História Babá de um capetinha - Vhope - Primeiro dia(Final)

O nosso dia de tortura estava quase no fim, mas vou resumir o que aconteceu nesse tempo.

Eu e o Jungkook fizemos a vontade do pequeno demôniozinho, fomos no quintal para brincar de tiro ao alvo, e já como estávamos vestidos de frutas, nós éramos os alvos. Nunca me senti tão humilhado em toda a minha vida.

Ele nos fez de cobaias com aquelas suas brincadeiras torturantes. Sério, aquela criança sentia prazer em ver nosso sofrimento. Perdi as contas de quantos chutes e tapas Jungkook e eu recebemos.

Não era à toa que ninguém queria cuidar dele

O povo conta que ele é assim por ser mimado pelo pai – vulgo padrasto de Hoseok– que faz as vontades do mini terrorista. Soube que Hoseok não gosta de sair em família por causa das birras que Jimin fazia. Nem eu gostaria, me sentiria muito envergonhado.

Coitado do meu amor

Já estava quase na hora da senhora Jung chegar, e a casa e quintal estavam uma bagunça. Eu e Jungkook não sabíamos nem por onde começar.

  - É o seguinte.. - Comecei assim que Jungkook se aproximou. - Você fica de olho na peste, e eu tento dar uma agilizada, ok?

  - Você não quer cuidar dele, não? Sabe.. ele está tomando banho e tal.. pode ser perigoso pra mim ficar de olho. - Riu de nervoso, mas só o olhei sério.

  - O mínimo que ele vai fazer é te molhar! Seja homem! - Reviro os olhos com a covardia do mesmo.

  - E porque não vai você? Você que quis ser babá dele somente pra conseguir aproximidade com o Hoseok. Acho justo você se arriscar. - Disse simples, porém me olhou debochado. - Afinal.. o mínimo que ele poderia fazer é te molhar. - Riu.

  - Idiota! - Digo irritado, batendo o pé. - Ok, eu vou lá! Apenas pra te mostrar que eu sou muito macho!

E lá fui eu...

⟨•••⟩

  - Jimin! Você não pode fazer isso! - Disse tentando o fazer parar de ficar jogando shampoo na banheira.

  - Eu posso sim! Jiminnie pode tudo! - Disse sério, logo cumprimindo os lábios com certa força, já que estávamos em uma briguinha.

  - Não pode! - Digo já irritado e puxo o shampoo de sua mão, finalmente o pegando. - Eu que mando aqui, ouviu? Sua mãe me colocou no comando! - Ri vitorioso.

  - Cala boca, seu bobão! - Disse com as bochechas infladas, fazendo um movimento rápido e pegando o shampoo que era de seu pai – provavelmente – e o apertou com força, fazendo o líquido jorrar de certa em meu rosto, quer dizer, nos meus olhos.

  - JIMIN! - Gritei, e por impulso levei as mãos aos olhos, os esfregando. - AH! - Gritei novamente, sentindo a ardência. - Eu vou ficar cego! - Disse desesperado e tentei não derrubar nada no chão, mas estava impossível. Cheguei a pia e girei a torneira, lavando o rosto desesperado, pude escutar perfeitamente a risada do outro. - Peste!

Eu desisto!

⟨•••⟩

Confesso que depois desse dia não quero nem saber de voltar a cuidar desse pestinha. Na moral, ele é uma criança má!

Podem achar que estou exagerando, mas eu não estou. Eu gosto muito de crianças, mas essa é simplesmente impossível de gostar. Jimin tem um péssimo comportamento.

Vou ter que ser obrigado a falar para a senhora Jung que eu e Jungkook desistimos.

Agora estávamos sentados no sofá completamente mortos, enquanto a Jimin, bom.. ele estava sentado na caderinha onde ele estava fazendo um desenho.

  - Capeta.. - Sussurrei enquanto o observava desenhar, o olhando assim nem parecia que era um demôninho.

  - Vai desistir mesmo? - Perguntou Jungkook, ele olhava o garoto também. Ele não tinha forças nem pra se mexer.

  - Acho que sim.. já consegui meu objetivo. - Digo e me ergo no sofá, tirando a lista com os números de celular do bolso. - Consegui o número dele.

  - Espera.. - Disse, e virou o pescoço pra me encarar. - Você nós arriscou, quer dizer, me arriscou somente pra pegar o número dele?!

  - É...

  - Eu queria te matar, mas não tenho forças nem pra isso! Esse garoto sugou toda minha energia! - Esbravejou, ficando emburrado.

Suspiramos e voltamos a olhar o garoto, que logo direcionou o olhar para nós, sorrindo de maneira diabólica. Ao meu ver.

Meu cunhadinho é tão amorzinho...

⟨•••⟩

A senhora Jung chegou, já colocando algumas sacolas no sofá e indo até o pequeno príncipe das trevas.

  - Oi, meu bebê! - Sorriu o pegando no colo e deixando vários selares na bochecha gordinha. Parecia até um amorzinho, mas só parecia. - Então, rapazes.. o Jiminnie deu muito trabalho?

  - É... não. - Disse nervoso. Queria muito dizer o quanto o filho dela é ruim, mas não o fiz.

  - Ele se comportou, mas.. eu e o Taehyung decidimos que nós não vamos–

Eu o interrompi quando vi quem acabara de entrar. Era Hoseok com uma roupa diferente da que tinha saído, provavelmente por causa da aula de dança.

Ai, seu gostoso!

  - Decidimos que não vamos mais parar de cuidar desse anjinho. - Disse sorrindo.

  - Oh, que bom! - Sorriu animada, e vi brevemente que havia tirado a tensão de seus ombros. Era alívio? - Como foi seu dia, bebê?

  - Foi muito divertido, eu amei ficar com o Taetae e o Kookie. Eles são muito legais. - Sorriu todo fofinho. Ai, ai...

  - Fico muito feliz, bebê.. - Sorriu após dar um beijo estalado na bochecha do pequeno. - Então.. até amanhã, garotos! Se despede deles, Min Min.

Ela disse e o colocou no chão, ele apenas passou reto por nós e foi até a mesinha, logo pegando um papel, vindo até nós.

  - Até amanhã, titios. - Sorriu e me entregou. Se eu não visse antes com certeza teria caído de amores.

  - Oh, muito obrigado. - Sorri, e abri o desenho.

Eram dois bonecos chorando enquanto um pequeno, com certeza ele, sorria maléficamente.

  - Bom, nós estamos indo. - Disse e puxei Jungkook, não iria surtar.

  - Tae.. - Ouvi a voz de meu hyung me chamando. Aí que sonho. Me virei e o olhei. - Está tudo bem? Seus olhos estão muito vermelhos.. - Me olhou confuso e preocupado.

  - Tá tudo bem! Até amanhã! - Disse e abri a porta saindo com o Jungkook.

  - Você tá horrível. - Riu Jungkook, como se ele não estivesse.

Não acredito que fui notado em meu péssimo estado!