— Yuga? — engoli em seco quando ouvi a voz grossa de Jackson fluir naquele quarto, tirei minha mão da maçaneta da porta e voltei a olhar para ele. Os olhos castanhos escuros dele quando fitaram os meus começaram a ficar marejarados. — Me desculpa, eu... — Jack fez uma pausa para suspirar fundo, ele tentou dizer algo, mas escutamos batidas na porta e logo Joy chamar por mim no lado de fora daquele cômodo. — Pode abrir...
— Não. Termine o que queria me di...
— Não Yuga, deixe. Abre a porta para Joy. — disse ele ao sentar-se na cama. Assenti em um aceno de cabeça e fiz o que ele me pediu, abri e logo vi Joy entrar no quarto, ela correu até Jack e sentou-se ao lado dele.
— Fù qīn, amanhã pode me levar pra escola? — minha garotinha ansiava por uma resposta. Vi os olhos de Jackson brilharem, ele sorriu e sacudiu a cabeça afirmativamente — Mù qīn? — desviei meu olhar para Joy. — Ele vai me levar!
— Que legal, filha! — exclamei com um tom de voz mais empolgada ao ouvir o de minha filha. Aproximei de ambos e sentei ao lado de Joy, passei a afagar o cabelo liso e negro dela.
— Fù qīn? — Joy o chamou novamente.
— Diga, minha princesa. — Jack respondeu, começando a fazer cócegas nela o que a fez deitar na cama e se remexer muito enquanto gargalhava. Não pude deixar de sorrir, ambos estavam novamente se lidando como pai e filha. Posso dizer que Jack nem parecia ser um homem ausente quando estava a brincar com nossa filha.
— Pode me levar na muralha? — perguntou Joy ainda aos risos, Jackson foi parando com as cócegas e deitou-se de lado e passou a fitar a filha nos olhos enquanto tirava alguns fios de cabelo do rosto dela.
— Querer tanto conhecer lá? — agora foi a vez dele em perguntar, ela balançou a cabeça. — Por que querer ir tanto lá?
— Mù qīn, disse que quando eu não era nascida, você e ela iam muito lá. — Jack me olhou e sorriu como se estivesse lembrando dos momentos que agiamos como um casal apaixonados. Desviei o olhar e levantei-me da cama.
— Eu vou descer e...
— Mù qīn, fica. O tio Hope já foi. — Joy olhou-me com os olhinhos quase iguais do gato do Shrek, o que me fez sorrir e sentar-me novamente naquela cama e agir como se ainda fossemos uma família feliz.
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