Fogo, Ar, Água, Terra, apenas o Avatar é capaz de dominar os quatros para trazer o equilíbrio para o mundo. Quando era viva, a última Avatar, Korra, lutou contra Amon, um dominador de sangue liderando o grupo dos igualitários. Teve o embate contra Unalaq como Avatar da Escuridão possuído pelo espírito Vaato, em que marcou como um dos seus maiores feitos em vida.
Foi caçada e capturada pela organização secreta denominada Lótus Vermelha, em que quase perdeu seu modo Avatar e sua vida, mas felizmente conseguiu sobrepor sobre a Lótus Vermelha. Além de um dos seus últimos feitos foi ter parado a grande Unificadora de destruir a cidade república com seu exército e sua arma espiritual.
Mesmo depois de tamanhas façanhas, Korra continuou sua luta para manter o equilíbrio no mundo juntamente com os espíritos. Porém, como a tempos foi dito por Raava e Vaato, enquanto houver luz, haverá trevas, e a paz não é para sempre.
As nações haviam começado uma nova guerra entre si, um novo período de ditadura surgiu na enorme nação da guerra. As tribos da água do sul e do norte retomaram suas inimizades e rivalidade. E a Nação do Fogo também não saiu impune, por causa da grande nova guerra, o povo andava revoltado. Além do novo problema com os espíritos, espectros das trevas ressurgiram, a relação entre humanos e os espíritos voltou a ser problemática, os sentimentos negativos da guerra também afetavam o outro mundo, nada estava impune. E por último, a que menos foi afetada negativamente foi a nação dos monges do Ar, em que continuaram sendo viajantes, enquanto o novo monastério do Ar estava escondido pelo mundo, apenas os viajantes do Ar sabiam a verdadeira localização.
Em meio a todo terror, o mundo tinha uma esperança, a esperança que o novo Avatar iria surgir e trazer o equilíbrio em meio a todo caos. A fé de todos estava nos ombros do novo Avatar.
A cidade república havia crescido de forma extrema, sendo muito mais que um local político e portuário. A ilha central era muito mais desenvolvida na infraestrutura, na economia e tecnologicamente. A noite era iluminada por feixes de luz vindos da parte mais rica da cidade, além das luzes dos andares dos prédios acesas e do portal do mundo espiritual, que antes dividia as cores verde e amarelo, que estava com uma cor mais queimada, e mais volátil pelo que aparentava.
Porém o foco era na parte mais periférica da cidade república, que se encontrava na base das montanhas que rodeavam um dos locais mais importantes do mundo. Aquela região menos favorecida também andava agitada, os bares estavam festivos, a fumaça dos restaurantes e da própria rua dominava. Por estar mais a noite, havia já alguns bêbados na rua, alguns festejando e outros querendo esquecer que estão vivos.
Mas um jovem adolescente caminhava pelas ruas acompanhado com um Urso-leão de pelagem preta e branca como sua enorme juba. O garoto tinha cabelos pretos curtos, olhos acinzentados, olheiras profundas e bem avermelhadas. O mesmo utilizava uma camiseta branca e uma camisa havaiana vermelha com pequenos machados estampados e usando por cima como um casaco, calças escuras que deixava suas panturrilhas com faixas expostas. Seus punhos e braços também tinham ataduras, além de alguns curativos em suas bochechas e nariz, e seus pés, calçados por um tênis leve branco e vermelho.
O garoto andava meio despreocupado com as mãos atrás da cabeça, até parar na frente de um restaurante com temática japonesa, mas se vira para seu “pequeno” animal de estimação que tinha uma cela em cima.
-” Kuri, você espera aqui”- o animal esfrega seu focinho no jovem, que faz um carinho no animal -” Fica tranquilo, nunca conseguimos de primeira”- ele dá tapinhas de leve na juba de Kuri, que senta um pouco distante da calçada, e um motoqueiro quase caiu ao tentar desviar do pet.
O jovem ao entrar viu que o estabelecimento estava cheio, era aquele tipo de lugar em que a comida era feita na frente dos clientes em forma de uma habilidosa apresentação. Com as mãos nos bolsos, ele foi caminhando para o balcão principal, onde o mestre da cozinha se encontrava.
-” Olá jovem, pode se sentar que já te atendo”- o chefe falou fazendo um espetáculo para seus clientes com a chapa.
-” Só vim ver o dono dessa banheira”- o garoto comentou limpando seu ouvido com seu mindinho e jogando a bola de sujeira para qualquer canto.
-” E por que quer falar com ele?”- o homem pareceu ter ficado um pouco mais preocupado.
-” Nada de mais, só para pegar o que ele deve para uma galera aí”- após falar isso, o mestre da cozinha não falou nada, o mesmo havia parado o que estava fazendo naquele momento -” E aí? Sabe me dizer onde encontro el-”-
O chefe o interrompeu lançando uma bola de fogo com um soco com sua dobra elemental. E sai correndo pelos fundos.
-” Ei! Volta aqui!”- Se defendeu com seus braços e pulou a chapa para correr atrás do homem -” Por que nunca é de primeira?!”-
Ele corria atrás do endividado pelo depósito e a cozinha cheia de funcionários. O mais velho estava muito desesperado, derrubando utensílios e armários em cima do jovem.
-” Me deixa em paz!”-
-” Eu não! Quem mandou ficar em dívida com os babacas?!”- o adolescente usa uma bancada e a parede para passar por cima dos obstáculos.
O chefe acaba patinando ao virar o corredor e machuca o braço na parede. Mas acaba chegando na porta de saída dos fundos. Enquanto o moreno derrapou no chão liso, mas acabou não esbarrando em nada. O mesmo abre a porta com uma forte ombrada, a saída ficava no beco do lado, ao olhar pros lados, viu o homem dando partida em sua velha moto para fugir.
-” Ah volta aqui cara!”- ao ir para a rua, o mesmo olha para a porta de entrada e vê Kuri deitado, enquanto um homem bêbado se agraciava em sua juba -“Kuri!”-
O grande Urso-leão se levantou, derrubando o homem na rua e correu em direção ao seu dono, que o montou com facilidade. A perseguição agora acontecia na rua, o mais velho tentava atrapalhar o caminho lançando chamas para destruir algumas coisas criando obstáculos no caminho. Mas Kuri era ágil e pulava todos sem nenhum problema.
-” Ah já cansei disso! Kuri! Aproxima mais um pouco”- o animal aumenta a velocidade, e o moreno fica de pé em cima da cela.
Estando mais próximo, o garoto pula, e aterrissa no chão batendo seus pés com força. Fazendo uma trilha de pedra destruindo o asfalto e batendo na roda traseira da motocicleta, fazendo o chefe cair do veículo. E quando o mesmo tentou fugir de novo, foi preso pela dobra de pedra do mais novo.
-” Não vai fugir mais não otário”- o mestre da cozinha tentava se mexer para fugir, mas não tinha sucesso, porém o som de sirenes se aproximando interrompeu tudo -“ Merda, por que nunca é do modo fácil?”-
O dobrador da terra solta sua prisão, mas deixa ainda as mãos e os pés do prisioneiro “amarrados” por rochas. E o joga em cima do Urso-leão.
-“ Espera! Onde você vai me levar?!”-
-“ Vamos logo Kuri”-
-” Espera!”-
Eles haviam chegado em um prédio meio arrebentado, com um letreiro neon escrito “Barfouko”. O local era um bar meio vazio, Kuri estava dormindo na frente da porta, enquanto o jovem com seu prisioneiro estava na sala do gerente do local. Lá estavam três capangas de jaquetas pretas e camisas diferentes, enquanto um homem de terno estava sentado em uma cadeira luxuosa assinando alguns papéis.
-” Chefe”- o capanga de camisa verde chama seu chefe, mostrando o jovem que carregava o endividado, que logo o joga no chão.
-” Ora, ora, parece que você conseguiu pegar o furão fujão, Hanzo”- o homem engravatado “elogia” o trabalho do garoto.
-“ Tá tá, agora me dá a minha parte e terminamos logo com isso”- ele fala parecendo que não estava ligando tanto para a situação.
-” Por favor…”- o chefe de cozinha implora, mas acaba sendo chutado por um dos capangas.
-” Cala a boca!”- Hanzo apenas olhava a situação, era difícil dizer se ele estava se importando ou não.
-” Ficou incomodado, moleque?!”- o agressor pergunta agressivamente.
-” Eu não, só quero minha grana”- ele responde dando de ombros.
-” Bem, está aqui”- o dono do estabelecimento joga um pacote na mesa enquanto pega um charuto e faz o seu subordinado com dobra de fogo acender para ele.
-” Falta metade aqui”- Hanzo fala enquanto conferia a recompensa.
-” Soube que você chamou muita atenção no meio da rua, isso poderia ter nos trazido muitos problemas, então”- antes de terminar ele puxa uma grande quantidade de fumaça e logo solta -” Só metade”-
O jovem não contente, joga o pagamento na mesa do homem.
-” A outra metade, agora”- os três “soldados” acabam ficando em torno do garoto.
-” Fique contente com o que recebeu, garoto”- o chefe do grupo fala entre tosses.
Hanzo não demonstrava estar muito paciente para aquela conversa, e o dobrador do fogo se aproxima e bota sua mão no ombro do mais novo. Que logo pegou o braço do homem e o jogou para longe.
Um dos subordinados era dominador de terra e tenta o acertar com um pilar de pedra que saiu do chão, mas é atingido primeiro por um soco no rosto fazendo-o cambalear. O moreno em seguida entrega uma sequência de chutes, em seu joelho, abdômen e orelha, e o finaliza com o mesmo ataque que o capanga havia tentado acertá-lo.
O último era um dobrador de água, que tira água da sua cabaça de barro, mas logo recebeu um pedaço do chão em meio à sua testa.
Já o chefe do grupo tenta fazer um ataque d'água, contudo o garoto foi mais rápido e ergueu um pilar de pedra em sua barriga, fazendo-o subir alguns centímetros do chão e cair de cara no chão.
Hanzo o pega gola e bate o seu corpo na parede, onde logo o prende com a dobra de pedra.
-” O combinado”-
-” Tá bom tá bom, no cofre atrás do quadro”- ele fala apontando com a cabeça para um quadro abstrato na parede que, ao tirar, dava para ver um cofre atrás, e o garoto sem paciência para descobrir a senha faz a parede aumentar a pressão sobre o cofre, fazendo a porta do caixote de metal quebrar e ser tirada facilmente.
O garoto ao perceber que tinha muito mais o que havia lhe prometido, pega tudo e solta o chefe de cozinha, entregando uma pequena parte do dinheiro.
-” Sai daqui e chama a polícia ou algo do tipo, e se tiver como evitar falar de mim, ficaria um pouco grato… eu acho, sei lá, só não fala de mim”- o adolescente fala saindo do local.
Do lado de fora do bar, lá estava Kuri o aguardando. Hanzo faz um carinho de leve no queixo de seu pet e logo ambos seguem seu caminho.
Hanzo e Kuri estavam em frente a um tipo de galpão velho e meio caído. Ao abrir, o animal já foi entrando e se deitando em um canto confortável com alguns trapos. O jovem acendeu um interruptor ligando as luzes do lugar e fechou a porta, além de trancá-la.
A “garagem” era seu aconchegante lar, possuindo dois andares, em que o segundo dava para ser visto no de baixo, em que tinha uma grande janela, uma cama de solteiro meio confortável, uma cômoda não muito grande, um abajur e uma parte que havia uma parede que impedia de ver o que tinha.
Já no primeiro andar, rente ao lado em que Kuri estava deitado, havia alguns armários podendo ter diversas coisas, no fundo logo em baixo do segundo andar era o que se assemelhava à uma cozinha, geladeira, fogão, microondas, outros armários e uma mesa com 4 cadeiras. Além da direita haver uma porta que levava ao banheiro, e seguindo pela mesma parede, tinha um rack pequeno com uma televisão simples em cima, um sofá vermelho de frente e uma mesinha entre os dois.
Hanzo caminha até o armário e pega um bule e uma frigideira pequena, em que começa a esquentar com água no fogão, ao que acendeu com uma pequena chama que saiu de seu pulso, mostrando saber o mínimo ou menos do mínimo da dobra de fogo, e logo pega um macarrão instantâneo e um ovo, em que começa a fazer um ovo frito. Ele despeja a água quente no próprio pote, joga o tempero que veio acompanhado com o pacote, mistura com os hashis que tinha e por fim, bota o ovo frito em cima.
Hanzo abre a geladeira, pega uma caixa de suco e toma na própria caixa invés do copo. E com seu banquete pronto, o mesmo senta no sofá com sua janta e liga a televisão.
> “Isso mesmo senhoras e senhores, o mais novo Avatar foi encontrado e está sendo levado em um carro rodeado pela multidão” < o noticiário falava sobre terem encontrado o novo Avatar.
Eles filmavam de cima uma limusine preta, andando na ilha central da cidade, rodeada pela multidão festejando e dando boas vindas ao novo Avatar. Enquanto assistia, Hanzo fura o gema do ovo e mistura com todo o macarrão, comendo de uma forma desajeitada que por pouco não derruba em sua roupa.
> “Olha caros telespectadores! Parece que ele sairá do carro e andará pelo tapete vermelho em frente ao grande e luxuoso hotel Varrick Hotel” < um homem trajado abriu a porta de trás, e a chuva de flashes começou.
Dava para perceber que era um jovem, cabelos negros maiores que de Hanzo saltando do capuz que se tratava de um grande cachecol. Não dava para ver muito dele, o mesmo usava uma camisa preta larga, calças cinza e amarela, além de um tênis simples preto com faixas brancas.
Os seguranças impediam de seu rosto ser vazado, mas dava para ver partes dele, como seus olhos amarelados intensos e um sorriso sem emoção. A figura algumas vezes acenava sem mostrar o rosto.
> “Parece que o novo Avatar é meio tímido minha gente. Pelo a informação que nós sabemos seu nome é Goru, e veio diretamente da Nação da Terra” <
Enquanto assistia, Hanzo ainda se apreciava de seu jantar, e logo toma bastante do suco que havia pego. Ao terminar, ele desliga a TV, joga a vasilha do macarrão e a caixa de suco no lixo e sobe para capotar em sua cama.
Havia uma pequena cômoda ao lado com um relógio digital, marcando 11 e 23 da noite. Estava muito cansado, pronto para dormir e começar o próximo dia.
-“Pelo menos posso parar de me preocupar um pouco de ser encontrado…”- Hanzo fala para si mesmo pouco antes de cair no sono.
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