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História Aurora e Severus Snape - O Campo


Escrita por: Claireloreraphael

Notas do Autor


Oi pessoal ♥️
Música do capítulo (está na playlist) : Human
Boa leitura ♥️😘

Capítulo 4 - O Campo


Fanfic / Fanfiction Aurora e Severus Snape - O Campo

Acordara no sofá.

Meu corpo estava ainda dolorido, mas nada comparado ao que eu senti no dia anterior. 

Voldemort não me matara, pois precisava de mim e isso era ainda pior. 

De qualquer forma, estava grato por estar vivo, assim poderia continuar minha promessa a Lily e cuidar de seu filho, também poderia proteger Andrews.

Aurora... Seria tudo aquilo uma ilusão por causa da dor? 

Seria minha mente desesperada em busca de afeto? 

Nas torturas anteriores, eu dava um jeito de chegar ao meus aposentos e tomar algumas poções, muitas vezes chegando a dormir no chão.

Mas eu não estava no chão... Eu estava no sofá, coberto por um cobertor que eu mesmo havia dobrado e colocado perto da lareira, meus ferimentos estavam com curativos novamente e eu ainda podia sentir o calor de seu beijo em minha testa.

Não era uma ilusão... Não podia ser!

Me levantei vagarosamente, entre gemidos de dor. 

Era cedo, muito cedo. O céu estava cinzento, o sol, quase inexistente depois da volta de Voldemort, se demorava a aparecer. 

Caminhei até meu quarto e a vi.

Um sorriso imenso se formou em meu rosto, mas antes de sentir meu rosto completamente em uma figura sorridente, os sentimentos de culpa e vergonha apareceram. Vergonha por ela ter me visto naquele estado tão deplorável, culpa por fazê-la se arriscar tanto estando ali. 

Meu rosto estava sério novamente. 

Era estranho vê-la em minha cama. Seus cabelos ruivos espalhados por meu travesseiro.

Como pude algum dia compará-la a Lily? Nem seu cabelo cor de fogo me fazia lembrar dela. Aurora Andrews era uma pessoa diferente, ela era um raio de luz no meio da total escuridão. 

Me assustava o fato de me sentir completamente nu e vulnerável em sua presença, ela conseguia me ver como ninguém jamais pensaria em tentar me ver. 

De onde estava, a observei dormir. 

Um barulho me tirou do transe. Me virei para a sala de estar, apressei a fechar a porta do quarto atrás de mim. 

Senti como se não tivesse mais ar, como se as paredes estivessem se movendo, prestes a me esmagar. 

Voldemort estava lá! 

 

—.—

 

Acordei com os primeiros raios de sol. 

Olhei em volta e lembrei onde estava. O quarto agora claro e mais frio ainda.

Antes que eu movesse um músculo sequer, a voz de Voldemort ecoou na sala de estar, ao lado do quarto onde eu estava. 

Voldemort estava lá! 

Continuei paralisada, não distinguia as palavras, apenas ouvia vozes. Com medo que até minha respiração denunciasse minha presença e trouxesse problemas para mim e Snape, fiquei onde estava. 

Voldemort não o matara, o que significava que  precisava dele. Meu professor teria novamente que interpretar aquele maldito papel.

Depois de um tempo, perdida em medos e pensamentos horripilantes, a porta do quarto se abriu bruscamente.

Dei um pulo, pronta para o pior que poderia acontecer comigo e com Severus.

-Você está bem?- Era Snape, extremamente preocupado.-Ele já foi.

-Merlin! -Soltei o ar dos pulmões- Eu fiquei com tanto medo! Senti algumas lágrimas escorrerem.

Snape se aproximou, sentou na cama e me deu um abraço. Retribui com força, agora tremendo por causa da adrenalina. 

Senti mais tranquila em seu abraço, senti o calor de seu peito contra mim, senti seu carinho. 

Ele gemeu de dor, por causa da força do abraço apertado e eu o soltei.

-Desculpa, desculpa, desculpa....- Falei enquanto analisava seu pescoço e peito e os curativos, a procura de sangue ou de algo preocupante. Respirei aliviada ao perceber que seus curativos continuavam intactos. 

Meus olhos percorreram por algumas grandes e antigas cicatrizes. 

Quantas torturas ele teria enfrentado? E sozinho...

-Não é muito educado ficar encarando, senhorita Andrews.

Olhei para ele, seu olhar suave me fitava.

-Sinto muito...

-Por que sente tanto?

-Você não merece isso.

-Eu mereço sim... 

Balancei a cabeça o fitando tristemente.

-Obrigado por tudo o que fez por mim. Obrigado por me ajudar ontem, obrigado por salvar minha vida. Obrigado por não desistir de mim, mesmo quando eu sou um arrogante e idiota. 

-Você não é arrogante e nem idiota...

Me beijou a testa, retribuindo meu carinho de ontem a noite. 

-Precisamos começar a treinar sua Oclumência. Darei um jeito de te colocar em detenção hoje. 

-Você vai ter autonomia para colocar algum aluno em detenção? 

-Voldemort vai sair daqui, vai tomar posse definitiva do Ministério. Ele me deixou novamente como diretor. 

-Isso é bom, não é?!

-Sim, mas as coisas vão ser muito, mas muito mais complicadas. 

-O que você quer dizer?

-Eles vão obrigar os professores a dar aulas apenas referentes a magia negra. Vão começar a forçar vocês a treinarem até mesmo sem varinhas, vocês não vão ter acesso a todos os livros e muito menos a biblioteca. 

-Salazar... 

-Você não pode mais se arriscar todas as noites para fazer as suas poções, eu vou dar um jeito de fazer aqui mesmo e trocar os frascos na enfermaria. 

-Não! É muito perigoso!

-Eu preciso que você se concentre na Oclumência e a sobreviver às tarefas. Eu cuido dos alunos, essa é a minha obrigação.

-Promete que não vai ser um cabeça dura e vai pedir minha ajuda sempre que precisar?

-Como é que é, garota?- Falou com a sobrancelha levantada. 

Coloquei as duas mãos em seu rosto. Seu semblante suavizou e ele me olhou com seus olhos sérios.

-Entenda de uma vez por todas que você não está mais sozinho! 

Ele fechou os olhos e inclinou a cabeça para o lado, encaixando o rosto em uma das minhas mãos, enquanto sentia meu dedão acariciar suas bochechas.

-Você precisa ir- Ele disse com a voz arrastada e com os olhos ainda fechados.

-Eu sei...

-Vou te ajudar a chegar no seu dormitório, como diretor, eu consigo aparatar.- Abriu os olhos e me deu um de seus raros sorrisos.

Tirei lentamente minhas mãos de seu rosto e sorri de volta.

-Eu estava contando com isso!

 

......

 

No Salão Comunal, todos comiam o café da manhã em silêncio. Apenas ouvíamos o barulho dos talheres, todos famintos por ser a primeira refeição após a guerra.

De mesa da Sonserina, vi Ronny comendo ridiculamente rápido, seguido de uma Hermione preocupada. Ginna me lançava olhares perturbadores, como se implorasse por ajuda. Balancei minha cabeça e voltei minha concentração a comida. 

Comensais circulavam pelas mesas. 

A porta se abriu para dar passagem a Snape que entrou interpretando novamente bravamente seu papel. 

Seu olhar inexpressivo percorreu por todos os alunos, se demorou em mim e depois desviou para a mesa seguinte. 

Um burburinho entre os alunos se formou, até Minerva levantar da mesa dos professores.

-Silêncio!

Uma tensão enorme se formou. 

Ela não pedia para ficarmos quietos por obediência, ela pedia silêncio para a nossa própria proteção. Seu olhar triste voltou ao próprio prato enquanto ela sentava, antes de continuar nos analizando. Os professores ao seu lado a olhavam tristemente.

Todos com aparências cansadas pela falta de sono.

Minerva mais do que todos, ansiava pelo nosso silêncio, não desviava os olhos de nenhum aluno, a procura de algo de errado, de algum ferido. No silêncio era a forma mais fácil de nos analizar. Todos à espera de algum grito de dor, de algum surto repentino, de algum caos. 

Essa era a nossa nova realidade e o silêncio, o nosso maior aliado. 

 

Após o café da manhã, fomos obrigados a marchar até o campo de Quadribol, nada prontos ou preparados com o que veríamos a seguir. 

 

O campo estava diferente, além de ampliado, havia sido dividido. Uma linha preta no chão determinava a área de cada tarefa. O céu marrom com a Marca Negra completava o ambiente assustador.

O campo fora contornado por uma trilha de corrida, com piso vermelho escuro, linhas brancas no chão como divisórias, ponto de partida e de chegada.  No centro havia um grande ringue de luta, um perfeito octógono, de piso preto e sem faixas laterais, qualquer um poderia cair para fora do octógono no meio de uma luta e eu tinha a certeza que essa era a intenção. Ao lado, algumas bancadas com uma quantidade numérica de facas afiadas e mais a frente, vários alvos. 

Em uma das extremidades havia um labirinto, mas com seus muros baixos que tinham a altura de  nossos joelhos, dando nitidamente para ver por onde era a saída. Subitamente, esses muros se formaram em muros de fogo, justificando qual seria o exato desafio para aquela parte, qualquer um que tentasse passar, teria seu corpo queimado facilmente, o formato de labirinto, era apenas uma arquitetura. No final daquele labirinto de fogo, havia um grande píer de madeira acizentada e velha que dava passagem direta para o Lago Negro.

 

Nos levaram para o ponto de partida da trilha de corrida enquanto forçavam os professores e funcionários da escola a sentarem nas arquibancadas.

Eles os fariam olhar nossa tortura. 

Comensais se sentavam nas arquibancadas com binóculos, como se aquele fosse um circo e nós éramos justamente os palhaços.

 

Bellatrix se aproximou do púlpito. 

Silêncio. 

Senti Hermione pegar na minha mão. A olhei e percebi que além de mim, ela e todos os alunos pareciam nervosos.

Corri meu olhar pela arquibancada procurando por ele, procurando por uma esperança. 

“Estou a sua direita” sua voz ecoou na minha cabeça.

Olhei para o lado direcionado e lá estava Snape, sério, nervoso e surpreso, pelo visto era a primeira vez que ele via o novo design do Campo.

Bellatrix pigarreou, chamando a atenção de todos para ela. Sua voz esganiçada ecoou por todos os lados. Se aquele era um circo e nós éramos os palhaços, ela com certeza era a apresentadora. 

-Este é apenas o treinamento de vocês. Após um mês, vocês farão a prova final. Até lá, pontos serão creditados pessoalmente, sem divisão de casas. Quem estiver abaixo da média, não será capaz de fazer a prova final e será executado.-Os Comensais ovacionavam-  Uma salva de palmas para a pessoa que nos ajudará na contagem de pontos, por favor se levante, Dolores Umbridge!

-Filha de uma puta!- Ronny murmurou atrás de mim. Nem Hermione foi capaz de corrigi-lo.

-Nós vamos conseguir, não vamos?- Perguntou Luna com aquela voz fina, parecendo que ela estava falando da taça de Quadribol e não de nossas vidas. 

-Eu não teria tanta certeza!-Era Fred.

-Eu não teria certeza alguma - Foi a vez de George.

-Calados- Sussurrei- Vamos conseguir!

Fred e George se aproximaram das minhas costas.

-Não vai ser fácil!

-Se nós morrermos, você pode entrar para nossa família, no nosso lugar, ruiva você já é!

-Cala boca, Fred! Não vê a gravidade da situação? -Esbravejou Hermione.

-Estão prontos?- Bellatrix berrou-Claro que não!-Sua risada começou tão rápido quanto terminou- Que o circo comesse! 


Notas Finais




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