Àquela altura, ninguém, exceto Chan, importava-se mais com o rumo que as histórias estavam indo. Cada hora chegava uma pior que a outra, as risadas eram instantâneas.
E, novamente, ninguém sabia quem seria o próximo. A foto, que estava no meio da roda, não perdia a graça, não importava quantas vezes olhassem para ela. Num minuto de coragem, Seungmin pegou-a e ficou no centro.
— Okay, agora é a minha vez! — exclamou animado. Ele sempre foi um tanto competitivo. Enquanto os amigos contavam suas histórias, o Kim pensava nos detalhes da sua.
— O Seungmin que deu a ideia, mas não tô botando muita fé nele, não — Minho disse em tom de deboche, ganhando um empurrão como resposta do mais novo.
— Mais alguém quer interromper ou eu posso começar? — o Kim falou, e todos ficaram calados. — Tudo começou com uma longa viagem até o sul do país, onde habitava um pequeno povoado. — Seungmin manteve sua voz baixa, quase num sussurro; os olhos passeavam entre os amigos.
“Em uma noite de lua cheia, o vento uivava lá fora; e em meio a clareira, uma grande fogueira ardia. Os locais dançavam no que diziam ser uma recepção aos visitantes. Dentre eles, Chan dançava e bebia com todos. Ele não sabia, mas seu destino estava traçado. Sob a luz da lua, ele recebeu a maldição…”
— É o chupa-cu ou um lobisomem? — Changbin perguntou, mas os outros estavam mais interessados na história do que em seu comentário.
— As mudanças começaram com tremores noturnos. Chan não sabia o que estava acontecendo, seu corpo ficava cada vez mais quente e uma sensação de fome o preenchia, mas não importava o que comesse, nunca estava satisfeito. NUNCA! — Seungmin gritou a última palavra de forma abrupta, fazendo Hyunjin pular de susto e soltar alguns palavrões enquanto se recuperava do abalo.
— Imagina o cara levantar de madrugada com fome e a larica ser um cu — Jisung aproveitou para comentar, arrancando gargalhadas dos amigos. Seungmin também quis rir, mas mordeu a língua e manteve sua pose séria.
— Continuando… — Ele limpou a garganta, dando um longo gole na sua bebida. — Já de volta a sua casa na cidade grande, Chan começou a ter alguns apagões de memória. Às vezes estava voltando para casa da faculdade e depois tudo o que se lembrava era de acordar em sua cama, pelado e... — Fez uma pausa dramática. — Com um gosto estranho em sua boca — Seungmin completou, arrancando uma mistura de barulhos nojentos e risadas escandalosas de seus amigos.
— Meu deus, você é muito nojento — Chan comentou, um tanto indignado com a história do amigo.
— Ah, pronto! A madame vai fingir que nunca lambeu um cuzinho na vida? — Seungmin disse, sorrindo ladino, como se soubesse algo que os outros ali não soubessem. Os amigos reagiram com piadinhas e gritaria. Todos, menos Minho, que revirou os olhos e pediu para que o Kim continuasse.
— Bom, como eu ia dizendo: Chan achou que estava doente, perguntava-se se era possível desenvolver alzheimer assim tão novo. No entanto, antes que houvesse tempo de buscar um médico, recebeu um e-mail anônimo com algumas fotos. Fotos dele, vestido de uma forma extremamente estranha e sobre o telhado de uma casa que nunca havia visto, entre elas, a que vocês tem em mãos. O e-mail só dizia uma coisa: Eu sei quem você é… o chupa-cu de Goianinha. — Seungmin terminou sua história, curvando-se como se houvesse finalizado um espetáculo.
— Chupa-cu de Goianinha, essa foi boa — Jeongin soltou entre as risadas.
— Nossa, como vocês riem com qualquer besteira — Minho implicou novamente, fingindo bocejar.
— Tá achando ruim, faz melhor então — Seungmin rebateu, jogando a latinha, agora vazia, no mais velho.
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