Oliver Queen
Abro os olhos ainda sonolento, e a primeira coisa que vejo é o rosto de Felicity. Ela esta abraçada ao meu corpo, com a cabeça apoiada em meu peito. Fico a observando por alguns minutos. Essa é melhor visão que eu poderia desejar ver todas as manhas.
Lentamente, posiciono Felicity para se apoiar em seu travesseiro. Deposito um beijo em sua testa, um sorriso aparece em seu rosto, mas pela respiração serena ela ainda não acordou.
Saio do quarto, depois de fazer minha higiene matinal. Ouço o som de vozes vindo do quarto das crianças. Eu e Felicity demos a oportunidade de cada um ter seu próprio quarto, mas eles negaram, esses dois são muito unidos.
Abro a porta, devagar. O quarto é grande, tem uma decoração que mescla azul e roxo, os brinquedos espalhados mostram que até nas brincadeiras eles se entendem muito bem, pois as bonecas de Molly estão sentadas dentro dos carrinhos de Mike. Uma bicama de cada lado do quarto são as únicas coisas separadas.
Mike está deitado, com vários travesseiros ajudando a deixa-lo mais confortável. Peter, que dormiu aqui em casa assim como nas duas últimas noites, está sentado com as pernas cruzadas, na cama que abre como uma gaveta, ao lado da de Mike. Molly está sentada como Peter, ao seu lado. Os três conversam animados, um assunto que envolve o Peter Pan, a Rapunzel e o Batman, decido não tentar entender.
– Oi, papai – Molly é a primeira a perceber minha presença.
– Bom dia, crianças – Entro de vez no quarto – Dormiram bem?
– Sim – Molly e Peter respondem juntos, mas estranho o silencio de Mike.
– Tudo bem, filho? – Me aproximo da cama, e noto que ele está um pouco pálido.
– Respirar, está um pouco difícil – Ele responde, devagar, e respirando de forma pesada.
– Fica calmo, Mike – Digo tentando tranquilizar nós dois – Peter, me passa o travesseiro que você usou. Molly, vai ver se sua mãe já acordou.
Peter me entrega o travesseiro, e eu ajeito Mike, para que fique mais confortável, e volte a respirar normalmente.
Felicity entra correndo no quarto, seu pijama branco de bolinhas vermelhas está abarrotado, seu cabelo está muito bagunçado, e ela só está calçando um chinelo.
– O que aconteceu? – Ela pergunta se aproximando de nós.
– Ele estava com falta de ar, mas já está passando – Respondo quando noto a respiração de Mike normalizando.
– Mike vai ficar bem, tio Ollie? – Peter pergunta, ele está ao lado de Molly, como se estivesse cuidando da garota que está preocupada com o irmão.
– Vai sim, garoto – Respondo, enquanto Felicity se aproxima de Mike beijando seu rosto – Daqui a pouco seu pai vem buscar vocês dois pra leva-los na natação, ele pode confirmar que Mike vai ficar bem.
– Porque vocês não arrumam tudo por aqui, enquanto eu preparo o café da manhã? – Felicity diz caminhando em direção a porta – Vocês três podem comer aqui mesmo, pra que o Mike não se movimente muito.
Vejo Peter e Molly se agitarem para arrumar o quarto. Eu os ajudo, empurrando a cama onde Peter dormiu para debaixo da cama de Mike. Eles juntam todos os brinquedos para dentro dos baús pertos das camas. Peter ajuda Molly a ajeitar os travesseiros e cobertores na cama dela, enquanto eu pego a mesa que fica em um canto do quarto para posiciona-la próxima da cama de Mike. Saio do quarto quando vejo Molly e Peter levarem as cadeiras e se sentarem.
Eu e Felicity voltamos para o quarto dos gêmeos, levando bandejas com os alimentos para as crianças.
– Não tem panquecas, hoje? – Molly pergunta, quando eu coloco na mesa a bandeja com torradas, alguns pedaços de bolo de limão, frutas picadas e suco de laranja já nos copos.
– Nada de comidas pesadas antes da natação, lembra querida? – Digo a encarando levantando uma sobrancelha.
– Mas eu posso comer panquecas – Mike protesta quando Felicity posiciona a bandeja própria para comer na cama, em sua frente.
– O senhor ainda está na dieta por causa da cirurgia – Felicity tenta imitar o olhar que dei a Molly.
A campainha toca assim que os três começam a comer. Felicity vai abrir a porta, enquanto eu começo a separar as roupas para Molly vestir antes de sair.
– Cadê o meu filho que está quase morando aqui? – Tommy pergunta entrando no quarto.
– Oi, papai – Peter diz depois de correr para abraça-lo, e depois voltar a comer.
– Bom dia, princesa – Tommy diz beijando a cabeça de Molly, que se concentra em um prato cheio de frutas, apenas acenando para ele com a boca cheia – E você, campeão?
– Estou ótimo, tio Tommy – Mike responde, evitando olhar para o padrinho.
– Ele estava pálido e com falta de ar agora a pouco – Digo fechando o guarda roupa de Molly.
– Mas já passou, não preciso voltar pro hospital – Mike finalmente olha para Tommy.
– A saúde é algo muito delicado, Mike – Tommy diz calmamente, enquanto analisa o curativo da cirurgia – Você nunca pode mentir sobre sua saúde, pois apenas se contar a verdade eu posso te ajudar a ficar 100% bem.
– Tudo bem – Mike suspira, antes de voltar a comer sua torrada – E quando eu vou poder voltar a fazer coisas legais, como a natação?
– Isso ainda vai demorar algumas semanas, e será devagar – Tommy responde – Mas eu prometo que se você for paciente, vai valer a pena.
– Terminaram? – Felicity pergunta, quando vê Molly e Peter começaram a conversar, eles assentem sorrindo.
– Certo – Digo chamando a atenção dos dois – Peter se arruma no banheiro aqui do lado, e Molly no banheiro do meu quarto.
Entrego a Molly a muda de roupas que separei para ela vestir, e entrego a Peter sua mochila. Felicity vai tirar a bandeja da frente de Mike, e limpar os farelos que derrubou na roupa e na cama, enquanto Tommy de aproxima de mim.
– Tudo bem, cara? – Ele pergunta batendo em meu ombro.
– Você sabe que eu me preocupo com Mike, meche com a cabeça dele ter que ficar de repouso – Cruzo os braços, e pela minha preocupação, provavelmente uma ruga se formou em minha testa.
– Relaxa, ele está se recuperando muito bem – Tommy tenta me tranquilizar – Esse garoto é forte, e ter o apoio de vocês vai ajudá-lo a passar por isso. Se você quiser, Peter pode faltar na natação hoje, e passar o dia aqui com ele.
– Acho melhor não, assim a Molly vai querer faltar também.
– Você tem razão – Tommy concorda comigo, e entende o que eu estava pensando – Eles precisam entender que devem viver suas vidas, ficar o tempo todo com Mike pode fazer ele sentir como se nunca fosse melhorar.
– Eu entendo todo esse cuidado do Peter com o Mike – Tommy me olha confuso, esperando que eu continue – Lembra quando você quebrou a perna?
– Tínhamos 8 anos – Tommy diz pensativo – Eu fiquei uns seis meses de cama. Você praticamente passou a morar na minha casa. Você ficou mais inteligente nessa época, pois prestava atenção na professora, pra que pudesse me ensinar depois.
– De certa forma, seu filho está fazendo a mesma coisa com o meu. É quase como se ele estivesse retribuindo o que eu fiz com o pai dele um dia.
– Nós estamos prontos – Peter diz entrando no quarto novamente, antes que Tommy pudesse dizer algo – Podemos ir logo? Pra voltarmos logo e jogar vídeo game?
Eu e Tommy sorrimos um para o outro. Observar a cumplicidade entre nossos filhos é incrível, quase como se estivéssemos voltando ao passado e nos vendo ali.
– Mais tarde, eu e Caitlin voltamos aqui – Tommy diz, antes de seguir para a porta – Temos uma coisa pra contar, algo sério – Ele diz a ultima frase tão baixo que eu quase não ouvi. Eu apenas assenti.
Felicity já havia arrumado na mochila de Molly, tudo que ela precisa levar para a aula de natação. Tommy leva Molly e Peter, antes que tentassem protestar para faltar na aula.
Ajudo Mike a se levantar, ir ao banheiro, e escovar os dentes. A cirurgia cardíaca não foi nada simples, mas Tommy tem razão, ele está se recuperando muito bem. Mas mesmo sabendo disso, eu como pai, me preocupo muito.
Eu e Felicity vamos finalmente, tomar nosso café da manhã, depois de deixar Mike assistindo desenhos animados na TV que tem em seu quarto.
Caitlin Snow
– Tommy, não esqueça de pegar a bolsa dele – Eu digo enquanto saio do carro com Jimmy nos meus braços.
– Eu já peguei, amor – Ele responde enquanto tranca e aciona o alarme do carro.
Caminho em direção a entrada da casa, enquanto Felicity abre a porta e Tommy vem logo atrás de mim.
– Tommy disse que vocês viriam – Felicity diz me abraçando, e logo pegando Jimmy em seu colo – Olá querido, como está o meu fofinho?
– Eu estou ótimo, fico feliz que tenha perguntado – Tommy diz fechando a porta depois de todos termos entrado.
– Seu bobo – Felicity diz batendo no braço de Tommy – Sabe muito bem que estou me referindo ao sobrinho mais fofo da titia.
– Não liga pra ele, Lis – Eu digo a segundo até a cozinha – E as crianças?
– Oliver foi buscar Molly e Peter agora a pouco – Ela senta em uma das cadeiras, colocando Jimmy em cima da mesa e brincando com ele, eu me sento a sua frente – Os três estão jogando vídeo game, enquanto Oliver foi comprar algumas coisas no mercado. Vocês vão ficar pro almoço né?
– Pretendíamos almoçar com Barry e Laurel – Tommy diz atrás de mim, antes que eu pudesse responder.
– Sim, na verdade nem podemos demorar muito aqui – Eu digo, entregando o paninho de Jimmy a Felicity, pois ele já começou a babar.
– Podemos chamar eles também, faz tempo que Barry e Laurel não vem aqui em casa – Oliver diz entrando na cozinha, eu e Felicity nos assustamos enquanto Tommy apenas ri da gente.
– É uma ótima ideia – Tommy diz, indo ajudar Oliver a guardar as coisas das sacolas que ele trouxe – Assim Laurel falar com todos nós sobre o caso de Diaz.
– Diaz? – Vejo Felicity arregalar os olhos, e encarar Tommy por ter mencionado o nome – Aquele Diaz?
– Sim – Eu digo, e ela e Oliver prestam atenção em mim – Ontem à noite, Laurel foi nos contar que ela foi convocada para representar a cidade, pois Ricardo Diaz pediu que reabrissem o caso dele.
– E quem esse maluco pensa que é pra exigir alguma coisa? – Oliver parece nervoso.
– Aparentemente, ele pode pedir isso – Tommy quem diz – Mas a Laurel nos garantiu que vai fazer de tudo pra que ele permaneça onde está.
– Mamãe – Peter vem correndo em minha direção.
– Oi, meu amor – Digo abraçando e beijando seu rosto várias vezes – Como foi seu dia?
– Legal. Molly que conseguiu pegar todas as bolinhas no fundo da piscina hoje. Ela tentou me ajudar, mas eu só consegui pegar uma, então a professora disse que eu tenho que treinar minha respiração.
– Não tem problema, querido – Digo alisando seus cabelos, ele parece chateado com isso – Eu vou te ajudar com a respiração.
Ele sorri, e logo se solta do meu abraço, indo para perto de Felicity. Peter fica na frente de Jimmy, beijando de leve sua bochecha, o pequeno sorri com a presença do irmão mais velho.
– Eu já avisei o Barry – Tommy diz nos mostrando seu celular – Ele disse que está vindo pra cá com a Laurel.
– Ótimo, eu vou começar a preparar o almoço – Oliver volta a se concentrar nas coisas que trouxe do supermercado.
– Tio Ollie – Peter vai até Oliver – Mike pediu pra avisar que ele quer ficar aqui em baixo. Ele pode descer?
– Claro – Oliver segue Peter em direção a escada – Mas eu vou ajuda-lo.
– Eu tenho saudade disso – Felicity diz quando Oliver sobe as escadas. Ela está olhando para Jimmy a sua frente, que está mexendo a boca, emitindo alguns sons irreconhecíveis. Tommy que estava concentrado em seu celular, a encara assim como eu.
– O que? – Eu pergunto, e Tommy se senta ao meu lado.
– Saudade de quando os gêmeos eram assim, eu não tirava os olhos deles – Ela parece pensativa, e ainda não parou de olhar para Jimmy – Mas eles estão crescendo. Mike não me deixa mais beija-lo, como você fez agora com Peter. E Molly diz que quer ser independente, eu nem sei se ela sabe o que isso significa.
– As crianças crescem, não podemos impedir isso – Tommy diz ao meu lado.
– Eu sei – Ela parece triste – Eu apenas sinto falta de quando eles eram apenas dois bebezinhos.
– E o que te impede de ter outros bebezinhos? – Eu pergunto. Ela sorri, ainda sem olhar pra mim – Pelo que eu me lembro, você dizia que queria ter mais do que apenas dois filhos.
– E ainda quero – Quando ela finalmente olha pra mim, vejo uma lágrima descer por seu rosto – Mas, eu não contei a vocês que...
– Mamãe, Mike não quer deixar eu jogar no Nintendo Switch dele – Molly aparece na cozinha, noto Felicity secar rapidamente a lágrima que havia caído.
– E porque não joga no seu? – Felicity pergunta, encarando a pequena com os braços cruzados.
– Porque eu já zerei o meu Super Mario Odyssey, não tem mais graça jogar nele – É impossível não sorrir ao ver a garotinha explicando, enquanto gesticula ao falar, exatamente como a mãe dela costuma fazer.
– E você não acha que é justo deixar que o Mike zere no tempo dele?
– Mas eu queria jogar – Ela faz um biquinho super fofo.
– Não deixa ela pegar meu Switch, mãe – Mike diz entrando na cozinha, sendo carregado pelo Oliver, que o coloca sentado em uma das cadeiras. Peter vem logo atrás, trazendo um travesseiro, e o entregando a Oliver, que coloca nas costas do filho para deixa-lo mais confortável.
– Querida – Felicity volta a olhar para Molly – Você pode jogar outra coisa, ou procurar outro brinquedo. Mas não pegue os jogos do seu irmão.
– Tudo bem – Ela não parece ter ficado chateada, quando tira o vídeo game portátil do bolso de seu moletom, e o coloca em cima da mesa, em frente a Mike – Eu não vou mais pegar, a menos que você deixe.
– Quer saber? – Mike encara o brinquedo, e o arrasta na direção da irmã – Você pode passar aquela fase que eu não consigo? Mas só ela.
– Posso – Ela sorri, sentando ao lado do irmão, e mostrando como passar a tal fase difícil. Peter senta do outro lado de Molly, prestando atenção nos movimentos que a garota faz no jogo.
– Felicity, o que você estava falando mesmo? – Tommy pergunta, fazendo nós adultos, encararmos minha amiga.
– Depois falamos sobre isso – Ela se levanta, entregando Jimmy para Tommy, e claramente mudando de assunto de propósito – Caitlin, me ajuda com o almoço?
– Claro – Nós duas vamos em direção aos ingredientes. Oliver comprou tudo necessário para fazer uma lasanha, eu amo lasanha.
Barry Allen
– Por que você pegou esse caminho? – Laurel pergunta ao meu lado.
– Parecia mais viável no momento – Digo segurando firme no volante, e encarando a fila de carros a minha frente.
– Vou mandar uma mensagem pra Felicity, e dizer que vamos nos atrasar pro almoço – Ela começa a mexer em sua bolsa, procurando o celular.
Eu a observo, o transito está parado no centro nesse horário. Eu amo observar a Laurel.
As vezes me pego a encarando com uma cara de bobo, apenas pensando em como sou um sortudo por ter ela apenas pra mim.
Eu e Laurel estamos namorando a quase onze meses. Eu demorei para perceber o que realmente sentia. Já ela, bom, ela estava apaixonada por mim a muito tempo, palavras da Caitlin, não minhas.
É claro que eu dei um grande vacilo, quando pensei que estava me apaixonando pela Caitlin, depois da “morte” do Tommy, mas percebi que era só porque eu a admirava muito como amiga. E foi graças a essa amizade, que ela me ajudou a encarar minha realidade, abrir meus olhos e meu coração, e ver a incrível mulher que estava bem debaixo do meu nariz.
Nós concordamos em ir devagar no nosso relacionamento. Laurel insiste em dizer que não quer ter pressa, que prefere deixar que as coisas aconteçam quando acontecerem. Mas eu sei que lá no fundo, ela se sente distante em relação aos nossos amigos.
Oliver e Felicity se casaram depois de cinco meses de namoro. Caitlin e Tommy, por mais que o relacionamento deles teve um probleminha que durou cinco anos, eles se casaram depois de seis meses de namoro. Will e Natalie, que se tornaram parte da nossa turma, estão num relacionamento sólido, casados a alguns meses. Sara e Ray estão trabalhando a todo vapor nos últimos preparativos do casamento. E até a irmã caçula do Oliver já se casou, Thea e Roy estão felizes construindo sua família.
Ela não admitiu isso, pelo menos não pra mim, mas eu sei que ela gostaria de estar mais adiante com sua vida a essa altura. Sei o quanto ela quer muito ser mãe um dia. Sei o quanto o pai dela, o Capitão Lance da Polícia de Starling City, não vê a hora de ter suas duas filhas casadas, afinal, a mais nova, Sara, está quase lá.
Eu sei também que alavancar o próximo passo da nossa relação depende de mim, pois ela ama um clichê romântico onde o cara se ajoelha e faz O pedido.
– Por que exatamente você está me encarando? – Ela pergunta sem tirar os olhos do celular em suas mãos.
– Como sabe que estou te encarando? Eu poderia estar de olho nesse belo carro parado na nossa frente.
– Eu te conheço – Ela me olha, o sorriso mais lindo do mundo está estampado em seu rosto – Sua respiração fica um pouco descontrolada, e eu posso ouvir você mordendo os lábios, sempre faz isso quando me encara fixamente por mais de 30 segundos.
Eu amo toda vez que ela usa suas técnicas para me analisar. Ela aprendeu a observas esses pequenos detalhes para o seu trabalho como advogada, mas toda vez que ela usa em mim eu não me sinto como um criminoso prestes a ser condenado, ou um inocente prestes a ser libertado, eu apenas me apaixono mais ainda por ela.
– A propósito – Ela continua a falar, me despertando novamente de meus pensamentos – Felicity disse que eles estão fazendo lasanha, e como vai demorar um pouco pra assar, provavelmente vamos chegar lá bem na hora.
– Legal – Me empolgo com a notícia – Eu amo lasanha.
– Mas então, o que você ia me dizer? – Ela me encara com aquele olhar interrogativo.
– Eu ia te dizer alguma coisa? – Tento desviar o olhar para a pista, mas os carros a minha frente ainda estão parados.
– Não adianta olhar pra frente, Barry – Ela se inclina para colocar a bolsa perto de seus pés – Você estava me encarando, e pretendia me dizer algo.
– Não consigo esconder nada de você, né? – Sorrio pra ela, que sorri de volta.
– Não mesmo, e espero que nunca esconda nada de mim – Ela segura minha mão, agora falando de forma calma – Você sabe que pode me contar qualquer coisa, pode confiar em mim.
– Eu sei disso – Solto um suspiro pesado.
Não quero contar a ela o que eu estava pensando, pelo menos não agora. Laurel vai acusar Ricardo Diaz, vai praticamente bater de frente com ele, e isso me assusta. Eu sei que ela é capaz de vencer isso. Mas acho que agora não é uma boa hora pra pedi-la em casamento.
– Então porque ainda não me contou o que está te deixando assim? – Ela coloca a mão no meu rosto, fazendo um carinho de leve.
– E você, confia em mim? – Pergunto olhando fixamente em seus olhos.
– Claro que sim, Barry – Ela sorri, e posso ver a profundidade da verdade em seus olhos.
– Então apenas confie que no momento certo, você vai saber o que eu pretendo te dizer.
O sorriso dela aumenta, enquanto ela assente antes de se aproximar e me beijar. Quando nos afastamos em busca de ar, vejo a fila de carro começar a andar.
– Lembre-se de pegar o caminho por fora do centro, da próxima vez que for na casa dos Queen a essa hora – Ela diz voltando para o seu banco.
Eu apenas concordo com a cabeça, sorrindo e respirando fundo enquanto acelero o carro.
– A Felicity está dizendo que acabaram de tirar a lasanha do forno – Laurel diz olhando a mensagem que chegou em seu celular, quando já estamos saindo da região do centro da cidade.
– Diga que chegaremos em menos de cinco minutos – Eu digo, pegando a saída que dá acesso ao bairro onde eles moram – Você já vai começar a coletar todas as informações para o caso de Ricardo Diaz?
– Sim – Ela responde enquanto digita o que pedi em seu celular – Eu pretendia ir conversar com Oliver e Felicity depois, mas é ótimo que os quatro estão lá, vou matar dois coelhos com uma cajadada só.
– Vai ouvir a história do lado dos quatro – Eu completo seu raciocínio.
– Vou descobrir em detalhes o que aconteceu nos cinco anos que Tommy esteve em Chicago, e tudo que cada um deles se lembra daqueles dias em que descobriram que ele estava vivo. Vou começar a coletar as provas necessárias pra manter aquele cretino na cadeia pro resto da vida dele.
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