O corredor estava escuro, só conseguia ver a luz em cima de uma porta bem aos fundos, de repente ouviu vozes distorcidas que vinham de lá e correu abruptamente em direção a aquela porta, quanto mais corria, mais distante parecia de chegar ao destino, até que quando já estava muito cansada, quase sem conseguir mais andar, jogou-se no chão e deixou que o cansaço a levasse. Quando abriu os olhos, a porta estava diante dela, a luz em cima começou a falhar e a dar estalos. Yeri entrou e deparou-se em uma sala escura e fria, não conseguia enxergar o caminho e nem guiar os seus pés, os ventos a levaram para uma entrada, começou a ouvir ruídos de serpentes e ratos, não conseguia se mexer, o frio a envolvia em seus braços, começou a tremer, o medo estava ao lado dela. Viu duas portas, em uma delas estava escrito "Truth" que significa "Verdade" em inglês e a outra estava escrito "Lie" que significa "Mentira". Resolveu ir pela porta onde estava escrito "Mentira".
Quando abriu a porta entrou em um quarto escuro, estava cheio de bonecos ao seu redor, até ouvia sons de caixinhas de música tocarem, havia um berço azul e coisas de criança, de repente o quarto começou a tremer, como se Yeri estivesse em meio a um terremoto, caiu no chão. A música começou a tocar ao contrário de um modo assustador, quando virou-se para trás viu Seulgi envolvendo suas mãos no pescoço de uma pessoa, sentia a alma dela indo embora enquanto dava seu último suspiro, quando a pessoa caiu no chão, Seulgi fitou profundamente os olhos de Yeri para fazê-la ter certeza de que ela a via.
— Yuri? — chamou Yeri.
Até que olhou para o corpo caído no chão.
— Não, não é você!
[...]
Acordou exausta e aflita. Na hora do café da manhã contou um pouco do seu sonho para Irene.
— Foi só um sonho Yeri, você está um pouco assustada, só isso.
— Acredite em mim Irene, por favor. — disse Yeri de uma forma doce. — Alguém está próximo da morte, eu pude ver no sonho.
— Acho melhor você tirar isso da sua cabeça Yeri, hoje é o nosso último dia no acampamento, precisamos esfriar a cabeça, vamos para o lago, o que acha? Quem sabe assim você esfria um pouco essa sua cabeça.
Yeri deu um risinho.
— Você tem razão, talvez tenha sido mesmo só um sonho.
[...]
Jinny estava sentada em um banco nos corredores da YG, a empresa era uma das maiores da Coréia do Sul, muito bem estruturada e um sonho para muitos trainees. Seoyeon aproximou-se dela.
— Posso sentar aqui com você? — perguntou educadamente.
— É claro! — respondeu Jinny.
— Os treinos estão difíceis não é?
— É verdade! — concordou Jinny.
— Está muito tensa a situação na empresa, nenhuma trainee está certa sobre a estréia no BLACKPINK.
— Mas é claro que você vai entrar, e as outras quatro também! Eu só tenho dúvidas quanto a mim.
— As quatro favoritas do YG que são de certeza, mas eu já não sei, só espero que sejam mais de quatro integrantes, assim poderemos estrear juntas.
— É... Quem sabe?
As duas conversaram por bastante tempo, compartilhando o mesmo sentimento, de um dia poder fazer parte do BLACKPINK, tido pela empresa como o "Futuro 2NE1".
[...]
O dia amanheceu no acampamento completamente nublado e frio, era o dia de voltar para Seul, todas recolheram suas coisas e desarmaram as suas barracas apressadamente, pois era possível ver que uma tempestade estava se aproximando, entraram no carro e foram embora para mais um longo caminho até a SM.
Quando chegaram, aproximadamente meio-dia a SM dispensou as estagiárias para que descansassem em casa, pois o dia seria muito chuvoso e elas provavelmente estavam muito cansadas da semana no acampamento.
[...]
Seulgi acordou com uma voz familiar falando em seu ouvido.
— Felix?
Ele parecia falar algo, mas ela não conseguia ouvir até o momento.
— Está louca? Quer prejudicar a todos nós? — perguntou Felix.
— Onde estou? Foi você que me acertou na cabeça?
— Na sala de práticas, o que? Você não está dizendo coisa com coisa, acho melhor ir para casa, descansar por bastante tempo, não precisa voltar tão cedo. — disse Felix e foi empurrando Seulgi para fora.
— Mas espera, onde me encontrou?
— Deitada, na sala de práticas de um dos corredores, estirada no chão dormindo, totalmente rendida ao cansaço.
— Mas...
— Sem mas, vá para casa e descanse, até logo! — Felix bateu a porta na cara dela e Seulgi foi embora decepcionada e confusa.
[...]
Irene chegou em casa com algumas chamadas perdidas no celular, foi verificar o número e viu que se tratava de uma chamada internacional.
— Espera... Esse é o celular da minha mãe! — Discou de volta e aguardou ser atendida.
— Alô?
— Oi?
— Alô... Mãe, é a senhora?
— Você é a Irene?
— Sou eu sim.
— Aqui é do hospital. — falava uma voz de mulher. — Eu sou enfermeira, sua mãe passou muito mal essa madrugada e trouxemos ela as pressas para cá e...
— E...? — disse Irene nervosa.
— Fizemos alguns exames e... Eu sinto muito... Sua mãe está com uma doença muito grave, terá que ficar internada alguns dias em casa, vamos atender ela durante a semana para tratar da saúde dela.
— Mas minha mãe não pode ficar assim, sozinha em casa...
— Pois é! Você não poderia ficar com ela em casa?
— É que... Eu estou em outro país agora...
— Então quem ficará com ela em casa? Moça... Alô...
Irene desligou o telefone e lágrimas escorreram do seu rosto. Subiu para o seu quarto e jogou-se na cama, começou a olhar fotos no seu criado-mudo, fotos com a sua mãe segurando ela quando ainda era uma criança de colo, fotos da sua mãe levando ela para a escola...
Enxugou suas lágrimas, pegou o telefone e discou para um número.
— Alô?
— Boa noite!
— Aqui é a estagiária Irene... Eu quero pedir licença para deixar a empresa.
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