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História Back To Me (Jungkook) - Término


Escrita por: jeontaste

Notas do Autor


É, galera... Complicado...
Mais um capítulo de BTM, espero que vocês curtam ❣️

Boa leitura e perdoem qualquer erro xx

Capítulo 2 - Término


"Você sabe exatamente como me fazer sentir sua falta quando estou me sentindo sentimental. Indo por nossos caminhos separados, mas quando eu volto aqui pro meio, eu não poderia aguentar te perder. Mas te amar é pior. Esperando por você apenas no caso de um dia não doer. " – This Love (Camila Cabello)

Tratamento de choque. Era como Taehyung chamava. Lana diria que era uma tortura pra si.

Ignorar Jungkook nunca foi tão difícil. Até porque nunca acontecia, era mais para o contrário.

Ligações não atendidas, áudios não visualizados, datas esquecidas, sempre deixada de lado.

Pensar nisso agora que não estavam juntos doía ainda mais.

Doía saber que não poderia mais ouvir sua voz tão perto quando murmurava seu nome em meio a única bagunça que permitia na sua vida: O sexo. Doía saber que não provaria mais do seu beijo, nem seguraria sua mão. Doía saber que não participaria mais dos seus dias e nem admiraria seus olhinhos brilhantes.

A verdade é que ela havia se apegado tanto a Jungkook, que ter uma vida sozinha agora era tão estranho. Se sentia vazia no meio de tanta gente.

Devia ser por isso que Taehyung a arrastara para passar o feriado com sua família e no início Lana confessava não querer ir, mas pensando bem, ela poderia esbarrar com Jungkook e não sabia se seria capaz de ignorá-lo, mesmo depois de tudo que ele havia feito ou não feito.

A família de Taehyung era animada e a distraía por aquelas horas que se passavam. Sabia que ele havia feito isso propositadamente para ocupar a mente, mas a noite, quando colocava a cabeça no travesseiro, era o rosto de Jungkook que vinha em mente. O sorriso de coelho, a sensação do calor da pele dele que sempre a fazia sentir segura. Era tudo tão vívido, que, não importava quantos cobertores Lana usasse, era do calor dele que sentia falta. As lágrimas também vinham, a mágoa, a saudade. Então, sucumbia aquela dor no peito e revia as poucas fotos juntos e aquelas que tirava escondida porque ele odiava fotos.

Ela se lembrava do início de tudo. Da primeira vez que o viu, havia se encantado de primeira com o jeitinho dele.

Yoongi tinha conseguido o arrastar para a festa dos calouros de Biologia, o que era realmente um milagre. Lana concordava que cursos como administração, medicina, enfermagem e direito tinham pessoas muito exibidas. Então, foi uma surpresa haver tantos veteranos dos tais cursos na festinha good vibes do pessoal da Biologia.

Com coquetéis naturais e algumas plantinhas que deixavam o pessoal numa brisa que só, parecia utópico ver todo aquele pessoal com pinta de bacana puxando um baseado. 

Jungkook, tadinho, não acostumado com a rapidez que agiam os coquetéis acabou passando mal. Ah, mas Lana morria de amores ao lembrar em como ele estava tão bonitinho aquele dia. Todo coradinho e perdido ao perguntá-la onde poderia vomitar porque o banheiro estava lotado.

Lana, toda cheia de glitter e coroa de flores se sentiu na obrigação de tentar se arrumar um pouco como podia, porque o garoto era muito lindinho.

Levou-o para os fundos da casa de Hoseok e deu batidinhas nas costas do moreno enquanto este vomitava.

Ela nunca o havia visto tão soltinho outra vez como naquele dia. Depois de enxaguar a boca e dá-lo um trident, eles conversaram nas espreguiçadeiras dentro da estufa. De vez em quando alguém ia puxar uma erva ali, mas isso não impedia que eles conversassem. Acabaram voltando para o dormitório juntos e infelizmente não havia rolado nada, mas Jungkook tinha se despedido com um sorrisinho lindo e envergonhado no rosto.

Ela passou as próximas semanas pensando no moreno, mas a diferença de disciplinas impediam que se encontrassem.

Mas o segundo encontro veio, demorado, mas veio, na biblioteca. 

Lana havia ido procurar os livros para uma pesquisa científica e a biblioteca era tão grande que teve que buscar a informação com um garoto isolado na mesa dos fundos.

Olhos puxadinhos charmosos a fitaram com surpresa e ela quase teve uma síncope ao constatar que era o moreno do curso de direito. 

E ah, como ele era lindo e encantador com aquele jeitinho baixo de falar e explicar quais as melhores edições de livros para sua pesquisa.

Ela tinha certeza de que já estava caidinha por ele.

Depois de ir embora, claro, não antes de descaradamente pedir o número dele, é ganhar um risinho envergonhado de volta, Lana estava tão feliz que poderia ser palpável.

Foi uma árdua batalha conquistar Jungkook, fazê-lo sair um pouco da sua zona de conforto. Mais uma batalha para conquistar seu coração e fazer se entregar a um sentimento tão imprevisível como o amor. Ainda assim, ele era relutante ao dar-se completamente, tanto que levou-os ao inevitável fim.

Seria difícil tirar ele de seu coração, quando neste havia marcas impregnadas do amor de Jungkook.

Mas Lana tentaria. Porque de repente parecia que só ela esteve apaixonada por todo esse tempo. E doía como o inferno.

Já Jungkook estava passando por uma fase estranha.

Estava se sentindo estranho desde que Lana o bloqueara.

Não conseguia focar, não importava o quanto tentasse. E ele tentou. Reuniu todos os livros para sua pesquisa e fez o resumo que precisava cinco vezes seguidas, mas nunca ficava bom.

O silêncio era seu companheiro já que Yoongi havia ido passar o fim de semana com a família em Daegu.

Era ultrajante estar tão desfocado, ausente de suas obrigações. 

Consternado e decidido, Jungkook passou os cinco dias de feriado, malhando e deixando trabalhos adiantados até o mês que vem.

Estava tão pilhado que na segunda-feira de manhã estava acordado às cinco em ponto.

Fez sua rotina de exercícios um pouco mais cedo e tomou um longo banho para relaxar os ombros tensos.

Estava frio e o conjunto de moletom da puma foi o escolhido. Calçando os tênis da mesma marca, e com mochila nas costas, Jungkook atravessou os corredores já com vários alunos, mudando sua rota costumeira para o pessoal de humanas. 

As garotas suspiravam por onde ele passava e alguns cochichavam nada discretamente com os olhos em sua direção.

Jungkook estava obstinado a resolver qualquer que fosse o problema e nunca esteve tão focado em sua vida.

Desviando do pessoal, sentia seu peito palpitar levemente à medida que se aproximava da entrada da sala de Biologia. Ainda tinha algum tempo antes da aula começar e era o suficiente. Engoliu a própria saliva quando a viu depois de todos aqueles dias.

Estava mais isolada, ainda que vez ou outra falasse algo para uma das suas colegas. Sentada sobre o corrimão da escada, com um dos fones de ouvido e uma jaqueta por cima da camisa do The Smiths, seu sorriso era fraco, mas verdadeiro.

Sorriso este que sumiu assim que ela o viu. E todo o resto passou a ser apenas o resto.

Olhos extremamente escuros a fitaram com uma determinação sufocante.

Ele viu perfeitamente o momento que o queixo dela tremeu e a mão que segurava o telefone apertou o aparelho forte.

– Podemos conversar, Lana? - Sua voz soou apática, em contradição com as emoções conflitantes que haviam surgido de repente.

Jungkook sabia que ela não poderia negar, não com todo mundo os olhando como se eles fossem um espetáculo prestes a acontecer. Sabia que a pegaria de surpresa também, já que foram poucas as vezes que fora ali. Era mais um ponto a seu favor. 

– S-sim. É... Vem. - Coçou a bochecha com a ponta da unha do dedo mindinho, um gesto típico de quando ela estava muito nervosa.

Jungkook a seguiu até a sala de laboratório que não ficava longe, em extremo silêncio.

Os olhares continuavam, mas sinceramente, ele não se importava.

Tinha algo pra resolver e iria resolver, se não, ficaria louco.

Assim que ela fechou a porta atrás de si, Jungkook fingiu observar o laboratório enquanto sentia a olhar dela sobre si. Eram polos opostos, de fato, e a calma do moreno sempre a tiraria do sério.

Ele contava com a impaciência dela para dar o primeiro passo e então, guiaria o resto.

Mas contradizendo todas as ideias sobre Lana, esta apenas soltou um suspiro cansado e sua voz soara como um sopro exausto. Exausto.

– O que você quer, Jungkook? – Sem entonações elevadas ou a falsa raiva no olhar. Lana o encarava exausta e isso o desconcertou.

– Hm… – Pigarreou para se recompor e pôs as mãos para dentro dos bolsos frontais do casaco. – Temos que conversar. 

– Sobre? – A risada seca que ela soltou feriu parte do orgulho do moreno. – Não temos mais nada pra conversar, não tenho mais nada com você. – O que?

Jungkook sorriu também, sem humor, achegando-se.

– Você realmente estava falando sério? Quer terminar por causa de uma data? Sabe como isso soa ridículo? – Por outro lado, o deboche dele fez aquela veia na testa dela pulsar e o cansaço em suas feições serem substituídas por mágoa.

– Sabe o que mais soa ridículo? – Empurrou a língua contra o céu da boca e os olhos grandes perderam parte do brilho. Jungkook calou-se. – A sua indiferença, a sua apatia, a sua falta de amor.

– Está dramatizando.

– Não, Jeon, não estou dramatizando. Estou cansada de ser tratada como última opção na sua vida, cansada de implorar as coisas pra você, coisas simples como sair, beijar, abraçar. Sou sempre eu que faço tudo enquanto você se mantém intacto nessa sua bolha.

– Não pedi pra você se apaixonar por mim. – Cerrou a mandíbula, estava sentindo um peso estranho no peito com as palavras dela.

– Não, não pediu. Eu fiz isso sozinha, inclusive sustentei esse relacionamento sozinha como tudo que remete a nós dois. – Os olhos dela marejaram e o queixo tremeu mais uma vez. Ela o olhava com tanta decepção, tanta mágoa... – Eu que corri atrás de você esse tempo todo porque você nunca tinha espaço na sua vida pra mim. Você me ignorou, ignorou as minhas ligações aquelas noites, pois, odiava, mas eu só queria ouvir a droga da sua voz. Às vezes o meu dia era um lixo e eu só queria falar com o meu namorado e tentar esquecer. Mas olha só, você quando não ignorava, atendia com irritação na voz. Acha que eu não percebia o quão enfadonho era pra você? Eu me sentia pior, sentia como se tivesse te incomodando. Então, passei a te mandar só mensagens, mas até mesmo isso, parecia ser demais pra você. – Suas lágrimas escaparam dos olhos magoados, dando o espaço para mais caírem e Jungkook sentiu um incômodo na garganta. – Até no seu quarto eu não podia ir, porque, inferno, era errado demais. Mas se eu não fosse, praticamente não te via. Seus finais de semana já estavam todos programados para estudos e se você ficava uma hora comigo era muito. Eu estava sozinha o tempo todo, mas me enganava que você gostava de mim, que era só o seu jeito de demonstrar. Taehyung cansou de me avisar que eu estava em um relacionamento unilateral, e eu não o escutei. Até... Até você me deixar de novo, deixar a data ridícula que nos conhecemos para estudar com seus colegas. Você nunca se importou se eu estava feliz ou não, não se importou com as coisas que eram fúteis pra você serem importantes pra mim. Você nunca disse o que sentia por mim, nenhuma declaração sai da sua boca. E eu tinha até receio de falar alguma coisa romântica ridícula porque não queria te chatear ou sei lá. – Nega com a cabeça. Jungkook tinha um peso sobre os olhos e fitar o beker a sua frente como se sua vida dependesse disso passou a ser uma prioridade. – Então, sim, soa muito ridículo terminar por causa de uma data, quando eu tive motivos muito mais importantes para terminar antes. – O moreno virou o rosto para o lado oposto, o maxilar trincado, absorvendo o peso daquelas palavras.

Lana parou a sua frente com os olhos transbordando, mas com uma força que ele não sabia que ela tinha.

– Olhe pra mim, Jungkook. – Fora um pedido, e Jungkook relutou. Fechou os olhos, aspirando aquela dor lancinante que partia de seu peito e fechava sua garganta. A sensação o fazia se sentir pequeno. Mas apesar da confusão que se instalava em seu interior, ele a obedeceu. Com os olhos escuros lutando para não deixar a mágoa transparecer. 

O rosto dela era como um quadro triste, uma canção de amor não correspondido. E da boca bonita que tanto beijara agora saiam palavras cortantes.

– Vai demorar até que eu te esqueça, você está em todas as partes de mim. Mas... – Funga. – Eu não vou mais me diminuir para caber no seu mundo, eu não vou ser sua última opção e nem a garota que tem que ficar cobrando amor e reprimindo meus sentimentos pra não te incomodar. Não quero ser mais ignorada e me medir inteira para que queira ser perfeita pra você quando nunca vou ser. – Um suspiro quebrado escapa dos lábios partidos. – E é por isso que acabou pra mim. Você está livre para fazer o que quiser sem que eu fique enchendo seu saco o tempo todo. – Tentando manter um orgulho pisoteado, Jungkook assentiu, como se não tivesse doendo, como se não importasse e isso a machucou ainda mais.

– Então, tá. Se é assim que você quer, que seja. – Deu de ombros e a Lana coube apenas mais um ressentimento.

Riu, sem humor. Limpou o rosto e assentiu.

– Claro. Ótimo, Jungkook.

– Maravilhoso. – Ela negou a cabeça mais uma vez, porém nada disse.

Juntou sua dignidade ou o que sobrara dela e partiu, dando como encerramento a batida de uma porta.

Sozinho, Jungkook ergueu o queixo e cerrou os punhos. Com as únicas companhias da culpa e a solidão. 



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