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História Bacamarte - Uma Arma Bruxa. - Lilian e Nayeli


Escrita por: Nepni

Notas do Autor


Esqueci de avisar, não trabalho aos domingos o que é uma pena, além disso sou uma mulher responsável, por mais que eu sempre encontre algo que me distraia, e por isso postei tão tarde. Aproveitem.

Capítulo 7 - Lilian e Nayeli


- Vocês querem que eu faça o que? – perguntou Nayeli, com uma voz fininha, enquanto balançava a varinha, não estavam nem um pouco concentrados na aula de transfiguração de Victoria, onde mais de uma vez os alunos homens lhe pediam explicações ridículas apenas para se ter seus lindos olhos de Veela sob suas cabeças ocas.

- A Sonserina tem uma péssima reputação, e não adianta vencermos se todos ficarem contra nós, é a lei da selva, “quanto menos predadores mais perto do topo da cadeia”. – falou Paola.

- Achei que a lei era “o mais forte vence”. – disse Albus.

- Isso é coisa de filme, na selva temos vários exemplos de que essa é a maior baboseira já dita. – disse Paola, meio insultada. – Enfim, vou hoje fazer o teste, e obviamente vou passar, mas a coisa é que não adianta nada eu ser boa e toda a escola trabalhar para que eu perca, James é popular, mas não é dois, porem com a ajuda de 3 casas unidas ele vai estar sempre um passo à frente em qualquer manobra feita, e além do quadribol, quero pegá-lo!

- Mas isso não tem nada a ver comigo, ele nunca me deu problemas, e eu não gosto de quem vocês escolheram. Ela me insultou no trem vindo pra cá...

- A Lilian? – perguntou Scorpius, quase ofendido de tão chocado. – Ela é o ser mais doce que existe. – e todos o encaram. – Digo, nunca a vi desrespeitar ninguém.

- Scorpius já foi namorado dela há dois anos, mas acabou mal. – sussurrou Albus, para as duas.

- Eu ainda estou aqui. – sussurrou irritado.

- Enfim, o que foi que ela te disse de tão mal? – perguntou Paola.

- disse que eu era feia...

- A Lilian? – disseram Scorpius e Albus, estupefatos.

- É! – gritou Nayeli, frustrada, chamando atenção de toda a sala. – Desculpe professora. – e respirou fundo a fim de se acalmar – Ela brincou comigo, disse que eu era bonita só para caçoar de mim. – os três ficaram calados a olhando confusos. – O que foi?

- Você é bonita. – disseram os três juntos. – há! Que legal, estou passando tanto tempo com vocês dois que daqui a pouco vai ser normal nós três falarmos juntos. – disse Paola animada.

- Vocês são uns panacas. – disse furiosa, dando um puxão que transformou seu sapo em um copo invés de uma caneta – já viram meu nariz? Meus olhos fundos? Minhas sobrancelhas finas demais? Eu sou uma droga – disse Nayeli, disse batendo o punho na mesa, os olhos marejados.

- Você está completamente louca, seu nariz é característico, sou rosto parece com uma cigana e ao mesmo tempo com um índio. – respondeu Paola, listando nos dedos suas qualidades – achei que tivesse orgulho de onde veio.

- Eu não sou como a gente de onde eu venho, já viu minha pele? Eu sou uma cara pálida. – disse Nayeli irritada.

- Os homo sapiens vieram da África colega, o primeiro bruxo do mundo era um negão e atravessou as geleiras até chegar a povoar pela primeira vez a América. Você é tão americana quanto Adisa se formos nessa de pele. – e dito isso Nayeli parecia que ia chorar – Sei como é difícil, ficar no meio do caminho, mestiça de criatura mística lembra? Mas você é linda e tem que começar a pensar melhor sobre isso. – disse Paola, Nayeli fungou um pouco e concordou com um aceno de cabeça, parecendo determinada. Paola pigarreou.

- Enfim, Lilian é a melhor aluna da Lufa-lufa, além de ser uma boa apanhadora para o time, ter ela falando para as pessoas pararem de tratar a Sonserina como lixo faria, no mínimo, os gritos de guerra pararem.

- E serem mais amistosos depois de um treino. – disse Scorpius.

- E a responderem caso você pergunte algo pra eles, ou dar bom dia de volta, de não nós entregar caso façamos qualquer coisa minimamente fora da linha. – disse Albus contando nós dedos enquanto pouco a pouco sua voz sumia de vergonha. – é difícil viver num colégio, participar de uma casa, enquanto todo o resto do mundo te odeia.

- Tá, Tá, ser da Sonserina é uma droga e vocês estão tristes, parem de fazer essa cara... – disse com raiva enquanto todos tentavam imitar a face que Paola tinha quando queria alguma coisa (uma fofa com seus olhos de gato do tamanho de pires e o narizinho tremendo, ela até tentou ensinar, mas Albus e Scorpius pareciam passarinhos depenados) – eu faço tá? Eu faço.

&

                Lilian era a apanhadora, logo ela estaria no campo de quadribol, já que o tempo da Sonserina era logo depois do da Lufa-lufa. Os quatro foram para lá logo após a última aula do sábado. O que não foi muito bom, porque se Nayeli tinha passado despercebida desde que havia chegado (na cabeça dela, afinal ninguém tinha um cabelo azul turquesa), agora realmente seria lembrada por carregar sonserinos para um treino, mesmo que eles estivessem apenas guardando as vassouras e já trocados. Ninguém fez nem mesmo uma menção de olhá-los nós olhos ou sequer lhe deu uma boa tarde. Parecia ignora-los completamente, com exceção de Lilian é claro, ela parou tudo o que estava fazendo para receber o irmão.

- Maninho. – gritou animada abraçado ele. – Olha só... – falou andando em volta de Paola – você é super musculosa, imagino que vai dar uma batedora incrível.

- Obrigado Potter ruiva, mas sou apanhadora. Posso não parecer mas sou rápida. – e dito isso abriu espaço pra Nayeli, que estava de braços cruzados olhando pra Lily como se ela fosse, de uma hora pra outra, lhe soltar um palavrão.

- Oi. – disse Lily sem jeito.

- Oi. – respondeu Nayeli, desconfiada. – Pelo o que me disseram você realmente me elogiou.

- Sim, eu até tentei ir atrás de você, mas fiquei com medo de você gritar ainda mais comigo. – Nayeli ficou vermelha.

- Me desculpa por isso... Eu...Não estou acostumada a ter gente bonita me dizendo que eu sou bonita. – dessa vez as duas ficaram vermelhas.

- Então – continuou Albus sorrindo e arrastando as palavras acho que estou sobrando, vou por minha roupa. – Albus seguiu Paola, mas Scorpius parecia confuso e demorou pelo menos uns três passos para seguir em frente.

- Ela parece ser gente boa. – disse Lilian fazendo menção a Paola – Bem diferente do que a maior parte da minha família aqui fez parecer. Ela que mandou você vir falar comigo?

- Na verdade, eu não teria vindo se não tivesse notado que você estava falando sério, Albus e Scorpius não acreditaram quando eu disse que você tinha zoado minha aparência, disseram que você jamais faria isso. – Lilian olhou para o chão, constrangida. – Diferente do James, que parece estar atormentando os três, eles só querem um ambiente mais amigável e pensaram que por sermos da mesma casa você me daria ouvidos. – disse Nayeli quase rindo, como se a ideia fosse ridícula, mas Lilian, com seu rosto sardento a escutava com atenção.

- Quer ir para um lugar mais privado? – e andou rápido numa direção contraria a normal, puxando uma Nayeli chocada pela mão.

&

                O ar estava bem frio, mas quanto mais andavam pela trilha próxima ao lago em que Lily a levava mais parecia que entravam numa bolha quentinha. As folhas ficavam verdes e firmes, ao invés de 5 ou 6 passos atrás, até que uma clareira se abriu em sua frente, com grama verdinha e areia cinza, onde o vento era fresco, invés de cortante, e a água não parecia assustadora e sim um pouco menos escura. Uma mini praia feliz e quente. E quando Lily tirou o casaco e a gravata Nayeli quase pode sentir o cheiro do perfume que usava. Scorpius estava certo, Lily era doce.

- James é um saco, meu irmão mais velho é mais idiota dos Potter, isso porque você não conhece as histórias do meu avô. – disse ela rindo enquanto se sentava e enfiava a mão numa toca de coelho e tirava uma garrafa de água fresquinha. – Você quer?

- Quero. – disse Nayeli, deixando espaço pra Lily continuar.

- Todos os homens da família estão muito ocupados arranjando problemas. Albus foi pra Sonserina porque pediu, após conhecer Scorpius, Thiago vive dando dores de cabeça para o papai e há dois anos eu era a “namorada do Malfoy”. – seu sorriso desapareceu rápido, como se tivesse levado um soco, ela continuou – não é uma merda que meus irmãos façam coisa mirabolantes para enfrentar o que esperam deles enquanto eu sou reduzida a um namoro? – Nayeli soltou um “hã” confirmativo, sentando-se ao lado de Lily.

- Lá em casa a maioria dos homens morreram por causa das guerras com colonos ao longo de séculos, hoje as tribos, em maioria, são regidas por matriarcas, posso ser livre desde que faça o que elas acham certo, e poucas vezes elas se intrometem. – dizia, olhando a lula gigante tentar pegar um gato com asas ao longe – mas sim, nas cidades dos Estados Unidos, mesmo com a descendência da nossa magia, eles ainda falam que somos imbecis, bárbaros, os índios burros, os bons-selvagens. Mas pelo menos sou livre para ser mulher lá em casa.

- Eu adoraria morar na América, não me leve a mal, mas viver numa tribo onde você tem que obedecer às regras, mas ser livre como mulher é bem mais atrativo que ficar aqui obedecendo ordens e ser objetificada.

- Foi por isso que terminou com ele?

- Foi por isso que fiz isso aqui. – disse ela. – Meu próprio lugar, enfeitiçado para que só mulheres possam entrar, um lugar de liberdade... Eu terminei com ele porque quero voar alto, fazer loucuras, viver... Scor é uma cara legal, mas ele acredita em uma vida tranquila, somos só pessoas diferentes eu acho.

- Aposto, mas você não foi pra grifinória. Deve ser a única Potter na Lufa-lufa, fiquei sabendo da nossa reputação de “o resto”. – Lilian sorriu.

- Quero passar despercebida pelos Potter, quero ir embora, cavalgar em algum cavalo em alguma planície como uma trouxa. – disse se deitando na grama, Nayeli a acompanhou, deitando em silencio ao seu lado, seus cabelos azuis brilhando entre os laranjas cabelos de lilian.

- Lá em casa tem Otsegas¹ - disse Nayeli, deitando a apenas 2 dedos de Lilian – cavalos enormes com patas de lobo e asas no lugar das orelhas. Você pode ir me visitar nas férias, cavalgar neles realmente é muito legal. – olhando para ela bem no fundo de seus olhos castanhos, deitadas na grama ela admitiu – Seria livre para cavalgar pelo horizonte... E sinceramente... Eu te seguiria cub cute. – Lilian olhou pra ela.

- O que é cub cute?

- A tradução literal seria filhote de fofura, mas é uma gíria para um cheiro, cheiro de fofura. – Lilian sorriu.

- Você tem certeza de que eu sou fofa?

- Eu não disse isso, disse que você tem cheiro de fofura. – Lilian riu e continuou encarado, Nayeli tinha olhos negros, fazia um reflexo de sim mesma, ela respirou fundo, e Nayeli sentiu o hálito doce no seu rosto.

- Eu vou te ajudar com o James, cub cute.

&

- E agora o que fazemos? – disse Scorpius, suado após o “treino”. Ele não pode deixar o cargo de apanhador, tinha que ser avaliado junto com Paola, competindo para ver quem era mais rápido em pegar o pomo, porque pelo visto a maioria do time não acreditava que uma pessoa tão grande pudesse ser rápida.

- Bom, segundo o bilhete que Nayeli, Lufa-Lufa está no papo... Então vamos para Corvinal. – disse Albus, como se fosse obvio.

                Nayeli mandara um bilhete mágico2 uma hora antes de deixarem a quadra, bem quando Paola pegava o pomo num pulo absurdo, que foi bonito ali, numa quadra enorme sem balaços contra um só apanhador magro como Scorpius, mas que em campo poderia ser perigoso demais. Ou seja, perderam muito tempo ouvindo um sermão de Dany Cowalsky, a capitã.

- Nada disso. – disse Paola, ofegante, andavam rápido para enfim comer. – Não dá pra ter todo mundo do nosso lado, ou seriamos o próximo James, a coisa aqui é o equilíbrio, temos a Lufa-Lufa, e agora James não tem mais a Corvinal, Ryo tem puxa sacos por todo lado, logo só precisamos é de um pouquinho da Grifinória.

- James está lá, nunca vai deixar a gente conseguir alguém pro nosso lado. – disse Scorpius, entrando no salão comunal com os dois.

- Nós vamos construir uma ponte então, algo que James não vai poder prever e que ligue as duas casas. – Scorpius e Albus se entreolharam sentando-se na mesa – vamos torcer pra grifinória.

- Torcer pra quem? – perguntaram juntos, Paola riu.

- Pra Adisa Lagkurue. – os três olharam para a mesa da Grifinória onde o africano de olhos brancos como a lua cutucava a comida com cara de poucos amigos.


Notas Finais


1. Otsega, significa “todos eles correm” em cherooke, esse animal não existe nem HP nem na mitologia indígena, mas cavalos são importantes para os índios norte-americanos, existiam muitos deles selvagens na América no Norte nas planícies, e eram a principal locomoção dos mesmos. (NO)
2. Aquele passarinho de papel que o Draco sopra pro Harry em prisioneiro de Askaban.


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