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História B o u n d l e s s - O início


Escrita por: BonniePacket

Notas do Autor


Oi, espero que gostem ^.^
O cap não foi betado então vai ter erros, desculpa :c

Capítulo 1 - O início


 

São muitos os meus defeitos, mas nenhum de compreensão, espero. Quanto a meu temperamento, não respondo por ele. É, segundo creio, um pouco ríspido demais… para a conveniência das pessoas. Não esqueço com facilidade tanto os disparates e vícios dos outros como as ofensas praticadas contra mim. Meus sentimentos não se manisfestam por qualquer coisa. Meu temperamento poderia talvez ser classificado como vingativo. Minha opinião, uma vez perdida, fica perdida para sempre. - Orgulho e Preconceito

 

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Nervoso. Era assim que eu me encontrava em plena manhã de uma quinta-feira qualquer – Nem tão qualquer assim – Eu sempre fui um garoto tímido, mas nunca sofri qualquer tipo de preconceito em meu antigo colégio, pois estudava lá desde que me conheço por gente e todos me conheciam, não sou nem um pouco idiota e sei quando os outros estão tentando aprontar para o meu lado, mesmo assim não costumo falar muito. Acho que esse nunca foi meu forte, agora pareço um retardado com minhas mãos tremendo tentando abotoar a porra do cardigã que minha irmã comprou pra mim na porra de uma loja barata para o meu aniversário de 15 anos – Quando ela era legal e não tinha virado uma completa vadia – E que parece do meu avô, sendo que eu nem tenho avô.

 Eu morava em Chicago, Estados unidos. Não me lembro de usar muitos cardigãs no verão lá, mesmo que às vezes o clima esteja uma merda e a paisagem se transforme em um borrão cinza, definitivamente não usava casacos no verão. Minha mãe se mudou comigo e meus três irmãos de Chicago para Bristol faz duas semanas, meu padrasto ficou na Estados Unidos resolvendo sua transferência para a Inglaterra o que provavelmente não irá ser muito cedo. E não, eu não tenho pai – De sangue – Não sei aonde ele foi parar, ainda hoje penso o que eu faria se eu o encontrasse, mesmo provavelmente sendo um bêbado maltrapilho e morasse em alguma viela suja eu não sei qual seria minha reação, segundo minha mãe ele cansou das despesas e até da cidade, na época ele já bebia muito, minha mãe nunca teve muita sorte para escolher maridos, já que esse já é o seu quarto, todos foram embora e eu não os culpo de irem, desde a separação do meu pai ela se tornou um pouco pirada com tudo.

— Tom?– Perguntou minha mãe, abrindo a porta e deixando uma fresta para me espiar.

— Sim?

Pude olhar em seus olhos como ela estava abalada, minha irmã mais velha não dá muito atenção para minha mãe, as duas brigam muito, até chegar ao ponto que Jane chegou a ir para casa de um “namorado” Ficou lá duas semanas e depois voltou para casa, à garota tem apenas 17 anos.

— Se você não quiser ir eu posso falar com o Diretor, eu sei que ele entenderia – Minha mãe falou com um tom de súplica, como eu fosse um dos seus ex-maridos prestes a abandona-la.

— Não precisa – Sorri torto indo até ela – Eu ficarei bem e você também. - Abracei ela de um jeito estranho, tentando conforta-la com minha ida, mesmo que eu tenha estudado em tempo integral no colégio em Chicago minha mãe sempre teve meu padrasto para se preocupar e dedicar toda essa sua atenção exagerada, mas agora que meu padrasto ficou em Chicago e ela não tem ninguém para se preocupar até com os mínimos detalhes fica adiando minha ida ao colégio, já faz uma semana que eu devia ter ido para a escola mais Elena sempre acaba inventando uma desculpa para mim ficar. Não posso mais ficar em casa e perder aulas, mesmo que eu seja um aluno novo no colégio e eles irão me dar tudo que eu preciso para me adaptar, não aguento mais ficar em casa com ela.

Elena deu pequenas fungadas em meu ombro e depois limpou o rosto com as mãos me deixando de imediato e indo até seu quarto, ela ficou chateada? Eu definitivamente não entendo seu humor.

— Pode ir Thomas, pode me deixar aqui sozinha sem ninguém. Seu padrasto está na Inglaterra, sua irmã nem sequer dá o trabalho de olhar em meu rosto e seu irmão é um completo idiota. Por que ele tinha que ir pra faculdade? Ele me abandonou como os outros e você também está fazendo isso! – Ela cuspiu as palavras que saíram abafadas pela porta do quarta trancada.

— O que?

— Sim – Ela disse abrindo a porta do quarto – E você está fazendo mesmo, quando pisar naquele colégio você irá se esquecer que eu existo, irá esquecer da sua mãe e só pensará em faculdade, fraternidades, mulheres e todas essas drogas que vocês adolescentes pensam. - Seu rosto já se encontrava todo molhado pelas lágrimas. 

Não acredito que ela está fazendo tudo isso só porque irei entrar em um colégio novo, como se eu fosse sair do país ou morar em outro estado. Às vezes, eu me pergunto se ela é realmente assim por causa do meu pai ou se ele foi embora por causa desse seu temperamento bipolar e infantil.  

— Eu não estou saindo do país, mãe! Estou apenas indo para o meu primeiro dia de escola, por que você está fazendo uma confusão enorme? Não sou seu ex-marido, sou seu filho e você precisa parar de pensar que as pessoas estão te abandonando, isso enche o saco – Andei até ela novamente parando na frente de sua cama.

— Eu sei, mas você sabe como é difícil pra mim – Sua voz ainda estava chorosa pelas lágrimas e isso amoleceu um pouco meu coração, droga. Como sou um maldito idiota!

Ela caminhou até mim e me abraçou com seus braços largos

— Você precisa se tratar, sabe disso não é, mãe? – Toquei em seu rosto

— Eu sei Thomas e eu prometo que eu quando acabarmos essa confusão de mudança e seu padrasto estiver aqui eu vou me tratar direitinho – Afirmou me abraçando novamente

Elena me apertou mais um pouco em seus braços e saiu do nosso pequeno e estranho abraço de sempre e suspirou.

— Me desculpa filho?  - Disse acariciando meu rosto com um pequeno sorriso se formando em seus lábios

Como ela é bipolar, isso me deixa até embasbacado.

— Eu te desculpo, eu sempre vou te desculpar, mas você precisa cumprir com o que você fala isso está começando a piorar e não quero que acabe como dá ultima vez - Olhei no fundo dos seus olhos suplicando para que ela me entendesse sem fazer outro chilique.

— Ok, ok Thomas, eu já falei que eu vou me tratar, só que não hoje, ok? – Exclamou já andando para o outro lado do quarto na defensiva

Parece até que ela é a adolescente, não eu.

— Ok. – Me forcei a concordar, mesmo sabendo que isso nunca vai acontecer.

Sai do seu quarto antes que ela fizesse outro drama, eu não a entendo, é tão diferente, pelo o pouco que eu me lembro do meu pai eles não se suportavam, Elena vivia falando em se separar, mas de fato nunca fez aquilo sem a iniciativa direta dele, e quando digo direta, digo pegar uma mala colocar todos os seus trapos dentro e sair porta a fora sem nunca olhar para trás, naquele tempo Jane era uma boa irmã, eu tinha dez e ela onze, lembro-me que eu estava dormindo quando a briga começou a briga que levou a loucura da minha mãe e a miséria do meu pai. Eles estavam no quarto com a porta trancada e gritando muito alto, aquele dia Jane foi até meu quarto e do meu irmão, ficou contando história para me distrair e quando ouvíamos barulhos de coisas se quebrando nos abraçávamos forte.

Caleb que tinha quinze anos na época estava na casa dos amigos, ele não sabia de nada e quando voltou no outro dia ficou devastado, saiu de casa e ficou 6 dias tentando procurar por meu pai, nunca de fato o achou.

Nem sei se isso seria algo bom, ele precisa seguir sua vida e parar de pensar tanto no passado, já que já teve consequências bem devastadoras em sua vida, ainda hoje ele se culpa por não estar em casa e parar a briga dos dois. 

Sai de casa antes que eu ficasse lá o dia inteiro pensando como as coisas poderiam ter sido se meu pai e minha mãe não brigassem tanto a chegar a se separar de uma forma tão rápida e dolorosa, apenas pegar as coisas colocar em uma mala e sair pela rua, sem nunca mais voltar ou mandar mensagens qualquer coisa do tipo, apenas sair e não olhar para trás, deixar um futuro, uma família, crianças e uma mulher que por mais que não gostasse de admitir que ainda o amava, de uma forma diferente da convencional mais o amava.

 A primeira probabilidade de muitas:

Jane não iria virar uma vadia

Minha mãe iria ser mais sã

Caleb não iria se viciar em drogas

Mesmo ele não sendo mais viciado, Caleb já usou drogas, tanto que deu um tempo na escola e ficou em casa tentando se recuperar do vício, às vezes quando ele ficava em um estado de desespero pela abstinência chorava no meu colo dizendo que se odiava por não ter parado Elena e meu pai, chorava por ter se tornado aquilo.

Naquele tempo eu chorava junto a ele, nunca poderia imaginar que Caleb, meu irmão mais velho tinha se tornado um viciado e eu não podia fazer nada para mudar aquilo. Apenas apoia-lo, minha mãe naquela época vivia tão abalada que nem saia do quarto ficou duas semanas inteiras sem comer nada que preste, tomava litros e mais litros de café e ficava o dia inteiro em puro estado de torpor, não ligava para Caleb, Jane e muito menos para mim.

Eu ainda não sei se a culpo por isso, eu sei que ela estava tão abalada quanto a gente, mas ela nem olhava no nosso rosto, ia da cozinha para o banheiro e do banheiro para o quarto todos os dias, passava reto e nem perguntava se estávamos bens, Caleb conseguia cuidar de mim e de Jane, mas ele também tinha  seus problemas, e que conseguia disfarçar muito bem.

Jane começou a se tornar o que é hoje tudo por causa deles, e ela sabe que eu sei disso, seu sorriso despereceu, seu carinho pelos pais e até mesmo por mim, só restou a outra Jane. Espero que essa cidade mude um pouco a forma como ela vê o mundo e espero que aconteça isso comigo também

Espero deixar Chicago e o passado para lá, deixar todos os barulhos de vidro se quebrando que ainda me assombram ou dos gritos, do choro descontrolado da minha mãe e do eco da porta que meu pai saiu uma vez e nunca mais voltou.

Caminhei já com as lágrimas se formando em meu rosto involuntariamente, sempre que me lembro disso sinto que vou desabar como sempre. Nunca tão forte como da ultima vez, é como se fosse um passado muito sujo e que eu não pertencesse aquilo, como se fosse alguém que não era eu, não sei como suportei tudo. Como não tive coragem de contar as brigas dos meus pais todos os dias, dos choros da minha mãe todos os dias e do ultimo dia que eu vi ele, meus amigos não acreditariam em mim. No colégio eu era uma criança normal, mas em casa os fantasmas me assombram.

Eu só quero ter a chance de mudar isso, quero ter a chance de ser eu mesmo e fazer novos amigos, pessoas que eu possa contar o que me aflige, quando eu estiver muito triste, ou mesmo muito feliz.

Quase passo a rua do colégio, que droga. Eu sempre divago quando toco nesse assunto, mesmo que só esteja pensando fico horas vagando em minhas memórias que quase esqueço para onde estou indo ou o que devo fazer. A uns 50 metros vejo a construção que será meu novo colégio, tem um estilo vitoriano mais é moderna com uma fonte grande e majestosa que só pertencem a esse estilo, mas após uns metros uma construção moderna cheia de espelhos, do primeiro andar até o ultimo dando uma sensação de imponência e grandiosidade. Vasos grandes e chiques espelhados também decoram o ambiente de entrada, um galpão enorme esta ao fundo com árvores o circundando e nos muros arvores de trepadeira enfeitavam ainda mais a vista. Uou é tão lindo.

Bem diferente de Chicago, que era apenas um gramado enorme, um campo de futebol e bastante concreto.

— Ok – Suspirei já prestando atenção nos garotos que me encaravam do pátio do colégio – Lá vou eu.

Passo pelos portões do colégio tentando ao máximo não ser notado, avisto o mesmo grupo de garotos e garotas olhando diretamente para mim, droga, por que eles estão me olhando? Caminho o mais rápido possível para chegar ao prédio espelhado logo, por que esse corredor tem que ser tão grande? Não gosto quando as pessoas prestam muita atenção em mim, me sinto um idiota e ajo como um idiota.

Será que estou com o rosto inchado pelo quase choro no caminho? Merda, porque eu fiquei logo pensando nisso, por que eu não pensei que eu poderia chorar ou ficar com cara de choro, eu sou um idiota, mesmo.

Tento não pensar muito nas pessoas me olhando por onde eu ando ou minha provável cara de choro por que ao chegar em casa eu vou ter que concordar com minha mãe, eu devia ter ficado em casa ao invés de pagar esse papel ridículo de garoto chorão no primeiro dia de aula. Chega Thomas! Você está pirando e é só seu primeiro dia de aula, i daí se eu estiver com cara de choro? Eu posso inventar uma desculpa qualquer. Apenas ande em frente.

Finalmente passo pelo corredor enorme que liga as várias salas ao prédio grande, do outro lado do corredor há vários alunos no pátio que também é muito bonito, cheio de árvores e bancos para as pessoas sentarem, fico me perguntando se daqui a uns meses eu estarei sentando nesses bancos com alguma pessoa que queira ser meu amigo, ou sozinho. Jane também irá acabar o colegial aqui já que ela ficou alguns meses sem ir para o colégio devido aos seus problemas, que significa não querer ir por causa de resseca, ou garotos.

Abro a pesada porta do prédio alto e me deparo com uma sala bonita e bem decorada em tons sóbrios. As pessoas parecem gostar muito de espelhos nesse colégio, há um espelho enorme na parede ao lado das poltronas de couro branco e vasos espelhados também, uma parede enorme de vidro é embutida junto ao balcão que provavelmente é da secretária. Fico alguns segundos sem saber o que fazer até me tocar que preciso ir ao balcão falar com a secretária, uma mulher jovem abre a porta que separa o ambiente das poltronas brancas e da secretária geral onde há uma grande papelada nas mesas e várias pessoas trabalhando sentadas em suas mesas. A mulher vem até mim com um sorriso no rosto e aperta minha mão, tento ser o máximo casual, pois isso é muito estranho pra mim, ela estava me esperando?

— Olá, meu nome é Lisbeth e o seu nome é Thomas Lewis, né? – Pergunta sorridente

— Hã, sim – Minha voz soa baixa naquele ambiente tão chique.

O telefone toca em sua mesa bem na hora de continuar com a apresentação

— Só um minuto Senhor Lewis – Ela diz antes de abrir a porta de vidro e entrar em seu ambiente de trabalho

 Vejo Lisbeth atender ao telefone do outro lado do vidro. Enquanto ela fala ao telefone não consigo não ficar olhando o espelho na parede, tento ver como está a minha aparência já que nem me toquei de que precisava arrumar o cabelo, estou há tanto tempo se ir ao colégio que me esqueci até disso, graças a Deus que eu escovei os dentes se não teria que ficar o dia inteiro com a boca fechada ou comprar vários chicletes de menta para disfarçar o mau hálito, além do mais esse lugar não ajuda nada, de um jeito estranho me faz me sentir desconfortável, como se eu nunca pudesse ter isso ou viver em um lugar assim, é eu sei eu sou muito paranoico mesmo.

Ela volta com um sorriso maior ainda e continua da onde parou

— Certo Senhor Lewis, nós precisamos resolver o seu horário de aula primeiro antes de você começar as suas aulas e outras coisinhas mais – Me sinto apreensivo com essas “outras coisinhas mais”

Será que ela vai falar das regras do colégio?

— Já pode se sentar, querido. – Diz antes que eu comece a cogitar em coisas bens ruins, já que sou muito bom nisso.

 Lisbeth abre a porta e senta na cadeira, colocando os braços no balcão de uma forma casual.

— Eu sou a secretária sênior aqui Thomas e bem primeiramente, quero deixar claro que qualquer dúvida que tiver pode conversar com a supervisora do colégio Senhorita Young, ela irá te auxiliar em tudo no seu primeiro dia de aula, além disso – Lisbeth tira uma pilha de papeis com uma tachinha no centro – Você vai precisar passar pela sala dela e entregar isso, ok? – Lisbeth desliza o pedaço de papel pela fresta do vidro

Pego a folha de papel, mas não consigo lê-la muito bem a um espaço que presumo ser o lugar da assinatura, deixo a a pequena folha no meu colo com cuidado para não amassar. Odeio folhas amassadas.

— Certo – Respondo

— Ok Thomas, segundo. No Colégio temos algumas regras básicas, como o uso de uniformes, você também irá pegar isso com a supervisora Young, ela irá te dar tudo que precisa, depois de se vestir e estiver com seu papel assinado irá passar na sala do Diretor para ele te explicar mais algumas coisas sobre o colégio e ai sim depois disso tudo você poderá ingressar no colégio – Sua voz assumiu um tom autoritário e de ordem, bem diferente do começo.

— Ok

A mulher abre uma gaveta tirando mais papeis e pegando uma pasta, tira uma ficha e deixa em cima da mesa. Carimba e me entrega o pedaço de papel amarelo que provavelmente será meu horário de aula.

— Aqui está seu horário de aulas Senhor Lewis –  Confirma o que eu pensei – Venha, irei te mostrar a sala da Senhorita Young – Ela se alevanta passando pela porta do vidro e me esperando no corredor ao lado das poltronas brancas.

— Ok – Me levanto e a acompanho

Lisbeth me guia até o pequeno corredor que eu nem havia percebido ao entrar no lugar, andamos com um silêncio um pouco desconfortável até o final onde me deparo com uma porta bem chique e trabalhada de um elevador. Droga, eu odeio elevadores. Ela aperta o botão 5 e já adentra ao espaço pequeno e claustrofóbico.

— Você é novo aqui na Inglaterra Thomas? – Indaga antes de eu pisar no lugar já abrindo um dos seus ligeiros sorrisos.

— Sim – Digo tentando ao máximo não olhar para cima ou baixo, apenas para frente.

Porra, eu estou realmente ficando enjoado por causa de um elevador?

— Você está bem? – Me pergunta com seus olhos visivelmente arregalados

Eu estou tão mal que acho que vou desmaiar, tenho certeza que é estresse. Eu sempre fico assim quando vou fazer algo muito importante ou falar com alguém, pareço um idiota agindo assim, Lisbeth provavelmente deve me achar um idiota, pessoas normais ficam com um friozinho na barriga já eu quase desmaio em um elevador com a secretária sênior ao meu lado. Argh Thomas, não seja um idiota, não agora.

— Si...Sim – Tento me recuperar respirando fundo e soltando o ar devagar, mas pelo visto não está dando muito certo, pois a sensação de enjoo e o pouco oxigênio do elevador só me deixa mais mal.

Merda.

— Thomas se você estiver mal eu posso parar e te levar para a enfermaria, tudo bem pra você? – Lisbeth pergunta segurando em meu braço

— Tudo bem - Aceno minha cabeça em concordância

Estou muito confuso, da próxima vez eu não vou hesitar em pedir para me levar pelas escadarias.

— Não tem problema, depois eu mesmo falarei com Suzanne – Aperta o painel com os botões prateados ainda me segurando – Aliás, estamos no andar onde tem uma ala quando acontece esse tipo de coisa – Lisbeth parece preocupada já que não  me largou até saímos do elevador e começar a andar por outro corredor.

Esse corredor é mais simples que o outro que estávamos, as paredes são brancas a uns bancos estofados – também brancos – Ao lado da parede e uma porta grande com alguns retalhos de madeira no final.

Ela entra  me puxando para dentro, me sento em uma cadeira, fecho meus olhos com a sensação de enjoo ainda me dominando. Sinto seu rosto bem próximo do meu, mas não quero prestar muita atenção nisso. Parece que ele quer me examinar para ver se estou desmaiado ou não.

— Thomas? – Lisbeth me chama em dúvida

— Sim? – Demoro alguns segundos para responder pela tontura.

Lisbeth esta agachada no chão olhando para mim aflita, o que eu fiz essa mulher passar?

— Você pode ficar aqui né? Eu vou chamar – Ela olha para o relógio em seu pulso – Vou chamar alguém pra cuidar disso.

A mulher sai pela porta antes que eu cogitasse em responder, o lugar me dava mais vertigem ainda, as paredes todas brancas e cortinas nas janelas também do mesmo tom, havia uma cortina de hospital dividindo o ambiente, do meu lado havia uma maca e alguns aparelhos para medir a pressão, temperatura e alguns palitos, onde eu estava sentada havia mais quatro cadeiras de plástico também brancas. Na parede uma prateleira cheia de livros e alguns cartazes com avisos e prevenções sobre doenças sexualmente transmitiveis, o que não é estranho porque estamos em um colégio cheio de jovens, mas é um pouco demais pra mim.

Sinto que alguém está ali do outro lado da cortina, mas deve ser minha cabeça mesmo, não estou muito bem e ainda por cima escutando barulhos estranhos, como de uma respiração, eu estou literalmente surtando. Sou tão estúpido, porque eu tive que passar mal assim bem no primeiro dia de aula, eu podia passar em todos dias menos no primeiro, o que eu as pessoas vão pensar de mim? Será que eles sabem que eu passei mal? Droga! Deixei a mulher desesperada provavelmente ela deve estar preocupada comigo tentando achar alguém para resolver isso ou falando com a senhorita Young – que eu nem conheço – Talvez um professor de educação física venha me ver? Eu não sei, só sei que eu sou um idiota.

Idiota por estar perdendo as primeiras aulas

Idiota por estar passar mal

Idiota por estar na enfermaria que não é bem uma enfermaria

Idio....

— Skylar? – Ouço uma voz masculina atrás da cortina de hospital

Quem será? Será que devo abrir? Merda porque eu sou tão indeciso e confuso

— Hã, não – Falo hesitante.  

O garoto abre a cortina que separa o cômodo com força, como se estivesse com raiva de mim ou fosse me bater. E porra, ele é incrivelmente forte, não digo forte com os músculos do braço aparente, ele está sem camisa e sua barriga aparece, o músculo do tórax está contraído e suas mãos estão fechadas, como se estivesse prestes a acabar com alguém, digo acabar de bater até alguém sangrar muito. Ele me olha com o cenho franzido e depois relaxa sua expressão e seu corpo. O que foi que eu fiz pra merecer essa porra? Primeiro foi meu quase desmaio no elevador e agora um garoto está olhando pra mim como se fosse me matar, o meu dia não está se saindo muito bem e eu pensando que iria sair tudo bem, iria para a aula encontrar um colega para lanchar e voltar para casa feliz, talvez com um amigo novo?

— Ele estava aqui? – O garoto diz olhando pra mim e depois olhando para os cantos da sala

— Quem? – Pergunto ainda confuso

— Skylar, você não sabe quem é ele, não é? – O garoto para de olhar para os cantos e fixa seus olhos diretamente nos meus

— Não, desculpa – Tento ser o mais educado porque eu não quero acabar como o skylar ou sei lá – Eu sou novo aqui, eu cheguei hoje – Digo para ele

Ele me olha novamente e depois dá um pequeno sorriso, será que ele vai me bater? Olho para onde o seu corpo está deitado e percebo que ele tem ataduras na pélvis e alguns arranhões na barriga, provavelmente Skylar também deve saber bater, já que o garoto também está todo arrebentando, quer dizer não sei como ficou o estado de Skylar, mas provavelmente deve ser pior que o dele.

— Qual é o seu nome? – Sua voz está mais controlada e ele parece tentar ser gentil

— Thomas – Respondo

— Ok Thomas, se Skylar aparecer por aqui e eu estiver dormindo me acorde e corra ok? – Ele diz já se alinhando na pequena maca para o seu grande corpo – Eu vou dormir agora porque eu tive um dia muito longo e estou cansado – Complementa já com os olhos fechados

— Thomas? – Ele me chama novamente

— Sim?

— Você tem que me acordar se ele chegar, ok? – Ele fala como se estivesse dopado de sono.

— Eu vou chamar, ah... E qual é o seu nome mesmo? – Pergunto, mas antes de ele responder avisto alguém do corredor.

Alguém que parece estar furioso.

Seus passos são pesados e a pessoa parece exalar raiva, olho rapidamente para a porta e vejo um garoto vindo em nossa direção, não um garoto e sim uma fera.  Ele parece forte mais não tão forte como o garoto deitado ao meu lado.

Ele adentra a sala e se vira para fechar a porta com uma chave, como assim ele tem a chave? Será que ele é o Skylar, se for não parece estar arrebentado, pois caminha perfeitamente e não tem nenhum arranhão no rosto e nem nos braços, que merda que estou me metendo?

— Quem é esse aí? – O garoto diz e olha para mim com as sobrancelhas alevantadas, seu ar é de interrogação, mas parece de sarcasmo.

Eu nem percebi que o garoto deitado ao meu lado já tinha se alevantando e estava na minha frente, pude perceber como ele era alto, tipo 1.90 ou mais, ele estava sem camisa e exibia sua barriga que por mais machucada dava para ver perfeitamente os músculos e as veias saltando, sua mão estava fechada em sinal de ataque.

E agora estou com medo de apanhar, não de levar uns pontapés e sim de apanhar uma surra.

— Ele é só um garoto Skylar e é novato então pega leve, beleza? – Sua voz parecia controlada ao meu ouvido.

Ouço a risadinha do outro, é rouca e um pouco assustadora.

— Ah não – Consigo ver Skylar olhando para mim e depois para o garoto a minha frente como se tivesse ligando algo em sua cabeça – Você está comendo ele Travis? – Ele indaga com um tom de provocação evidente em sua voz

O que?  


Notas Finais


Eu sei, já aconteceu bastante coisa pro começo kkk pretendo continuar se tiver pessoas que gostem e eu só vou saber disso se tiver comentários, beijinhos.
XOXO


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