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História Azul Violeta - Capitulo 13 - Angel


Escrita por: TSLopes

Notas do Autor


E aiiiiiiiii, povo!! Tudo beleza? Por que pra mim ta ótimo já que estou de voltaaa!!

Capítulo 15 - Capitulo 13 - Angel


A estrada estava cheia de buracos, o que fez o carro e nós balançarmos incessantemente durante alguns minutos até que Rubens dirigisse para uma rua mais lisa. Apesar desse desconforto eu estava me sentindo tranquila em viajar e poder admirar as árvores que se mexiam tranquilamente em meio ao vento frio e aos pássaros que cantavam alegremente.

Depois do comunicado dessa viagem, todos nós nos organizamos rapidamente. Fiquei feliz de não precisar ir à fazenda para buscar novas roupas, pois as minhas foram limpas e arrumadas. Em pouco tempo estávamos todos organizados e Rubens rapidamente arranjara o carro e cá estávamos.

Rubens e Edgar se sentavam no banco da frente, ambos olhando a paisagem. Sarah estava tricotando uma meia e eu fiquei lendo o livro do Richard Marshon. Sarah ficara mais bonita com seus cabelos ruivos e cacheados presos em uma trança e seu vestido floral, lembrava-me das avós de minhas colegas que eu conhecera durante minhas poucas visitas. Eu tinha passado a maior parte da minha infância em casa, pois minha mãe não gostava que eu saísse. Dizia que eu era frágil demais para o mundo lá fora.

– Sarah, como sabe o tamanho do pé do bebê? – perguntei.

Ela esticou a meia vermelha.

– Não sei. Mas vou fazer larguinho para depois só ajustar.

– Está bem bonito – peguei uma das meias prontas.

– Você acha? Anastácia é tão exigente.

Sorri pra ela.

– Acho que ela vai amar. Estão realmente lindas.

– Obrigada. Você é tão educada. Chega a ser óbvio os bom modos que você deve ter aprendido em casa.

– Sim. Desde pequena minha mãe me ensinava regras da etiqueta e como me portar em várias situações.

– Tenho de parabeniza-la, pois ela não lhe ensinou apenas o trivial, como também em como ser uma mulher de valor.

– Foi ela que me deu esse colar.

Mostrei para ela o meu colar com um coração de rubi pequeno preso a uma corrente trançada folheada a ouro. Minha mãe me dera ele quando eu fizera quinze anos, junto com o dia onde ela poderia ficar o dia inteiro comigo. Jamais vou me esquecer disso, quando brincamos, conversamos e dançamos juntas, sem que ela tivesse de sair para algum compromisso ou para cuidar de meus irmãos. Eu nunca tivera tanta atenção dela em toda a minha vida e por causa dessa experiência hoje posso afirmar que conheci melhor minha mãe naquele aniversário. Ela me revelara seu lado travesso e carinhoso e também atrapalhado mostrando que ela era tão humanamente normal como qualquer um. No final das contas, a minha grande e adorada mãe na verdade era apenas uma mulher. Se um dia eu catalogasse meus dias preferidos, esse com certeza seria o primeiro.

– Eu bem que reparei nele. Você nunca o tira?

– Nunca. É uma forma de sempre me lembrar da minha mãe.

– Belo colar – Edgar elogiou, se virando para nós – Como sua mãe conseguiu?

– Ela comprou.

– Então vem de uma família nobre, não? Quero dizer, ele é muito caro para um camponês – Sarah perguntou.

Voltei a olhar a janela, o assunto de repente desconfortável.

– Sim, eu venho – respondi sem vontade.

– Que surpresa – Edgar disse com as sobrancelhas arqueadas.

–Angel, você nunca nos contou sobre sua família – Sarah apontou enquanto voltava a tricotar.

Mexi-me inquieta.

– Bom, meu pai se separou da minha mãe quando eu era pequena e eu fiquei com ela e meu padrasto – falei rapidamente. 

– Tem irmãos?

– Seis por parte de mãe e oito por parte de pai.

– Nossa que tanto!

–É.

Olhei a janela e torci para o assunto acabar. Não gosto de falar da minha família, pois minha vida familiar era muito desconfortável para eu ficar falando assim abertamente. Ainda havia muitas feridas a serem cicatrizadas.

– Então você e seus irmãos se dão bem?

Quando abri a boca pra falar, Edgar disse.

– Tão bem quanto nós, Sarah. Aliás, que irmãos se dão bem?

Ele piscou pra mim e eu sorri agradecida.

– Pior que é verdade. Acredita que todo o dia eu tinha que separar ele de cima do outro irmão? – Sarah contou.

– Sério? – perguntei, feliz pelo assunto ter mudado.

Edgar revirou os olhos.

– Estávamos rachando luta. Qual o problema disso?

– O problema é que uma vez ele torceu seu braço.

– Levávamos a briga a sério! – com isso eu comecei a rir – Olhe o que fez! Agora minha moral está lá embaixo.

Nós dois gargalhamos juntos.

– Já que está disposto a rir, não se importaria se eu contasse a ela sobre as calças – Sarah disse em tom de provocação.

Edgar ficou vermelho e Rubens caiu na gargalhada, me fazendo interessar muito por essa história. Virei-me para Sarah.

– Conta! – pedi.

– Não! – Edgar exclamou.

Ela riu.

– Bom, teve uma vez que...

– Angel, por favor, não ouça essa história! Você nunca mais vai me levar a sério – Edgar implorou.

Seu rosto vermelho ficou tão engraçadamente fofo. Eu queria realmente escutar, o clima divertido neste momento me fez ficar descontraída, mas ele me ajudou agora a pouco...

– Sarah, pode deixar.

Ela e Rubens murcharam.

– Edgar, pare de ser tão fresco – reclamou.

– Isso porque a historia não é sua. Obrigado Angel.

– Não tem de quê. Então Sarah, vai fazer detalhes na meia?

– Vou. Mas não sei se faço umas linhas douradas ou azuis.

– Faça dourado. É mais bonito.

– Aí vai parecer meias de natal – Edgar se intrometeu – Faça azul.

– Aí não vai combinar. Dourado.

– Azul, é mais destacado. 

– Não é pra destacar. É pra ficar bonito.

– Então azul.

Revirei os olhos.

– Azul não combina com vermelho.

Rubens falou.

– Gente, são só meias. Nem vai aparecer isso.

– Por isso mesmo – falei – Dourado.

– Azul.

– Eu sou mulher. Sei muito bem sobre essas coisas.

– E eu sou tio dele. Conheço meu sobrinho.

– Isso não quer dizer nada. Eu sei muito bem que azul não combina com vermelho.

– Até parece.

– Edgar pare de ser teimoso.

– Como se eu fosse o único.

– Sarah, faça dourado.

– E desde quando você manda nela?

– Edgar, dourado é melhor.

– Azul. Eu sei sobre essas coisas.

– Eu também sei.

– Não mais do que eu. Eu cresci vendo isso.

– Está dizendo que eu não conheço moda? – arqueei uma sobrancelha.

– Estou.

– Pois saiba, senhor conde, que mesmo eu sendo uma camponesa, tenho classe – repliquei cruzando os braços.

Ele riu.

– Estou vendo.

– Está dizendo que eu sou feia?

– Não. Estou dizendo que eu tenho melhor gosto.

Eu ri.

– Tão bom gosto que está brigando por causa de uma meia.

– Olha quem fala. Não fui eu que fiz showzinho para ir embora.

Corei extremamente com esta afirmação, substituindo o nervosismo que eu sentia a poucos segundos.

– Eu fiz aquilo porque queria realmente ir embora - exclamei. Com isso ele riu.

– Por causa de quê? Porque ontem eu a forcei a fazer coisas que não queria? – ele riu – Até parece.

Encolhi-me envergonhada e gaguejei.

– I-isso não vem ao caso.

Ele respirou fundo.

– É incrível, não é, Angel? Quando é sobre você, a senhorita sempre foge. Mas quando é sobre mim, você faz questão de dar uma lição de moral.

– Edgar! – Sarah o repreendeu – Acho que você já esta passando dos limites.

Ele resmungou algo e voltou a olhar para frente. Rubens estava me encarando pelo retrovisor e eu voltei a olhar meu livro, envergonhada.

– Desculpe por isso Angel. Olhe, vou fazer as meias com o detalhe dourado.

– Obrigada – murmurei.

Então era isso o que ele pensava.

.....||.....

O resto da viagem foi silencioso. Quando estava anoitecendo, entramos em uma cidade cheia de prédios novos e com cores alegres. As pessoas estavam fechando suas lojas, todas com um sorriso no rosto e uma cesta. Ouvi um som de flautas e risadas de crianças.

Encantei-me com a paz e serenidade na atmosfera dessa cidade. Passamos lentamente por uma praça no centro, cheia de pessoas dançando ao ritmo de flautas e violas e com muita luz e alegria. A luz das lamparinas iluminavam seus sorrisos.

– O que estão comemorando? – Sarah perguntou.

– Não sei. Só venho pra Rosália para descansar – Edgar respondeu enquanto também admirava a festa.

Paramos a dois quarteirões de distância da festa, em frente a um hotel. Ele devia ter uns três andares e era bem charmoso com suas paredes lilás. Edgar reservou dois quartos um do lado do outro. Rubens voltou meia hora depois de colocar os cavalos em um estabulo e fomos jantar em um restaurante fino.

O jantar não teve nada de memorável. Depois de nossa discussão Edgar e eu não trocamos muitas palavras e nosso clima tenso preenchera o ambiente ao redor de nossa mesa deixando-a quieta e tediosa. A única coisa que me tirou dessa monotonia eram as conversas da maioria dos clientes que acabavam de sair da comemoração e contavam o quanto neste ano estava boa. Quando voltamos, observei que a festa continuava. Falei para Sarah que iria sair – nossos quartos ficaram separados para os homens e para as mulheres – me arrumei e fui.

O fato de eu sair assim, por conta própria, para uma celebração era novo para mim. Não que eu nunca tenha ido para festas antes, mas eram ocasiões oriundas de convites antecipados e onde eu conhecia pelo menos um terço dos convidados. Agora, eu iria a um lugar público, sem conhecer pelo menos alguém. Era algo novo que eu precisava agora, um fato para me concentrar e me fazer esquecer da tensão das últimas horas.

Todos me receberam com se eu fosse parte deles e eu dancei animada a noite inteira. Ninguém se importou com a comida ou com conversas, todos só queriam celebrar e dançar até dar câimbra. Eu amava dançar, principalmente em momentos como esse, em que não tinha que me ocupar com um par ou com movimento certos. Eu só tinha que dançar e essa relaxante sensação era maravilhosa,

Era o dia da alegria e a melhor forma de comemorar para eles era dançando. E eu dancei muito para liberar toda a mágoa e estresse que Edgar me passou. Quando estava muito tarde, decidi ir embora e um grupo de jovens da minha idade me acompanhou. Isso com certeza não era normal, porém não tinha nada de tradicional nessa cidade mesmo.

As pessoas daqui são tão alegres e divertidas. Ninguém se importou em perguntar sobre assuntos pessoais e sim só em contar piadas. Despedi-me de todos com um abraço.

Quando entrei, me deparei com Edgar furioso na recepção, os braço cruzados,

– Venha – falou sério.

O recepcionista nos olhou e abaixou a cabeça. Segui Edgar até nosso corredor com o chão de madeira e as paredes brancas. Ele vestia apenas uma camiseta azul e uma calça larga. Virou-se com os braços ainda cruzados.

– Onde estava? – questionou com a voz grossa.

– Na festa. Por quê? Algum problema?

– Angel não me faça de idiota. Isso é hora de chegar e pior ainda abraçada com homens?

– Não está tão tarde e eu não estava abraçada com homens.

– Oh não? E o que foi que eu vi?

– Havia mulheres e também – parei – Espera, eu não te devo satisfações.

– Então acha que está certa de sair com homens?

– Isso é problema meu. E também, não aconteceu nada.

– Como posso acreditar nisso?

Revirei os olhos.

– Pare de bancar o ciumento. Não sou sua propriedade.

Ele pôs a mão na cintura.

– E o que isso tem a ver? Só quero que se respeite.

– Tudo bem. Eu saí e voltei sóbria. O que acha?

– Acha que pode falar assim como quer?

Caminhei até meu quarto.

– Dá pra parar de bancar o protetor? Não tem nada entre nós dois e só porque quase aconteceu algo não quer dizer que você pode mandar em mim.

Silêncio. Abri a porta, consciente de que eu acabara de confirmar que realmente ocorrera algo entre nós e que isso saíra isso sem que eu corasse violentamente. Ele murmurou.

– Pelo pouco que te conheço, Angel, eu sei que você não é uma pessoa tão aberta como você está sendo agora . Você não esta sóbria, não é? Em sã consciência você não diria algo assim tranquilamente.

Revirei os olhos. Ele tinha razão e eu não queria assumir isso.

- Eu estou perfeitamente sã, para o Senhor saber e de qualquer forma, você não me conhece – grunhi.

– Te conheço o bastante.

Fechei a porta com força. Sim, eu estava bastante irritada com ele, não só por causa de sua intromissão, mas por causa de sua grande capacidade de capitar meus pensamentos. Meu Deus, como ele me irritava!

Escutei-o falar.

– Mas fico feliz que tenha me respeitado. Mesmo que sejamos só amigos.

Com isso eu ri, desfazendo minha súbita irritação e deixando que algo quente preenchesse meu coração e apertando-o de culpa por ter brigado com Edgar. Eu não fazia o tipo mesmo de ficar horas irritada. Como ele era um bobo. 

 


Notas Finais


Capitulo betado pela lady mikelson. O que acharam? Comentem!


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