riu. - Sentiu minha falta?

- Não fiquei não e claro que senti! 

- Que falsa... - Murmurei. 

- Tem alguém aqui é? 

- Hã?! Não! Por que não vai tomar um banho e descansar, a viagem deve yer sido muito cansativa! 

- Claro, volto já para o café da manhã! - Ouvi os passos nos degraus da escada e suspirei aliviado, vendo a portinha do armário ser aberta. 

- Finalm... - Yerin tapo minha boca com as mãos e foi me empurrando para a porta. 

- Vai, outra hora a gente de vê! Te mando uma mensagem, te amo. - Ela me dei um selinho e eu bufei, emburrando o rosto assim que a porta fechou. 

Andei sem pressa e suspirei, chutando uma pedrinha que estava no meio do caminho. Quer saber de uma coisa?! Fechei os punhos e respirei fundo, assentindo para mim mesmo. Dei meia volta e apertei na campainha, logo batendo na porta forte algumas vezes, até que a porta abriu e engoli seco ao ver o avô de Yerin franzir a testa. 

- Posso ajudar? - Ele indagou. 

- Olá, senhor, eu namoro a sua neta, e queria sua aprovação também!

 

                         (...)

            [ 6 meses depois ]

A música agitada e a animação das pessoas era realmente contagiante! Todo mundo estava pulando, dançando, sorrindo e curtindo a vida, feliz.

Principalmente eu. 

Sorri, mantendo meu olhar concentrado no seu. Baek segurava minha cintura e eu envolvia meus braços em seu pescoço enquanto dançávamos desajeitados aquele ritmo lento. Seu terno preto e desleixado o deixava impecavelmente lindo, seu cabelo desgrenhado tinha um ar rebelde sem causa e o seu sorriso não saia de seu rosto.

- Você tá linda, já disse isso?

- 32 vezes e eu contei de verdade. - Ri baixo. Eu usava um vestido longo e preto, colado ao corpo e cheio de pedras de strass, o cabelo solto com alguns brilhos espalhados, eu estava cheia de glitter mesmo, AMO!

- Ai meu Deus! Baekrin é o maior candidato pra serem o Rei e Rainha do baile! Gente, vocês estão um arraso! - Nae gritou, devido ao som alto. 

- Sim, Baek arrombou conseguindo a Yerin! A macumba foi das boas! - Sehun gritou, e Baek mostrou a língua.

- Vai tomar no cu, Sehun! - Baek gritou e eu ri, vendo Lalisa e Lay chegarem vestidos de Bela e Fera. Espera, que?

- Nem pergunte nada, o Yixing pensou que fosse baile à fantasia. - Lisa bufou mas logo abriu um sorriso e deu um selinho nele. - Mas ele ficou tão bonitinho, nem parece fera, parece um gatinho. 

- Nossa, que lindos! - Falei animada e ela sorriu maliciosa.

- Quer ver algo lindo? Olha ali! - Ela apontou para o outro lado da quadra e devido ao escuro fiz um esforço para ver Minhyuk com dançando e trocando beijos com Rosé, sorrindo como se fossem pessoas totalmente diferentes. Meu queixo quase invadiu o núcleo da Terra de tão surpresa que fiquei!

De repente, o som diminuiu e as luzes aumentaram, deixando o ambiente um pouco mais claro e dando para ver o diretor subir no palco com um microfone e um cartão dourado. 

- Aí, vai ser agora! - Naeyeon deu pulinhos, empolgada. 

- Silêncio alunos! Vou anunciar o Rei e a Rainha do baile desse ano de 2017! - Ele sorriu e abriu o cartão. - Lalisa Manoban e Zhang Yixing! Parabéns! 

Todo mundo começou a gritar e Lisa ficou estática, com a boca formando um perfeito "O". A música voltou a tocar e eu ri da reação fofa de Lalisa e Lay. 

Me virei para Baek e o vi piscar para mim, levando a língua para o canto da boca s dando um sorriso safado, me puxando pela cintura. 

- Eu amo você. - Ele moveu somente os lábios, formando um bico. 

- Eu também te amo. - Falei silenciosamente mexendo apenas os lábios.

- Ei que porra é isso? SOCORRO, UM UNICÓRNIO! - Hoseok gritou dando um pulo gigante e se pendurando em Jooheon. 

- Unicórnios não exis... AH! - Jimin gritou, e as pessoas começaram a gritar e correr. Olhei para o lado vendo a confusão e vi um pônei colorido, com um chifre que era claramente um papelão rosa e cheio de lantejoulas! De onde raios tinha surgido aquilo? Enquanto pessoas gritavam e corriam do animal fofo e bizarro, escutei uma risada familiar e olhei a minha volta, vendo Minhyuk tendo uma crise de riso. 

- LEE MINHYUK! - O diretor gritou vermelho igual um pimentão e Minhyuk arregalou os olhos e saiu correndo segurando na mão de Rosé.

Parece que tudo tinha terminado bem - tirando a pegadinha de fim de ano do Minhyuk, tadinho -, todos estavam felizes e eu estava exatamente onde devia e queria estar. Mirei Baekhyun, sorri e mentalizei seu sorriso em minha mente, lembrando de tudo que passamos, de casa sufoco e cada lembrança. Cada momento, cada beijo, cada olhar, tudo dizia tanto sobre nós, mas nenhum sabia quanto tempo a felicidade permaneceria na nossa porta e o quanto duraria. Um dia, talvez, ela tenha que ir embora... 

Mas garanto, nesse dia nós iremos juntos.

 

 

 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAA socorro AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

- não, não teve "hot" propriamente dito, mas teve né -

ENFIM, MEUS AMORES, CHEGAMOS AO FINAL E EU TÔ QUASE CHORANDO AQUI - já chorei demais e agora tô ouvindo Dont Wanna Cry do Seventeen deusos - E MANO, MUITO OBRIGADO MAIS UMA VEZ A TODOS QUE ACOMPANHARAM, Auditory Hallucination é minha primeira fanfic e vai ser sempre meu xodózinho, espero mesmo que tenham gostado e não esqueçam de deixar suas opiniões sobre toda a fanfic.

E é isso, antes que eu chore, vou aqui corrigir os errinhos e depois dormir ♡

Me sigam aqui no spirit pra ficar por dentro de novas histórias: @yssschr_

Kissus de baunilha •3•


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