Yugyeom tinha um dia tranquilo na faculdade. Sua próxima aula seria em três horas e no momento terminava o seu almoço na cafeteria do local. A comida era um pouco gordurosa, mas era barata e ele não tinha dinheiro para o luxo de um restaurante. Além disso, ganhava um brigadeiro de sobremesa, então não era de todo ruim.
— Você está me evitando.
Kim estava fora da cafeteria naquele momento e lia um livro despretensiosamente em um banco debaixo de uma árvore. Ele olhou para o dono de voz e viu Hyungwon o fitando com um até divertido.
— Não estou te evitando — respondeu o mais novo. — Só fiquei ocupado com a faculdade.
Era verdade, ele não estava evitando o modelo, porém não significava que tinha o procurando com afinco, pois talvez tivesse uma outra pessoa no momento, mas não iria admitir em voz alta.
— Hm… parece mentira — falou o modelo, sentando-se ao lado do outro. — Mas tudo bem, acho que em parte eu entendo.
— Entende?
— É… as coisas foram um pouco rápidas demais.
Era uma boa desculpa e Yugyeom poderia viver com ela, talvez fosse melhor assim, de qualquer maneira.
— Então, eu queria te convidar para outro encontro. — Hyungwon sorriu. — Agora para você conhecer um pouquinho do meu mundo. O que acha?
Kim não queria ser mal-educado e dizer uma negativa, pois queria guardar aquele momento para trocar mensagens com Bambam; entretanto, isso não parecia uma boa desculpa, então com um sorriso, ele aceitou o convite.
— Para onde vamos? — perguntou Yugyeom, olhando dos dois lados antes de atravessar a rua. — Eu preciso de roupas bonita? Porque não tenho.
Hyungwon riu, enlaçando o braço no do mais novo, sorrindo com todos os dentes.
— Claro que não, é mais um trabalho que vai mostrar exposições de roupas de outras faculdades — explicou o loiro. — Eu só queria uma companhia para essas duas chatíssimas horas que passarei olhando roupas de gente que acha que vai ser famosa um dia. A maioria vai trabalhar para lojas de atacado.
Kim não gostou do comentário, pois parecia esnobe demais, afinal ele usava roupas desse tipo de loja, então por vesti-las ele também era um qualquer? Porém, Yugyeom nada comentou, somente seguiu o outro.
O prédio de Moda estava agitado, pessoas iam de um lado para o outro, correndo apressadas e naquela confusão, Kim se sentiu menor, pois tinham tantas pessoas bonitas e com roupas exuberantes, que ele chamava atenção, tanto que alguns olhares enojados foram jogados na sua direção.
— Nosso próximo encontro será no shopping — brincou Hyungwon. — Essa sua jaqueta está me dando nervoso, não te valoriza em nada.
— Você disse que roupa não era importante.
— É… não é. — Hyungwon sorriu, apertando o braço do outro ainda mais contra o seu. — Mas sua jaqueta está meio surradinha, hn?
— Minha avó me deu de aniversário — disparou com rudeza. — Não importa ela estar surrada, o importante é me esquentar.
O modelo concordou e mudou de assunto.
Os dois começaram a andar pelos corredores da exposição e os olhos de Yugyeom ficaram encantados com algumas coisas, mas não ousava falar nada ou chegar perto com medo de estragar alguma coisa.
O rapaz estava distraído quando sentiu o celular vibrar em seu bolso.
Bambam
Eu estou na faculdade que
você estuda. Hoje você
está aqui? Queria te ver ;)
Espera… na exposição
de moda?
Sim!
Estou na seção 3!
Meus modelitos
estão à mostra.
Estou nervoso hahahaha
Estou indo aí!!!
Vou arrancar esse nervosismo
seu!
Ai, vem mesmo!
‘Tô precisando!
— Olha que look feio, Yug…
— Hm… — Yugyeom ainda sorria para o aparelho. — Vamos na seção três! Um amigo meu ‘tá aqui!
Hyungwon nada falou e somente indicou a seção três e seguiu o outro, fazendo caretas para as roupas que passava; Yugyeom somente ignorou as expressões do outro.
De longe, Yugyeom viu Bambam. O tailandês estava envolto de tecidos, mas Kim não reparou muito nisso, somente em como ele estava bonito com um blazer preto e uma calça cheia de brilhos; o rapaz vestia a própria roupa da exposição e o estudante de administração sentiu o coração acelerar sem nem saber o porquê.
— Yug! — Bambam sorriu assim que viu o mais novo. — Ah, ainda bem que você está aqui, estou tão nervoso… Ah, oi.
Bambam localizou o modelo pela primeira vez e sorriu fracamente, ainda mais com a forma que Chae o olhou de cima a baixo. Yugyeom não queria ser rude com o encontro dele, mas não estava gostando da forma como ele estava tratando as pessoas do local.
— Olá — Hyungwon finalmente se apresentou, sorrindo fracamente. — Você é estilista?
— Eu… sou estudante de Moda — Bambam disse, mordendo o lábio inferior. — Essas são algumas das minhas peças — afirmou, apontando para alguns manequins vestidos à sua volta. — E a que estou usando também.
Chae olhou rapidamente as peças e voltou a fitar o tailandês.
— Dá para ver que você é estudante.
O tailandês sorriu sem graça e Yugyeom odiou ver aquele olhar em Bambam, que em pouco tempo não tinha sido mais do que um grande amigo. Então, ele quis mudar aquela situação, porém não sendo mal-educado com Chae, pois uma coisa que aprendera com sua avó, era de que não deveria se devolver ofensas, somente se mostrar superior à pessoa, que isso era pior dos xingamentos.
— Bam, não é aquele blazer vermelho ali que o cantor Choi Youngjae vai usar na festa de sábado? — Yugyeom perguntou com uma falsa curiosidade. Ele não fazia a mínima ideia se aquela roupa seria usada para aquele propósito, porém pareceu certo contar alguma vantagem. — Jae tem mesmo muito bom gosto, hn?
O modelo pareceu surpreso e fitou o outfit que Yugyeom apontara, agora com mais cuidado observando cada detalhe. Bambam sorriu para o mais novo, que lhe piscou em resposta. Kim definitivamente tinha uma ligação com o tailandês e mesmo não sabendo explicar ao certo o que era, sentia-se bem por dividir aquela conexão com o outro estudante.
— Ele vai usar na festa de um dos patrocinadores — afirmou Bambam, estufando um pouco o peitoral quando o outro o fitou. — Jae gosta muito das minhas roupas, sempre as está usando.
Não era exatamente mentira, pois Youngjae já usara uma ou outra roupa dele, mas sempre durante seus vídeos e não exatamente fora dele, porém ninguém precisava saber daquele fato.
— Hm… Será interessante vê-lo com essas roupas — Hyungwon comentou, sorrindo de uma forma que nenhum dos outros dois acreditou ser verdadeira. — Enfim, Yug… Vamos? Ainda temos que terminar o nosso encontro.
Bambam instintivamente fitou Yugyeom e o mais novo não soube o que fazer naquele instante. Ele realmente estava ali para um encontro com Chae, porém queria ficar com o tailandês. E isso tudo sem contar o clima estranho que agora com toda aquela situação.
— Vamos, Yug… — insistiu o modelo.
— Er… Vamos ficar mais um pouco para apreciar o trabalho de Bam — pediu o mais novo. — E-eu queria ver melhor as peças.
— Não tem muito o que ver, né? — disparou Chae.
— Eu vou ficar e apoiar o meu amigo, se você quiser pode ir na frente — Yugyeom proferiu, tentando não soar rude, mas seu rosto era sério, indicando que ele não estava brincando.
— Que seja, Yug.
O rapaz saiu pelo corredor pisando firme e Bambam se sentiu culpado por estragar o encontro do amigo.
— Ele… é bonito — Bambam falou, sorrindo sem graça. — Você não precisa ficar, Yug.
— Eu quero ficar.
O tailandês sorriu abertamente e Yugyeom não pode evitar de fazer o mesmo. O que estava acontecendo com ele? Por que qualquer coisa que Bambam fazia parecia ser o de mais interessante que tinha no mundo?
— Mas ele tem razão — Bambam comentou. — Não tem muita coisa para ver aqui.
— Tem você e suas roupas incríveis, é mais que o suficiente. — Yugyeom empurrou o ombro do amigo levemente em brincadeira. — Vamos, me mostre suas roupas e me explique, porque eu não entendo nada disso.
Bambam sorriu contido e mostrou as roupas, eram cinco looks; seis, se contasse a roupa que estava usando. O tailandês começou a falar dos tipos de tecido e na forma como cada cor e modelo combinava com certos tipos de corpo, mas a única coisa interessante ao coreano era o fato de não conseguir desviar os olhos do loiro.
Os dois perderam a noção da hora ali. Bambam vez ou outra ficava distraído com pessoas curiosas com sua exposição, mas o mais alto não se importava, apenas observava calado quando a atenção não estava nele.
— Que horas são? — Bambam perguntou em algum momento, estalando os dedos da mão para relaxar. — Daqui a pouco está na hora de fechar.
Yugyeom arregalou os olhos.
— Minha aula! — disparou o mais novo, olhando no celular. — Que merda! Eu perdi minha aula!
— Oh, não! Eu te distraí! Me desculpa, Yug — Bambam pediu, sem saber direito o que fazer para remediar a situação. Mesmo conhecendo pouco o outro estudante sabia como ele levava a sério suas aulas. — E-era… algo muito importante?
— Todas as aulas são importantes!
— Desculpa
Kim expirou com força e olhou para o tailandês, que parecia triste no momento. Yugyeom sabia que não era culpa dele, somente tinha ficado nervoso por uns instantes.
— Tudo bem… — disse o rapaz. — Eu nunca faltei à aula mesmo, uma vez… não é muito importante. Mas você está me devendo uma!
— Claro, claro! Me desculpa, Yug.
— Tudo bem… Eu vou pensar em algo no futuro.
— Hm… Faço qualquer coisa.
Os dois riram do flerte, pois era bobo e eles já estavam acostumando com aquelas brincadeiras.
— Por que quando acabarmos aqui, não vamos comer alguma coisa? — propôs Bambam. — Eu, particularmente, estou morrendo de fome.
— Só saio daqui se for para comer hambúrguer!
— Então, hambúrguer será!
Ambos ainda ficaram um tempo na exposição e quando todos começaram a se arrumarem para sair, Yugyeom ajudou o tailandês a fazer o mesmo, organizando as roupas e dobrando com cuidado.
— Eu acho que o seu professor gostou do que viu — comentou Yugyeom, segurando algumas peças em seus braços. — Ele pareceu ter dado nota máxima.
— Ai, eu duvido. Ele é daqueles que somente o dele é perfeito.
— Isso é inveja.
— A gente costuma dizer que o marido dele dorme de calça jeans todas as noites, por isso é tão mal-humorado sempre.
— Que coisa infantil de se falar! — Yugyeom comentou fingindo surpresa. — Adorei!
Os dois riram outra vez. Era fácil para Yugyeom se sentir confortável com Bambam perto dele.
— Ei, vamos colocar essas coisas no carro — falou o tailandês, indicando com a cabeça o estacionamento da faculdade. — Bom que não precisamos andar até a hamburgueria.
— Ah… Você tem carro?
— Hum-hum. — O rapaz sorriu. — Ganhei o primeiro no meu aniversário de dezoito, esse é o segundo…
Yugyeom riu baixinho, era quase cômico a forma com que Bambam não percebia o quão privilegiado era. Por sorte, o tailandês era diferente de Hyungwon, ao menos ele não o vira desmerecer os outros.
— Então, vamos logo.
O carro era um popular. Pelo menos isso, pensou Yugyeom enquanto entrava no banco do passageiro.
— O meu antigo ficou com a minha mãe — Bambam esclareceu de repente. — Ela é neurocirurgiã.
— Ah, eu não sabia disso...
— Sim. — Bambam riu do comentário. — Ela é muito boa no que faz, tanto que viemos para a Coreia por isso. Ela recebeu uma proposta de trabalho e... foi isso.
Novamente, os dois sorriram e Yugyeom não pode deixar de observar que era muito fácil rir bastante com o tailandês, como se sua vida se tornasse mais fácil somente em estar junto a ele; era uma boa sensação.
O caminho para a hamburgueria foi repleto de risadas, porque juntos a vida era definitivamente mais fácil, colorida e com sentido. Bambam se sentia mais confiante com o mais novo enquanto Yugyeom se sentia mais solto, menos tímido, o que era definitivamente diferente de tudo o que experimentara antes; já não ficava vermelho com tanta frequência na presença do estudante de moda, o que era surpreendente tratando-se dele.
— Eu vou querer o maior hambúrguer que tiverem — afirmou Bambam, abrindo a porta do estabelecimento para o mais novo. — E um copo grande de refrigerante!
— Esfomeado!
Os dois encontraram uma mesa perto da janela e riam de algo bobo quando uma garçonete se aproximou. Eles fizeram os pedidos e voltaram a conversar, como se tivessem assunto fácil há anos. Yugyeom definitivamente amava aquela conexão que dividia com o outro.
— Yug, eu mandei o vídeo para o agente de Jae, ‘tá? — O tailandês sorriu, apoiando a cabeça na mão. — Mark é meio ocupado, mas vou insistir para ele olhar o quanto antes, okay?
— Tudo bem… Eu já fico feliz por você acreditar em mim dessa maneira. Muito obrigado.
O tailandês sorriu docemente e o outro não pode evitar de segui-lo no gesto. As coisas eram bem mais fáceis quando Bambam estava envolvido e isso assustava um pouco o estudante de administração que nunca imaginou algo assim acontecendo; ele nunca tinha se apaixonado e nunca namorara, porém agora sua mente já começava a fazer algumas perguntas e basicamente todas elas eram: “E se?” De certo modo, estava animado para a, talvez, nova fase da vida em que estava entrando no momento.
Os pedidos chegaram alguns minutos depois e ambos, por estarem com fome, atacaram a tudo sem muito pensar, deixando alguns comentários sobre o sabor do prato e sobre como parecia ser o melhor hambúrguer do mundo, garantindo que voltariam mais vezes naquele lugar.
— Jae ama hambúrguer — comentou Bambam na metade da sua Coca-Cola. — Teve uma vez que ele comeu uns três de uma vez.
— Uau… Eu ia passar mal!
— Eu… acho que aguento três —comentou o mais velho, sorrindo. — Mas você tinha que vê-lo, comia tudo igual um esfomeado; deu um pouco de medo.
— Tadinho… Não o estão alimentando?!
Bambam riu da pergunta do outro. O moreno sempre o fazia sorrir, até nos dias em que se escondia atrás de um sorriso para não enfrentar direito o mundo, para não mostrar seus medos ou quando tinha algum problema; era algo que aprendera criança, quando seu pai partiu e não mais voltou; era melhor fingir que estava tudo bem e chorar escondido.
— Claro que o alimentam — afirmou o tailandês. — Mas tem vezes que ele ‘tá com lombriga.
Mais uma rodada de risadas se iniciou na mesa.
— Ei, me passa o ketchup? — pediu o tailandês, olhando para metade do seu hambúrguer. — Eu amo isso… É meio estranho, porém eu me casaria com um ketchup, se fosse possível.
Yugyeom se divertiu com o comentário e procurou o pote de ketchup, que estava próximo e ele.
— Prazer, meu nome é Ketchup — Yugyeom falou, mal acreditando que estava flertando daquela maneira sem corar! — Agora você pode casar comigo.
O estudante de moda ia responder quando o Ketchup voou do pote para a Yugyeom. O rapaz tinha sacudido para ajudar Bambam, porém o molho foi na sua camisa branca e no seu pescoço.
Bambam não aguentou e começou a rir. Ele riu tanto que engasgou com o que comia e dessa vez foi a hora do moreno gargalhar, mesmo com outros clientes do local os olhando com uma mistura de raiva e irritação, porém eles não se importaram, somente se divertiam juntos, mesmo que fosse com algo considerado bobagem para qualquer outro.
— Vem, vou te limpar no banheiro — afirmou Bambam, puxando a mão do outro. — Tadinho, tão bebê… Não sabe nem usar o Ketchup.
— Não fala assim!
Os dois sorriam quando chegaram ao banheiro e a camisa de Kim estava arruinada, então o tailandês a puxou para cima de uma vez, utilizando-a para limpar o molho que ficou no pescoço do outro. Somente ao esfregar a pele do mais novo que o rapaz se lembrou de olhar para baixo. A barriga de Yugyeom era talhada, uma barra de chocolate completa como diziam na Coreia, e o mais velho não soube o que fazer com aquela informação, tanto que ficou fitando sem nada dizer ou fazer. No momento, seu cérebro lhe dizia algumas coisas bem erradas e, céus, ele queria fazê-las.
— Eu nunca vou conseguir tirar essas manchas de Ketchup — comentou Yugyeom, alheio ao outro o fitando intensamente. — Ai, que vergonha andar sem camisa.
— N-não…
— Hn?
Bambam sacudiu a cabeça e sorriu, tentando não pensar na seminudez do outro.
— Eu tenho umas camisas brancas no carro — afirmou o tailandês. — Espera aqui… Eu vou buscar.
O mais velho praticamente correu porta a fora, apontando para o seu carro antes de sair do restaurante, pois a garçonete o olhou estranhamente, afinal ainda não tinham pago a conta. Ele revirou as caixas no seu porta malas, sem demora encontrando as camisas que procurava — ele faria um trabalho e as tinha comprado para a finalidade —, então ele calculou alguma que coubesse no rapaz e voltou às pressas para o banheiro.
Yugyeom usava o mictório quando Bambam entrou no local e o tailandês tentou não ficar com o rosto vermelho, porém foi impossível. Conseguiu disfarçar ao se virar e fingir que estava com calor pela corrida que fizera até o banheiro.
Kim não demorou no que fazia e após lavar as mãos, Bambam entregou a camisa branca para o outro, sorrindo fracamente por mais que ainda sentisse suas bochechas quentes naquele momento.
— Muito obrigado, Bam. Eu vou devolver o mais rápido possível — garantiu o rapaz, colocando a camisa de uma vez. — Oh...
A camisa estava extremamente apertada.
— Merda, eu devo ter pego o número errado! — Bambam bateu na própria testa com força. — Desculpa… Eu vou pegar outra!
— Não, não… Está boa. — Yugyeom sorriu fracamente. — Eu coloco meu casaco por cima e ninguém vai perceber.
O tailandês concordou por mais que estivesse envergonhado naquele momento, principalmente por todos os músculos do mais novo estarem marcados na camisa branca.
— Vamos só voltar para terminar o hambúrguer, okay?
E, após aquelas palavras de Yugyeom, foi isso o que fizeram. A conversa não envolveu mais muitas risadas ou algo do tipo, afinal estavam com pressa de saírem daquele momento constrangedor.
Na hora de pagar a conta, Bambam insistiu em deixar pela conta dele, por mais que Yugyeom se sentisse envergonhado de tal coisa, então combinaram que, da próxima vez, o moreno pagaria. De certa forma a ideia de que teria um outro encontro os deixou animados acima de todo o momento de embaraço.
— Entregue.
Bambam também deu uma carona a Yugyeom que, por faltar da aula, acabou chegando mais cedo em casa do que o comum, porém não importava naquele momento, afinal estava muito feliz.
— Obrigado pela carona — disse o mais novo. — Você quer entrar… para tomar um suco?
— Não… Eu tenho que ajudar minha mãe a colocar a televisão nova que ela comprou para o meu quarto — afirmou o tailandês, sorrindo. — Mas um outro dia eu posso aceitar, hn?
— Então, estamos combinados. — Bambam sorriu, soltando o cinto de segurança e inclinado o corpo na direção do outro para estalar um beijo na sua bochecha.
— Obrigado por me ajudar hoje. Eu… teria ficado muito mais nervoso sem você.
Yugyeom sorriu.
— Nada disso…. Foi tudo você que fez — garantiu o moreno. — Eu só tentei ser um bom amigo.
— Então, saiba que você é o melhor.
Os dois estavam próximos e Yugyeom sentiu a quentura em seu rosto, pois o tailandês tinha algo no olhar, algo que ele sabia o que significava, mas no momento seu coração estava acelerado e estava com medo de errar e fazer besteira, assim o mais novo deu um jeito de se despedir às pressas e sair do carro para entrar na sua casa praticamente correndo após dar um aceno para o outro, que sorriu antes de acelerar o carro e ir embora.
Agora, prestes a abrir a porta da sua casa, Yugyeom se sentiu idiota de não beijar o mais velho, porém a oportunidade tinha passado e era isso. Talvez uma outra vez, se tivesse outra vez.
— Aquele é o tal Bam?
A porta foi aberta de uma vez e Yugyeom quase caiu para frente, pois não esperava que Jungkook escancarasse a entrada daquela maneira agressiva.
— Oi para você também — disse Yugyeom.
— Responda-me! — disparou Jungkook, cruzando os braços com a expressão irritada. — Aquele é o tal Bam que você tanto fala?
Yugyeom franziu a testa e deixou sua mochila em cima da cadeira da cozinha, ainda confuso com aquela agressividade do melhor amigo, afinal Jeon nunca agia daquela maneira.
— Sim, aquele é Bambam — respondeu o estudante de administração, ainda confuso. — Por quê?
O mais novo observou o pescoço de Jungkook ficar avermelhado e se assustou, pois nunca viu o amigo daquela maneira.
— Você não pode… — Jungkook respirou fundo, esfregando o rosto com força. — Vocês estão juntos?!
— Não… Quer dizer, ele é meu amigo.
— Então não seja mais amigo! — disparou Jungkook esfregando a nuca com força. — Ele não é uma boa pessoa! Você não pode se envolver com ele!
Aquelas palavras não pareciam estar sendo proferidas sobre Bambam, pelo menos foi isso que Yugyeom pensou, assustado e surpreso. O que o melhor amigo estava falando?
— Kookie, isso não faz sentido algum. — O mais novo tentou soar calmo, ao contrário de Jeon que estava cada vez mais nervoso. — Ei, por que você não bebe uma água?
Jungkook bateu com força na mesa.
— Eu não quero água! Eu quero é você longe daquele cara! — Jungkook agora gritava. — Não vou ficar cuidando da sua avó para você ficar com alguém que não presta! Não ele!
— Ei, eu estava na faculdade, ele só m-
— Não importa! Eu quero você longe dele! — interrompeu o mais velho. — Ele é ruim para você!
— Me conta o porquê, então! Pelo menos isso!
— Não importa! Merda, não importa!
Jungkook estava de uma maneira que Yugyeom nunca tinha visto e daquele jeito permaneceu enquanto pegava sua bolsa e disparava em direção a porta, tão irritado que parecia alguém irreconhecível ao mais novo.
— Espero que você faça a escolha certa!
Jeon saiu antes mesmo que Yugyeom pudesse entender ao certo o que tinha acontecido e cheio de questões na sua mente, com a principal delas sendo se o melhor amigo tinha razão e por algum motivo Bambam não era uma boa pessoa.
Por fim, Yugyeom respirou fundo e foi para o quarto da avó, pois estava cansado e não queria realmente pensar sobre aquele assunto, por mais que esse não tivesse saído da sua cabeça em nenhum momento durante aquele restante de dia e nem nos seguintes.
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