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História Auréola de Cinzas - Incondicional


Escrita por: mj_ohara

Notas do Autor


Pois é gente, oficialmente o último capítulo de Auréola de Cinzas <3 O próximo será apenas um epílogo e eu não acho que vá demorar tanto para postar. Foi sofrível pra escrever esse, mas é por vocês. Boa leitura, vejo vocês nas notas finais!

Capítulo 19 - Incondicional


INCONDICIONAL

Duas semanas se passaram até que tudo ficasse oficialmente bem. Devido ao ferimento mais grave ter sido em Himchan, houve um leve pânico percorrendo todos sobre “como vamos cuidar desse seu olho?” e “o que eu tenho que fazer nessa asa?”. Mas, graças a alguns livros e, claro, a imortalidade de todos eles, logo tudo estava resolvido. Himchan ficara desmaiado por algum tempo depois que eles chegaram na mansão, e assim que Sunhwa apareceu para levar Hyosung e Jieun com ela, já deixou algumas recomendações de cuidados que eles podiam tomar tanto com Himchan, quanto com Bang e Jongup.

Mas sim, as duas semanas haviam sido o suficiente. Apenas alguns dias depois Himchan já estava de pé, bom o suficiente para ir até a Terra se alimentar, e remendava todos eles. Apesar do ferimento de Jongup ter sido grande, o que mais preocupou a todos foi o de Yongguk. Afinal, havia sido justamente no olho. Agora, já não era mais algo preocupante. Não havia ferido o olho em si, apenas a pálpebra, então o máximo que sobraria ali seria uma fina cicatriz – que aliás já começava a se formar.

Já Jongup havia levado uma certa bronca por ter usado as asas – “eu disse que elas ainda estavam feridas!” –, mas já estava cicatrizando. Apesar de ter sido um momento apavorante, agora Daehyun adorava tirar uma com a cara dele; no local do ferimento, suas penas ainda não haviam crescido direito e assim ele havia recebido o apelido carinhoso de “depenado”. Claro que ele não gostara daquilo nem um pouquinho, mas o que poderia fazer?

E sim. Agora tudo estava bem. Daehyun podia dizer que havia se adaptado tão facilmente a sua nova vida que parecia ter nascido apenas para ela. Ser o que era agora era maravilhoso. Não conseguia imaginar algo melhor do que aquilo tudo que tinha. Ele estava apaixonado por sua nova, ou não tão nova, vida e por todos eles que estariam ali com ele para todo o sempre.

*****

Cócegas. Começaram bem ali, no seu pescoço, e ele quase deu risada; mas estava tão ocupado dormindo que apenas franziu a testa e tentou virar-se se lado. Havia alguém em cima dele, mas ignorou e virou-se mesmo assim, jogando a pessoa de lado. Sabia que a tal pessoa era Youngjae, que se agarrara com força a ele como se não houvesse amanhã.

— Hm… — resmungou, sabendo que se abrisse a boca, um tufo de cabelos entraria nela, mas, ainda assim, arriscou. — Jae…

Não houve resposta, mas ele sentiu alguém abraçando-o por trás e mergulhando o rosto em sua nuca. Himchan.

Que horas seriam agora? Ele tinha algo para fazer hoje? Achava que não. Aliás, há poucos dias descobrira que Yongguk sempre precisava de ajuda sabe-se lá onde ele trabalhava – alguma coisa como diretor de um lugar com setor de organização de assuntos do Submundo, ou algo assim. Ficara surpreso ao descobrir que eles tinham uma organização dessas no Submundo. Mas enfim, não era esse o assunto. O assunto era: descobrira que teria algo para fazer ali no Submundo, algo como um trabalho, e não apenas ficar o dia inteiro mofando na mansão. Eles tinham vários métodos de diversão também, coisas semelhantes a locais de lazer, e isso era muito interessante. Ficara imaginando porque nunca lhe contaram isso quando ele era humano.

Algo cortou sua linha de pensamentos. Youngjae ainda permanecia agarrado a sua cintura e com o rosto em seu pescoço enquanto Himchan o segurava por trás. Ambos praticamente o impediam de se movimentar, porém não reclamava de nada. Mas o que realmente o fizera prestar mais atenção, ainda de olhos fechados, fora um som ao longe. Hm, era Junhong. Ele havia acabado de se levantar da cama.

Ouviu os passos dele até a porta e logo ele saiu do local, mas não demorou muito para voltar. Assim que sentou-se na cama, meteu a mão entre Himchan e Daehyun e separou-os; Daehyun ouviu uma exclamação vinda de Himchan, mas logo ele calou-se e se enroscou em Junhong. Conteve a risada e achou melhor voltar a dormir.

No fundo de sua mente, perguntou-se onde estavam Yongguk e Jongup. Eles pareciam estar acordados, mas não estavam ali no quarto com todos os outros. No entanto, o sono o levou antes que ele pudesse pensar em algum tipo de resposta.

*****

— Eu disse que esse filme era bom! — Junhong exclamou. Daehyun conhecia aquele filme, se chamava… A Casa… A Casa de Cera? Algo assim. Lembrava-se vagamente de Jongup dizendo que ele e Junhong adoravam filmes de terror humanos, e certamente aquilo era verdade. Os dois eram praticamente cinéfilos e, Daehyun reparara, tinham uma grande estante de filmes e uma imensa televisão que agora ficavam no quarto principal. A televisão, pelo que parecia, antes ficava apenas na biblioteca, mas agora que Daehyun estava lá eles a moveram para o quarto grande. E tinha que concordar, era bem mais confortável ver o filme enquanto estavam na cama.

E com isso Daehyun também aprendera que eles não usavam o quarto principal apenas para aquele tipo de atividades.

Era bem divertido ver filmes com eles, mesmo que Himchan odiasse os filmes de terror e ficasse falando a todo momento que preferia os de ação, ou Yongguk que assistia a todas as cenas com a maior expressão de tédio de todas. No fundo, todos se divertiam apenas em estar juntos. O único mistério para Daehyun era como aquela televisão imensa havia ido parar na mansão, mas ele podia viver com isso. Criaturas do submundo usavam aparelhos eletrônicos? É, aparentemente sim. Tinha que parar de pensar que todos viviam no mato, as pequenas vilas nos arredores do castelo provavam isso.

E foi bem na parte em que a protagonista enfiava os dedos no buraco da ventilação e o vilão lhe cortava fora os ditos cujos que Daehyun ergueu-se rapidamente da cama.

— Certo, certo. Vou tomar um banho. Detesto essas cenas.

Os outros o olharam com um olhar surpreso, mas não disseram nada enquanto ele se levantava e saía pela porta do quarto. Daehyun saiu praticamente dando risada sozinho; não gostava de muitas cenas envolvendo sangue e mutilação, mas ele tecnicamente agora fazia parte disso tudo, não é? Entretanto, acreditava que era algo com o qual nunca se acostumaria, filmes assim.

Optou por um banho de chuveiro, era mais rápido e refrescava mais facilmente, e não pretendia enrolar muito debaixo do chuveiro também, apenas o suficiente para que aquelas cenas do filme tivessem acabado. Terminava de passar xampu no cabelo e ensaboava seu corpo enquanto pensava no quanto Jongup ainda o faria sofrer assistindo esses filmes grosseiros de “picadinho”, claramente era algo que vinha com o pacote de ser um Alterum deles. Imaginava o coitado que era Himchan, um grande desprezador daqueles tipos de filme, sendo forçado a assistir tudo aquilo, ou então Youngjae, que gostava bastante dos filmes românticos e dramáticos. Definitivamente não queria ser eles nessas horas. Eles apenas assistiam para não perder a oportunidade de ficarem agarrados aos seus Alterum.

E enquanto terminava de tirar a espuma do sabonete do corpo, certo pensamento cruzou sua mente. Um pensamento sobre algo que ainda não havia acontecido, algo que o deixava curioso e que tinha a sensação de que ocorreria em breve, principalmente devido aos cinco parecerem planejar coisas ultimamente.

Ele sentia o desejo que percorria o corpo de cada um deles, isso era fato, e eles também sentia o que corria pelo seu, mas isso era algo difícil de lidar, principalmente com eles feridos gravemente. Até mesmo tinha empurrado esse desejo para o fundo de sua consciência enquanto se ocupava em cuidar dos ferimentos de Himchan, Jongup e Yongguk. Mas agora que eles finalmente estavam bem, não conseguia evitar pensar em como seria tudo aquilo. Sacudira a cabeça o dia inteiro tentando expulsar esses pensamentos enquanto todos organizavam as coisas em casa, visto que, nos últimos dias, nenhum serviço havia sido feito.

Não sabia se estava mais ansioso ou nervoso, mas sabia que eles sentiam aquilo em seu corpo e, como já dissera, tinha a sensação que algo era planejado às suas costas. Principalmente entre Yongguk e Jongup, que ficavam de murmúrios e conversas paralelas, mas que não deixavam nada escapar, nem mesmo em meio às sensações, para que Daehyun tivesse uma pista.

Assustou-se quando a porta de correr do box foi aberta; imerso em pensamentos nem mesmo percebera que alguém havia entrado no banheiro. Era Junhong, que apoiou a mão na porta aberta do box e estendeu uma toalha para Daehyun.

— Vai derreter aí debaixo dessa água quente. Pegue.

— Derreter? — Daehyun o olhou confuso. — Mas eu nem…

— Já faz quase meia hora que você está aí pensando na vida. — Junhong riu e Daehyun enrubesceu, desligando o chuveiro e pegando a toalha que lhe era oferecida para enrolar na cintura. Saiu de dentro do box, Junhong dando espaço para que ele passasse, e foi em direção do espelho. Estava prestes a tentar desembaraçar alguns nós dos cabelos quando sua visão foi encoberta e algo começou a ser esfregado contra sua cabeça.

— Ei! O que você está fazendo? — resmungou, sentindo as mãos de Junhong manusearem a toalha.

— O que você acha? Secando seu cabelo, é claro. — ele esfregou um pouco mais, ouvindo uns resmungos vindos de Daehyun. Logo, seu cabelo estava apenas um pouco úmido e talvez nem tão bagunçado assim.

— Por que está fazendo isso? — perguntou sem conseguir encontrar o olhar de Junhong pelo espelho.

— Hm. Você está meio nervoso… e os hyungs andaram pensando em algumas coisas que talvez te deixem ainda mais ansioso. — Zelo respondeu, dando espaço para que Daehyun virasse de frente para ele. Junhong acariciou sua bochecha com o polegar e continuou a falar. — Eu só estou tentando te preparar um pouco… você quer, não quer?

Daehyun mordeu o lábio inferior, sabendo muito bem do que o outro falava. Sim, ele queria, mas não podia deixar de sentir a ansiedade que lhe dava um frio na barriga.

— E como é a sua primeira vez, principalmente com todos nós finalmente juntos, nós… na verdade o Jongup… ele e Yongguk pensaram em uma maneira de te relaxar um pouco. — Daehyun estava prestes a falar alguma coisa quando Junhong o interrompeu. — Confie na gente. Vai dar tudo certo.

— Eu confio em vocês. — ele disse com o rosto completamente vermelho.

— Então vem. — ele pegou a mão de Daehyun e puxou-o. Daehyun hesitou, reparando que ainda estava de toalha, mas sabia que em pouco tempo isso não seria mais relevante. Enquanto Junhong o levava de volta para o quarto, seguindo pelo corredor, ele tentava se concentrar e seus outros Alterum, mas era engraçado como não sentia nada. Nenhuma pista do que estava por vir. Realmente eles estavam tramando algo.

E quando entrou no quarto, reparou que as únicas luzes acesas eram a dos dois abajures, um de cada lado da cama. A cortina que rodeava a imensa cama estava quase totalmente fechada, impedindo que ele visse o que acontecia ali; mas como não sentia nada também, imaginava que nada tivesse começado ainda. Então, ele reparou que Junhong soltou sua mão e afastou-se um pouco, chamando com um gesto alguém que estava no canto do quarto. Era Himchan.

Ele se aproximou sério, mas não manteve a expressão por muito tempo. Quando estava frente a frente com Daehyun, deixou escapar um sorriso.

— Eu vou te dar uma coisa. Faz parte da nossa organização… pense em tudo como uma surpresa. — ele explicou e Daehyun apenas assentiu, sentindo as mãos suando. Himchan segurou ambas as mãos e acariciou-as com o polegar. — Não teria graça eu te contar o que é, mas como é sua primeira vez, não quero te deixar assustado… ou inseguro.

— Eu já disse que confio em vocês. — Daehyun franziu a testa. Era verdade. Sabia que eles jamais lhe fariam algum mal ou o machucariam de alguma forma.

— Eu sei que confia. E também sentimos você, então caso fique incomodado com algo, pararemos na hora. — Himchan prosseguiu, ainda sorrindo. Daehyun ocupou-se em tentar olhar em volta, mas o quarto estava um pouco escuro até mesmo para ele ver alguma coisa. — Eu vou colocar um feitiço em você para inibir um pouco as suas sensações com relação a nós cinco.

Daehyun não entendeu e estava prestes a pedir uma explicação quando foi beijado. Himchan puxou sua nuca com força, enroscando os dedos nos cabelos um pouco úmidos e deixando Daehyun surpreso com sua língua ávida, mas retribuiu a altura. Estava prestes a agarrar-se a cintura de Himchan quando ele parou de beijá-lo e, antes mesmo que abrisse os olhos, alguém o havia vendado.

Era Jongup. Sentiu o toque da seda contra sua pele impedindo sua visão e a faixa foi amarrada com firmeza, porém sem machucá-lo; a ponta do nariz de Jongup percorreu sua nuca fazendo com que ele se arrepiasse por inteiro.

— Ponha ele na cama. — era a voz de Yongguk que soara um pouco ao longe, mas Daehyun ainda foi capaz de ouvi-la. Logo estava sendo guiado para frente, sem enxergar onde ia; alguém o virou e o empurrou com cuidado, deitando-o na cama e deixando-o apoiar as costas em um travesseiro de plumas, fazendo com que seu corpo ficasse um pouco mais inclinado, como se estivesse quase sentado. Apreciou a maciez dos lençóis, não eram os mesmos no qual ele estava sentado até então, e permaneceu imóvel sem entender muito bem o que acontecia.

Ouvia murmúrios ao seu redor, mas não conseguia distinguir quem falava. Isso era estranho. Normalmente conseguia dizer, mesmo sem saber de quem era a voz, quem estava ali, ou quem falava, ou quem suspirava; isso era parte de sua ligação.

— Está começando a fazer efeito. — era Himchan. — Você não vai conseguir distinguir quem de nós está sentindo ou fazendo o quê, apenas sentirá nossas sensações.

Daehyun surpreendeu-se, mas permaneceu calado.

— E a graça de tudo isso é… — Youngjae disse ao seu lado. — Adivinhar quem está fazendo o que em você. Se você errar… hm… não pensamos nisso.

— Ele não vai errar. — Himchan disse, confiante, movendo-se acima de Daehyun e puxando suas mãos para prendê-las com firmeza na cabeceira da cama com uma fita tão macia quanto a que lhe vendava. — Não é pra errar, certo, Daehyun?

— Certo. — pontuou Yongguk. — Começamos agora, Dae.

Daehyun estremeceu antes mesmo que qualquer toque fosse feito em seu corpo. Ouviu murmúrios baixos ao seu redor, sem ser capaz de distinguir quem dizia o quê, mas logo sentiu pontas de dedos tocando a lateral de sua bochecha. O toque deslizou com suavidade, lhe fazendo cócegas, pela linha lateral de seu pescoço e parou logo abaixo de sua clavícula. Não demorou a sentir lábios delicados em seu pescoço, fazendo uma trilha de pequenas mordidas em sua pele que subiram até sua orelha, puxando o lóbulo com uma força além da necessária e fazendo-o resmungar de incômodo. Ouviu uma risada soprada, mas não conseguiu diferenciar de quem era. Realmente, seus sentidos estavam emaranhados. Em qualquer situação, apenas pelo cheiro, senão pelas sensações do outro, ele já saberia quem beijava seu pescoço. Sentiu-se um pouco nervoso com o que ainda poderia vir, mas tentou relaxar quando sentiu a mão esquerda de quem quer que fosse segurando sua cintura com força enquanto a outra o equilibrava sobre o corpo de Daehyun; tudo isso apenas para conseguir beijar seu pescoço mais confortavelmente.

Daehyun inspirou, deitando a cabeça um pouco para o lado e deixando seu pescoço ainda mais acessível; sentiu falta dos próprios braços que estavam amarrados, mas acreditou que poderia lidar com isso. Era melhor se concentrar em descobrir quem era.

Tentou escutar alguma coisa, alguma dica de quem poderia ser; algum deles rindo ao fundo, ou falando algo, mas eles pareciam bem compenetrados em assistir Daehyun naquele momento. Ficou quase constrangido imaginando os cinco pares de olhos cheios de luxúria que o observavam, mas novamente tentou relaxar. Youngjae não parecia estar usando seus poderes para tranquilizá-lo naquele momento; talvez, se ele usasse, pudesse dar alguma pista para Daehyun, e nenhum deles queria isso, é claro.

A mão que o segurava era firme, ele conhecia tão bem aquele aperto; os lábios em seu pescoço eram tímidos do começo, porém ficavam afoitos não muito tempo depois. Houve uma mordida em seu pomo-de-adão e naquele momento ele quase gemeu o nome de Jongup. Era ele quem fazia essas coisas, mordidas e tudo o mais, daquela forma tão única. Mas agradeceu por ter se contido. E se não fosse? Essa mão esquerda desceu, contornando sua cintura e parando onde o local da toalha ainda o cobria, fazendo-o arfar de nervoso. Os beijos em seu pescoço pararam enquanto suas pernas eram abertas e a pessoa se posicionava entre elas; logo sentiu a língua úmida em seu abdome e o retesou, enrijecendo seus músculos frente ao toque que lhe fazia tantas cócegas. Rangeu os dentes quando levou uma mordida forte na parte interna da coxa, repuxando as mãos amarradas instintivamente.

— C-cuidado… eu não… — tentou falar alguma coisa, mas não sabia exatamente o que dizer. E quando finalmente achou que havia encontrado suas palavras, outra pessoa se moveu contra seu corpo, beijando seus lábios em cheio. Ainda sentia a língua da primeira pessoa se concentrando ali, em sua coxa, lambendo o local da mordida e prendendo a pele entre os dentes, certamente querendo deixar uma marca, mas distraiu-se completamente quando sentiu aquela outra boca contra a sua.

Foi uma coisa meio desajeitada, Daehyun estava sentindo-se afoito e havia muita saliva naquele beijo, mas ninguém pareceu se incomodar. Sem conseguir tocar ao outro e com a cabeça nas nuvens, não conseguia nem mesmo pelo beijo distinguir quem era, mas sentiu as mãos delicadas e pequenas contra sua pele, uma delas segurando seu rosto e a outra apoiando-se em seu ombro, e aquilo quase lhe deu uma luz. Era Youngjae? Tinha quase certeza, suas mãos eram inconfundíveis e aquele beijo molhado pertencia apenas a ele. E achava que já sabia quem beijava tão bem a sua… ah.

Separou-se do beijo com um arquejo, rangendo os dentes e retesando um pouco seu corpo quando sentiu os beijos que desceram por toda a sua perna esquerda finalmente alcançarem seu pé; enquanto isso, o provável Youngjae sentava-se sobre seu baixo ventre e concentrava-se em mantê-lo parado, percebeu. Em qualquer outra situação aquilo teria sido muito estranho aos olhos de Daehyun, mas quando sentiu seu dedo mindinho sendo mordido com delicadeza e seu calcanhar sendo sugado, tudo aquilo saiu de sua cabeça como se fosse um nada. Cócegas, cócegas, cócegas; sentia vontade de rir e puxar o pé, mas também a vontade de que nunca parasse. Quem tinha fetiche por pés entre todos eles? Não sabia, aquilo ainda era algo desconhecido, tinha muito o que aprender. Algo no fundo de sua mente dizia que aquele que distribuíra beijos tão incríveis em todo o seu corpo e agora se concentrava em seus pés era Junhong, tinha quase certeza disso, mas também tinha medo de dizer em voz alta e errar.

Afinal, não sabia o que poderia acontecer.

As cócegas ocasionadas pelas lambidas e arranhar de dentes em seu pé o faziam tentar se soltar instintivamente, mas era segurado com força pelo provável Junhong e Youngjae certamente sabia ser pesado quando queria; além disso, qualquer movimento que Daehyun fizesse para tentar esquivar-se de Junhong o fazia roçar seu baixo-ventre contra Youngjae, e o atrito contra a toalha e contra o corpo do outro em seu colo só fazia com que seu próprio corpo estremecesse e seu pênis enrijecesse cada vez mais.

Por um segundo deu risada quando Junhong o mordeu de um jeito que as cócegas pareceram inegáveis, já no outro relaxou completamente quando as mãos que seguravam seu pé apertaram-no em uma massagem forte. Choramingou quando seu pé foi apoiado no lençol novamente e o toque parou; esticou as pernas discretamente, tentando encontrar o calor do corpo de Junhong. Youngjae permanecia imóvel sobre si, ainda sentado confortavelmente como se nada estivesse acontecendo abaixo dele. Naqueles poucos segundos em que nada aconteceu, Daehyun conseguiu focar-se na sensação um pouco turva que percorria os outros. Eles estavam excitados, talvez até mais do que ele, mas já sabia que eles se tocavam aqui e ali, sem conseguir identificar quem fazia o quê.

E enquanto tentava recuperar o próprio fôlego, sentiu um aperto forte em seus cabelos e lábios contra sua orelha, que sussurraram com clareza.

— A graça é você adivinhar quem somos, Daehyunnie. — era Yongguk, mesmo com os sentidos um pouco bagunçados, a voz era clara. — Então arrisque. Ou então estamos pensando em deixar você aqui amarrado até amanhã. O que acha disso?

E ele se afastou, deixando Daehyun quase sem fôlego. Ele puxou o ar no fundo de sua garganta, tentando pronunciar claramente alguma coisa.

— J-Junhong. — ele ouviu murmúrios novamente ao seu redor, mas ninguém falou nada e imaginou que estivessem esperando que ele falasse algo mais completo. Quase praguejou, quem conseguia falar alguma coisa com Youngjae sentado exatamente em cima de seu pênis e agindo inocentemente como se nada estivesse acontecendo? — J-Junhong acabou de parar de… beijar… m-meu…

E com isso sentiu alguém avançando rapidamente sobre si, voltando a beijar e lamber seus pés e subindo por suas pernas novamente, porém dessa vez havia muito mais calor em tudo aquilo, muito mais rapidez, e sabia que tinha acertado. Sentia a saliva úmida contra sua pele e os dentes que não eram mais tão delicados; a boca subia por sua coxa, subia, subia… E então ele parou de sentir os toques em si, sentindo-os no corpo de quem julgava ser Youngjae. Enrubesceu com a imagem mental que conseguia fazer devido às sensações. Sentia as mãos de Junhong abraçando Youngjae por trás e mordendo sua nuca, sentia-o estourando os botões da roupa de Youngjae – e por que diabos Youngjae ainda estava vestido? Todos estavam? –, sentia o corpo de Junhong mergulhado na Luxúria e, após estourar os botões da camisa e da calça, sentia a mão dele enfiando-se dentro da roupa de Jae e esfregando-se contra seu pênis, fazendo Youngjae soltar um suspiro soprado. Daehyun gemeu um pouco alto demais quando Youngjae se moveu contra a mão de Junhong, esfregando-se propositalmente, ou não, contra o próprio baixo-ventre de Dae e fazendo-o arrepiar-se.

— Y-Youngjae… — murmurou, lembrando-se que tinha de falar quem era. Não queria ser ameaçado novamente por Bang. Sentiu que Youngjae moveu seus quadris com força contra o seu e também teve certeza que havia acertado. Não era tão difícil assim. Apesar de vendado e com os sentidos bagunçados, eles ainda eram únicos.

A pressão sobre seu corpo cessou antes mesmo que ele pudesse reclamar. Ficou confuso quando Junhong se afastou de Youngjae mesmo que parecesse tão desconcentrado em seu próprio pecado. É claro que assim que ele se afastou, já agarrou alguém que Dae infelizmente não conseguiu identificar, e Daehyun mordeu o lábio inferior com força ao sentir a onda de prazer que percorreu tanto o corpo de Junhong quanto o dessa outra pessoa. Youngjae permaneceu sentado no mesmo local até que ouviu alguém murmurando algo para ele. Não demorou muito para que a pressão sobre seu corpo diminuísse e Youngjae saísse de cima dele. Daehyun choramingou, sentindo falta do estímulo que percorria seu corpo sem nem mesmo toques diretos, então tentou concentrar-se no prazer que Junhong causava à… irritou-se. Era frustrante não saber quem era. Percebeu que Youngjae juntou-se a Junhong e era como se seu próprio corpo estivesse envolvido naquele calor, em meio a todos aqueles beijos. Ouviu o som de roupa sendo rasgada e moveu sua cabeça em direção a ele instintivamente, sem enxergar o que ocorria.

Estava prestes a praguejar quando percebeu que alguém havia se aproximado dele. Sua respiração falhou quando algo frio tocou a sua pele na altura de seu peito. Era líquido e escorreu por seu corpo em pequenas quantidades. Seu olfato também estava um pouco embaralhado, mas ele sentia um toque fraco de álcool no odor. Engoliu em seco, quase angustiado com sua falta de visão e sentidos bagunçados. Quando parou de sentir o líquido sendo derramado em si, logo sentiu alguém ajeitando-se entre suas pernas ainda abertas. Percebeu uma respiração quente contra seu rosto e esperou com os lábios entreabertos por um beijo que não veio.

Estremeceu quando sentiu lábios tocando a região de seu esterno, quentes em contraste com o líquido frio. Não demorou a sentir a língua retirando a bebida daquela região, sugando suavemente o líquido e fazendo com que Daehyun tentasse se soltar mais uma vez. A fita que o prendia era suave, porém o amarrava com firmeza, e ele praguejou antes de desistir. Quando a língua entrou em contato com seu mamilo, ele se encolheu, sem saber se o fizera pelo próprio contato ou pelo prazer que Junhong agora causava em outra pessoa; algo que ele queria tanto ver mas não conseguia. Os lábios que agora trabalhavam tão bem em sua pele deixaram seu mamilo com uma pequena mordida antes de derramar mais um pouco de bebida sobre seu peito e por-se a trabalhar no outro. Daehyun quase deu risada quando a bebida esfriou sua pele e ela logo foi aquecida pelo hálito e pelo toque; aquilo fez sua mente voar longe enquanto ele não conseguia juntar as próprias ideias. Quem poderia ser? Sabia que Youngjae e Junhong estavam muito mais do que distraídos com um terceiro. Havia alguém ainda o observando e mais alguém ali, praticamente enlouquecendo-o.

Os toques das mãos eram suaves e tão delicados, como se ele fosse alguém frágil e que se fosse tocado sem cuidados poderia quebrar; não conseguia chegar em uma conclusão e não achou que o fizesse tão cedo, principalmente quando sentiu aquelas mãos tão suaves deslizando por sua barriga até chegar no nó desengonçado que ainda mantinha sua toalha ali. Não conseguiu segurar um suspiro agonizado quando a mão o apertou por cima da toalha, sentindo-o enrijecido por debaixo do tecido. O nó logo foi desfeito e a toalha foi jogada para longe, finalmente deixando-o inteiramente exposto; sentiu-se um pouco tímido naquele momento, porém não teve muito tempo para pensar.

Aquelas mãos seguraram suas pernas impedindo-o de fechá-las até que ele o obedecesse sem precisar ser segurado. Então, uma das mãos se afastou por alguns segundos apenas para trazer de volta a sensação do líquido dessa vez espalhado na parte interna de suas coxas; gemeu de antecipação antes mesmo que o líquido do local fosse lambido. E quando o foi, arqueou as costas quase fechando as pernas, sentindo o ardor do líquido contra a ferida que Junhong provavelmente tinha feito quando o mordera e o prazer de tê-lo tão perto de seu pênis. Realmente, era álcool. O ardor causado em Daehyun certamente foi sentido pelo outro, que lambeu carinhosamente a ferida fazendo com que Dae quase chorasse de prazer. Sua boca estava tão perto, mas parecia tão longe. Sentia-se quase ignorado.

E quando achou que finalmente fosse ganhar o alívio que queria, o outro parou, movendo-se sobre seu corpo e deixando-o confuso. O que estava acontecendo? Daehyun sentiu-se manipulado enquanto era movido com ajuda, seus braços quase se torceram, mas ele foi cuidadosamente postado, corando ao perceber que estava praticamente de quatro, com o rosto afundado no travesseiro, ofegante e com as mãos ainda amarradas na cabeceira.

As mãos suaves ajeitaram sua cintura e logo veio o tal do líquido mais uma vez, derramado suavemente no fim de sua coluna e escorrendo tanto costas acima quanto por entre as nádegas. Sentiu que seu Alterum mantinha um sorriso enquanto voltava a lambê-lo e chupar sua pele, começando por entre suas escápulas e descendo por sua coluna, apreciando a pele totalmente arrepiada e o arfar desesperado de Daehyun. Sentiu uma mordida firme, porém sem machucá-lo, em suas nádegas e quando ambas as mãos as afastaram e aquela língua o tocou em um lugar que ele realmente não esperava, quase chorou de vergonha. Apertou as mãos uma contra a outra, puxando-as do tecido que as prendia sem realmente conseguir soltar-se e percebeu o sangue subindo para seu rosto ao sentir-se observado. A excitação corria louca em todo o seu corpo e ele percebeu que gostava daquilo mais do que devia.

Ele não se demorou ali, entre suas pernas, logo terminando de lamber todo o líquido e ajudando Daehyun a deitar-se novamente na cama. Dae sentia-se praticamente paralisado, ainda em choque com toda a adrenalina e excitação circulantes, mas não conseguiria dizer que aquilo não o surpreendera e nem o fizera quase desmaiar. Com a audição ainda um pouco bagunçada, ouviu o tilintar de uma taça, o som de um gole grande e a mesma taça tinindo enquanto era repousava em alguma superfície por perto. Enquanto retomava a própria respiração e já quase questionava a falta de contato em seu corpo, sentiu que ele se reaproximava, fazendo com que Daehyun sentisse sua respiração aquecendo seu rosto. Lambeu os lábios em antecipação, aguardando o tão esperado beijo, e logo sentiu algo úmido e também frio tocando seus lábios, como se estivesse sendo dado em sua boca. O toque de seu lábio no do outro o causou estranheza, até que Daehyun finalmente percebeu o que acontecia. Mordeu a pequena coisa gelada que lhe era dada na boca pela boca do outro e sentiu o azedume do morango em contato com sua língua. Mastigou rapidamente enquanto finalmente era beijado, entregando-se abruptamente para o que tanto esperara. Sentia o gosto do morango na língua do outro, misturado com o álcool que ele finalmente conseguira reconhecer pelo gosto. Era vinho.

Vinho, frutas, mãos macias e toques delicados. Separou-se do beijo quase hesitantemente, lambendo os próprios lábios enquanto ainda tentava saborear a bebida que não lhe fora diretamente oferecida.

— Himchan.

E foi beijado novamente, permitindo deliciar-se tanto com o beijo quanto com o gosto da bebida. Himchan, é claro que era ele. Quem mais poderia ser? Quase sentiu-se estúpido por nem mesmo ter pensado naquilo em meio a todos aqueles toques e carinhos tão sensíveis e que eram tão marcantes de sua personalidade.

Franziu a testa quando Himchan se afastou de seu corpo, depositando um beijo em seu queixo antes de desaparecer e deixá-lo ali, ainda exposto e começando a perceber o quanto deveria ter vergonha da posição na qual se encontrava. Sentiu que Junhong foi pra cima de Himchan em vez de continuar agarrando Youngjae e o alguém que ele ainda não havia descoberto se era Yongguk ou Jongup. E esse alguém logo deitou-se ao seu lado e estava tocando seu corpo; sua boca foi tomada mais uma vez. Foi bem rápido o beijo; Yongguk ou Jongup? Não sabia, mas, quem quer que fosse, acariciou seu rosto e ele sentiu dedos sensíveis tocando sua bochecha.

E foi como um choque quando sentiu aquela mesma mão que antes acariciava seu rosto fechando-se sobre seu pênis e manuseando-o de um jeito que o fez soltar um resmungo angustiado. Logo sentiu-se confuso enquanto outra pessoa sentava-se entre suas coxas, sem realmente encostar muito nele. A mão que o masturbava não parou de fazer os movimentos e logo a segunda pessoa tocava suas pernas com ambas as mãos. Novamente ouviu murmúrios ao seu redor, mas já havia desistido de descobrir quem era quem. Focou nos toques. Só podia ser Jongup e Yongguk, mas qual deles o masturbava e qual deles apenas o tocava? Pensamentos lógicos não eram muito bem difundidos naquele momento, visto que se perdeu no som de seu próprio gemido quando a mão do outro se moveu agilmente.

A pessoa sentada entre suas pernas ainda tinha as roupas, sentia o tecido arranhando sua pele, e suas mãos eram firmes enquanto se ajeitava. Corou novamente, o quanto já havia aberto as pernas naquele dia, sem realmente o fazer? Mas logo entendeu o porquê. Franziu a testa sentindo um único dedo molhado com algo gelado forçando passagem entre suas nádegas e seus batimentos cardíacos se aceleraram. Abriu a boca, mas recusou-se a fazer qualquer som quando um segundo dedo o invadiu, iniciando movimentos lentos, e a mão que o masturbava acelerou um pouco os movimentos. Sentiu um beijo no topo de sua cabeça, quem deitava ao seu lado quase debruçando-se sobre ele, mas Daehyun só queria que o soltassem daquela amarra. Quando um terceiro dedo se juntou aos outros, ele pendeu a cabeça para trás com a dor e soltou um choramingo contido.

Os beijos em sua bochecha eram calmantes, a pessoa deitada ao seu lado parecia tentar fazê-lo não se concentrar na dor de ter seu corpo invadido. Daehyun nem mais sabia o que os outros faziam, apenas tentava prender-se ao prazer deles e ao que era lhe causado naquele momento. Sentiu que os dedos dentro de si se moveram e ele fez uma careta, mordendo o lábio inferior enquanto tentava se acostumar com a sensação; não sabia dizer se o estímulo em seu pênis o ajudava ou o atrapalhava. Mas de alguma forma, algo foi acertado dentro de si pela ponta daqueles dedos e ele arfou pesado, praticamente amolecendo seu corpo sobre a cama. Percebeu que todos sentiram o prazer rápido que o acometeu e a mão em torno de seu membro apertou-o, fazendo com que praguejasse enquanto os dedos se moviam mais rápidos contra sua próstata e era tudo muito; demais. Seu corpo esquentou subitamente, fazendo-o arquejar e não conseguir conter o gemido que escapou de seus lábios quando atingiu o orgasmo.

Seu corpo amoleceu completamente sobre o colchão, respirando com dificuldade. O rosto estava quente, sabia que estava vermelho. Havia sido tão rápido. Sabia que isso poderia acontecer em sua primeira vez, mas mesmo assim ficou constrangido. Ouviu uma risada baixa e seus ouvidos estavam praticamente apitando enquanto sua mente estava aturdida; sentia-se estranho. Mesmo tendo acabado de atingir o ápice, seu corpo parecia que esquentava ainda mais. Era o calor que provinha do corpo dos outros, logo percebeu, eles ainda estavam completamente atentos a cada movimento seu, só esperando. E ele sabia o que cada um esperava. Engoliu em seco.

— Y-Yongguk?

Ninguém disse nada. Ele sentiu o colchão afundando, indicando que alguém se aproximava, e logo escutou a voz de Himchan.

— Qual deles?

Daehyun arfou, sentindo a mão de Himchan sobre seu abdome, recolhendo as gotinhas com a ponta dos dedos e soube mesmo sem ver que as levou aos lábios; e logo depois beijou alguém, beijou aquele que o masturbava há pouco, quem era? Eles queriam uma resposta exata e a verdade é que ele não fazia ideia. Bang era bem carinhoso e Jongup era muito mais violento, mais afoito e talvez até mesmo um pouco grosseiro, mas ambos estavam tratando-o de uma forma tão doce naquele momento que ele simplesmente não sabia dizer quem era quem. Lambeu os lábios antes de mover uma das pernas, passando-a na lateral do corpo do homem que ainda estava sentado entre suas pernas, finalmente retirando os dedos de dentro de si e fazendo Daehyun resmungar com a perda.

— Ele? — Himchan perguntou, e Daehyun apenas sacudiu a cabeça indicando que sim. — Ah, que pena. Você errou.

— Hm? — franziu a testa. Como assim havia errado? Era Jongup? — J-Jongup, então?

— Ah, agora não vale mais. — Youngjae deu risada. — O que vocês vão fazer com ele, Jongup, Yongguk?

— Acho que tenho uma ideia. — pela primeira vez ouviu claramente a voz de Yongguk bem ao seu lado, comprimida contra seus cabelos. Era ele que o beijava tão docemente, era com ele que Himchan dividira seu sêmen. Daehyun ficou um pouco ansioso no momento, mas sentiu os beijos calmos de Yongguk novamente em sua bochecha. — Jongup, pegue-as na segunda gaveta. — e ambos se afastaram do corpo de Daehyun, deixando-o um pouco tonto.

— Ah, isso vai ser bom. — era Junhong, que parecia ter finalmente largado o corpo dos outros e Daehyun confessaria que daria de tudo apenas para tirar aquela venda que o deixava tão curioso.

— Vire o corpo dele com cuidado, Himchan. — Yongguk ordenou de longe. — Deite-o com as costas para cima.

Logo Daehyun sentiu seu corpo ainda afundado na tontura do orgasmo sendo movido por Himchan. Ajudou-o ao máximo que pode, percebendo que ele tomava cuidado com seus pulsos para que não fossem torcidos no tecido que os prendia. Seu travesseiro que antes usava de apoio fora retirado e agora ele apoiava o rosto nos próprios braços que ainda estavam presos. Era um pouco desconfortável, mas com a ajuda de Himchan sua falta de fôlego foi por outro motivo.

— Talvez isso doa um pouco. — Jongup avisou, aproximando-se de Daehyun. Dae sentiu o colchão afundando ao seu lado quando o Ghoul sentou-se ali e aquilo o deixou ainda mais tenso. — Mas não se preocupe. Se machucasse de verdade… bem.

— Confie em nós. — Bang repetiu o de sempre. — Se você se sentir muito desconfortável com isso, saberemos e vamos parar. Então tente relaxar.

Foi o que Daehyun tentou fazer, mas estava muito afoito sem saber o que aconteceria. Eram diversas as possibilidades e ele apenas engoliu seco quando, finalmente, sentiu algo cheirando muito bem. Um aroma gostoso invadindo o quarto e ele quase se esqueceu do que estava prestes a acontecer. Foram apenas alguns segundos até que sentisse algo quente pingando contra a pele de suas costas, fazendo-o arquear-se um pouco e quase rosnar com a ardência da queimadura. Não doía muito, mas era o suficiente para arder e incomodar. Arfou com força, sentindo a gota quente sendo soprada e causando um arrepio que subiu por toda a sua pele. O líquido escorreu um pouco, indo pela lateral de seu corpo, mas secou antes de pingar nos lençóis.

— O que é isso? — perguntou entre a surpresa e a curiosidade. A ardência não era tanta quanto pensara, e ela não continuava por muito tempo, principalmente com a ajuda do sopro sobre sua pele.

— Cera de vela. — Jongup falou, surpreendendo-o. Daehyun sentiu Jongup sentando-se sobre seu corpo, bem abaixo de sua bunda, suas roupas ainda causando uma atrito irritante contra sua pele nua e sua excitação claramente perceptível contra seu corpo. Mas logo isso já não estava mais na pauta de discussão, claramente porque logo mais gotas quentes estavam pingando contra suas costas, dessa vez sendo espalhadas com a ponta dos dedos de Jongup antes de secarem-se contra sua pele rapidamente. Aquilo causava um ardor momentâneo que fazia Daehyun arrepiar-se e logo a excitação, que em nenhum momento tinha deixado seu corpo, voltava e o atingiu como se fosse um soco.

Jongup pingou-as mais algumas vezes, a cera quente espalhando-se suavemente sobre sua coluna e escorrendo por suas costas, depois mais embaixo, nas covinhas que tinha bem acima das nádegas.

— Pega essa outra. — Yongguk disse, entregando algo nas mãos de Jongup e fazendo Daehyun farejar em busca de pistas. Era um cheiro muito bom o dessas velas e essa segunda cheirava ainda melhor, mas não percebeu muita diferença além do cheiro até que a cera quente estava sendo depositada sobre seu corpo novamente.

Daehyun arquejou contra o corpo de Jongup quando a nova vela se derretia sobre seu corpo, seguindo o exato mesmo caminho da cera endurecida sobre o desenho de sua coluna, mas não secou rapidamente. Sentiu o colchão se movendo abaixo de si novamente enquanto Yongguk ajeitava-se ao seu lado e percorria com a ponta dos dedos a cera derretida, espalhando-a como se fosse um óleo sobre suas costas e Daehyun gemeu, as mãos firmes de Bang o apertaram em uma massagem que ele não esperava. Repuxou-se mais uma vez contra o tecido que o amarrava à cama, mas de nada isso serviria. Ainda estava muito bem preso, tinha certeza que Himchan se certificara disso ao movê-lo.

As mãos de Bang massageando suas costas com a ajuda do estranho óleo de vela e Jongup sentado sobre seu corpo, pressionando sua ereção contra a sua bunda definitivamente não ajudavam em coisa nenhuma; agora a sua própria já estava comprimida contra os lençóis enquanto Jongup e Yongguk se divertiam como duas crianças em suas costas.

— Parem de judiar dele. — foi Junhong quem disse. — Acho que isso já deu. O que acha Youngjae?

— Acho que está na nossa vez de novo. — foi o que Youngjae disse e Daehyun escutou Bang estalando a língua. Jongup soprou a vela, apagando-a e entregando-a nas mãos de alguém. Fez um pedido baixo e não demorou muito para que Daehyun soubesse o que era. Sentiu uma toalha contra suas costas, secando-a do óleo morno com cuidado enquanto eles retiravam delicadamente a cera fria que se grudara contra sua pele. Sentiu alguns beijos seguindo a linha de sua coluna e decidiu que pertenciam a Bang antes que os dois se afastassem se seu corpo. Yongguk era tão carinhoso e grudento, nem parecia aquele ser assustador que o assustara tanto quando se conheceram.

— Vem aqui. — Himchan disse. Era sempre Himchan. Ele levou as mãos até os pulsos de Daehyun, finalmente soltando-os e o fazendo quase dar risada de alegria, mas logo puxou-o contra seu corpo. Himchan apoiou-se contra os travesseiros da cabeceira da cama, ajeitando Daehyun entre suas pernas de forma que suas costas encostavam-se contra seu peito. Beijou-lhe o pescoço quando Daehyun inclinou seu rosto de encontro ao dele e tratou de segurá-lo com firmeza.

A venda ainda sobre seus olhos era o que menos incomodava no momento, visto que tinha suas mãos livres e estava embalado pelo calor do corpo de Himchan, e logo sentiu Junhong ajeitando-se entre suas pernas. Engoliu antes de arfar quando os dedos delicados tocaram a região de seu períneo e o fizeram contorcer os dedos do pé em antecipação.

— O que prefere primeiro? Eu ou Youngjae? — Junhong perguntou e Daehyun demorou alguns segundos para perceber que era uma pergunta direcionada a ele.

— Eu… ah. — tanto fazia, era o que queria responder, mas não sabia como dizer aquilo. Era constrangedor pensar dessa forma, mas quem o possuísse não o importava muito naquele momento. Ele nem conseguia pensar direito. — Eu não sei.

— Por que não ao mesmo tempo? — Himchan sugeriu e Junhong soltou uma exclamação surpresa. Daehyun franziu a testa no momento, sem entender e talvez agitando-se um pouco demais. Logo sentiu a mão de Himchan acariciando seu cabelo e a outra apoiando-se em seu abdome como se o segurasse. — Relaxa, não foi isso que você pensou. Vem, Jae.

Daehyun tensionou-se ao sentir Youngjae sentando-se mais uma vez sobre seu corpo, dessa vez sem sentir o atrito das roupas e com isso deitou a cabeça no ombro de Himchan e suspirou. Estava nervoso, sabia que seria agora, oficialmente agora, e aquilo era o suficiente para fazer sua cabeça parecer que explodiria. Os beijos leves de Himchan em seus cabelos não eram o suficiente para acalmá-lo, mas a mão dele que o mantinha imóvel foi mais do que útil quando sentiu Youngjae ajeitando-se sobre seu pênis e deslizando-o quase sem dificuldades para dentro de seu corpo enquanto continha sua própria voz. Gemeu, virando o rosto contra o pescoço de Himchan, sentindo-se totalmente dentro de Youngjae. As mãos de Jae espalmaram-se contra seu peito, uma delas segurando-se em seu ombro enquanto ele permaneceu parado por alguns segundos, respirando pesadamente. Sentia todo o prazer que percorreu como um choque todo o corpo de Youngjae e o seu próprio, sentia a excitação de Himchan pressionada contra suas costas enquanto ele se limitava a cheirar seus cabelos e não demorou a sentir, também, e ereção de Junhong tocando-o tão intimamente e quase fazendo seu coração sair pela boca.

Entreabriu os lábios, sentindo as mãos de Junhong segurando suas pernas e mantendo-as afastadas ao mesmo tempo em que ele o penetrava com um pouco de resistência. Certo, aquilo doía mais do que ele poderia ter imaginado, mas a sensação de prazer que inundava o corpo de Youngjae e Junhong ao mesmo tempo era o suficiente pra enfiar toda a dor que sentia no fundo de sua mente e gemer contra o pescoço de Himchan com vontade. Não sabia onde enfiar suas mãos que agora estavam soltas; agarrava os cabelos de Himchan? Segurava as coxas de Youngjae? Apertava os lençóis? Tentava alcançar Junhong? Seus braços acabaram se apoiando nas coxas de Youngjae que ainda estava imóvel e sem fôlego enquanto Junhong preenchia Daehyun completamente, soltando um arfar contra o pescoço de Youngjae.

— Respira fundo. — ouviu a voz de Himchan tentando tranquilizá-lo, mas estava imerso no prazer dos outros dois e nem mesmo conseguiu prestar muita atenção nas doces palavras que lhe eram ditas. Himchan o mantinha imóvel, como se a qualquer momento ele fosse entrar em colapso, mas isso logo provou-se muito útil quando Youngjae se moveu; foi algo quase imperceptível, mas fez Daehyun arfar quase em desespero. Tudo o que conseguiu fazer foi apertar as coxas de Youngjae e ouviu algo em resposta, mas naquele momento tudo em sua cabeça apenas girava como um caleidoscópio.

Youngjae não demorou muito antes de começar a ajustar seus movimentos, suas mãos contra o peito de Daehyun e seu corpo curvando-se sobre o dele. Ouvia os suspiros de Youngjae cada vez que ele subia e descia o corpo e aquilo sozinho era o suficiente para fazer ele próprio ter que se segurar. Ouviu Himchan sussurrando alguma coisa para si, mas não conseguiu entender nem mesmo um “a”, então apenas fez que sim com a cabeça. Logo supôs o que havia sido perguntado assim que Junhong moveu-se apenas um pouco, retirando-se lentamente antes de voltar a preencher seu corpo e aquilo sim fez Daehyun quase amolecer-se sobre o corpo de Himchan.

Ambos, Youngjae e Junhong, ainda se moviam com calma, esperando que o corpo de Daehyun se acostumasse com aquela enxurrada de sensações que o inundava naquele momento. Dae estava grato que Jongup e Yongguk não faziam absolutamente nada naquele momento, pois não sabia se aguentaria tudo de uma vez. Não agora. Aquilo seria demais.

— Jae. — Himchan quase gemeu no ouvido de Daehyun, que tinha certeza do quanto aquelas sensações também invadiam o corpo dele. A prova era que sentia sua ereção ali contra suas costas e aquilo significava algo.

Daehyun não conteve sua voz quando Youngjae fez alguma coisa que não entendeu muito bem, mas ele parecia tão apertado e aquilo sim foi o suficiente para mandar uma onda de choque em todo o seu corpo. Sentiu as mãos de Jae apoiando-se firmes em seus ombros enquanto ele acelerava seus próprios movimentos e Daehyun praticamente perdia a noção do que acontecia; aquela venda em seus olhos já o havia irritado demais. O corpo de Youngjae que estava inclinado sobre o seu debruçou-se ainda mais até que ele escutou sons de beijos; Himchan e Youngjae bem ao seu lado, as sensações eram claras como cristal. Sentiu-se quase excluído pelos dois até que Junhong se moveu de um jeito que o sobressaltou, fazendo Daehyun esquecer Youngjae que praticamente o apertava contra o corpo de Himchan; foi um movimento súbito que foi acompanhado de um tapa forte em sua coxa. Engasgou-se, quase sem ar quando Junhong investiu mais uma vez com força, e mais uma, e mais uma, e gemeu quando, em uma dessas, sua próstata foi acertada em cheio e ele quase viu estrelas.

Estava tão perdido em Junhong e Youngjae que nem percebeu quando o beijo ao seu lado acabou e a testa de Jae encostou-se contra a sua enquanto ele ainda mantinha os movimentos; a boca de Himchan estava contra o lóbulo de sua orelha novamente.

— Tem uma coisa que acho que esquecemos de avisar. — ele ouviu o tom de brincadeira na voz de Himchan, mas mal podia ligar menos para aquilo em um momento daqueles. — Você só vai se sentir totalmente satisfeito quando todos nós estivermos.

Daehyun sobressaltou-se, tanto pelo que Himchan lhe disse quanto pelo outro tapa forte que Junhong desferiu em sua coxa e pareceu ter efeito direto em seu pênis. Não que aquilo fosse ruim, de maneira alguma, mas isso significava que apenas quando cada um deles tivesse… hm, bem… Aquilo podia demorar um pouco mais do que ele achara a princípio.

A respiração de Youngjae contra seu rosto enquanto suas testas estavam encostadas foi mudando aos poucos, ficando um pouco mais pesada a cada segundo e seu corpo cavalgando sobre o de Daehyun pareceu perder um pouco de força. Os movimentos de Junhong ficavam cada vez mais acelerados e um pouco inexatos, tão diferentes da delicadeza inicial, e Daehyun sabia que eles não durariam por muito mais tempo; principalmente porque antes de irem pra cima dele, já estavam fazendo alguma coisa enquanto os outros distraíam Dae. A mão de Himchan sobre seu abdome moveu-se sobre a de Daehyun, guiando-a até o pênis de Youngjae que há tempos se esfregava contra o corpo de Dae sem que o outro desse importância. Assim que Dae apertou sua mão em volta de Youngjae, sentiu o outro estremecendo e não demorou muito até que algo molhado acertasse sua mão e sua barriga. A voz de Youngjae sumiu por alguns instantes e por fim ele arfou pesado contra seu pescoço, beijando Daehyun rapidamente antes de reclinar-se contra o peito de Junhong logo atrás de si.

Os dedos de Himchan tocaram seu abdome rapidamente, limpando-o, enquanto os movimentos de Junhong se tornavam ainda mais erráticos e ele apertava a coxa de Daehyun com força, fazendo-o estremecer e ter certeza de que ali se formaria um hematoma com as marcas certinhas das pontas dos dedos do outro. Daehyun sentiu seu próprio orgasmo aproximando-se e arqueou suas costas sobre o corpo de Himchan, ofegando quando Junhong atingiu sua próstata pela última vez, desfazendo-se dentro de Dae enquanto ele próprio chegava ao ápice pela segunda vez. Ouviu um resmungo de Youngjae acima de si antes que ele saísse de cima de Daehyun, rolando para o lado e falando alguma coisa que fez Himchan rir. Estava tão absorto em suas próprias sensações que, quando Junhong saiu de dentro dele, apenas esticou os braços para tentar alcançá-lo. Zelo curvou-se sobre Daehyun, sendo envolto em um abraço e puxado para mais perto, e beijou-o em cheio nos lábios. Dae concentrou-se o máximo que pôde no beijo, sentindo o corpo nu de Zelo inteiramente contra o seu e antes que o soltasse, moveu os lábios contra os dele sussurrando um “eu te amo” bagunçado. Sentiu o sorriso de Jun contra sua boca e recebeu uma pequena mordida no lábio inferior em resposta, antes que ele se afastasse totalmente.

— Bang. — ouviu Himchan chamando. — Vem cá. — Daehyun sentiu o colchão se movendo enquanto Yongguk se aproximava e logo sabia que ele estava bem ao seu lado. Devia sentir o mínimo de vergonha por estar exatamente na mesma posição que Junhong e Youngjae o deixaram, mas naquele momento não sabia dizer se ainda tinha alguma. — Eu tentei limpar o máximo que deu, mas é muito.

Himchan nem terminou de falar e Daehyun já sentiu a língua de Bang contra sua barriga, provavelmente lambendo os resquícios do sêmen de Youngjae. Não demorou muito para que a língua de Yongguk descesse e passasse por toda a extensão de seu pênis, descendo até que Daehyun tentou fechar as pernas rapidamente, antes que Yongguk pudesse terminar. Não era a primeira vez que ele fazia isso, essa tarefa de limpar cada gota de sêmen contra sua pele. Seria aquilo o quê, outro fetiche? Já achava o de Zelo estranho, o de Bang então. Apesar de que nenhum dos dois seria um problema em momento algum, com certeza.

Logo Yongguk já não estava mais lambendo-o por inteiro e ele sentiu a cama se movendo novamente.

— Quer ir primeiro? — Bang disse e Daehyun escutou a voz de Jongup respondendo-o.

— Pode ser. Himchan?

Dae não tinha ideia do que estava acontecendo, mas sabia que vindo de Jongup não seria nada muito normal. Sentiu Himchan cutucando-o e mandando que ele se movesse, até que no fim das contas, lá estava Daehyun novamente de quatro no colchão, o rosto contra a camisa ainda abotoada de Himchan, os braços apoiados em suas pernas cobertas pela calça e a cintura presa entre as mãos de Jongup, cujo corpo curvou-se contra o de Daehyun e mordiscou suas costas. Não demorou muito até que ele sentisse uma das mãos de Jongup afastando suas nádegas e logo seu corpo era preenchido novamente, fazendo com que ele abafasse seus gemidos nas roupas de Himchan. Jongup não demorou a iniciar movimentos fortes e não muito lentos, fazendo os dedos dos pés de Daehyun se contorcerem.

— Não acha que o Himchan também precisa de um alívio, Daehyunnie? — escutou a voz de Jongup e tentou se concentrar nela, apesar de que as estocadas contra seu corpo realmente exigiam muito mais a sua atenção e seus sentidos. — Por que você não desabotoa essa calça?

Daehyun apalpou cegamente o corpo de Himchan, logo encontrando o botão e abrindo-o rápido, descendo o zíper da calça. Tentava manter-se apoiado no corpo de Himchan, mas a força dos movimentos de Jongup contra seu corpo o deixavam desconcertado. No fim das contas, Himchan teve que ajudá-lo a afastar suas roupas pelo menos um pouco enquanto Daehyun sentia-se um estúpido por nem mesmo conseguir se manter apoiado. Não demorou muito para que o membro do outro estivesse em sua boca enquanto ele se dividia entre tentar gemer o nome de Jongup e dar prazer para Himchan.

Ao tentar recobrar seu próprio domínio sobre seu corpo, deu uma lambida na glande, quase sentindo dó de Himchan por tê-lo segurado sem nenhum contato por tanto tempo; seu corpo quase tremia sob as mãos de Daehyun e aquilo o fazia sentir-se dominante, apesar de que não era exatamente o caso. Tentava se concentrar em chupá-lo mesmo que a força de Jongup apertando sua cintura fosse o suficiente para deixá-lo com a cabeça totalmente avoada. E então, subitamente uma das mãos que apertava sua cintura subiu por sua coluna, apertando com força os fios de seus cabelos, mas sem puxar sua cabeça. Daehyun engasgou-se, sem diminuir o ritmo que tentava criar ao estimular Himchan; os dedos dele que acariciavam sua nuca ainda estavam ali, mesmo que a mão de Jongup agora marcasse tanta presença.

— Está gostando de fazer isso, Daehyun? — Jongup perguntou, quase sem fôlego, apertando com força os fios e puxando-os para afastar sua boca do membro de Himchan, sem parar os movimentos nem um segundo sequer. — Hein?

Daehyun lambeu os lábios, sentindo-os um pouco inchados enquanto tentava impedir que sua saliva escorresse pelo canto da boca. Tentou puxar a cabeça de volta, no entanto o aperto era firme. Os dedos de Himchan limparam o canto de sua boca enquanto ele demorava para perceber que Jongup esperava uma resposta.

— S-sim. — era a única coisa que podia responder, e pareceu dar certo, principalmente porque Jongup deu uma risada e afrouxou o aperto, fazendo alguma coisa incrível com os quadris que fez Daehyun afundar o rosto na barriga de Himchan, abafando um gemido.

— Então continua. E com vontade. — ele disse em tom de quem reprimia, porém Daehyun não se ateve muito a isso; apenas segurou o pênis de Himchan com firmeza e voltou a fazer o que fazia antes, as mãos de Jongup em sua cintura novamente. Ele percorreu toda a ereção com a língua, tentando seriamente se concentrar apesar de ser tão difícil. Demorou-se um pouco mais na glande, sabendo que era tão sensível e sentiu Himchan quase se derretendo abaixo de si enquanto soltava um som de prazer.

Mas Jongup não pareceu muito satisfeito.

Ele parou os movimentos, ainda dentro de Daehyun, e novamente se inclinou sobre seu corpo, segurando seus cabelos com força. Dae quase estremeceu de prazer estando entre os corpos dos dois, mas principalmente devido ao aperto que repuxou a raiz de seus cabelos e o fez ofegar. Sentiu o peito de Jongup contra suas costas e sua voz quase ao pé de seu ouvido.

— Eu disse: com vontade. — ele enfatizou as palavras, falando quase pausadamente, e Daehyun apenas ofegou mais uma vez. — Ou você não sabe tanto quanto acha que sabe?

Dae nem mesmo conseguiu se mover, quanto mais responder, e acreditou que Jongup entendera aquilo como um sim; logo voltando a sua posição ajoelhado atrás de Daehyun, mas ainda segurando firmemente seus cabelos. Sentiu-se sendo guiado e não tardou a entender a mensagem, colocando em sua boca tudo o que podia, mas sentindo que a mão de Jongup o forçava para ir ainda mais do que conseguia. Engasgou-se quando sentiu-o quase em sua garganta e escutou um gemido de Himchan quando Jongup forçou-o ao máximo, fazendo seu oxigênio se perder por alguns segundos antes que seus cabelos fossem soltos e ele pudesse se afastar e respirar. Afastou-se engasgado, tossindo um pouco, ainda sentindo como se Himchan estivesse por inteiro em sua garganta, e sentiu os dedos suaves dele contra sua bochecha. Escutou a risada de Jongup antes de senti-lo retomando os movimentos. Quase gritou naquele momento. Sentia o orgasmo de Himchan próximo, ele já parecia um pouco cansado demais, e o de Jongup não parecia tão longe. Mas ainda havia Yongguk.

No segundo em que Jongup acertou sua próstata e Daehyun apertou Himchan um pouco mais em sua mão, ainda sem ter certeza de que conseguiria fazer aquilo novamente, achou que iria se acabar ali mesmo, porém logo Jongup retirou-se de dentro dele e deixou que se deitasse totalmente sobre o corpo de Himchan; tão cansado, porém tão empolgado ainda assim. Sentiu-se frustrado por Jongup ter parado o que fazia; ele era incrível com os quadris, mas Himchan estava ali ao alcance de suas mãos… e de sua boca. Ainda tentou retomar o que fazia em Himchan, colocando-o ao máximo que podia em sua boca; ele estava prestes a atingir seu ápice, sabia disso, apenas mais um pouco. Mas apesar do prazer, Himchan puxou seus cabelos com uma suavidade, diferente de Jongup, fazendo-o se afastar de si.

— Ele já está muito cansado, Guk. — escutou Jongup falando enquanto dava risada. — Faz ele terminar mais uma vez, ou ele não vai aguentar você.

Daehyun franziu a testa. Aguentava, aguentava sim. Estava cansado, mas e Jongup? Sentia os dedos de Himchan acariciando seus cabelos enquanto seu rosto estava novamente afundado em suas roupas, e conseguiu balbuciar, achando sua voz estranha quando a escutou.

— E você? — foi o que saiu, mas o outro pareceu entender.

Escutou outra risada de Jongup, uma bem súbita e baixa, e logo ele estava totalmente curvado contra seu corpo e com a boca tocando seu lóbulo da orelha. Daehyun estremeceu com o tom de voz.

— Vou acabar com o Himchan. E fica tranquilo porque deixar o Guk pro final pode ser o melhor pra sua primeira vez. — e dizendo isso afastou-se. Daehyun sentiu-se puxado com delicadeza e logo Himchan não estava mais abaixo de si. Levou a mão até a venda, mas sentiu Yongguk impedindo-o e logo seu corpo estava todo deitado contra os lençóis da cama. Aquilo o relaxou de uma forma incrível, principalmente ao sentir o corpo de Yongguk sobre o seu, os lábios dele suavemente em sua bochecha, em seu queixo, e logo em sua boca. Sentiu que Bang lambeu seus lábios, ainda sentindo o gosto de Himchan em sua boca, antes de finalmente beijá-lo.

Esticou os braços, envolvendo o pescoço de Yongguk em um abraço firme enquanto o beijava, e gemeu contra seus lábios quando ele o penetrou sem pressa. Sentiu uma mordida contra sua boca, um chupão em sua língua e os quadris de Bang que se moviam tão perfeitamente contra os seus o fazia quase chorar. A pele dele exalava calor e uma calmaria que Daehyun não pensou que sentiria em meio ao sexo com todos eles. Mas assim como no dia a dia, cada um deles era diferente, era único. Daehyun estava maravilhado. Agora, nem mesmo com um entorpecedor de sentidos ele seria capaz de não saber quem eles eram novamente.

Sentiu algum prazer súbito vindo de outra pessoa. Himchan e Jongup, talvez, Junhong e Youngjae estavam quietos e apesar de ainda excitados, estavam cansados demais. Tinha a sensação de que apenas observavam agora. Eles pareciam muito mais cansados do que os outros, mas ainda assim também pareciam interessados no que acontecia e Daehyun quase deu risada contra a boca de Yongguk; mas logo ela estava em seu pescoço, mordendo-o com força e aumentando o ritmo. Jongup e Himchan faziam algo, algo muito bom, mas não conseguia se concentrar. O prazer que percorria o corpo dos dois corria por suas veias como se eles estivessem bem ali, dentro dele. Um espasmo atingiu Himchan quando ele finalmente chegou ao orgasmo e Daehyun sentiu cada tremor; sentiu o aperto das mãos de Jongup no corpo dele, sentiu a força com que ele o penetrava enquanto ele estava praticamente hipersensível e aquilo fez Daehyun contorcer os dedos dos pés. Fincou suas unhas nos ombros de Yongguk, sem conseguir entender se o que acontecia em seu corpo provinha de Himchan, Jongup, Yongguk ou dele mesmo. Apertou os dedos o máximo que pôde, sentindo as unhas rasgarem sua pele e tinha certeza de que dali sairia sangue.

E naquele momento sentiu-se mais do que exposto fisicamente. Mesmo que a venda impedisse que ele visse o que acontecia no quarto, sabia que todos sentiam o que ele sentia.

Bang voltou a beijar sua boca, apenas tocando os lábios, logo após lamber uma gota de suor que escorria de sua testa para sua bochecha. Sentia o hálito fresco dele contra sua pele e desceu uma das mãos, arranhando as costas de Yongguk e curvando sua própria coluna quando achou que estava prestes a atingir seu clímax. Não dava mais, não aguentava mais. E não era só ele. Yongguk também. Jongup também, até mesmo Himchan que já estava mais do que hipersensível. Apertou os dentes com força bem antes de ser beijado profundamente e ter seu gemido completamente abafado pela boca de Yongguk; mais um orgasmo, e seu corpo desistiu. Sentiu-se frágil, até mesmo pequeno contra o colchão. Sentiu o corpo de Bang contra o seu, sua pele quase fervia. Ele estava muito quente. Sentia o gosto do suor em sua boca quando conseguiu mirar no pescoço de Guk, mordendo-o, sentindo-o se retrair com a força da mordida. Um gosto leve de sangue invadiu a sua boca quando ele rompeu um pequeno pedaço da pele, e lambeu tudo da melhor forma que pôde.

Seu próprio corpo já não aguentava mais. Três orgasmos eram mais do que o suficiente para entorpecê-lo e fazê-lo esquecer-se de quem era. Três, se não contasse os dos outros; aí sim seriam muitos mais. Sentiu o de Jongup logo, atingindo seu corpo se se fosse ele mesmo que acabasse de gozar, e amoleceu completamente sobre a cama. Deixou que Bang o beijasse em todos os lugares que alcançava. Na testa, na bochecha, na boca, no pescoço, na orelha, no queixo; tanto fazia, naquele momento o que importava era que Bang conseguisse chegar ao orgasmo e apenas aquilo. E Yongguk não se demorou muito, atingindo seu ápice logo depois, fazendo-o sentir-se ainda mais sobrecarregado. Tentava normalizar sua própria respiração, o prazer de Bang apenas fazendo-o apertar os olhos por debaixo da venda até que finalmente — finalmente — conseguiu relaxar completamente.

Sentiu sua própria respiração se normalizando. Sentiu seus batimentos ainda muito acelerados, como se seu coração batesse com o de todos eles. Yongguk deitou-se sobre seu peito, enfiando o nariz em seu pescoço, e Daehyun enroscou seus dedos nos cachos dele, acarinhando-o. Himchan estava bem ao seu lado, não precisava nem esticar a mão para saber disso, e Junhong e Youngjae observavam a tudo quase dormindo. Não soube dizer se piscou por tempo demais, mas teve a sensação de que uma parte do tempo se passou um pouco rápida, e logo Yongguk já estava ao seu lado, sentado e retirando, finalmente, a venda de seus olhos. Como era de praxe, sentiu seus dedos contra seu abdome, recolhendo as pequenas gotas de sêmen que o sujaram e levando-os à boca. Nunca entenderia o que tinha de tão bom naquilo, mas Yongguk parecia gostar muito e o que poderia fazer?

Daehyun piscou repetidas vezes, tentando acostumar os olhos à luz dos abajures ligados; era engraçado, mas supusera que a nova cor, prateada, que eles tinham o deixava muito mais sensível à luz. Mas logo reparou nos lençóis bagunçados, em algumas roupas jogadas ao pé da cama, nas velas e na taça no móvel ao lado. Quando abriu a boca para fazer um comentário, sentiu alguém praticamente pulando em cima de si, forçando-o contra o colchão e aconchegando-se contra seu peito, fazendo-o o cheirar um perfume forte e marcante — agora que seus sentidos pareciam ter voltado, reconheceria aquele perfume sempre. Era Junhong.

— E o que achou? — foi Youngjae que perguntou. Daehyun procurou-o com o olhar. Estava ao pé da cama, vestindo um robe felpudo.

Mas Daehyun estava tão cansado, exausto, que a única coisa que fez foi suspirar e fechar os olhos, arrancando risadas de todos os outros. “Incrível”, ele queria falar, mas não conseguia. No entanto, sabia que todos compreendiam o que ele queria dizer apenas com suas sensações. Não eram necessárias palavras.

— Ele está cansado demais. — Yongguk murmurou ao seu lado, levantando-se da cama completamente nu. — Vamos descansar também. Acho justo.

— Traz o cobertor fofo. — Jongup pediu em um tom inocente. Ele estava bem ao lado de Himchan, sentado na cama e com a pele bronzeada cintilando com o suor. — O grande de pelinhos. — É. Certamente ninguém suspeitaria que aquele garoto inocente há pouco quase engasgara Daehyun com o pênis de outro homem.

— Não, não. — Himchan resmungou. — Estou suando.

Daehyun deu risada sozinho, abraçando Junhong que já tinha a respiração pesada contra seu peito. Provavelmente a Preguiça estava atacando-o com força agora. Não o culpava. Até mesmo ele que não tinha nada a ver com os sete pecados sentia-se deveras exausto e com sono.

— Então você dorme na ponta. — Jongup resmungou, irritadiço. — Todo mundo se embrulha e você fica ali no canto, sozinho e com frio.

Himchan pareceu ter ficado levemente ofendido.

— Ei, parem de discutir por causa de um cobertor. — Youngjae resmungou, erguendo-se da cama. — Eu vou tomar um banho antes de dormir, não gosto dessa sensação de suor preso no corpo.

— Ótima ideia. Acho que vou também. — Himchan exclamou e levantou-se, seguindo Youngjae e fazendo Jongup revirar os olhos e mudar completamente de comportamento quando Yongguk aproximou-se com o tal cobertor grande e de pelinhos. Jongup esticou o cobertor. Era realmente muito grande e pesado, bem quentinho e confortável, e Jongup cobriu o corpo de Daehyun e de Junhong, antes de se enfiar debaixo dele também e aproximar-se o máximo que podia de Daehyun. Yongguk tratou de fechar as cortinas que rodeavam a cama antes de desligar os abajures e deitar do outro lado de Daehyun, passando a mão por cima do corpo de Junhong que sozinho já era como um cobertor pessoal.

Apesar das reclamações, logo que Himchan e Youngjae retornaram do banho, enfiaram-se debaixo das cobertas também. Mesmo parecendo ter ficado um pouco bravo com Jongup, logo Himchan estava pendurado nele, deixando um Youngjae que ria sozinho enfiar-se ao lado de Yongguk e apertar os braços em volta dele. E Daehyun, que estava tão esgotado e quase inconsciente, deixou algo escapar da melhor forma que podia. Foi um resmungo por entre os cabelos de Junhong e talvez baixo demais, mas soube que todos escutaram.

— Ei. Eu amo vocês.

É. Eles sabiam. E eles o amavam de volta.


Notas Finais


MEU DEUS COMO EU ODEIO ESCREVER LEMON FHDSUIJSFJS~ Eu demoro eras e nunca acho que está de todo bom, gostei só da primeira parte e olhe lá, mas como eu tava devendo uma pra todos que acompanham, aqui está! <3

Aliás, acabei de postar uma fic nova (AQUELA DO JONGUP DETETIVE QUE EU TAVA MEGA ANSIOSA PRA POSTAR!), e aqui está o link!
> https://spiritfanfics.com/historia/estudo-em-vermelho-8417639

Por favor deem amor à minha nova long <3 Auréola de Cinzas terá seus bônus postados ocasionalmente, mas é um adeus por enquanto. Muito obrigada por tudo <3


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