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História Azure Rainbow - A queda


Escrita por: BloodHunter

Notas do Autor


Confesso que sonhei com a história dessa novel por um longo tempo... finalmente decidi por em escrito. Vamos lá!

Capítulo 1 - A queda


Fanfic / Fanfiction Azure Rainbow - A queda

Duas luas tingidas em carmesim tiranicamente sobrepunham o céu claro, transformando o planeta amarelo estranhamente em vermelho.

O ar rarefeito e as dunas de areia ao meu redor se tornaram um lembrete constante de quão longe estava de casa, obrigando-me a refletir se esta excursão realmente foi uma decisão correta.

Todavia, sigo na companhia dos Yrerklins, povo local, de costume pitoresco, exímios pintores rupestres e companheiros de bebedeira. Comumente alegres, mas que por algum motivo não ficaram muito felizes com a minha presença...

Mas não posso culpá-los, apesar de eu ser um cara bastante carismático, minha aterrissagem não foi lá essas coisas.

Os destroços da minha nave caída podem ter sido “presentes” não muito amigáveis na vista dos anfitriões.

Mesmo assim, forçado a seguir seus passos, eu me deslumbrava a cada ruína que deparávamos.  

Nesse ritmo, pouco a pouco, nos afastamos do vilarejo por onde partimos.

...

Na vanguarda do comboio, ladeado por outros Yrerklins que mal alcançavam o seu ombro em altura, estava Eskar.

Sujeito digno de amizade, o único verdinho que conseguiu entender o meu dilema.

Sou grato a ele, pois se a deusa Astela não houvesse o concebido com a capacidade de aprender a língua Ascrackeana, eu provavelmente nunca teria os convencido que fora um acidente.

...

Meus pensamentos enfim se endireitam quando cruzamos o caminho entre duas colunas de arenito; tais tão enormes quanto as montanhas do meu adorável planeta natal, Yusur.

Do outro lado daquele montante de arenito pairava um colossal AIR – FL205.

Prendo a respiração por causa da súbita excitação. A qual quase me desnorteia...

....

Este extinto modelo aeródino era sustentado por policabornato balístico e blindado por um composto amorfo de H-Caborno; um Q-Caborno sem características ferromagnéticas.

Se me lembro bem essa belezinha deixou de ser fabricada centenas de anos antes da eclosão da primeira guerra multidimensional.

Um fóssil do falecido Império Cormungar.

Não tão esplêndido quanto uma fragata ascrackeana, ou detentor de capacidade de salto como o dos flagelos, mas possuía um poder de artilharia para invejar qualquer dos impérios.

— Essa é a única mahznunan que o nosso povo possui. — A voz de Eskar me traz de volta para a realidade, mas não antes de uma espiada mais precisa no chassi desprovido de titânio.

Dou um passo á frente, tentando encarar mais de perto o corpo esquelético da máquina, como se fosse uma peça rara em exposição.

— Eskar, o mahzunan que seu povo se refere é todos os tipos de espaçonaves ou apenas este modelo? — Sou obrigado – (pela minha curiosidade) – a perguntar, na esperança que mais modelos desse possam existir escondidos nesse planeta baldio abandonado pela deusa.

— Uh? Mahzunan é mahzunan... voa alto. — Seu dedo delgado foi levado ao ar, imitando até os rítmicos declives que as naves deste modelo faziam ao entrar na órbita.

A única resposta sensata que eu obtive com esta conversa foi relacionada á anatomia deste alienígena. Já que as suas membranas ao se esticarem aderiam uma transparência desconcertante; revelando vasos sanguíneos azulados e glóbulos anormalmente grandes.

Suspiro. Me lamentei por ter tido esperança em obter uma resposta plausível de uma raça primitiva.

O meu olhar então se volta aos rostos temerosos dos Yrerklins que acompanhavam Eskar, tentando decifrar o que estavam pensando.

Antes selvagens, agitados com a presença de um forasteiro, misteriosamente se tornaram dóceis assim que cruzamos as colunas.

A devoção era iminente em seus olhos. Tal fulgor me lembrava a busca incansável dos acólitos de Astela pelo planeta-mãe.

Mas esta devoção... devoção a quê?

Saindo do devaneio, retomei minha linha de visão ao robusto planador, analisando sua ferrugem com tanta devoção quanto podia. Como os acólitos ou os Yrerklins.

— Bo-nito? — Eskar, sorrindo, me pergunta.

— Deveras — Respondo, sem muita animosidade.

Devo dizer... é realmente muito bonita.

Mas infelizmente não tive tempo suficiente para continuar admirando sua beleza.

Pew!

Sou pego desprevenido por um súbito baque que se choca contra um dos aborígenes que me acompanhavam.

Virando, me deparo com sangue azul salpicando por todas as direções.

Nossas expressões escurecem de imediato. Especialmente a de Eskar, que parece reconhecer a lança artesanal encravada na barriga do nosso companheiro de viagem.

Yoor tarrrr! — Um grito de guerra na língua gutural provoca um grande estopim.

Sinto o chão tremer, e logo figuras sombreadas surgem das dunas.

Dezenas... não, centenas de nativos tribais cercam o nosso grupo.

Todos trajados em vestimentas tecidas a couro e fortemente armados com ferramentas e armas rudimentares.

A semelhança dos nossos inimigos com os Yrerklins ao meu redor era óbvia, sendo a única diferença gritante as presas de marfim que ancoravam em suas bocas.

— Seus amigos? — Pergunto ironicamente.


Notas Finais


Espero que seja do seu agrado. Obrigado por ler até o final!


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