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História Azul e Outras Cores - I Feliz Natal I


Escrita por: Annie_215

Notas do Autor


Oi gente! Voltei (não me matem ksksks, tive uns probleminhas na semana passada e não consegui postar nada, mas agora voltamos com o ritmo normal de postagens - como na semana passada não postei nada, nessa semana teremos três capítulos postados). Enfim, espero que vocês gostem desse capítulo e boa leitura!

Capítulo 27 - I Feliz Natal I


Fanfic / Fanfiction Azul e Outras Cores - I Feliz Natal I

 

O mês de dezembro seguiu, e a temporada de campeonatos também.

Além do campeonato da Goode, houveram competições na, North High, C.East e outras escolas de Manhattan. No total foram nove competições sem a final, e consegui ganhar a medalha de primeiro lugar em quatro delas. Em três, fiquei em terceiro e no último campeonato antes da final, fiquei em segundo lugar.

A final foi na Goode High School, em um sábado frio de inverno. Um campeonato de nado livre, como fora o primeiro.

Os garotos, Annabeth, Thalia, minha mãe, Paul e Poseidon torceram muito por mim. E acho que nunca irei esquecer a visão de todos eles sacudindo pompons de torcida e gritando o meu nome de forma enlouquecida.

Eu também não esqueceria de todos os beijos de boa sorte que recebi de Annabeth Chase antes de cada jogo. E dos beijos pós-jogo, também.

Minha última competição da temporada foi contra Michael Yew, um garoto da C. East que havia somado o mesmo número de vitórias que eu. Ele nadava muito rápido. Havia derrotado Ethan Nakamura, da North High com uma diferença de tempo maior do que a que eu havia conseguido.

Mas quando aquele último sinal soou indicando que podíamos pular na piscina, nadei. Nadei o mais rápido que eu conseguia. Mais rápido do que nadei com Nakamura, mais rápido do que eu sequer achava ter nadado na vida.

A diferença de tempo foi de cinco milésimos de segundo.

Venci.

Não foi Gleeson Hedge quem me abraçou primeiro depois que saí da piscina, ou os garotos do time. Assim que coloquei os pés para fora da água, minha mãe apareceu e me abraçou forte, junto com Paul, Poseidon e os meus amigos. Eles não me soltaram até que eu subisse no pódio para receber a medalha.

Três olheiros vieram falar comigo depois, e um deles me deixou o cartão com seu número de telefone.

Ele era de Columbia.

 Fiquei muito feliz, embora no dia seguinte, quase não estivesse sentindo meu corpo pelo esforço do campeonato. Mas as semanas passaram, meu cansaço acabou, e o Ano novo ficou mais próximo do que nunca.

Ok, eu estava muito feliz que iria viajar com Annabeth para outro estado. Estava mesmo, ficava com um sorriso bobo no rosto ao pensar em mim e nela juntos passeando por São Francisco como um casal que tivera apenas um encontro oficial. Além disso, tentava abstrair da minha mente o fato de que conheceria o pai da loira para ficar mais tranquilo, mas isso nem sempre funcionava.

Pelo que a garota dissera dele, eu estava imaginando que conheceria o próprio diabo ou algo assim. Eu estava nervoso. Porque além do Sr. Chase, também iria conhecer o irmãos da loira e a sua madrasta – uma mulher que, também me baseando por relatos, não me faria morrer de amores por ela.

O pai da loira comprara as passagens para nós. Segundo ela, havia comentado que levaria uma pessoa junto na viagem, mas não especificou quem. E preferi assim. Era melhor que eu chegasse como um anônimo há princípio do que rotulado como um amigo, namorado ou qualquer outra coisa de Annabeth Chase.

E minha mãe? Confesso que fiquei surpreso com ela ter aceitado tão simplesmente que eu fosse passar o ano novo do outro lado do país e longe dela pela primeira vez. Mas Sally Jackson ficaria em boas mãos também. Mamãe iria conhecer os pais de Paul Blofis – agora seu namorado oficial, com alianças de compromisso e tudo – que viviam no Bronx.

Bom, eu ainda teria cinco dias para me preparar para a nossa viagem. Por agora, precisava me concentrar em outro evento: o Natal.

Eu vivia diariamente com uma pessoa obcecada por esse feriado: minha mãe.

Convivi desde sempre com Sally Jackson sendo uma amante natalina. Ela simplesmente adorava tudo, desde montar a árvore de Natal até enfeitar o nosso apartamento de cima a baixo, de um lado para o outro enquanto escutava músicas típicas do feriado.

E quando a véspera de Natal chegava, mamãe ficava absurdamente animada. Uma vez ela até se vestiu de Mamãe Noel e fingiu me entregar presentes quando eu tinha quatro ou cinco anos.

- Eles já devem estar chegando. – Sally murmurou enquanto arrumava milimetricamente a nossa mesa de jantar.

Outro detalhe: naquele ano, havíamos convidado todo mundo para passar o Natal na nossa casa. E com isso quero dizer que meus amigos, Annabeth, Paul...e Poseidon estariam vindo. Nosso apartamento ficaria cheio de pessoas e presentes, além da Sra. O’Leary, é claro.

- Será que eles podem ter problemas para vir por causa da neve? – Mamãe franziu o cenho. Soltei uma risada e alisei os ombros dela, querendo acalmá-la.

- Existe uma coisa chamada celular, e eles vão usar isso para nos avisar caso tenham problemas. – Observei. E Sally apenas revirou os olhos, sorrindo.

- Mas eles já deveriam estar aqui...

Nesse momento, ouvimos toques na porta. E corri para atender. Quando a abri, a primeira pessoa que vi foi Leo Valdez.

- Feliz navidad! – O latino exclamou, abrindo um sorriso. Assenti, mesmo sem ter a mínima ideia do que ele dissera, provavelmente em espanhol. – Trouxemos presentes! – E entrou no apartamento. Logo atrás dele, apareceu Charles, com um sorriso cordial. E Frank ao lado de sua avó, uma mulher idosa de cabelos brancos e com os mesmos olhos de meia-lua escuros do neto.

- Fai Zhang, por que você não disse que o seu amigo era tão bonito? Eu teria colocado o meu vestido, garoto! – A vovó Zhang resmungou.

Senti vontade de rir, e meu amigo só me olhou como se dissesse “desculpe”.

Depois deles, apareceram Jason e Thalia.

- Feliz Natal, Percy. – A garota me cumprimentou, sorrindo.

- Como você pode estar tão calma? – Jason fez uma expressão de pânico. – Nós quase morremos no caminho!

Franzi o cenho.                              

- Ele está apenas irritadinho porque eu quase derrapei com a moto. – Thalia respondeu, dando ênfase no "quase". – Mas não é como se nós estivéssemos machucados, não é?

- Você é impossível. – O loiro disse, mas lentamente abriu um sorriso. E os dois também entraram.

A próxima pessoa que vi foi Paul Blofis, que apenas sorriu para mim e bagunçou o meu cabelo antes de entrar no apartamento e ir atrás da minha mãe.

E então...

- Feliz Natal, filho! – Exclamou Poseidon, imediatamente me espremendo em um abraço apertado demais.

- Feliz Natal. – Falei, respirando fundo para tentar buscar fôlego. Graças aos céus, o homem me soltou antes que eu desmaiasse.

Ele me olhou com ternura, e seu sorriso se alargou.

- O que foi? – Ri. Ás vezes, Poseidon ficava com aquela expressão sonhadora e distante depois de olhar para mim ou para minha mãe.

- Nada, eu apenas... – Ele respirou fundo. – Já cheguei a pensar que nunca passaria um Natal com você e Sally.

Comprimi os lábios, e Poseidon me abraçou mais uma vez antes de entrar em casa também. Eu estava me acostumando mais com aquilo. Com ele estando na minha vida, sendo presente.

Não consegui nem virar de novo para a porta antes de ser puxado por uma pessoa que eu soube que era Annabeth Chase assim que ela simplesmente me beijou.

Foi um beijo longo. Percebi que a loira estava feliz.

- Feliz Natal. – Sorri, surpreso e até um pouco tonto.

- Feliz Natal. – A garota sorriu também. E foi um sorriso lindo.

Nós dois entramos no apartamento apenas para encontrar minha mãe e Paul sentados no sofá e com a Sra. O’Leary deitada no colo dos dois, Jason e Charles colocando a mesa, Leo e Frank na cozinha, Poseidon em pé ao lado da TV e Thalia sentada no tapete.

- Pararam de se agarrar? – A irmã de Jason arqueou uma sobrancelha e deu um sorrisinho malicioso. Ao meu lado, Annabeth corou absurdamente. Soltei uma risada, mesmo sentindo meu rosto ficar quente também.

- Falta muito para a comida ficar pronta? – Leo perguntou, chegando na sala com um beiço nos lábios. Frank apareceu também, meneando a cabeça.

- Vocês podem ir colocando os aperitivos na mesa, crianças. – Minha mãe disse, escondendo uma risada. - Tudo já está pronto.

Leo abriu um sorriso e arrastou Frank para a cozinha de novo, Jason e Charles os seguiram. Segundos depois, ouvimos o barulho de algo quebrando.

Minha mãe fez menção de se levantar, mas Poseidon foi mais rápido.

- Eu cuido disso. – Disse ele, comprimindo os lábios. Sally assentiu, e o homem foi para a cozinha.

Um minuto se passou até que ouvíssemos o som de outra coisa quebrando.

- Quer saber? Estão todos destruindo a minha casa. – Mamãe disse e se levantou do sofá. Paul riu alto e a seguiu, chamando Annabeth também e deixando apenas eu e Thalia na sala.

Me sentei ao lado da morena.

- E aí, Cabeça de Algas? – Ela sorriu, me dando um empurrãozinho com o ombro.

- Você não pode me chamar assim. – Fiz uma careta. – Só Annabeth.

Thalia revirou os olhos, mas abriu um sorrisinho.

- Vocês estão tão melosos que me dão enjoos. – Disse ela. A mostrei a língua, implicando, e a morena riu.

Nesse momento, ouvimos risadas na cozinha, e logo todos voltaram. Minha mãe fez com que os garotos limpassem a bagunça que fizeram, e eles começaram a organizar a mesa de novo. Me surpreendi ao ver Poseidon e Paul fazendo as tarefas juntos, e até mesmo conversando um com o outro.

Mas me distraí rapidamente ao olhar para Annabeth, que ria junto com Leo Valdez por alguma coisa que o latino dissera. Eram risadas altas que preencheram o ambiente, um som contagiante do tipo que nos fazia querer rir também. Uma música que eu queria ouvir em loop infinito.

- Quer um lenço para limpar a baba? – Ouvi Thalia falar ao meu lado.

- Cale a boca. 

A morena repuxou os lábios.

- Sabe, o jeito de como você olha pra ela é fofo. – Observou.

- Pensei que nós te causávamos enjoos.

- Ver vocês dois se agarrando me causa enjoos. – Thalia corrigiu. – Mas ver vocês sendo fofos é...bom. Gosto que fiquem juntos.

- Eu também, acredite. – Ri.

A irmã de Jason ficou em silêncio por um tempo, e nós seguimos acompanhado o caos que era a nossa família reunida e brincando enquanto tentavam arrumar a ceia de Natal. Até que Thalia comentou algo que me deixou intrigado:

- Faz tempo que não a vejo tão feliz.

Pisquei.

- Quanto tempo? – Perguntei.

Thalia finalmente pareceu ter notado o que falara. Ela meneou a cabeça.

- Ah...alguns anos. Mas agora já está tudo bem, não precisa se preocupar, Cabeça de Algas.

Não respondi, e mais segundos se passaram. Antes que eu pudesse controlar o que iria dizer, acabei despejando. Eu sabia que Annabeth estava feliz agora. Também sabia que ela havia passado por vários momentos difíceis, mas...eu queria saber mais. E a única pessoa que poderia me ajudar com isso seria Thalia Grace. Eu queria ouvir a história toda pela visão dela.

- Eu sei sobre Luke. – Falei.

Imediatamente, a expressão da morena congelou. E observei sua postura ficar tensa como se de repente ela estivesse carregando todo o peso do céu sobre seus ombros.

- Ela te contou? – Thalia perguntou. Sua voz estava mais baixa e cuidadosa. Era como o som grave de um trovão se aproximando.

Assenti.

- Como ela ficou? Depois...do que aconteceu. – Questionei.

A irmã de Jason olhou para o chão e depois voltou a olhar para Annabeth. Um brilho triste passou por seus olhos azuis eletrizantes.

- Mal. – Respondeu ela. Uma palavra curta que me fez sentir como se meu coração estivesse sendo espetado com várias facas ao mesmo tempo. Thalia engoliu em seco como se engolisse memórias e sentimentos para dentro de si. – Você sabe que foi ela quem encontrou ele, não sabe?

- Sim.

A morena mexeu os ombros.

- Depois de ligar para uma ambulância, ela ligou para mim. – Falou. – Quando cheguei ao nosso apartamento, haviam policiais na fachada do prédio, uma ambulância e uma viatura. Ela foi interrogada, depois fui eu... e eles levaram Luke.

- Vocês não ficaram com problemas?

Ela negou.

- O problema era Luke. – Disse, com a expressão endurecendo. Thalia pareceu ter uma alma antiga naquele momento, como se já tivesse vivido tudo e visto tudo o que havia para ver e viver no mundo. – Ou ao menos achávamos isso. Depois que ele morreu, fizemos o funeral, vendemos quase todas as suas coisas e tentamos continuar morando no apartamento. Mas...não conseguimos. Então, logo depois que meu pai me achou e me reuniu com Jason, encontrei um lugar em New Jersey e transferi a minha faculdade. Annabeth optou por ficar em Nova York.

- E você foi. – Constatei.

- Fui. – A morena mordeu o lábio. – E me arrependo muito disso. Hoje eu percebo que só me mudei porque não quis vê-la sofrendo. Não quis olhar para ela e me lembrar de Luke. De nós como uma família. Eu...a deixei sozinha. – E abaixou o olhar.

- Você também precisava de espaço. – Comentei. – Mas agora voltou. Está tudo bem.

- É. – Thalia riu baixinho. – Está tudo bem agora. Mas antes...voltei algumas vezes para Nova York para ver como ela estava, e garanto que você nunca vai querer ver Annabeth do jeito que eu vi, Percy. Quando Luke morreu...ela quase mergulhou em uma depressão severa, e foi aí que as crises começaram. Geralmente, eram pesadelos no meio da noite que desencadeavam surtos de raiva, de choro ou de pânico. Foi uma época muito...complicada. Para ela e para mim.

 – Você... a acalmava?

- Quando ela me ligava e me deixava saber do que estava acontecendo, sim. – Thalia suspirou. – Mas isso nem sempre acontecia. Ás vezes Annabeth passava pelas crises sozinha. Isso durou um tempo. Eu consegui passar pelo luto mais rápido. Já havia o enfrentado antes com a morte da minha mãe. Mesmo que com Luke as coisas tenham sido diferentes, o sentimentos foram praticamente os mesmos. Mas Annabeth nunca tinha lidado com a morte antes, e não...não soube o que fazer quando tudo aconteceu. Ela se perdeu.

Respirei fundo.

- Mas agora ela está bem. – Thalia abriu um sorriso mínimo. – Minha garota se achou de novo. – E voltou a olhar para mim. – Obrigada, Percy.

- Está me agradecendo pelo que? – Murmurei. Eu queria ter estado lá por Annabeth no passado. Queria tê-la conhecido antes. Criado coragem e ter falado com ela mais cedo. A constatação de que a loira havia passado por tudo aquilo era demais para mim. Porque ela não merecia sofrer daquele jeito. Ninguém merecia.

- Por ter notado ela. – A morena respondeu. – Por ter a feito feliz, você ajudou bastante nisso, sabe? Ela me ligava todos os dias quando começou a estudar na Goode, e falava que as pessoas não a notavam muito. A deixavam sozinha e Annabeth fingia que gostava disso para me tranquilizar. Até que um dia ela ligou e falou que iria fazer um trabalho de história com um tal de Perseu Jackson, e que ele parecia ser um cara legal...

Senti minhas bochechas corarem, e pensei na ligação entre as duas que ouvi acidentalmente na casa de Annabeth, ainda no dia do apagão quando fizemos o trabalho sobre Hamilton.

Parecia que aquilo havia acontecido há séculos.

- Ela é alguém que merece ser notada. – Falei. – Todos nós somos.

Eu e Thalia abrimos o mesmo sorriso.

- Ei, vocês! – Ouvi minha mãe chamar. – Thalia e Percy, venham comer.

Imediatamente, eu e a garota nos levantamos e fomos para a mesa. Me sentei ao lado de Annabeth, e apenas olhei para ela.

- O quê? – A loira riu. – Não me diga que eu estou com alface no dente.

- Não. – Ri. – É que...você é tão você.

Enquanto olhava para ela, pensei que Annabeth havia enfrentado muita coisa no passado. Havia sofrido, como eu. Mas agora...nós nos conhecíamos, e estávamos apaixonados. Eu sabia que isso não protegeria eu e a loira de todas as coisas ruins que ainda poderiam acontecer, mas...com nós dois estando juntos, poderíamos fazer com que o nosso passado e até o futuro fosse mais fácil de lidar, de superar.

Ela abriu um sorriso que fez o meu coração dar cambalhotas, segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos por debaixo da mesa.

- Você é tão você também. - A loira disse.

Sorri mais uma vez. Eu esperava que aquele fosse o primeiro de muitos outros Natais que eu e Annabeth passaríamos juntos e felizes.

 


Notas Finais


Eu amei esse capítulo, apenas. Ele foi muuuito importante pra mostrar o ponto de vista da Thalia nessa história toda.
Desculpem se houve algum erro.
Espero que vocês tenham gostado!
Beijos e até!
💙


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