— Jeon! Abra a porta desse quarto!
Escutava os berros intensivos de mamãe do outro lado da porta, completando hoje exatamente três dias desde aquele acontecimento o qual não irei perdoar a mais velha, tirou-me quem estava me tornando um homem de bem, eliminando aos poucos o brigão dentro de mim.
Sequer uma notícia de S/N, meu amigo Jimin ficou de descobrir algo envolvendo ela e nada, apenas que Namjoon ocupa o local onde moramos por aquele tempo maravilhoso, fazendo-me acreditar ter dedo desse canalha envolvido em nossas vidas, pois mamãe jamais iria descobrir algo assim por outra pessoa a não ser ele, o único a conhecer sobre nossas vidas o suficiente para acabar com tudo. Mas, tudo bem, o que é dele está bem guardado.
— Não irei!
Respondi de volta escutando os suspiros da mais velha, outra vez, teria que pedir para uma das empregadas deixar a comida na porta.
Olhei mais uma vez as redes sociais de S/N, sequer uma atualização nova de onde ela possa estar no momento, tudo se tornaria mais fácil podendo Jimin ser o interligador entre a gente, pois meu amigo é o único que pode me visitar.
Devido hoje estar complementando três dias que estou trancado no quarto, mamãe não cedeu facilmente dessa vez retornando com um chaveiro o qual em questão de segundos abriu a porta para ela, me coloquei de pé ao lado da cama assim que ela entrou mostrando sua expressão nada contente com minhas atitudes.
— Jeon Jungkook, até onde levará essa birra de garoto ? — Fechei os punhos fortemente, não gostando da forma retratada a mim algo que deixei de ser há muito tempo.
— Eu não sou mais garoto, omma!
— Está a agir como tal.
— Você quem está me prendendo aqui. — Relatei, caminhando em direção a mesa do computador.
— Não estou lhe prendendo, você pode sair. — Retornei minha visão a ela, após abrir um jogo no PC. — Só está proibido de encontrar aquela mulher barata.
— Você nunca me proibiu de namorar, tanto que todo manhã uma garota ia embora daqui.
— Era diferente. Era só momentos para você, e outra. S/N não tem onde cair morta, é uma caipira sem classe e, mais velha que você. É fora dos padrões, nada que deixe uma imagem boa ao seu lado. — As palavras tem limites e minha mãe desconhece isso, acabando por conquistar mais ainda meu ódio. — Quer sair ? Pois vá! Mas não encontre ela.
— Então, ficarei por aqui. — Olhei ela mais uma vez, antes de sair do quarto onde não poderei ficar em paz. — Pois o momento que eu colocar meus pés pra fora dessa casa, irei atrás da mulher que amo.
Pegando o caminho do cômodo onde foi montada uma pequena academia, resolvi liberar toda a raiva e estresse malhando, de soslaio notando a presença da mamãe na porta certificando que eu não iria sair atrás de S/N. Bom, enquanto eu não souber a localização dela não irei atrás, bater no local errado.
Com horas depois ainda me exercitando levantando peso, enxerguei a figura de Jimin pelo reflexo do imenso espelho a minha frente. Meu amigo tinha retornado como prometido, trazendo em mãos uma carta.
— Onde conseguiu isso ? — Questionei após pegar, encontrando o nome do remetente.
— Não vai gostar de saber. Pode ficar furioso, pois foi com a pessoa que você mais detesta, mas aos olhos de S/N a única pessoa capaz de receber isso. — Eu já estava puto da vida, o suor escorria por meu corpo liberando mais raiva ainda. — Com meu primo.
— O entregador de pizza ? Quê ? — Quase surtei impressionado, querendo entender os motivos para ele ter não me procurado antes e entregue essa carta. S/N não devia ter confiado nesse vacilão, óbvio que não faria tal coisa.
— Taehyung não entregou antes, pois essa carta chegou ontem pra ele lá na pizzaria onde trabalha, meu primo é inocente dessa vez. — Dessa ele escapou.
— Mas, aqui não diz onde ela está, somente que sei lá quem chamada Cacilda está grávida. — Era apenas uma carta de desculpas, no final envolvendo o nome de outra mulher que desconheço.
— Talvez, ela não queira encontro entre vocês.
Após as palavras do meu amigo que foi levantar alguns pesos, permaneci no mesmo local segurando aquela carta em mãos tentando entender se é o que S/N quer, acabar com nossa história dessa forma aceitando as ordens de mamãe.
Depois daqueles exercícios, convidei Jimin para um mergulho na piscina aproveitando que mamãe teria saído, assim evitando encontro indesejáveis com ela, passei a beber com meu amigo pegando as melhores bebidas do estoque de casa. Deitado na bóia flutuando na piscina apreciando meu whisky, me questionava mentalmente quem seria Cacilda.
— Jungkook, talvez seja isso. Afinal, ainda somos novos para estarmos com uma única pessoa. É como as vacas, a cada ciclo um boi diferente. — Sentado na espreguiçadeira, Jimin tagarelava parecendo um eu do passado. Eu teria ignorado seu comentário sem lógica, se não fosse uns certas palavras.
— O que disse, hyung ?
— Que somos novos ?
— Depois disso, Jimin. — Me retirando da piscina, fiquei diante dele o qual buscava se lembrar.
— Vaca e boi ?
— A fazenda boa vida! É onde ela está.
(...)
Pela noite após Jimin ter ido embora levando uma das minhas mochilas afirmando ser jogos, marquei na frente de mamãe me encontrar mais tarde com ele na boate do centro de Seul, insinuando precisar beber com os amigos para esquecer dos problemas, agindo exatamente como eu era antigamente fazendo ela acreditar ao ponto de apreciar o sorrisinho surgido nos lábios dela.
— Faz bem, filho. É novo demais para assumir responsabilidades como um adulto. — De fato é isto, ela quem sempre me tratou como um pirralho mimado.
— Sim, tenho uma omma para me dar tudo.
— Exatamente!
— Bom, preciso ir me encontrar com Jimin e Suga.
Dois beijinhos foram depositados em casa bochecha minha, arrumando a jaqueta de couro da cor preta estiquei a mão exigindo uma boa quantia em dinheiro vivo e ela deu-me sem nada a dizer, logo em seguida saí de casa encontrando com Jimin no local marcado sendo esse em frente a pizzaria onde seu primo trabalha, os motivos para ser nesse local ainda não entendo.
Antes de tudo deixei Suga avisado do meu plano, ele sendo uma espécie de amigo acostumado mais a estar na dele acabou aceitando, do seu quarto iria criar imagens perfeitas usando fotos antigas de nós em boates, caso seja preciso, mamãe terá provas suficientes que estou em uma enquanto ganho tempo para chegar na fazenda.
Esperando ser Jimin a surgir, acabou por ser seu primo entregando-me a mochila.
— O que faz aqui, idiota ?
— Taehyung é o único a saber como chegar nessa fazenda. — Agora sim meu amigo chegou, com a mochila dele.
— E, sou o único a ter carro. Já é de noite, ônibus algum irá até lá, amanhã é sábado e nada também. — Advertiu Taehyung mostrando-me todas as escolhas que não tenho, logo após destravando as portas de um certo carro velho.
— Não entro nessa banheira velha nem morto.
— Não precisa ofender, playboyzinho.
Me vendo sem alternativas acabei por aceitar aquela viagem torturante, não por motivos do veículo e sim, o primo de Jimin tagarelando do início ao fim.
A estrada também não era uma das melhores devido ser de noite, os faróis do carro não eram suficientes criando um cenário assustador, mais ainda por Taehyung estar cantando podendo atrair atenções imagináveis. Em uma parada mais à frente sendo aquela mesma de quando viajei com S/N beijando-a na frente das meninas, paramos também para abastecer e usar o banheiro.
— Tinha mesmo que trazer esse idiota, Jimin ? — Perto de uma árvore livrando-me do cinto podendo urinar, reclamei com o ruivo.
— Neste momento odeio meu primo por ter pego o banheiro, mais sim, precisava. Ele é o único a ter transporte, como saber o caminho. — Juntos, levantamos nossas calças. — Vai agradecer quando se encontrar com S/N.
— Podemos ir, princesas ?
Logo aquele imbecil sorridente voltou, apreciando o jato de urina mirado nele antes que eu levantasse o restante da calça, arrancando risadas de Jimin o qual se sentiu vingado por não ter usado o banheiro. Taehyung nada feliz, passou a correr atrás de mim enquanto eu tentava arrumar a calça evitando de tropeçar e cair, tal coisa não demorando muito a acontecer sendo o motivo das risadas deles dois, não me aguentei por muito tempo rindo de mim mesmo.
(...)
— Acorda, cão de briga.
Uma das piores formas de acordar é escutar a voz irritante desse primo de Jimin e, me sentir coberto de lama já dura por horas atrás o carro ter ficado atolado, pela primeira vez usei minha força para empurrar um veículo.
— Bem vindo à fazenda boa vida, cão de briga.
— Para de me chamar assim, imbecil. — Primeiramente encarei ele que sorria cínico, logo após reconheci a entrada da fazenda à frente avistando de longe Jin empurrando um carrinho de mão com palhas para dar aos animais.
Taehyung estacionou o carro do lado de fora do das cercas pois bem no portão continha outra poça de lama, facilmente o veículo ficaria atolado. Então, saímos os três seguindo aquele caminho passando pelo portão imenso contendo a placa com o nome da fazenda, as galinhas vieram correndo em muitas em nossa direção assustando Taehyung que foi o primeiro a sair correndo gritando como um pouco pedindo por socorro, jogou-se dentro do pasto dos porcos sujando-se ainda mais e gritando, atraindo atenção de Jin que surgiu com uma par em mãos.
Sabendo que Jin iria bater até cansar em Taehyung, peguei Jimin e o puxei nos escondendo atrás de umas palhas amontoadas, esperando a cena divertida.
— Oh, tia! Tem ladrão de porcos aqui!
Queria muito ver a mãe de S/N, pois essa velhinha é uma figura comediante assim como Jin, porém, surgiu a pessoa quem eu mais queria encontrar. Em suas mãos dois baldes de leite retirados das vacas, na sua cabeça um chapéu de palha e em sua face, uma expressão neutra.
— Não tente fugir, ladrão de porcos… — S/N parou de falar, após Taehyung ter se colocado de pé limpando com as mãos seu rosto. — Como chegou aqui ?
— Conhece o ladrão de porcos, prima ?
— Eu não sou ladrão de porcos, seu idiota! — Taehyung saiu do pasto, olhou em volta procurando por nós. — Donzela S/N, eu estou aqui em busca de você, diferente de certos garotos mimados.
Taehyung tentou se aproximar de S/N e Jin colocou a par na frente impedindo, como sempre sendo protetor, mas o primo de Jimin não desistiu fácil tentando tocar nela outra vez acabando por quase apanhar de Jin se não fosse por S/N ter deixado os baldes de leite cair após bater seus olhos em mim chegando próximo dela a cada passo.
— Faz bem, a surra em quem eu queria dar era em você mesmo, seu pivete mimado. — Não era bem esse encontro que eu pretendia ter com minha S/N, sair correndo de Jin antes que ele pudesse arrancar a pele do meu corpo.
— Eu não fiz nada, seu caipira!
— Me respeita, seu pivete catarrento! — Gritava Jin, tentando me alcançar.
— Me obrigue!
Admito que, estar fugindo dele era divertido, memórias boas vividas de quando estive aqui aquela época, até mesmo chamando Seokjin pela forma apelidada desde a primeira vez. Gargalhava muito as demais pessoas da nossa palhaçada, arrancadas boas risadas principalmente de S/N quando pulei para dentro do pasto dos cavalos, novamente, como na primeira vez aqui, um entre eles puxou-me pelos cabelos tentando comer o mesmo.
— Socorro! Tão comendo meu lindo cabelo!
Jin em frente ao curral gargalhava muito ao invés de me ajudar, quem se atreveu a fazer isso foi S/N, pulando a cerca do mesmo entrando sem desafios, dando maçã ao cavalo conseguindo fazer ele largar meu cabelo. Ela se ajoelhou ao meu lado, como sempre cuidando de mim passando a mão em meu cabelo tentando arrumar, ciente que gosto da minha aparência sempre bem vista.
— Babá, eu precisava vir aqui para dizer que te amo.
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