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História Bad Behavior - Capítulo 12


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos favoritos e a todos que comentam!!! :D


Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Capítulo 12 - Capítulo 12


 

 

Mark olhava desconfiado para a figura de Bambam entrando em seu escritório com uma bandeja cheia de comida, o crachá de visitante balançando na roupa. Eram amigos, mas sabia muito bem quando o ruivo queria algo, pois sempre arranjava um jeito de agradá-lo.

—  Você não me engana — disparou o ruivo, olhando o outro por baixo dos cílios. — Fala logo o que você quer. Autorizei sua entrada porque pensei que era para gravar mais de um dos seus vídeos com Jae.

O tailandês sorriu sem graça e deixou a bandeja na mesa, sentando na cadeira que ficava em frente ao local de trabalho de Mark e esfregou as mãos uma na outra.

— Então, Mark… Eu queria saber se você teve tempo de ver aqueles vídeos que te mandei.

Tuan suspirou pesadamente e deixou o óculos de leitura em cima da mesa enquanto balançava a cabeça negativamente. Bambam colocou a boca em uma linha reta sem perceber.

— As coisas estão uma loucura, desculpa Bam — disse o ruivo, estalando a língua. — Eu prometo que tentarei ver o mais rápido possível.

— Okay… É só que Yug é tão bom — o tailandês afirmou, suspirando pesado. — Eu tenho certeza que você vai se surpreender quando ver o vídeo.

O manager sorriu fracamente, recostando na cadeira giratória.

— Você parece gostar muito dele.

O rapaz mordeu o lábio inferior e novamente esfregou as mãos.

— Somos amigos.

— Eu não disse que não eram — falou o mais velho. — Mas pela a sua reação, acho que você quer ser mais do que amigo, hn.

— Não… Nada disso! — disparou Bambam, mordendo o lábio inferior. — Somos só amigos mesmo.

Mark sorriu, pois estava estampado no rosto do rapaz que aquilo era uma mentira e que provavelmente ele estava gostando do garoto, mas não iria insistir, somente torceria para dar certo e que Bambam ficasse feliz.

— Se você diz — Mark falou. — Eu prometo ver nesse final de semana e te dou uma resposta na segunda, ‘tá?

O rapaz pareceu contente e logo se pôs de pé, correndo para o lado de Mark e lhe deixando um estalado beijo na bochecha. Mark riu alto.

— Obrigado, você é demais! — Bambam afirmou, batendo palmas de leve. — Aproveite os biscoitos e os folheados são maravilhosos!

 — Okay, okay. Obrigado, Bamie.

Mark sorriu acenando para a figura de Bambam que saía pela porta cumprimentando Youngjae que acabava de chegar.

Hm… Já pode falar pro Bamie que você tem namorado e que as transas de vocês acabaram, ‘tá? — o loiro proferiu fechando a porta do escritório de Mark antes de cruzar os braços e fingir um fico infantil de chateação.

Mark revirou os olhos e suspirou fundo, não evitando de sorrir. Tuan então foi na direção do namorado e lhe beijou rapidamente, dando um outro sorriso em seguida. Tudo ainda parecia um pouco irreal; estar daquela maneira com Youngjae, o homem dos seus sonhos.

— Acho que ele tem um namoradinho — comentou Tuan.

Hm

— Ai, Jae. Já falei que Bam é só um amigo. — O ruivo sorriu. — Enfim, está pronto para a festa?

— Temos que ir mesmo?

— É ideal.

— Mas é necessário?

O manager revirou os olhos e deu um outro beijo nos lábios do namorado.

— Eu te recompenso com beijinhos?

Youngjae sorriu de lado.

— Na festa?

— Jae…

— Depois da festa? Você pode dormir lá em casa de novo… — Youngjae sugeriu, mas diferente do que Mark previa não tinha uma conotação muito sensual, apenas um convite casual e o ruivo se sentiu bem com aquilo, com o fato do namorado o respeitar daquela maneira. — Dormir de conchinha é muito bom.

— Talvez, se você se comportar.

— Acho que você tem que definir bem o que é se comportar para não termos problemas eventuais.

Mark suspirou pesadamente.

— Nada de Jimin.

O loiro franziu a testa, curioso.

— Mark, eu estou com você — garantiu o mais novo, sorrindo. — Se comportar para você é não transar? Então, não se preocupe porque sou um homem comprometido agora. Tenho um namorado ruivo e ciumento, você o viu por aí?

O ruivo não queria, mas não pode deixar aquele sentimento morno e bom tomar conta de si ao ouvir aquelas palavras. O Tuan então se aproximou mais do loiro, beijando-o com delicadeza, enquanto segurava o rosto dele entre as mãos.

— Já que estamos combinados, podemos ir.

— Ei, sua roupa está bonita — comentou Mark, passando a mão pelo blazer vermelho. — Gostei da cor.

— Ah, eu vi enfiado na arara de roupas do meu camarim e achei ideal! Mas não sei qual é o estilista. — Youngjae balançou os ombros. — Você vai todo de preto assim? Que sem graça.

— Ei, não fale assim do seu namorado.

— Eu falo do jeito que eu quiser! — disparou o loiro, levantando uma sobrancelha. — Eu tenho fama e poder!

Mark gargalhou e somente se calou quando sentiu a boca do outro na sua. Definitivamente, parecia um sonho e céus, não queria nunca acordar.

— Mark, você viu Jae… Ah.

Os dois se separaram rapidamente torcendo para que o moreno não tivesse visto nada, mas a julgar pela expressão no rosto de Lim que encarava a parede, para não fitar o casal, já indicava que ele vira tudo.

Hm… V-vocês já estão aqui, então… Ér… eu já vou indo… Na frente… V-vejo vocês depois. 

Assim como entrou, Jaebeom saiu às pressas, deixando o casal ainda mais nervoso.

— Eu vou perder meu emprego! — Mark riu nervosamente. — Eu sabia que isso era uma péssima ideia.

O ruivo se afastou do outro, passando os dedos pelo cabelo e respirando fundo para não gritar. O cantor piscou algumas vezes e tentou ignorar a palavra “péssima” sendo associada ao namoro deles.

— Ele não vai falar nada — disse o loiro, passando a língua nos lábios. — Eu falo com ele…

— Como se tudo o que ele queria não era arranjar um jeito de me ver fora daqui para tomar o meu lugar.

— Ei, JB não é assim.

— Agora você o defende?!

— Não é isso, Mark, só se acalma, okay? Você não vai perder seu emprego, confia em mim. — Youngjae segurou o namorado pela cintura o virando para si. Ele odiava mais que tudo aquela expressão assustada e triste no rosto tão, tão bonito do ruivo. — Eu prometo que nada vai acontecer com o seu emprego.

O agente respirou fundo e concordou com a cabeça, abraçando o namorado. Seu emprego era tudo para ele.

— Eu falo com ele — repetiu o loiro, afagando as costas do namorado. — E… desculpa por não trancar a porta, e-eu… Foi minha culpa.

Mark balançou a cabeça negativamente e voltou a abraçar o outro, pois no fundo ele sabia que algo assim aconteceria a qualquer instante, somente pensou que teriam mais tempo antes que alguém descobrisse o que estava acontecendo entre eles.

— É melhor irmos para a festa agora — Mark comentou, sorrindo fracamente. — Mesmo que… dê tudo errado, você ainda tem os seus patrocinadores para agradar.

— Nada dará errado.

O ruivo desesperadamente esperava que o namorado estivesse certo.

 

***

 

Jinyoung observava Jaebeom sacudindo as pernas ao seu lado no carro enquanto um motorista da empresa os levava para a festa. Claramente, o outro moreno estava ansioso e nervoso por conta de alguma coisa, porém o cantor não sabia dizer ao certo o que era.

— O que houve, Lim?

Hm… Nada, nada…

— Por que eu não acredito? — Jinyoung franziu a testa. — Você foi procurar Choi e voltou todo estranho. Aconteceu alguma coisa…

— Eu já disse que não foi nada!

Park cruzou os braços e estalou a língua.

— Ele estava transando com alguém? Não seria a primeira vez que ele faz isso no camarim — comentou o cantor, expirando com força. — Ou batendo uma? Porque ele não sabe trancar portas e eu já vi uma vez, é nojento.

Jaebeom tentou rir, mas saiu como uma careta e ele somente disfarçou, buscando o celular para evitar aquela conversa. A cena não saía da sua cabeça e não sabia o que fazer com o fato de Mark e Youngjae estarem se beijando tão apaixonadamente no escritório do ruivo. O que deveria fazer agora? Era um pouco errado e sabia bem como romances como aqueles acabavam totalmente em merda, contudo não era da sua conta, certo?

O moreno mais novo pensou em falar mais alguma coisa, porém somente balançou os ombros e pegou o próprio celular, vendo algumas mensagens de Jackson.

 

Squirtle

 

Meus ternos são todos feios,

eu vou passar muita vergonha!

Você deveria ter arranjado um outro

acompanhante!

 

Bobagem, você

fica lindo de

qualquer maneira.

 

:(

Você não quer

que eu me sinta mal.

 

Nada disso, eu sei que

você deve estar maravilhoso.

 

:/

 

Hm… Falar isso

está okay para você?

Eu posso parar…

 

Eu só não

gosto de piadas

com cunho sexual.

Elogios estão bem

para mim hahaha

 

Ah, okay.

Ufa XD

 

Estou saindo.

Te encontro

dentro da festa, tá?

 

Eu queria poder

entrar com você…

 

Só se eu fosse

uma mulher ;)

 

Odeio esse país

homofóbico :/

 

De qualquer maneira

somos amigos.

 

E vamos nos divertir

muito hoje!

 

Sim!

ヾ(*′○`)゚.+:。゚☆

 

☆*。★゚*♪ヾ(☆ゝз・)ノ

 

— Quantos sorrisinhos — Jaebeom comentou implicante, sorrindo de lado para a careta que Jinyoung fizera ao guardar o celular. — Alguém especial, hn?

— Não, só um amigo — disse Park, respirando fundo. — Jackson. Vou me encontrar com ele na festa.

— O quê?!

— Ele é o meu acompanhante.

Jaebeom quis arregalar os olhos, mas disfarçou murmurando qualquer coisa e voltando a fitar o celular. Mas que merda! Hoje não é o meu dia! Lim então começou a perguntar o que tinha feito de ruim para a divindade para aquele sábado estar sendo bem merda e tudo dando errado.

— Vocês estão juntos? — Lim não soube o porquê fez aquela pergunta, mas se arrependeu no mesmo instante. — Quer dizer, e-eu preciso saber como o seu manager, só para… hm… ajudar a esconder.

Jinyoung levantou a sobrancelha, mas sorriu em seguida.

— Não… Somos só amigos. — Park balançou os ombros outra vez. — Ele disse que não ia a uma festa tinha uns anos e eu quis convidá-lo.

— É… faz sentido.

Jackson sempre viveu isolado, pensou Lim, remexendo o aparelho nas suas mãos. Diversão fará bem a ele.

— Você está bem, Jaebeom?

Hm? — O mais velho piscou algumas vezes. — Ah, sim. Estou bem. Só ansioso, é a minha primeira festa na nova empresa, não quero cometer erros…

— Não se preocupe, você é ótimo. Não irá errar em nada.

— Obrigado.

O resto da viagem ocorreu em silêncio e Jaebeom pensava o que faria para evitar três pessoas da empresa em que trabalhava; era impossível, mas tentaria.

 

 

Jinyoung saiu primeiro e as câmeras logo focaram nele; Park mentiria se dissesse que não gostava de todos aqueles cliques na sua direção. Ele tentou sorrir para todos e quando olhou para o lado esquerdo, viu o seu fansite mais fiel, então não pode deixar de acenar e mandar beijo para a moça, que ficou contente e chegou a gritar de animação.

Jaebeom sorriu para a cena de Jinyoung ganhando os holofotes. O cantor era bom naquilo, mas nem conseguia perceber pois sempre achava que estava na sombra de Youngjae e que no fundo ninguém realmente gostava dele. Lim queria poder mostrar ao amigo que ele estava completamente enganado.

— Até que tiraram umas fotos de mim — Jinyoung comentou quando já estavam dentro da festa. — Deve ser porque Choi não chegou.

Jinyoung realmente não percebia que ele era bom por si mesmo e aquilo entristecia Jaebeom.

— Acho que vou procurar Jackson… — afirmou Park, olhando o celular. — Hm… Ele ainda não chegou, está a caminho.

— Ótimo! — disparou o manager. — Quer dizer… Eu já posso te apresentar a alguns interessados em te usar como garoto propaganda.

— Ai, você vai me vender assim? Dessa maneira descarada?

Jaebeom revirou os olhos e somente indicou o caminho até uns investidores.

 

 

Jinyoung conversou com os homens e até riu de algumas piadas quando recebeu a mensagem de Jackson, indicando que tinha chegado. Ele sorriu abertamente sem nem perceber.

— Jackie chegou! — anunciou o mais novo, falando com o manager. — Vou atrás dele.

Hm… Eu vou… atrás de Jae.

Park não se importou muito como seu agente e foi o ideal para Jaebeom sumir do salão principal de uma vez. Ele pensou em ir para o banheiro, mas era um local que todos poderiam entrar, inclusive Jackson, então Lim pensou em ir para a cobertura, porém sabia como vários iam lá para se pegarem ou simplesmente pela vista, assim foi para o último lugar que pensou.

O jardim de trás estava escuro e somente algumas luzes de fada iluminavam certos pontos, o que deixou Jaebeom um tanto nervoso, afinal odiava o escuro — não que as pessoas soubessem daquele fato —, porém era melhor que ter uma cena no meio de uma festa importante e de escândalos já tivera o suficiente para duas vidas inteiras. Assim, o moreno somente caminhou com cuidado, tentando achar algum banco ou algum lugar confortável para ficar as próximas horas até sair escondido e no dia seguinte dar alguma desculpa qualquer, provavelmente a boa e velha dor da cabeça.

Ele continuou caminhando com cuidado, porém estava tudo tão escuro e seu coração começou a acelerar com aquele fato. Talvez devesse acender a lanterna do celular, certo? Mas parte sua queria vencer aquele bobo medo de criança.

— Quem está aí?

Jaebeom sentiu o coração disparar com a nova voz no lugar e quase tropeçou nos próprios pés enquanto pensava se deveria ou não correr e se esconder como uma criança assustada.

Antes que pudesse fazer algo, uma luz acertou os olhos de Jaebeom, que se encolheu com o incômodo nos olhos.

— Oh, Lim-Lim.

O moreno respirou fundo, sentindo seu coração se acalmar um pouco com o ponto de luz e aos tropeços se apoiou no banco que Youngjae estava sentado — ainda mais por perceber pela primeira vez o assento —, tentando se acalmar do susto.

Hm… Você está bem? — Youngjae perguntou, aproximando-se do outro e buscando sua mão. — Ah, sua mão está gelada! Você está passando mal?

— N-não…

— Não é o que parece — comentou o loiro. — Você quer sair daqui? Posso te levar para o seu apartamento.

— N-não… Está tudo bem.

Youngjae suspirou pesadamente e deixou sua mão na do outro, aos poucos notando a temperatura do toque do outro se tornando mais normal e não frio do jeito que estava.

— Essas festas também me fazem passar mal às vezes — comentou Choi. Talvez uma conversa fizesse bem ao outro. — É muita gente querendo um pedacinho. Eu só curto mesmo quando estou bem bêbado, pois nunca sei o que fiz, somente transo horrores e fica tudo bem.

— Então… por que você não está bebendo agora?

— Porque não quero fazer besteira — afirmou o loiro, olhando o outro agora que seus olhos já estavam acostumados com a escuridão. — Eu tenho um namorado agora.

Oh.

Jaebeom não soube o que dizer, então somente balançou a cabeça de qualquer maneira e fitou alguma árvore à frente, ainda sentindo o toque da mão de Youngjae na sua; ele quis acabar com aquilo, mas o acalmava de alguma maneira, então nada fez.

— JB, o que você viu…

— Está tudo bem — garantiu o agente. — Eu não vou falar nada.

Choi expirou aliviado.

— Tem pouco tempo… Quer dizer, duas semanas de namoro — afirmou o cantor, mordendo o lábio inferior. — Mark… é tão especial e eu não quero estragar tudo. E eu me sinto bem com ele, seguro. Sei que seu trabalho seria denunciar, mas… Obrigado por não fazer isso. Eu te devo uma.

— Não deve nada. Já se esqueceu do hospital?

— Ah… — Youngjae sorriu. — Como está sua mãe?

— Ela despertou, mas ainda tem que ficar uma semana no hospital — afirmou o moreno, suspirando pesadamente. — Amanhã irei visitá-la.

— Precisa de uma carona?

Nah, eu peço um Uber.

— Eu posso te levar, amanhã estou livre e sempre fico no tédio sozinho no meu apartamento.

— Passa o dia com o seu namorado.

— Ah, é verdade!

Os dois ficaram em silêncio e Jaebeom percebeu que seu coração não estava mais acelerado, na verdade agora estava calmo e até apreciava o vento fresco em seu rosto naquele instante.

— Se eu contar algo, você promete não rir? — perguntou o moreno.

Hm… Claro? — Youngjae fitou o outro. — Que foi? Está com dor de barriga e se cagou todo?

Lim revirou os olhos, mas não conseguiu evitar de sorrir.

— Eu tenho escotofobia.

O loiro ficou em silêncio.

— Medo do escuro?

— Isso… — afirmou o mais velho. — Desde pequeno… É idiota.

— Não é idiota… Todos temos nossos medos.

— Talvez… — Lim respirou profundamente, deixando seu corpo relaxar no banco. — Meus pais brigavam muito… tipo, muito. Eu sempre me escondia no guarda-roupa com medo dos gritos, sabe? Quando meu pai foi embora de vez, eu devia ter uns cinco, seis anos… Os gritos eram horríveis e eu me escondi, só que aconteceu alguma coisa, acho que a trava deu problema e eu fiquei lá preso por umas duas noites porque minha mãe saiu para beber e me esqueceu… Depois disso eu fiquei com medo do escuro.

— Isso… Isso é horrível! — Youngjae estava apavorado com o pensamento de uma criança sozinha durante dois dias inteiros dentro de um armário. — Eu sinto muito, JB.

— Tudo bem, já passou agora, mas o medo de escuro permaneceu. Está mais leve, se você quer saber, a terapia ajudou bastante.

— Você é uma pessoa muito forte — afirmou o loiro, apertando ainda mais a mão do outro. — Mas agora não precisa mais ficar com medo do escuro, eu te protejo!

Jaebeom riu alto e o outro o acompanhou. Lim não pode deixar de pensar como a imprensa e ele mesmo tinham uma visão errada do loiro, que ele era somente um homem cheio de dinheiro e pronto para arrumar confusão, alguém fútil e que não ligava para as outras pessoas, porém era totalmente ao contrário e o manager estava feliz por estar errado.

— Queria um champanhe — comentou Youngjae, suspirando fundo. — Ou algo gelado… Enfim, você desbloqueou o nível três de amizade!

— Espera… Seu passado triste?

Hum-hum.

Os dois riram novamente com a piada interna.

Hm… Você sabe sobre o meu pai? — Choi perguntou, em um tom de voz baixo. — Sobre o acidente?

— Eu sei o que li na Internet, mas não foi muito — explicou o moreno. Agora seus olhos já acostumados com o escuro, conseguiam reconhecer bem Youngjae e assim ele percebeu que o outro parecia triste. — Mas ele que te incentivou a ser cantor, né?

— Isso, mas eu contei muito pouco para a imprensa — disse o loiro, fitando os próprios sapatos. — Hm… Meus pais viviam bem, tinham um casamento feliz e tudo mais. Eu cresci bem, classe média, sabe? Minha mãe é jornalista e meu pai era professor universitário, mas a paixão dele era rock. Papai tinha guitarra, bateria, teclado… eu aprendi tudo com ele. Minha mãe, na época, até gostava e se divertia com o hobby do meu pai até que ele começou a dizer que eu tinha voz e jeito de astro do rock. Eles brigaram algumas vezes, pois ela queria que eu tivesse “um emprego real.” — Youngjae fez aspas com os dedos. — Mas assim, estava tudo bem… Até que meu pai pegou o carro naquele dia chuvoso.

Era difícil para o loiro se lembrar daquilo tudo, mas sempre que confiava aquela história para alguma pessoa, sentia que doía um pouco menos. Poderia ser loucura, mas era como se o peso de tudo aquilo saísse em parte do seu ombro.

— Eu sinto muito, Jae.

— Calma, tem mais desgraça — brincou o loiro, por mais que a história sempre lhe trouxesse um gosto amargo a sua boca. — Então… Ele estava levando minha irmã de quatro anos a escola.

Jaebeom franziu a testa. Ele não sabia que o outro tinha uma irmã.

— Essa parte eu nunca contei nas entrevistas — explicou Choi. — Então… nós morávamos perto das montanhas e papai nos levava de carro para a escola e depois ia para o trabalho. Naquele dia eu estava muito gripado e mamãe ficou cuidando de mim enquanto meu pai levou Hyunjae para a escola. Nesse dia bateram no carro do meu pai e fugiram sem prestar socorro. Segundo a polícia, por causa da pista escorregadia, o automóvel capotou várias vezes e bateu com força contra a mureta. — Youngjae parou de falar, respirando fundo. — Papai morreu na hora. Minha irmã só foi encontrada à noite, caída na ribanceira… E-ela morreu de hipotermia, s-se tivessem a encontrado antes…

As lágrimas começaram a escorrer pelas bochechas do loiro, que esfregou com força, tentando de alguma forma as fazer voltar para o seu canal lacrimal. Jaebeom apertou um pouco mais a mão do cantor, mostrando que estava ali para ele.

— Foi… um baque. Eu não sabia o que fazer e minha mãe se fechou em um casulo e nunca me deixou alcançá-la outra vez — afirmou o loiro. — Nos mudamos para uma casa menor e ela jogou todos os instrumentos fora, mesmo eu implorando para ela não fazer isso. Naquele dia nós brigamos e ela falou que não suportava me olhar e lembrar do meu pai. — O cantor fungou algumas vezes e por algum motivo sentiu frio naquele momento. — Hm… depois disso ela me mandou para um internato só de garotos. De certo modo foi bom, pois eu percebi que não era obrigado a gostar só de meninas. — Youngjae riu e viu o outro sorrindo. — Um ano depois… Acho que eu tinha catorze anos, quase quinze, teve um show de talentos no internato e eu dei tudo de mim, pois minha mãe ia e eu queria mostrar para ela que era bom, sabe? No final, ela não foi, mas um dos pais dos alunos era olheiro da BoA. O filho dele é ruim que dói, tanto que agora faz outra coisa da vida, mas eu fiquei e… é isso. Estou aqui hoje.

O silêncio perdurou quando o loiro terminou de falar, mas ele não insistiu em mais nada, deixou somente o outro absorver a história que tinha contado.

— Eu posso te abraçar?

A pergunta de Jaebeom fez o outro o fitar surpreso e mesmo no escuro, pode ver os olhos do moreno brilharem com algumas lágrimas. Definitivamente, não esperava por aquela reação.

— Por favor — respondeu Youngjae. — Eu estou mesmo precisando de um abraço.

O moreno então abraçou o loiro, logo levando a mão aos fios descoloridos enquanto balançava o corpo quase em um ninar. Youngjae não pensou que gostaria tanto de um abraço de Jaebeom.

— Você me chama de forte, mas você também é — garantiu Lim, suspirando pesadamente. — A vida não foi muito fácil para a gente na infância, hn?

Choi riu.

— Acho que apesar de tudo, estamos bem, hn? — Youngjae brincou, deixando seus braços apertarem ainda mais o outro. — O que estamos fazendo mesmo nesse momento?

— Estamos abraçados?

— Sim, mas…

— É…

Jaebeom entendia o que o loiro queria dizer, mas não conseguiu se afastar dele. Era loucura dizer que tinham uma ligação? Porque era exatamente isso que parecia naquele momento.

— Você não é tão chato quanto eu pensei — afirmou Youngjae.

— E você tinha que estragar o momento, né?

— É um talento.

Risadas foram divididas entre eles outra vez.

— Acha melhor voltarmos para a festa? — Jaebeom perguntou, mordendo o lábio inferior. — Podem sentir falta da nossa presença.

Youngjae respirou fundo.

— Eu não quero voltar — confessou o loiro. — Mas… você pode ir.

Jaebeom sorriu.

— Eu também não quero ir — afirmou o moreno. — Prefiro ficar aqui.

O loiro concordou, brincando com os dedos do outro por pura distração.

— Uma pena que não possamos destravar o nível dois de amizade — comentou o cantor.

O moreno riu alto e Choi não conseguiu evitar acompanhá-lo na risada. Era definitivamente fácil rir com Lim Jaebeom.

 

 

 


Notas Finais


Escotofobia:
- https://curiosomundo.com.br/o-que-e-escotofobia/

Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!

E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Até amanhã ;*


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