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História BACK TO BACK: About A Girl - Skinny Love


Escrita por: FinnSkada

Notas do Autor


E aí, galera.
Só mais TRÊS capítulos para o fim!
Escutem "Skinny Love - Birdy" enquanto lêem esse capítulo, vai ficar bem melhor.
Prestem atenção!
Boa leitura!

Capítulo 13 - Skinny Love


Fanfic / Fanfiction BACK TO BACK: About A Girl - Skinny Love

Meu coração batia tão forte que parecia um tambor. Não fui feita pra ficar sob pressão e ali sentada ao lado de Lucas, tive ainda mais certeza disso. Já deviam ser seis horas e o sol já havia partido. Uma brisa fria soprava em nossos rosto. Tocava alguma coisa triste da Cindy Lauper na rádio, mas nem eu, nem Lucas prestávamos atenção. Eu só conseguia pensar em chegar logo ao hospital.

-O que aconteceu realmente?

-Sei tanto quanto você. - Lucas respondeu visivelmente nervoso. Era engraçado, porque eu nunca havia visto ele daquela forma. Ele realmente amava o Mike.

-Quem te ligou pra avisar?

-Nancy, a irmã dele. - Ele não tirava o olho da estrada.

-Mas ele tá bem?

-Sei tanto quanto você, magrela. - Concluiu.

O resto do caminho foi mais calmo. Quando finalmente estacionamos o carro, e fomos o mais rápido possível até a recepção. A recepcionista falava ao telefone e Lucas e eu quase batemos nela para que desligasse. Falou de mal humor onde estava Mike. Quarto 17. Escadas, paredes verde menta, jalecos indo e vindo, cheiro de álcool. Quarto 17. Respirei fundo antes de abrir a porta e antes que Lucas pudesse abri-la. Abri a porta de supetão, o nervosismo aparente brotando em gotas de suor em minha testa.

-Mike? - Olhei ao redor.

Ele sorriu, mordendo o lábio. Parecia bem. Estava deitado na cama, com um lençol lhe cobrindo da cintura pra baixo. O toráx nu, magro parecia ainda mais branco, com alguns ralados no peito. Estava com a mesma calça que usou durante o dia, e a jaqueta jogada ao lado da maca. Ergueu os cotovelos ralados pra mim, ainda sorrindo.

-Você é louco, seu idiota? - Falei nervosa, enquanto pulava cima dele, sem reparar que haviam outras  pessoas no quarto.

-Quem é essa moça? - Uma senhora trajada de preto, com um cigarro entre os lábios vermelhos perguntou alto.

-É a namorada do Will… - Nancy respondeu de imediato, nem tive como me defender.

-Quê? Namorada do Will? Ela é minha namorada. - Mike informou rápido e irritado, fazendo com que Lucas soltasse uma risadinha.

-Ah, É que naquele dia ele levou ela pra casa, então eu achei que…

-Você achou errado – Mike respondeu áspero e eu não entendia o porquê.

Percebi que a senhora de preto se tratava da mãe de Mike. Eu lembrava dela de algum lugar, provavelmente de uma foto. Tinha os cabelos repartidos ao meio num tom de castanho claro, usava calças, blusa e um blazer, todos pretos. Um salto alto de couro e tinha os lábios pintados de um vermelho muito forte. Fumava um cigarro, aparentando imenso nervosismo. Nancy usava calças jeans e uma camiseta vermelha. Nos pés, o mesmo coturno que usava quando a vi pela primeira vez. Não tive nem tempo pra me sentir desconfortável.

-Mike, eu não vou pagar pelo conserto dessa moto – A mãe dele levantou nervosa, e apontou para o toráx machucado de Mike, insinuando que os ferimentos foram causados pela moto em si, não a batida.

-Ótimo, você nunca pagou de qualquer forma – Mike devolveu.

Olhei nervosa para Lucas. Queria sair dali, não queria presenciar uma discussão de Mike com a mãe, mas eu não podia deixá-lo sem mais nem menos. Eu ainda estava um pouco debruçada sobre a maca, com os braços em cima dele. Fui me recompondo e ficando apenas ao seu lado, como uma estátua.

-Porque eu sabia que isso iria acontecer! Você não tem juízo! Você podia ter morrido!

-Como se você se importasse!

-É claro que eu me importo! Olha as bobagens que você está dizendo! - Ela reclamou antes de tragar o cigarro – Você vai morar comigo, está decidido.

-De jeito nenhum. Já tenho dezoito anos, não vou morar com você. - Mike tombou lentamente a cabeça pra trás, repousando ela num travesseiro fino.

-Você não queria ficar comigo antes? Que eu voltasse pra casa? Essa é a nossa chance de endireitar as coisas…

-Eu queria. Mas entendi que não podia fazer nada pra que você mudasse de ideia e respeitei sua decisão – Ele nem ao menos a olhava nos olhos, fitava a lâmpada branca no teto, exalando exaustão. - Não é nossa chance. Não me venha com essa. É a sua chance, você quer endireitar o que fez de errado comigo e Nancy… e Holly. Se elas quiserem, isso é com elas. Eu não quero e não vou com você a lugar nenhum.

Ela jogou o cigarro numa lata de lixo de alumínio. Me olhou de relance e depois a Lucas. Pegou um maço de cigarro da bolsa e colocou outro entre os lábios. Acendeu o cigarro com um isqueiro azul fluorescente e saiu marchando da sala. Nancy foi logo atrás.

-Puta merda, cara de sapo! - Lucas finalmente se aproximou de nós – O que foi isso?

-Não quero falar sobre isso. - Mike nem ao menos moveu o olhar – Cadê o Will?

-Deve estar chegando… Ele e Dustin. Provavelmente o outro Byers também.

-Aquela chaminé – Mike sorriu pro teto.

-Vou dar uma olhada em como estão as coisas lá em baixo – Lucas caminhou até a porta – Eu já volto. - Disse antes de sair.

-Você me deu um bolo, Mike – Brinquei, dando um soco leve em seu braço.

-Ai…

-Ai, desculpa! – Falei sem jeito, mas ele começou a rir descontroladamente.

-Não doeu…

-Nossa, as vezes eu odeio você! - Repreendi, mas ele continuou rindo e me juntei a ele.

-Porra, você não é legal comigo nem quando eu sofro um acidente…

-Não sabia que você tinha se formado em artes dramáticas – Devolvi.

-Tá andando muito com o Lucas, hein? Dá até receio de falar alguma coisa pra você.

-Você tá bem? - Passei a mão no cabelo dele, pondo o para trás.

-Já estive melhor, eu acho.

-O que aconteceu exatamente?

-Bom – Ele pigarreou – Eu desci na escola, junto com Will e Dustin. Dustin foi pra casa, eu e Will fomos comprar comida no supermercado. Compramos algumas bobagens, mas ele estava demorando, então deixei ele lá mesmo e ia pra casa dos Byers, me arrumar, pra sair com você e etc – Ele pareceu desconcertado, principalmente porque eu ainda lhe acariciava o cabelo – Quando eu descia a rua do supermercado, apareceu um furgão da Hawkins energia, tipo assim, do nada. E eu tentei desviar, mas não deu muito certo – Ele apontou pro toráx machucado com um sorriso torto - Queria simplesmente ter jogado ele pelos ares...

-Como assim? Foram eles? Você não vai denunciar esses idiotas? - Me exaltei e fui para a frente dele, para poder vê-lo melhor.

-Você gosta de mim, Jane? Seja sincera, você gosta?

-Claro que eu gosto de você… - Balbuciei.

-Não é o que parece. Como você quer que eu, Michael Wheeler denuncie a Hawkins energia? Eles vão me ferrar – Falou como se aquilo fosse óbvio, um fato, como dois mais dois são quatro. - Não sei de onde você vem, mas as coisas são diferentes aqui. Não é assim que funciona.

-Mas você não vai fazer nada?

-O que eu posso fazer? - Ele sorriu conformado, mas um pouco triste.

Fui pra mais perto dele e o abraçei forte, colocando meu queixo em seu ombro. Ele reagiu devagar, me abraçando de volta com cautela, devido a lentidão e uns dois gemidos, constatei que ele parecia estar mesmo dolorido.

-Achei que você ia morrer… - Murmurei enquanto as lágrimas involuntárias rolavam pelo meu rosto.

-Quer tanto assim que eu suma? - A voz dele soou abafada do outro lado e eu o abraçei mais forte – Calma, magrela, assim você vai me matar mesmo.

-Cala a boca, Mike…

-Quê? - Ele me puxou pra frente pelos ombros – Você tá chorando? Porque tá chorando?

-Não é meio óbvio? - Falei enquanto esfregava os olhos.

-Não é pra tanto, para com isso – Ele passou os polegares embaixo dos meus olhos e segurou meu rosto em seguida – Tudo bem, eu tô melhor do que você, se quer saber. Não chora mais, tá?

-Tá… - Respondi de cabeça baixa, para que ele não visse que novas lágrimas haviam se formado.

-Você ainda tá chorando? - Ele ficou olhando para os lados, angustiado – Desculpa por isso, sério, se eu soubesse que você ia ficar assim, não ia te deixar saber…

-Não é isso… É que eu gosto de você.

Saiu. Saiu sozinho. Nem sei como falei isso. Acho que já era bastante óbvio que eu gostava de Mike, há muito tempo, mas nunca pensei em dizer isso em voz alta. Meu rosto todo se inflamou, parecia em brasas. Enxuguei as lágrimas, tentando me esconder entre minhas mãos.

-Eu também gosto de você. - Ele abriu um sorriso nervoso – Vai ficar tudo bem. Prometo.

 

“Não como um amigo” - Uma voz infantil soprou em meus ouvidos.

Tomei coragem e me inclinei sobre Mike. Sentia meu corpo inteiro arder enquanto fazia isso. Numa fração de segundos pensei milhares de vezes em parar o que fazia antes que fizesse alguma bobagem, mas por algum bom motivo (eu queria), continuei. Me debruçei sobre Mike e selei meus lábios com os dele. Foi rápido, leve. Eu devia saber que não seria, porque quando ia me levantar e ele me puxou de volta, como de costume. E eu cedi.

-Mike! - Uma voz feminina disse ao abrir a porta.

Rapidamente me ergui e fiquei ao lado de Mike. Ao ver aquele rosto familiar, como sempre, meu coração se aqueceu. Uma mulher de estatura média, cabelos castanhos repicados e franja. Vestia calça jeans e uma blusa de gola alta. Estava acompanhada de um homem barbudo, de camisa social, Will e Jonathan, seu irmão.

-Mike, meu querido… - Ela se debruçou sobre ele – O que você andou aprontando?

-Eu? Nada. - Mike sorriu.

-Ele vira o demônio em cima daquela Harley – Interrompeu Will.

-Me sinto mal por ter te aconselhado a comprar ela, cara… - Jonathan disse pesaroso, afastando o cabelo pra trás.

-É um risco que qualquer motoqueiro sofre, infelizmente… - Mike continuou.

-Então o senhor agora se auto denomina motoqueiro? - A mulher disse, mexendo no cabelo de Mike e lhe dando um terno beijo na bochecha – Vi sua mãe na sala de espera…

-Ela não está com uma cara muito boa… - O homem finalmente se pronunciou.

-Que seja – Ele bufou levemente irritado – Mas vocês não estavam viajando?

-Bom, já estávamos na cidade vizinha há dois dias… Queríamos fazer uma surpresa pra vocês…

-Joyce… - Mike parecia nervoso – Acontece que eu e Nancy… Estamos na sua casa desde que você e Hopper viajaram…

-Will já conversou com a gente – Disse o homem que acredito se chamar Hopper – Está tudo bem… A única coisa que não está bem é a bagunça que vocês fizeram – Ele riu.

-Vamos dar um jeito nisso – Jonathan coçou a nuca dando um sorriso cúmplice para Will.

-Nem vem, não fui eu que fiz da casa um cinzeiro gigante… - Reclamou Will.

-Mike! - Outra voz se juntou a nós. Dustin. Ele correu até Mike e quase o derrubou da maca.

-Dustin… - Mike gemeu – Você vai quebrar todos os meus ossos, cara…

Dustin se afastou e endireitou o boné na cabeça, deu um sorriso largo e amistoso pra todos.

-Fiquei preocupado com você, Wheeler – Começou – Vim te avisar que nunca mais subo nessa moto.

-O prazer é todo meu – Mike respondeu e todos riram.

Joyce, Hopper e Jonathan saíram da sala e com Mike, só estava Dustin e eu. Logo chegou Lucas, ofegante, acredito que subir lances de escada não era o seu forte.

-Preciso usar o banheiro, o dos visitantes está ocupado há quinze minutos... – Sinclair disse ao entrar pela porta.

-É todo seu. - Mike disse ao apontar para porta branca entreaberta no canto do quarto.

-Fiquei preocupado pra cacete… - Will soltou um sorriso em direção a Mike – Nunca mais faça isso.

-Como se eu tivesse batido de propósito...

-Não é isso… Afinal, no que você bateu? - Will sentou na ponta da maca, as pontas dos tênis vermelhos não encostavam no chão.

-Latas… Latas de lixo.

Eu, Will e Dustin começamos a rir. Mike pareceu irritado no começo, mas logo se juntou a nós.

-Nossa, eu ri demais… Preciso ir ao banheiro urgentemente! – Informou Dustin.

-Então vai – Apontei para porta.

-Acho que o Lucas ainda está lá…- Will saltou da maca pro chão, ficando ao meu lado.

Dustin foi até a porta e começou a socá-la.

-Sai daí, Lucas! Preciso usar o banheiro.

-Eu entrei primeiro! - Ele gritou.

-Exatamente! Você está aí faz um tempão!

-Calem a boca, isso aqui é um hospital – Falei enquanto me aproximava de Dustin.

-É um hospital e vai virar um lago se o Lucas não abrir essa porta agora! Abre, maldito!

-Vai a merda, Dustin! Tomara que você se cague todo aí fora!

-Viram o que ele disse? - Dustin apontou para porta, inconformado, enquanto Will, Mike e eu ríamos – E eu espero que você pegue infecção urinária! Seu bostinha! - Ele voltou a socar a porta até que Lucas a abriu.

-Puta merda, que cheiro horrível! - Henderson disse colocando as duas mãos no nariz.

-Nem vem, eu só mijei! - Lucas disse ao se afastar.

-Eu estou aqui, sabiam? - Falei enojada.

-Vou usar o banheiro de baixo, esse está interditado, galera… - Dustin saiu pela porta e Lucas foi atrás dele gritando algo como "O que você disse?"

-Eu vou comprar alguma coisa pra você comer… - Will disse para Mike – Você não vai comer comida de hospital, né?

-Você me conhece, Byers – Mike abriu um sorriso e Will correspondeu, em seguida passou pela porta – Enfim sós… - Mike me olhou sorridente.

-Amanhã começa o tal projeto… Mas a gente vai se ver na escola, eu acho… - Me aproximei da maca em passos cautelosos.

-Vou ficar afastado… Uma semana, eu acho… Da escola… - Ele informou triste.

-Uma semana? Quebrou um osso? Porque tudo isso? - Me exaltei sem querer.

-O médico que me observou que disse… De tarde você tá nesse Jovem Hawkins e de noite, eu trabalho… - Ele pareceu infeliz, passou a mão no toráx arranhado e em seguida nos cotovelos – Aliás, porque você entrou nisso?

-Eu… Eu só tinha que fazer…

-Tinha? Você tinha? O Lucas mandou?

-Lógico que não, eu só… Eu só…

-Tudo bem, você só. - Ele debochou – Puxa uma cadeira, que eu quero que você me faça um favor.

Não entendi o que ele podia querer, mas fiz. Puxei uma cadeira de plástico até próximo da maca, e voltei a olhar pra ele, em dúvida.

-Agora senta e me dá a sua mão.

Sentei e estendi a mão pra ele. A mão dele estava tão gelada que parecia ter sido guardada num congelador. Senti meu braço inteiro arrepiar e sorri.

-E agora? - Indaguei.

-Fiz isso por você e agora faça por mim.

Não perguntei o que era. Eu entendi quando ele fechou os olhos. Fiquei ali, sentada a noite toda. Quando Lucas subiu, pedi que avisasse a minha mãe. Não iria a escola no outro dia, e eu nem me importava com isso. Amanhã eu começaria no laboratório de Hawkins e talvez fosse a última vez que eu seguraria a mão de Mike. E eu nem ao menos podia contar a ele. Nem a ninguém. Eu não queria contar. Eu não podia contar.

 

“E eu disse para você ser paciente, eu disse para você ficar bem.

E eu disse para você ser equilibrado, eu disse para você ser gentil.

De manhã, estarei com você, mas será de uma forma diferente...”


Notas Finais


Depois de Back to back, eu vou começar uma nova fanfic, sosseguem. <3
Obrigada por todos esses comentários!
Até amanhã!
Twitter: @FinnSkada
Instagram: @FinnLoboduro


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