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História Avatar - a Lenda de Mira - Memórias


Escrita por: sahsouto

Capítulo 27 - Memórias


Meelo

No meio de toda aquela multidão ela olhou diretamente para mim. Um turbilhão de perguntas foram lançadas e ela começou a ficar perdida. Entrei no meio de todas aquelas pessoas e a puxei pelo braço.

—Precisamos ir. – Eu disse já sem fôlego.

— Acho que eu não deveria ter falado isso, não é?

—Não. Você falou exatamente o que precisava.

Vimos Suni a frente ela parecia muito confusa. Passamos por ela e a peguei pelo braço também.

— Eu vi tudo! Mira! Você é incrível!

Mira parecia um pouco acanhada.

— Sou mesmo?

Elas estavam diminuindo a velocidade e ficou cada vez mais difícil levar aquelas duas para algum lugar.

— Suni, Mira. Não vamos parar agora. As pessoas não vão te deixar em paz.

— E a competição? – Suni perguntou.

— Você está pensando na competição agora? Você acha que terá alguma coisa depois de tudo o que aconteceu?

— Ah, mas...

— Suni, vamos! Meelo sabe o que faz.

Eu sabia? A única coisa que eu sabia era que eu precisava levá-la para a minha casa. Meu pai saberia o que fazer. Mas como fazer isso? Alguns curiosos estão vindo atrás da gente, logo o governo ira averiguar tudo o que aconteceu, e nós não iremos mais ter paz.

Repórteres nos cercaram de todos os lados.

—Você é mesmo a Avatar? –uma moça de cabelos vermelhos perguntou se pondo a nossa frente.

Mira se desvinculou de mim e colocou a mão atrás da cabeça.

— Bem, eu sou.

—Mas como você pode afirmar isso? – Um homem alto falou se aproximando.

Mira franziu o cenho.

—Apesar de não ter gostado do seu tom. Eu posso responder, eu posso dobrar mais de um elemento e fora que eu me conectei com a minha vida passada.

— Você pode demonstrar para nós? – alguns disseram.

— Mira, não faça isso, não se exponha mais.

Uma rajada de ar no separou de todos. Uma sombra tampou o sol, e eu enxerguei minha tia Jinora. Ela estava com o Jumba.

As pessoas se afastaram para dar espaço ao enorme Bisão.

— Vamos.

Eu disse me aproximando.

— Mira? Meelo? Eu os vi na televisão. Temos que ir agora. — Minha tia gritou.

Subi no Bisão com facilidade. Usando a minha dobra. Suni fez do jeito dela. Puxando os pelos do pobre animal que guinchava incomodado.

— Eu também senti saudades seu Bisão fedorento. – Suni disse alegremente.

— Mira vamos. – Eu estendi a mão para ela.

Ela hesitou.

— Espera. Eu preciso falar com o meu pai. Eu preciso explicar.

— Mira. Depois iremos até o seu pai. Vamos primeiro deixar a poeira baixar. Eles vão vir atrás de você.

Ela pareceu pensativa. E com um impulso de ar que me fez fechar os olhos, subiu e sentou-se ao meu lado.

— Você está ficando boa nisso muito rápido.

— Eu observei um mestre.

Suni estava distraída com a vista. Ela sempre se distraia. Seu cabelo mal cortado ficava para cima e seus olhos refletiam o céu. Antes verdes, sob o céu eles ganhavam um tom de azul hipnotizante.

— Tem alguma coisa nos meus dentes? – Suni disse me tirando do transe.

—Não é isso, e que seu cabelo chama a atenção de todo mundo.

Ela tocou em uma das mechas.

— Nem todos temos a sorte de ter um cabelo tão sedoso com o seu. – ela falou em um tom de deboche.

Senti que seu eu a respondesse a altura, iríamos ficar em uma discussão eterna.

—Crianças, se segurem. – Tia Jinora disse antes que Jumba descesse com tudo.

— O que está acontecendo? – Perguntei.

— A névoa. —Ela afirmou.

Olhei para a ilha do templo do ar. Ela estava escondida com uma grande camada de névoa. E isso apenas significava uma coisa. O conselho estava lá.

— Tia, você sabia sobre isso?

— Não. Quando eu sai, tudo estava normal.

— Névoa? Que loucura é essa? Não é uma névoa comum? -- Mira perguntou interessada.

— Não nessa intensidade. Ela é um aviso de que alguma coisa está acontecendo. Eu mesmo só a vi uma vez.

Eu tinha aquele dia na memória. O dia em que eu cheguei a ilha do templo do ar. A grossa névoa impedia a visão do que acontecia na ilha, o sol não conseguia atravessar. E foi naquele dia que eu fui apresentado como filho do meu pai. Um dia marcante. Pequenos trechos de memória invadiram a minha mente, e eu fiquei mais confuso. Minha tia me olhava com pesar, ela estava naquele dia.

Uma tontura me atingiu.

— Meelo você está bem? - Mira me perguntou.

Olhei para elas. Suni parecia visivelmente preocupada.

Tudo girou e ficou escuro.

Memórias reconfortantes me atingiram, coisas que eu não me lembrava, coisas que eles fizeram eu esquecer.

O cabelo dela era como o meu. Um tom de castanho que se destacava. Até o cheiro de canela chamava atenção de todos. Seu lábios eram sempre vermelhos. Um desses aspectos chamou a atenção do meu pai.

Não sei dizer como eles se conheceram, mas minha mãe tinha a metade da idade dele. Ele ainda era casado na época e estava indo para o seu décimo quarto filho.

 

Meu pai sempre foi competitivo. O sonho dele era ter um filho dobrador de ar. Todos o seus irmão possuíam até um filho dobrador, e só ele não tinha sido agraciado com essa dádiva. Até Rohan que não era um dobrador tem uma filha dobradora de ar. Meu pai se casou quatro vezes. Sua primeira esposa morreu no parto de Sevi seu sétimo filho, ele ficou transtornando por um tempo, mas logo se casou novamente. Quatro filhos depois sua esposa fugiu com um segurança da ilha. Dizem que seu casamento com a terceira esposa durou apenas um ano o suficiente para Kindar nascer. Lavini a minha atual madrasta, era a sua última esperança, mas nenhum dos gêmeos se provou um dobrador.

Quando eu nasci ele não se importou muito. Eu era apenas um bastardo. E ele tinha perdido a esperança. Minha mãe me colocou o nome dele para pressioná-lo a me aceitar, mas ele só mandava dinheiro para nossas despesas básicas. Meu pai diz que ela se envolveu com ele por dinheiro. Mas eu não acreditei. Eu tinha três anos quando dobrei ar pela primeira vez. A única coisa que me faz lembrar-se disso era o medo que vi nos seus olhos.

Ela queria me afastar desse mundo. Ela arrumou nossas coisas rapidamente comunicou o meu pai que iríamos ir para a casa de seus parentes. Mas por algum motivo enquanto estávamos indo embora, meu pai queria me conhecer e impediu o trem de partir para realizar seu capricho.

Naturalmente quando eu o vi , eu não o reconheci como pai. Ele parecia mais um avô. Ele fez alguns truques com ar, eu fiquei tão empolgado que cometi o maior erro da minha vida. Eu o imitei. E assim que ele viu o que eu podia fazer, ele mudou. De um simpático senhor para uma pessoa cheia de raiva. Ele brigou com ela e afirmou várias vezes que ela estava roubando o que pertencia a ele. Depois daquele dia eu nunca mais a vi. Minha mãe me abandonou segundo ele.

Eu não vi a ilha, ela estava coberta por uma grossa camada de névoa. Eu não sabia o que aquilo queria dizer, mas logo eu soube que era por minha causa. Meu pai sabia que minha mãe estava escondendo alguma coisa, e reuniu todo o seu poder para conseguir, inclusive chamou o conselho. Como eu era muito pequeno eu não tenho tantas memórias do que eles fizeram, mas aquela nevoa me assustou por muito tempo.

Eu não fui bem aceito pelos meu outros irmãos. Claro agora eu era o favorito, o bastardo que conseguiu ser o que meu pai queria.

Alguma coisa tinha me impedido de lembrar de tudo isso. Mas as coisas estavam mudando. Meu contato com a Mira, me fez lembrar de coisas que estavam a muito tempo escondidas nos confins da minha mente.

A escuridão foi embora, e eu estava no meu quarto. Suni estava mexendo em algumas coisas em uma das prateleiras.

— O que você acha que está fazendo?

Ela se assustou.

— Nada!

— O que aconteceu?

— Você desmaiou.

— Sim, eu desmaiei. – Olhei para todos o lados.

— Cadê a Mira?

Suni parou de sorrir de repente.

— Ela está com o conselho.

Sim o conselho, ele irá decidir o futuro dela. Se eu soubesse que eles estariam aqui, eu nunca a teria trago.



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