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História Bad Behavior - Capítulo 42


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos favoritos e a todos que comentam!!! :D

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Capítulo 42 - Capítulo 42


 

Jaebeom estava no hospital outra vez, para uma bateria de exames. O moreno estava um pouco nervoso, mas tinha Youngjae ao seu lado, então percebeu que não tinha medo do que poderia acontecer, afinal o cantor permaneceria ali, segurando sua mão sempre que precisasse.

— Como foi o show ontem? — Lim perguntou, passando a língua nos lábios. Ele preferia conversar quando estava esperando. — Tudo okay?

— Sim, só uma sasaeng louca que tentou invadir o camarim.

— Como assim? — Lim fitou o loiro, preocupado. — Ela… te fez algo?

— Não, o segurança se livrou dela logo, eu mal a vi — explicou o loiro. — Mas, tirando isso, foi um ótimo show. Gosto dos fãs japoneses, eles são bem fiéis.

Lim voltou a fitar a televisão da recepção. Ele queria conversar, mas estava nervoso e não conseguia pensar em nada pra falar no momento.

— Ei, JB — chamou o outro, descendo seus dedos com cuidado pelo braço do moreno, até as mãos dos dois estarem juntas na lateral das cadeiras, para que assim, ninguém visse o que estavam fazendo. — Vai dar tudo certo, okay? Vamos poder voltar para a Coreia amanhã à tarde, sem falta.

— Vou me sentir um pouco culpado de sair e deixá-los sozinhos por aqui.

— Eu também. — Youngjae suspirou pesado. — Mas a empresa já ‘tá puta comigo, não quero irritá-los mais.

— É… Daremos nosso jeito. — Jaebeom suspirou pesado. — Eu só quero fazer esses exames logo!

Como se ouvindo seus pedidos, o médico chamou o moreno.

Youngjae viu o manager seguir o médico e sentiu vontade de acompanhá-lo, contudo era melhor daquela maneira, assim ficou sentado nos bancos, esperando que Jaebeom voltasse com boas notícias.

 

 

Uma hora depois, Jaebeom voltou com alguns papéis na mão. Youngjae se levantou de impulso e fitou o outro, esperando os resultados dos exames.

— É… — Jaebeom falou desanimado, vendo o olhar do loiro se entristecer. — Eu estou bom! Curado!

— Oh! — Choi riu, puxando o outro para um abraço apertado. Jaebeom sorriu contido, deixando seus braços contornarem o corpo do cantor. — Eu sabia!

Quando se separaram, Jaebeom ainda sorria e não podia de pensar em como Youngjae estava diferente do início, quando somente era maldoso e ignorante sem motivo algum; parecia uma pessoa totalmente mudada e Lim não podia deixar de agradecer por aquilo.

— Eu só estou feliz por finalmente poder andar sem máscara — comentou Lim, sorrindo. — E outras coisas também…

— O quê?

Jaebeom balançou os ombros.

— Talvez você descubra mais tarde.

Choi piscou algumas vezes, contudo nada comentou, somente indo até a recepção e entregando o cartão de crédito de uma vez. Jaebeom ficou surpreso e foi atrás do outro, tentando impedir dele pagar as contas, mas Youngjae fingiu não os escutar e pagou ainda assim.

— Quer fazer o que agora? — perguntou o loiro, apoiado no balcão. — Vamos aproveitar que os repórteres parecem ter desistir de mim.

— Acho que... vamos só para o apartamento.

O loiro concordou.

— Se é o que você quer… — Choi buscou a mão do moreno. — Vamos, meu carro está do lado de fora.

O moreno então seguiu o outro, sorrindo para o fato de que agora andavam de mãos dadas como se fosse nada, como se sempre fizessem aquilo; de certa maneira era um pouco fofo, contudo isso levava a uma pergunta: o que estavam fazendo? Jaebeom não iria esconder seus sentimentos, pelo menos para com ele próprio, contudo sabia que era errado, que se pegassem não iriam somente o demitir como na outra empresa, iriam acabar com a carreira de Youngjae, afinal era o que queriam no final das contas e nunca se perdoaria se algo assim ocorresse.

Quando chegaram no estacionamento, Jaebeom viu o automóvel alugado e suspirou pesado. Ele não queria andar de carro e também não queria ficar preso em um apartamento. Queria estar perto das pessoas e respirar o ar puro. Queria se divertir pelo menos um dia no Japão.

— Ei… acho que quero passear — disse o mais velho, fitando o outro, que levantou uma sobrancelha.

— Okay, eu te levo…

Nah — disparou o more, piscando um dos olhos. — Vamos de metrô.

— Oi?!

— Ah, vamos. —Jaebeom riu, agora ele tinha certeza do que queria fazer. — Eu tinha salvo um artigo com pontos turísticos de Tóquio e quero ir a pelo menos uns quatro? Por favor!

— Mas… eu posso te levar de carro.

— Eu sei, mas… quero sentir as pessoas, sabe?

— Quer ficar doente de novo? — questionou o cantor, levantando a sobrancelha. Mas, ele entendia aquela vontade do manager de estar em uma grande multidão, de sentir que não existia somente ele em um apartamento o dia inteiro. Céus, claro que compreendia. — Ah, tudo bem. Vamos. Eu sempre carrego minha máscara e boné comigo mesmo.

— Então, nós vamos? — Jaebeom bateu uma mão na outra e Youngjae achou a coisa mais adorável do mundo, não que fosse falar em voz alta. O loiro então somente concordou com a cabeça. — Eba!

E eles foram, em nenhum momento largando a mão um do outro. Era arriscado? Era, mas Jaebeom não queria desistir daquilo; pelo menos não da derme do outro na sua. A divindade era boa, certo? Poderia lhe proporcionar ao menos o doce gesto sem ninguém tirar fotos e espalhar por toda a internet. Céus, esperava que sim.

O metrô não estava muito lotado, provavelmente por conta do horário e os dois puderam sentar em um banco afastados, bem juntos um do outro, sem largarem as mãos que estavam unidas há vários minutos.

— Isso é bom — comentou Youngjae. Ele sorria, mesmo que sua máscara escondesse o gesto, contudo sabia que Jaebeom podia ver, como sempre via. — Aqui, com você… É bom.

— Ainda estamos no metrô.

— Não tem problema, é bom — afirmou o cantor. — É sempre bom quando estou com você.

Youngjae não esperava uma resposta e Jaebeom nada falou, pois se falasse, seus sentimentos iriam gritar por dentre as palavras.

Amigos, só podemos ser amigos.

E, com esse pensamento, Jaebeom deixou o assunto para trás, largando-o em alguma estação que passou rápido demais para buscá-lo outra vez.

 

 

A primeira parada foi no Parque Yoyogi.

O outono já estava chegando e a paisagem mostrava isso. As árvores que antes eram bem verdes ou até cobertas de Sakuras, no momento estavam alaranjadas ou então sem folhas, como um retorcido de galhos secos. Para alguns não seria uma cena muito bonita de presenciar, mas para Jaebeom estava perfeito, pois estava com Youngjae.

Eles poderiam andar pelo parque ou até procurar alguma atração, contudo somente sentaram em frente ao grande lago com um grande chafariz que jorrava a água bem alto, fazendo com que os dois rissem a cada vez que era ativado os jatos. Era tranquilo, bonito e o silêncio deixava ambos pensarem melhor.

Youngjae respirou fundo e sentiu todos os cheiros invadindo suas narinas, mas sua mente estava uma confusão naquele momento. Agora, que o moreno estava bom, não podia deixar de imaginar se acontecia alguma coisa ou permaneceriam onde estavam. O loiro não queria ser apressado, mas depois de tanto ouvir os outros dizerem, acreditava estar apaixonado pelo manager. Era um sentimento tão novo e revigorante que se não fosse esse o nome do que fazia seu coração acelerar sempre que olhava para Lim, então estava com algum problema cardíaco grave. Sabia a resposta correta, mesmo com medo de admitir em voz alta.

Mas, Jaebeom o queria daquela maneira? E se quisesse, como fariam? Eram tantas questões e Youngjae quis poder tê-las de uma vez para não ficar com medo do futuro, somente vivê-lo. Por que tudo tinha que ser tão complicado?

— Não tem ninguém aqui — comentou Jaebeom, fitando o outro. — Você pode tirar a máscara, se quiser. Sei que incomoda.

O loiro sorriu e se lembrou que o pano ainda cobria seu rosto, assim o abaixou, deixando preso em seu pescoço. Lim não conseguiu evitar levar a mão à bochecha do outro para seu dedo fazer um afago na macia pele de Youngjae. O que estava fazendo? Uma bobagem, contudo, era tão bom. 

Choi deixou seu rosto ir na direção do outro, mas parou no meio do caminho; se Jaebeom o quisesse, tê-lo-ia. Estava nas mãos do moreno.

Jaebeom queria, céus, ele queria tanto poder beijar Youngjae, sentir os lábios contra os seus para em seguida sussurrar que o astro do rock havia roubado do seu coração da maneira mais inesperada, porém não podia. Se fosse somente a sua carreira, arriscaria sem problemas, mas acabar com a carreira do outro não era justo; não podia acabar com aquilo que Choi mais amava no mundo.

— Acho que podemos ir para outro lugar agora, né? — Jaebeom perguntou. — Tem um museu que queria conhecer.

O loiro sorriu fracamente e concordou, afastando-se e voltando a levantar a máscara. Ali estava a sua resposta e estava tudo bem. Pelo menos era isso que tentava se dizer enquanto levantava para saírem do parque.

Está tudo bem, Youngjae repetiu na sua mente. Tudo bem.

 

 

Tokyo Museum of Photography foi a segunda parada. Jaebeom realmente queria ir no local havia um tempo, mas foi a desculpa ideal para não haver mais momentos onde um possível beijo poderia acontecer, pois o moreno sabia que se ocorresse, não controlaria mais nada dentro de si e se jogaria naquela loucura de cabeça.

Estava tendo uma exposição de cores e os dois andaram pelos largos corredores, observando cada tela com cuidado e por vezes descobrindo curiosidades que tinham espalhadas para os turistas. Foi um bom programa e quando saíram de lá, passava do meio da tarde e estavam com fome.

O local mais perto para comer foi Akihabara, então lá acabou sendo o terceiro local de parada.

O lugar era conhecido pela a sua pegada geek, então quando entraram no primeiro restaurante que acharam, não era surpresa ser todo arrumado para parecer uma sala de jogos. Mesmo nenhum dos dois realmente curtido esse tipo de coisa, era divertido almoçar em um local daqueles.

— Não pensei que estava com tanta fome assim — comentou Jaebeom, recostando na cadeira enquanto fitava o outro. — Nós nem andamos tanto.

— É… mas você passou os últimos dias dentro de casa, o corpo acaba perdendo o costume.

— Verdade — comentou o mais velho. — Falando nisso… Você não está treinando sua dança.

Hn?

— A dança, Jae.

— Desculpa, não estou escutando — disse o loiro, colocando a mão em forma curva na orelha e virando para o manager. — O que você disse?

Jaebeom revirou os olhos exageradamente.

— Jae… você tem que voltar a treinar logo — reclamou Lim.

— Como eu ia treinar tendo que cuidar de você?

— Você não precisava ter cuidado de mim.

O loiro concordou com a cabeça.

— Você tem razão — afirmou o cantor. — Mas eu quis.

Youngjae desviou o olhar para alguma outra mesa e o assunto chegou ao fim.

 

 

Os dois ainda andaram um pouco pelas localidades antes de irem para o quatro lugar de parada: Shinjuku.

Era caótico e Jaebeom amou logo de cara, pois era daquilo que precisava, de pessoas esbarrando nele e falando alto a sua volta; precisava ter certeza que não estava preso na calmaria do prédio do loiro.

Youngjae observava o outro contente por estar na multidão e somente balançava a cabeça, afinal o que faria, certo? Até ele precisava de um pouco de normalidade para se sentir vivo outra vez, fora daquela bolha que tinha sido aquelas duas semanas. Tinha que se lembrar que quando voltassem para a Coreia, seria outra vez manager e idol, não duas pessoas que passam vinte e quatro horas juntas.

— Tem tantas coisas por aqui! O que quer ver primeiro? — o moreno perguntou, puxando o outro mais para perto quando pararam próximo a uma parede. — Você escolhe.

Hum… Está ficando tarde. Talvez shopping?

O cantor pode ver o desânimo no olhar do outro, mas ainda assim o moreno concordou com um fraco sorriso.

O shopping estava cheio, mas os dois não encontraram o que realmente fazer no local. Tinham várias e várias lojas, contudo eles não queriam realmente estar ali. Por fim, acabaram sentando em um banco enquanto tomavam sorvete, ambos em silêncio.

— Shopping foi uma pedida idiota. Odeio. — Jaebeom reclamou fazendo o loiro rir.

— Sim, nunca mais faremos isso. Só se for para ir ao cinema.

— Combinado. Mas o sorvete é bom e a sua companhia melhor ainda.

O moreno se condenou assim que terminou a frase. Ele tinha de parar de dizer aquelas coisas, amigos não diziam aquilo, muito menos sentiam o que ele sentia toda vez que o loiro o olhava com aquele sorriso largo nos lábios.

— Ainda está cedo — comentou Youngjae, passando o guardanapo no canto da boca, o que fez o moreno rir. — Não me julgue.

— Você é todo burguês com esse guardanapinho e comendo pizza com garfo e faca.

Hm… Pelo menos minhas mãos não ficam parecendo a própria pizza!

— Burguês safado.

O loiro revirou os olhos e empurrou o outro com o ombro, o que somente fez Jaebeom rir ainda mais.

— E você que só usa uma marca de amaciante por que as outras te dão alergia?

— Comigo é diferente! É caso de saúde.

— Sei… Metidinho — murmurou o moreno, logo aproximando o sorvete da bochecha do rapaz e deixando a sobremesa gelada o sujar um pouco. — Pronto.

— Mas que merda foi essa? — reclamou o loiro, esfregando o guardanapo no nariz. — Agora vou ficar melado.

— Bom.

Choi estalou a língua e mostrou o dedo médio para o manager, que riu da expressão irritada do cantor. Ele nunca deixaria de se surpreender com como era fácil ficar sorrindo igual um bobo com Youngjae.

— E aí? Vamos ou não para outro lugar? — perguntou o mais novo, jogando o guardanapo na lixeira que tinha ao lado do banco. Agora já tinha terminado o sorvete e nem tinha gostado tanto assim ou talvez fosse o fato de estar um pouco triste, mesmo depois de ter um dia tão animado. Odiava o fato de garantir a si mesmo que não ficaria afetado pelo outro somente o querer como amigo, contudo no final ainda se sentia um idiota por pensar ao contrário. — Ou vamos só para o apartamento?

— Você quer me levar tanto para a cobertura… — comentou Lim. — Parece ter segundas intenções — brincou.

— Não tenho.

Lim fitou o loiro e percebeu que o outro não gostou muito da brincadeira. Jaebeom mordeu o lábio inferior e somente terminou o sorvete o mais rápido que podia. Claro que Youngjae ficaria irritado com um comentário idiota daqueles. Sinceramente, estava cansado de falar tantas besteiras nos últimos tempos.

— Eu… vi que por aqui tem várias lojas de músicas, discos antigos… — disse o mais velho. — Sei como você gosta essas coisas… Pensei em irmos. O que acha?

— Parece uma boa ideia…

Os dois então seguiram para uma das lojas, logo depois de descartarem o lixo que haviam produzido.

O ambiente era quase rústico apesar de estar localizado em um dos maiores centros de Tóquio. As paredes eram cobertas com madeira e a luz amarelada dos lustres brilhavam nos pôsteres de lendas da música internacional, novos e atuais. Um rock suave era proferido os autofalantes e Youngjae se sentiu comicamente em casa.

— Nossa, quem é aquele gato? — Jaebeom proferiu, apontando para um pôster de Youngjae em um dos cantos da loja.

O loiro olhou para a parede e se sentiu idiota por ver seu pôster ali. Sim, sabia que fazia sucesso, ainda mais no Japão, contudo aquela loja parecia demais para tê-lo em uma das paredes; por vezes, definitivamente, esquecia tudo o que fazia.

— Meu irmão gêmeo bonito — brincou o cantor.

— Espera… Tem um mais bonito que você por aí e eu não fui apresentado? — reclamou o moreno, cruzando os braços. — Rude.

Youngjae expirou com força e esfregou a testa, seguindo para um dos corredores. Estava confuso e um tanto magoado com Jaebeom, por mais louco que fosse; o moreno era só alguém que flertava bastante, certo? Ou isso era só com ele?

O mais novo sentiu a presença do outro próximo a ele algum tempo depois, mas nada falou, somente ficou observando as estantes de discos antigos do rock. Era agradável ficar ali, somente passando os olhos pelo local.

— Jae… Desculpa.

O loiro fitou o outro de uma vez e balançou a cabeça negativamente.

— Não tem o que se desculpar, só… estou um pouco mal-humorado.

Hm… Podemos voltar para o apartamento se você quiser. — O moreno puxou de leve a mão do outro e o fez olhar para ele. — Ou fazer o que você quiser.

— Eu sou maluco?

Jaebeom piscou confuso.

— Como assim?

— Eu… estou imaginando tudo? — Choi questionou, engolindo a seco. Ele não sabia o que estava fazendo naquele momento, mas estava cansado e queria respostas. — E-eu… estou imaginando, não é?

Jaebeom suspirou pesado. Ele estava deixando o loiro tão confuso quanto ele próprio e aquilo não era justo.

— M-me desculpa, Jae…

— Eu estou imaginando? — o loiro repetiu a pergunta. — Eu... só preciso saber.

A resposta era óbvia para o moreno. Ele sabia o que tinha que falar, claro que sabia, porém, os olhos de Youngjae não o deixaram completar aquela simples palavra. A simples afirmativa ficou presa na sua garganta, pois o loiro tinha esperança nas feições e Lim se odiou demais naquele instante, odiou-se por ser fraco e continuar com tudo quando não podia, quando podia acabar com tudo com que o cantor amava em um piscar de olhos. Contudo, mesmo se odiando, ele respirou fundo e resolveu não magoar o mais novo, pelo menos não depois de um dia tão perfeito quanto o que estavam tendo.

— Você não está imaginando.

— Oh…

Youngjae não sabia o que fazer com aquela informação agora. Ele flertava também? Beijava o moreno? Fingia que não estava acontecendo nada?

— É… para eu fazer o que? — O loiro resolveu perguntar. — Estou… perdido.

Hm… eu pensei que você era o womanizer aqui — brincou o moreno, deixando seus dedos enlaçarem nos do outro.

— É fácil… quando… não gostamos da pessoa. — Youngjae abaixou o olhar, sentindo as bochechas esquentarem.

— Então você gosta de mim? — Jaebeom questionou, arriscando a dar mais um passo na direção do loiro, praticamente colando seus corpos, eles tinham sorte de estar em um canto mais escondido da loja, detrás de estantes mais altas. — Quem diria, hm? Acho que você jurou que eu seria detestável para todo o sempre.

— Não desminto — afirmou o loiro, sorrindo, mas ainda sem conseguir olhar o outro nos olhos. — Seria mais fácil se fosse Mark — reclamou o ruivo.

— Tem certeza? Mark ‘tá com dois por aí…

Youngjae riu e apoiou a cabeça no ombro do outro. Sentia-se envergonhado demais para fitar realmente o outro, contudo ele não esperava pelo beijo suave que Jaebeom deixou em sua bochecha.

— Dança comigo, Jae? — perguntou o moreno, surpreendendo o outro. — Acho que nunca dançamos juntos.

— Oi? Nós literalmente viramos amigos assim…

— Mas não… com música lenta.

— Você… você está tentando me fazer ter uma parada cardíaca aqui!

Jaebeom sorriu e levou a mão à bochecha do outro, deixando um afago carinhoso e fitando o outro por vários segundos.

— Eu não deveria estar fazendo isso… Eu realmente não deveria.

— É... tão ruim assim se imaginar comigo? — O loiro perguntou quase em um sussurro.

— Quê? Não é isso, Jae! — Jaebeom se inclinou e beijou a bochecha do loiro outra vez. — Não podemos porque eu sou seu manager e se descobrirem, você pode perder tudo. A última coisa que eu quero é ser um empecilho na sua carreira.

— Para de beijar a minha bochecha…

— O q-quê? Por quê?

— Por que eu não consigo pensar assim! E-eu só quero que você continue fazendo isso para sempre e é ridículo!

Lim sorriu suavemente e não resistiu a beijar outra vez a bochecha do loiro, que grunhiu, outra vez enterrando a cabeça no seu pescoço. Jaebeom riu um pouco mais alto e aproveitou para segurar na cintura do outro, movimentando-se levemente, de um lado para o outro.

— Viu? Estamos dançando.

Youngjae apenas fez um som leve em concordância, deixando que o moreno o guiasse pela melodia suave. Era bom, tranquilo e Choi sentia que poderia se acostumar em ter aqueles momentos com Lim fácil demais. O loiro então envolveu a cintura do mais alto com os braços deixando o rosto escondido na curvatura do pescoço de seu par.

— Obrigado, Jae.

Hn? — O loiro se afastou um pouco, fitando o moreno com surpresa. — Obrigado pelo o que?

— Por cuidar de mim todo esse tempo.

— Você estava doente.

— Não… desde antes, desde a minha mãe. — O moreno sorriu. — Obrigado.

Choi suspirou forte. Droga, estava tão apaixonado. Aquilo era ridículo, completamente ridículo. Como pudera levar uma rasteira daquelas? ele cuidaria de Jaebeom a todo instante, mesmo que ele não precisasse.

— V-você cuidou de mim também, teve paciência quando ninguém tentou. Obrigado.

— Olha para nós dois… — Jaebeom sorriu. — Quais eram as chances, hn?

— Nulas.

— Tem alguém brincando com o nosso destino — comentou o moreno, sorrindo quando o outro sorriu juntamente com ele. — Eu vou te rodopiar agora.

— Jackson já falou isso antes.

Jaebeom parou no meio do movimento e fitou o outro com uma ruga no mesmo da testa. Choi não pode deixar de rir.

— Mark me contou… de Jackson e ele dançando, super-romântico e tal. E Jack falou exatamente isso.

— Invejoso — reclamou o moreno. — Eu que ensinei essa cantada para ele!

— Do rodopio?!

— Não, de dançar lento para roubar o coração das pessoas.

— Quer dizer que você aplica essa em todos, hm?

— Não, só daqueles já tem meu coração na mão.

— Cala a boca! Céus, você é tão… tão… Argh! — Youngjae socou leve o peitoral de Jaebeom, pois não tinha como responder a aquilo de maneira natural. — Se eu chorar, você vai ver.

Jaebeom riu baixo e rodopiou o outro, que se assustou, mas conseguiu manter o equilíbrio, logo voltando para a posição anterior.

— Viu? É fácil.

— O vendedor está nos olhando. — Youngjae puxou a máscara com pressa para cima e sentiu os dedos de Jaebeom ajeitando o seu boné para esconder seu rosto melhor. — Merda.

— Ele não nos viu.

— Não é isso… Acabou o momento.

— Nós sempre podemos ter outros — afirmou o moreno, entrelaçando os dedos de sua mão coma s do loiro. — Vamos olhar alguns discos, talvez comprar um presente para um certo aniversariante…

O loiro sorriu contido.

— Você lembrou.

— Claro que lembrei — o moreno proferiu, sorrindo. — Você acha que todo esse turismo foi o que?

— Mas… é daqui a dois dias.

— Não importa, a semana é toda sua. Eu e seus fãs já declaramos!

— Oh… faz tempo que eu não posto nada para eles… — comentou Youngjae, mordendo a parte interna da bochecha. — Devem estar todos famintos.

— Estão mesmo, eu andei vendo o Twitter esses dias; levantaram hashtag para o seu desaparecimento, mas ficaram contentes com o show anteontem, tiveram fotos novas.

— Confessa que você tem um perfil de stan e me segue no Twitter.

— Nem sob tortura.

— Você faz fanfic nossa, não é? Eu já li um, mas foi péssimo.

— Por quê?

— Me fez querer todo aquele final feliz diabético.

— E não teve?

— Não. Você se casou com outra e foi embora.

Jaebeom segurou a mão do outro com força e o puxou para mais perto.

— Não tem outra — afirmou o moreno. Youngjae sorriu envergonhado. — Mas quem é que escreve fanfic para fazer final triste?! Sem coração algum!

— Pois é…

— Você quer sair daqui, Jae?

— Acho que sim — murmurou o loiro. — O vendedor não para de olhar… Vamos só comprar algo para Mark.

— Mas e o seu presente?

— Você é o meu presente.

— Você está implorando por mais beijos na bochecha — Jaebeom provocou antes de realmente beijar a bochecha do loiro. — Vou te comprar algo mesmo assim.

Youngjae quis reclamar, mas acabou não fazendo e somente acompanhando o outro pela loja, ajudando-o a escolher algo para Mark enquanto o moreno tentava escondido pegar algo para o loiro.

— Que maldade — falou Choi ao ver o álbum de Jinyoung na mão de Jaebeom. — Você vai fazer mesmo isso?

— Vou.

— Naja.

O moreno riu e balançou os ombros. Era uma brincadeira e ele levaria um outro álbum de qualquer maneira para o ruivo. Contudo, para o loiro, ainda era maldade.

Choi, em um momento se afastou e foi o tempo necessário para Jaebeom pegar o que queria e correr ao caixa, não deixando de observar como o vendedor o fitava estranho.

— Ei, você correu de mim — reclamou Youngjae, aproximando-se do outro. — O que está escondendo?

— Seu presente.

— Ah, quero ver.

— Não!

— Naja!

Jaebeom riu e ignorou o loiro por um momento, somente terminado de pagar o que tinha comprado e logo escondendo para o outro não ver ou pegar a sacola dele. O loiro somente revirou os olhos e aproveitou para comprar uma lembrancinha para Mark, por mais que já tivesse dado um relógio de cinquenta mil para o melhor amigo; o que podia fazer? Amava dar presentes.

Depois da loja de discos, eles deram o dia como terminado. Os dois então voltaram a pegar o metrô e dessa vez tiveram que ir em pé, o que fez com que o moreno ficasse implicando com o cantor e perguntando a todo momento se ele estava cansado, já que era um “burguês” que não sabia pegar transporte público.

Não demorou muito para chegarem ao hospital, para pegarem o carro que ainda estava no estacionamento do local. Eles iam direto para casa, contudo Mark mandou uma mensagem e acabou que esperaram os amigos que estava visitando Jinyoung e assim foram todos para o apartamento de uma vez.

Durante o caminho, conversaram animadamente, ainda mais por finalmente Jaebeom estar de alta e curado da meningite.

Youngjae tentou durante toda a trajetória não fitar Lim, contudo era impossível, dessa maneira, a cada momento que podia desviar os olhos da rua, o cantor assim fazia, o que não passou despercebido por Jackson e Mark, que trocavam olhares todas as vezes que o loiro olhava apaixonadamente para o moreno. Era adorável na opinião deles.

Chegar no apartamento foi a confusão de sempre, contudo Jackson logo preparou o jantar enquanto os outros estavam no banho e após, eles sentaram em grupo, rindo de algumas bobagens, o que pareceu o momento certo para Jaebeom entregar o que tinha comprado para Mark. O ruivo abriu a sacola e gritou, jogando papel em Lim, que riu alto junto com os outros três da mesa. Após isso, o mais alto entregou o presente que realmente tinha comprado para o outro manager e eles trocaram abraços.

Os quatro ainda conversaram um pouco até cada um ir para o seu quarto, menos Jaebeom, que se viu indo para o cômodo de Youngjae com um bobo sorriso no rosto. Passara o dia inteiro fugindo daqueles sentimentos, mas estava cansado para tal coisa, mesmo que apavorado com a possibilidade do outro perder tudo por sua causa.

— Você tem anjos pintados no teto — comentou Jaebeom, suspirando pesado.

— Você já tinha visto.

— Tinha, mas não deixa de ser algo que um “Burguês Safado” faria — afirmou o moreno, fazendo aspas com os dedos. — Fica esbanjando dinheiro por aí.

Ih, me deixa — reclamou o loiro, jogando-se na cama e vendo o outro faz o mesmo que ele. — Ei, você trouxe a sacola da loja para cá.

— Sim, vou te dar seu presente.

— Por quê? — disparou o cantor, fitando o outro ao mesmo tempo que levantava um pouco o corpo e assim via o moreno de cima. — Achei que ia me dar no meu aniversário.

— É daqui dois dias, melhor dar logo hoje.

Hm… Okay.

Jaebeom sorriu e se levantou da cama, pegando a sacola na mão e entregando para o outro, que não escondeu a animação, logo abrindo o presente.

O álbum que pegou na mão era todo preto, somente com o nome do artista na capa. Youngjae logo franziu a testa e olhou a parte de trás, contudo além dos nomes das músicas, nada mais tinha para ser visto.

Def Soul? — Youngjae leu o nome outra vez, passando os dedos nas letras palavras. — Nunca ouvi falar.

— Por que você não escuta?

— É alguém que eu conheço? — insistiu o loiro.

— Não sei… — Jaebeom levantou as sobrancelhas. — Só escutando para saber, né?

Choi estava curioso e assim logo se levantou da cama, indo até o aparelho de som escondido atrás de uma parede — com um pequeno toque, o dispositivo ficou à vista —, e colocando o CD que tinha nas mãos.

Logo, o loiro voltou a se sentar na cama, prestando atenção nas primeiras notas que começavam a surgir nas caixas de som do quarto. Contudo, foi somente na primeira palavra proferida pelo cantor que Youngjae reconheceu a voz.

— Oh, é você!

— Uau, eu pensei que demoraria mais. — Jaebeom riu, movendo-se até alcançar a bochecha do outro e deixando um outro beijo no local. — Feliz aniversário, Jae.

Naquele instante, tinham várias emoções no coração do loiro, contudo não conseguia deixar de ficar curioso com aquele álbum que estava ouvindo.

— Você canta tão bem! — disparou Youngjae, no final da primeira música. — Por que você não debutou?! E… esse álbum? Como foi isso?

Jaebeom riu, deitando-se na cama e loiro sentiu que era um convite a fazer o mesmo, então repetiu o gesto do outro, ficando de frente para o moreno quando este se virou para o lado.

— Não debutei basicamente por causa da minha mãe; tinha que cuidar dela — explicou o moreno, vendo o loiro concordar com certa tristeza. — E eu também escutei umas críticas duras… Aí desisti.

— Sinto muito.

Nah, agora já passou e gosto muito do que faço — afirmou Lim, sorrindo. — Esse álbum eu gravei independentemente. Só lancei porque já tinha pago para gravar, então por que não, né? Na Coreia um ou outro conhece, mas aqui no Japão fez um pouco de sucesso. Ainda recebo uma graninha de vez em quando.

O loiro concordou com a cabeça e fechou os olhos por um momento para escutar o final da segunda música. Ele conseguia sentir a pegada experimental e ia tão bem com a voz de Jaebeom que mal podia acreditar que o manager não era famoso.

— Ei, esse é Jackson.

— Uau, você tem mesmo um bom ouvido — comentou o mais velho. — Sim, é Jackie. Tínhamos acabado de nos conhecer, nem éramos namorados e nem nada, mas eu precisava de uma voz…

— Eu gostei.

— Bom.

Youngjae então se deixou relaxar para escutar as outras músicas e se viu gostando mais e mais da voz de Jaebeom, o que fez sua mente pensar em como a voz do outro caberia nas suas canções. Definitivamente, era relaxante…

Quando Jaebeom fitou o loiro, ele dormia e o moreno somente teve vontade de gritar para a fofura que era a cena. Contudo, Lim somente pausou a música e se aconchegou ao lado do outro, deixando um beijão em sua testa antes de fechar os olhos e tentar adormecer.

O sono também não demorou a chegar ao moreno e daquela maneira ficaram a toda a noite: juntos e abraçados.

 

 

 


Notas Finais


Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!

E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Até amanhã ;*


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