História Bad Behavior - Capítulo 53

Youngjae encarou a caixa estendida na sua direção e ficou confuso pelo motivo dela latir.

— Oh, droga! Acho que a surpresa está estragada.

Era o dia do encontro e Jaebeom tinha acordado bem cedo e ido a uma feira de adoção perto da casa dele. A ideia de adotar um bichinho para Youngjae já estava há bastante tempo na sua cabeça quando o loiro dissera que se sentia sozinho ao chegar em casa e ninguém o recepcionar. Então, Lim passou por dentre várias barracas e filhotinhos, procurando aquele que parecia ideal para o cantor.

Demorou um pouco, mas assim que chegou em uma barraca com vários cãezinhos brancos, Jaebeom viu um que não parecia muito alegre, na verdade, estava triste em um canto. Lim franziu a testa e se abaixou, levando a mão ao bichinho, que assim que percebeu que tinha atenção, começou a balançar o rabo na sua direção, lambendo qualquer extensão de pele do moreno que conseguia.

— Oh, encontrei! — Jaebeom sorriu sozinho, pegando o cão no colo. — Eu vou levar esse.

— É essa… — informou a senhora, com um sorriso. Jaebeom pareceu surpreso e levantou o cão outra vez, constatando o fato. — Ela é misturada com maltês. É um bichinho muito carinhoso.

— Que bom… Estou levando para um amigo.

— Tenho certeza que ele irá amar.

Então, Lim assinou papéis e pegou a carteira de vacinação da cadela, porém ainda precisava de muitas coisas, como uma caminha, ração e alguns outros objetos. Isso demorou quase duas horas a mais, contudo ainda chegou no horário que tinha marcado com Youngjae no apartamento.

O loiro ainda fitou a caixa curioso por um momento, mesmo depois do latido que escutou.

— Você adotou um cão? — o loiro perguntou, surpreso. — Achei que você gostava de gatos…

— E gosto — explicou o moreno. — Mas… você gosta de cachorros, certo?

De repente, Youngjae percebeu que a caixa era para ele. O cantor sorriu abertamente e a pegou das mãos de Jaebeom, indo até o sofá mais próximo e retirando a fita com cuidado. A cadela pulou de uma vez assim que a tampa foi retirada e logo se acomodou no colo de Choi, como se soubesse que ele era o seu dono.

— Oh, minha divindade! — Youngjae falou, fazendo uma voz infantilizada enquanto corria os dedos nos pelos brancos do animal. — E-ela é linda! Perfeita!

O moreno sorriu e foi para o lado do outro no sofá, não conseguindo evitar fazer carinho na cadela. Ela era muito fofa.

— Como… você sabe que eu queria um cachorrinho?

— Você não sabia que almas gêmeas dividem pensamentos?

O loiro pareceu surpreso e não conseguiu evitar arregalar os olhos na direção do moreno. Almas gêmeas? Parecia tanto, mas não conseguia deixar de pensar em como era algo bonito de se falar e de se sentir.

— Hm… Eu estou brincando — Jaebeom logo falou, mordendo o lábio inferior. — Você comentou como gostava de cães… achei que uma companhia seria boa.

— Por quê? É uma forma de se livrar de mim?

O manager sabia que era brincadeira, mas sua mente estava lhe dando o cenário no qual Youngjae não estava na sua vida e céus, parecia tão absurdo e triste.

— É impossível eu me livrar de você — garantiu o mais velho, levando a mão que estava na cadelinha até a de Youngjae, não demorando a entrelaçar os dedos. — Gosto muito de você para isso.

— Ainda gosta? — perguntou o loiro. — Então, por que não me beijou mais?

Jaebeom piscou algumas vezes.

— Achei que você queria ir devagar…

Youngjae suspirou pesado.

— Sabe, para uma pessoa que diz tanto entender os outros, você não sabe ler nada das minhas expressões e sentimentos, né?

— Não é bem isso… É só difícil tentar te ler quando meus sentimentos todos atrapalham — explicou o moreno, vendo o outro dar um sorriso quase envergonhado. — Jae, eu posso te beijar?               

— É o que eu quero desde que você passou por aquela porta.

Lim buscou os lábios do outro com cuidado de início, foi praticamente um selinho, que se estendeu aos poucos, até que os dedos do manager estavam enterrados no couro cabeludo do cantor, que suspirava com o contato. Os corações de ambos estavam tão perdidos que somente conseguiram rir quando se separaram.

— Sinto sua falta como um louco — comentou Jaebeom, deixando a mão fazer um afago na bochecha do loiro. — O que você fez comigo, hn?

— Não sei, mas espero que permaneça.

O moreno riu para outra vez buscar os lábios de Youngjae. Estava completamente viciado e sabia que aquele era tipo de vício que talvez o levasse a queda, contudo não conseguia evitar; estava muito apaixonado para fugir agora.

— JB… — Youngjae mordeu o lábio inferior e suspirou alto ao sentir os dedos do moreno brincarem com a barra da sua camisa, propositalmente encostando na sua derme, o que lhe causava arrepios pelo corpo. — E-eu… preciso tomar um banho antes de sairmos.

O cantor não queria interromper o momento, mas ele realmente queria tentar manter aquele relacionamento da maneira que tinha comentado antes: queria que fosse tudo ao seu tempo e pelo menos um encontro antes de sexo. Não suportaria estragar tudo.

— Posso te dar um banho…

— JB!

— Estou brincando — garantiu o moreno, beijando o outro algumas vezes nos lábios e depois levando a boca ao queixo do cantor para e seguida chegar ao pescoço, onde não percebeu que não queria soltar o outro. — Hum… Não estou preparado para te deixar tomar banho.

— O que isso significa?

— Que eu gostaria de te encher de beijos.

O cão ainda estava no sofá, parecendo dormir tranquilamente, quando os lábios de Jaebeom outra vez encontraram os de Youngjae. O loiro quis afastar o outro e pedir por espaço, mas não era exatamente isso o que queria, tanto que deixou seu corpo parecer coberto por chamas e totalmente derretido com os toques do manager. Desde quando se entregava dessa maneira? Estava enlouquecendo e o culpado de tudo aquilo era Lim.

Para tomar o controle de toda a situação, o loiro empurrou Lim para longe, somente para tomar o seu colo em seguida. Jaebeom pareceu surpreso, mas não parou para evitar que o cantor tomasse seu pescoço, distribuindo beijos e mordidas pela derme.

— Sua… culpa — murmurou Youngjae, respirando com dificuldade enquanto tinha o cabelo do mais velho preso em seus dígitos. — Estou… duro. Merda, era para nós esperarmos!

Jaebeom riu, dando um rápido beijo no outro.

— Vai tomar o seu banho, eu te espero aqui para nós sairmos — garantiu o moreno, não resistindo a beijar outra vez Choi. — Anda, antes que comece a chover… O tempo está meio estranho.

Youngjae respirou fundo.

— Tudo bem…

— Vai lá que eu vou colocar ração para… — Jaebeom parou a frase no meio. — Espera, qual o nome dela?

— Não sei ainda, mas podemos pensar mais tarde…

— Você gostou mesmo dela, né?

Choi sorriu, beijando o moreno com delicadeza.

— Eu amei.

Era tudo que o que Lim precisava saber para ter certeza de ter feito a decisão certa.

 

—

 

Youngjae foi para o banho com um sorriso no rosto. Estava tão feliz, tinha Jaebeom e o seu comeback, mesmo sendo adiado por conta de Jinyoung, ainda era algo muito comentado e as prévias já tinham começado a serem lançadas. Estava animado e mesmo com a situação com Jimin, acreditava que sua vida estava bem.

— Quem diria, Jae? — perguntou a si mesmo, rindo sozinho. — Quem diria que você iria se apaixonar assim, né?

Tinha sido uma montanha-russa, mas estava muito feliz por estar tendo um percurso rico de felicidade.

Antes de entrar no box, o loiro percebeu como o tempo estava fechando rápido. Ele mordeu o lábio inferior e torceu para aquela possível tempestade dispersar para não estragar o encontro. Iriam passear no parque, em uma feira artística que teria no local; era algo simples, mas Choi tinha certeza que amaria, pois estaria com Jaebeom e ele sempre o faria feliz de alguma maneira.

Sentir as gotas de água batendo no seu corpo quente, fez Youngjae sentir um arrepio por toda a derme. Depois da ação com Jaebeom, ainda estava agitado e em alerta demais, então realmente precisava daquele banho frio. O loiro abaixou o olhar e viu sua semi-ereção e a vontade foi de se masturbar, contudo se recordou das palavras de Lim como não deveria fazer tal coisa. Ele mordeu o lábio inferior e se controlou bastante para deixar o frio acabar com a vontade de transar.

Choi aproveitou para usar todos os seus produtos para ficar cheiroso e com o cabelo bastante macio, pois já tinha percebido como Jaebeom gostava de passar os dedos nos seus fios. Era idiota era começado a cuidar mais das madeixas depois que tinha reparado aquilo? Esperava que não, pois há meses trocava sempre de produto para manter a maciez.

O loiro tinha terminado de lavar a cabeça quando escutou um alto estrondo e depois tudo ficou escuro. A mente do cantor demorou alguns segundos para processar o fato de que tinha faltado luz.

Youngjae desligou o registro de qualquer maneira e buscou a toalha, somente a enroladas na cintura antes de sair do banheiro. Quando chegou ao quarto, percebeu como a chuva estava forte e até molhava parte do chão, isso sem contar como tudo estava escuro sem energia elétrica e o tempo não ajudava em nada a trazer alguma claridade. Ele pensou isso tudo, contudo não parou, somente desceu as escadas apressadamente, preocupado com Jaebeom.

— JB? Onde você está? — Youngjae quase escorregou no último degrau e xingou baixo, antes de alcançar a sala de estar. — Jaebeom? Está aí?

O loiro franziu o cenho ao não encontrar o moreno por ali e continuou a caminhar pela sala até chegar ao corredor que levava a cozinha, encontrando-o finalmente e então sorriu para a cena que presenciava. Jaebeom estava abaixando servindo a ração da cadelinha, enquanto conversava com ela com uma voz afetada. Era fofo e o loiro sentia que poderia entrar em combustão com tanto carinho guardado em seu peito.

Youngjae ficou parado um momento, até que Jaebeom se levantou ainda sorrindo e se virou, dando um passo atrás quando o viu, mas sorrindo em seguida.

— Você me assustou — Jaebeom disse, voltando a olhar a cadelinha. — Acho que ela estava mesmo com fome.

— É… Hm… faltou luz.

— Percebi. — Lim olhou para o outro. — O quê? Você ficou com medo do escuro?

— Sim… queria que você segurasse a minha mão — o cantor brincou, estendendo a mão para o moreno. Estava tudo bem que Jaebeom não quisesse admitir eu medo agora. Ele iria protegê-lo assim mesmo. — Me acompanha até o quarto? Tenho que colocar uma roupa.

— Precisa que eu segure a sua mão todo o caminho, hn?

— Sempre.

Jaebeom sabia o que o outro estava fazendo e céus, era tão agradecido. A cozinha estava um pouco mais clara, mas todo o resto estava um puro breu; conhecia bem a cobertura, mas se entrasse em alguns corredores sem iluminação, sabia que iria se perder e provavelmente desencadearia um ataque de pânico, o que não seria nada legal.

— Você molhou o chão — comentou Lim quando sentiu o sapato escorregar no primeiro degrau da escada. — Temos que tomar cuidado.

— Eu fiquei com muito medo, ‘tá?! — Youngjae retrucou, antes de sentir o moreno o puxar com delicadeza até selar seus lábios.

— Obrigado.

Jaebeom não conseguia colocar em palavra o quão tocado estava com a atitude de Youngjae em correr — mesmo todo molhado quando a luz faltou —, só por ter conhecimento de uma fobia do escuro. O loiro era perfeito e ele não conseguia se ver sem tê-lo em sua vida.

— Ih… O quarto está todo molhado.

Jaebeom conseguiu ver a água pelo chão e no mesmo instante fechou a janela com força — ainda que essa fosse pesada —, o sistema automático de cortinas foi acionado no mesmo instante, mas Youngjae foi mais rápido em pegar o controle e parar o programa, abrindo-as outra vez. Não estava muito claro, mas qualquer luz ajudava naquele momento.

— Hm… Vou pegar um pano para limpar o chão…

— Deixa assim — disse o loiro.  — Quando voltar, eu pego… Vamos ficar deitados na cama até a luz voltar.

— Mas… pode manchar o piso.

— Não tem problema. Eu coloco outro — Youngjae proferiu rindo da careta que o moreno fez enquanto o puxava pela cintura até estarem confortavelmente deitado na cama, fitando um ao outro. — Wow…

— O quê?

— Você é mesmo muito bonito.

Jaebeom sorriu, passando os dedos no rosto de Youngjae. Ele não conseguia evitar de sentir cada pequeno detalhe do outro.

— Você também é lindo. O mais lindo de todos! — Jaebeom se aproximou do outro, dando um beijo na testa do loiro. — E está pelado…

— Mentira, estou com uma toalha.

— Que não deixa eu me concentrar direito…

— Você quer que eu vá colocar uma roupa então?

— Não — Lim proferiu sincero. Ele queria Youngjae exatamente daquela maneira, de preferência gemendo debaixo de seu corpo, mas precisava e controlar como o loiro o pedira. — Porém, seria bem menos doloroso para mim se você pudesse colocar uma roupa.

Choi sorriu e beijou rapidamente os lábios do mais velho.

— Já volto.

Jaebeom se ajeitou na cama observando o outro se levantar e voltar para o banheiro, fechando a porta atrás de si. O moreno sorriu sozinho, pensando em como poderia ter tanta sorte, afinal estava com o homem que amava e este sempre estava preocupado com sua segurança. Lim não comentava muito, mas guardava em seu coração todas as vezes que Youngjae segurou na sua mão ou esteve ao seu lado mesmo quando estava doente demais para afastá-lo. Era um sentimento reconfortante saber que podia contar daquela maneira com uma pessoa.

O moreno ainda pensava em Youngjae quando escutou algo arranhando a porta. Ele ficou confuso por uns segundos, até sorrir e com cuidado se levantar, colocando a mão nas bordas para não errar o caminho.

A cadela entrou apressada assim que a porta foi aberta.

— Oh, ei… lindinha. — Lim se abaixou e pegou a pequena no colo. — Precisamos de um nome para você, hein?

A cachorrinha latiu e lambeu o rosto do moreno que apenas riu com o gesto.

— Hey, você não pode beijar meu namorado, sua assanhada! — Youngjae proferiu, saindo do banheiro, mas ele sorriu ao se juntando a Jaebeom e acariciando os pelo da cachorrinha e em seguida esfregando o rosto contra o pelo branquinho. — Oh, você é tão fofinha.

— Não é? — Jaebeom sorriu. — Eu a olhei na barraquinha e soube que era perfeita para você.

Youngjae sorriu outra vez, fitando o moreno com o canto dos olhos.

— Estamos namorando, né? — perguntou o cantor. — Eu… falei isso agora, mas… não tenho certeza.

— Estamos se é o que você quer — Jaebeom respondeu com um sorriso.

— Eu quero!

— Então, eu sou seu namorado.

O loiro sorriu e beijou o namorado, rindo sozinho com o pensamento que realmente tinha Jaebeom, depois de todo tempo em que se apaixonou e depois se sentiu rejeitado, mas agora o tinha ali. Nem sabia colocar em palavras toda aquela felicidade.

— Está rindo dessa maneira por quê? — Jaebeom perguntou, também sorridente.

— Porque estou feliz. Porque estamos namorando! E porque você me deu a cachorrinha mais linda desse mundo todo.

— Eu também estou feliz. — O moreno buscou a mão do namorado, deixando seus dedos entrelaçaram com carinho. — Sou o homem mais feliz do mundo. Desculpa por ter demorado tanto… Poderíamos estar juntos há tanto tempo.

— Tudo bem — disse o loiro. — Talvez assim seja bom, certo? Temos certeza do que queremos agora.

— Certo — Jaebeom murmurou beijando o loiro outra vez. — Agora que tal você escolher o nome dessa gracinha, hm?

— Eu estava tentando pensar no banho, mas… não me veio muita coisa — afirmou o loiro, estalando a língua. — Talvez… Neve?

Jaebeom enrugou o nariz.

— Okay, chato — brincou o mais novo. — Branquinha?

— Que horror, Jae.

Youngjae revirou os olhos.

— Colonizadora?

— Muito rude. Ela é uma princesa!

— Coco. Porque ela é branca e ela tem cheirinho de coco.

Jaebeom aproximou o nariz da cadelinha e a cheirou e sorriu. A cadela realmente tinha cheiro de coco, provavelmente era do shampoo com que a deram banho.

— Gostei — o moreno afirmou, outra vez cheirando a cadelinha. — Perfeito.

O loiro pegou Coco do colo de Jaebeom e levou na altura do seu rosto, surpreendendo-se quando ela lhe lambeu o nariz.

— Oh, céus. Que amor! — Youngjae quase gritou, abraçando-a com carinho. — Linda, linda, linda!

O cantor olhou para Jaebeom, pronto para falar algo, mas viu o namorado fitando a janela, com a face cheia de preocupação. Ele então sorriu e com uma mão em Coco, levou a outra e do moreno, que pareceu se assustar por um instante.

— Vou ligar a lanterna do celular — disse o loiro, fazendo carinho na mão do namorado. — Acha que vai ficar mais confortável?

— N-não… A luz pode demorar a voltar e não podemos ficar incomunicáveis. Eu vou ficar bem, não tem nada p-para causar medo…

— Tem algumas lanternas lá embaixo, eu posso buscar…

— Não precisa. — Jaebeom usou mais força nas palavras dessa vez. — Vou ficar bem, você está aqui comigo.

— E não vou a lugar algum.

Estava escuro, mas o olhar já mais acostumado de Youngjae pode ver o sorriso no rosto do outro, o que o fez se aproximar o beijá-lo com carinho.

— Também não irei a lugar algum — garantiu o mais velho. — Eu te amo.

— O quê? — Youngjae perguntou de olho arregalados.

— E-eu te amo. — Jaebeom repetiu, envergonhado por dizer tão rápido, mas não arrependido. — Mas, ora! Você já sabia disso.

— Mas… antes era como amigo!

— Talvez — brincou Jaebeom, lembrando-se de uma conversa parecia que tiveram. — Eu te amo, como amigo, como namorado, como homem, como artista… Eu te amo, amo, amo.

— Você está tentando me derrubar?

O moreno riu, puxando o outro para perto, somente para beijá-lo mais uma vez. Coco já estava no pé da cama, enrolada no lençol e dormindo tranquilamente.

— Eu te amo, Jae.

— Isso é ridículo! Como eu pude me apaixonar por você tão rápido?! — Youngjae reclamou, segurando o outro pelo colarinho da camisa — Eu te amo.

Choi beijou o namorado com força, mas logo estava vagarosamente se conhecendo pelo beijo, por mais que estivessem trocando beijos há alguns dias, mas cada um parecia novo, trazia um novo sentimento dentro deles. Era realmente bom se sentirem apaixonados.

Os beijos eram lânguidos e irresistíveis, quando um pensava que era o fim o outro apenas recuperava o fôlego para mais. Era bom, apaixonante e tudo o que Youngjae sempre quis, mas nunca disse em voz alta.

Algum tempo depois, o loiro apoiou a cabeça no peitoral do outro, sorrindo bobamente somente em estar naquela cama, com Jaebeom ali junto a ele.

— Estou no paraíso — Jaebeom disse, passando os dedos no cabelo do loiro, que agora já estavam secos. — E você é um dos anjos que veio me recepcionar.

— Hm… Parece o início de um pornô.

— Jae!

O loiro riu, abraçando ainda mais o outro, suspirando pesado por um momento e pensando em como Jaebeom tinha certa razão; aquele parecia um paraíso particular dos dois.

— JB?

— Sim, namorado?

Youngjae riu com a fala do outro e levantou o rosto na direção do moreno.

— Acho… que podemos tentar.

— Tentar? — Lim pareceu confuso. — Tentar o que, meu anjo?

— Hm… sexo?

— Podemos esperar, Jae. Está bom assim e nós precisamos do nosso encontro primeiro — Jaebeom garantiu, beijando o topo da cabeça do namorado com doçura. — Nós vamos fazer sexo, muito sexo, mas não precisa ser agora.

Choi concordou com a cabeça, voltando a fitar Coco, que dormia tranquilamente na cama. Ele já a amava e mal tinha passado algumas horas com ela, definitivamente amava cães.

— Está tudo bem, anjo?

— Oh, sim — garantiu o mais novo. — Só estava pensando em como amo Coco e você.

— Own… Fofo! Eu também te amo. — Jaebeom deu um beijo na testa do namorado. — Mas é só isso mesmo, anjo?

— Gosto de anjo.

— Gosta? Que bom.

— É… — Youngjae suspirou pesado. — Eu… acho que estou pensando em como nunca tive um namorado, tipo, além de Mark. Mas… acho que Mark não conta muito.

— Como não? Claro que conta.

— Talvez… Mas eu nunca o amei dessa maneira.

— Isso é porque eu sou especial, não é culpa de Mark — Jaebeom brincou, e deliciando com a gargalhada de Youngjae. — Eu amo sua risada.

— Hm… é mesmo? Amam mais o que meu?

Jaebeom fingiu pensamento por um momento, mesmo que ele já soubesse a resposta.

— Amo quando você faz bico, amo quando você joga o cabelo para trás porque sabe que ele vai voltar para a sua testa, amo quando você parece uma criança com um sorvete, amo quando você canta, amo suas tatuagens e piercings e claro que amo quando você dança. — Jaebeom sorriu. — Até amo os seus dedos dos pés, que são feios.

— Hey!

— É a verdade, amorzinho.

Youngjae se fingiu ofendido, mas ele não conseguiu realmente fazer coisa, então somente buscou os lábios do moreno, beijando-o com carinho.

Os beijos eram delicados e quase parados, contudo o loiro deixou uma das suas pernas por cima da do outro, pressionando sem perceber o local. Os dois se fitaram no mesmo instante e antes que parassem, voltaram aos beijos, dessa vez mais fortes e longos.

Os dedos de Jaebeom encontraram os fios tingidos e os puxaram com um pouco de força enquanto o mais novo deixava um longo suspiro escapar dos seus lábios com a gostosa dor.

O cantor abriu o olhar e encontrou os olhos de Jaebeom, praticamente o analisando e céus, ele não resistiu. Choi deixou o seu corpo por completo por cima do outro, mal parando para se ajeitar e logo beijando Lim com força outra vez.

Agora, estavam em um outro clima, tinham mordidas e apertos mais fortes — as mãos de Jaebeom estavam possessivas na cintura do loiro —, mas o cantor não se importava muito, era bom e talvez fosse bobagem se privar daquela maneira quando Lim repetia tanto que o amava, certo?

E Youngjae o queria tanto, tanto que chegava a doer. Ansiava por cada toque, cada beijo e mordida. Já conseguia sentir seu sangue bombear mais forte para uma parte específica de seu corpo e não pretendia resistir mais.

— J-Jae… anjo, p-por favor… existe um limite para a minha sanidade!

— T-tudo bem… — Youngjae parou de falar e deixou sua respiração pesada ser o único som do ambiente. — Eu quero… Quero muito…

— Jae… v-você tem certeza? Não quero… que não seja algo que você queira…

— Eu quero — garantiu o loiro, beijando o namorado. — Ei, isso me lembra algo...

— Eu tenho camisinha.

— Ah, isso também é bom. — Youngjae riu. — Mas… eu queria saber se você é ativo ou passivo?

— N-não tenho grandes preferências, baby... O que você quiser… — Jaebeom respondeu, mordendo o lábio inferior do loiro sensualmente. — Do jeito que você quiser, eu sou seu.

Youngjae deixou o ar sair pelo nariz.

— Você não pode falar isso para mim… Eu vou ficar louco.

— Choi Youngjae, eu sou seu.

O loiro pensou em mais nada, pois não havia nada no que se pensar. Ele não precisava e encontro para ter certeza de que seu coração já pertencia a Lim e não haviam erros naquela relação. Tudo o que precisava era sentir o corpo o moreno no seu e beijá-lo por um longo, longo tempo e foi o que ele fez tomou os lábios de Jaebeom para si em um ato forte e cheio de sentimento.

Os dois acabaram trocando de posição quando Jaebeom empurrou o loiro contra a cama, fazendo os dois rirem, mas antes que realmente pudesse fazer algo, Youngjae tomou a posição anterior.

Eles riram outra vez e voltaram a se beijarem. Era bom daquela maneira, mesmo que seus corpos já pedissem por mais.

— Hm… temos uma ereção aqui — brincou Youngjae.

— Ah, não fala assim que eu brocho!

— Eu posso cuidar disso… eu duvido que você broche com as minhas habilidades — Youngjae provocou, antes de deslizar a língua pela lateral o pescoço de Jaebeom e então mordiscar a pele, enquanto rebolava languidamente contra a ereção do mais velho, que não pode fazer muita coisa além de gemer. — Você é tão perfeito… Tão… perfeito.

Lim iria responder algo quando os dois escutaram um barulho alto e em seguida tudo ficou claro.

— Oh… Luz… — Jaebeom murmurou, realmente aliviado. Ele realmente odiava escuro, apesar da companhia de Youngjae e o fato d outro ter o deixado com um sentimento de proteção durante todo o tempo.

— Sim, mas a minha luz esteve comigo o tempo todo — Choi retrucou, beijando a ponta o nariz de Jaebeom.

— O-oh. — Jaebeom piscou algumas vezes. — Você que é a minha luz, Jae.

O loiro sorriu e beijou outra vez o namorado, com cuidado levando os lábios para as bochechas e depois a testa antes de finalmente voltar para a boca. Agora, estavam mais calmos, porém não deixava de estarem repletos de sentimentos.

— Será que podemos fazer sexo agora? — Youngjae questionou somente para ouvir a gargalhada de Jaebeom.

— Que tal comermos alguma coisa primeiro, hm? Assim ficaremos fortes por mais tempo…

— Espero que você esteja me prometendo longas horas de sexo.

— É exatamente o que estou te prometendo.

— Ótimo! — Youngjae sorriu, deixando um outro beijo na boca do moreno. — Então, vamos comer!

O loiro não queria realmente se levantar, mas assim fez, estendendo a mão para o moreno, que segurou nos seus dedos para saírem do quarto.

— Precisamos pegar pano para limpar o piso.

— Ai, você sempre limpinho e organizado — implicou o loiro.

— Alguém precisa ser!

O cantor sorriu e outra vez beijou o moreno antes de sair do quarto. Estava tão feliz que parecia absurdo.

Jaebeom tomou conta de arranjar os panos e deixá-los secando o chão enquanto Youngjae preparava algo para comerem. Ainda era cedo, mas a chuva estava forte, então mesmo que quisessem, não poderiam ter o encontro que tinham combinado.

— Já sequei tudo — afirmou o moreno, abraçando o loiro por trás. Youngjae sorriu e beijou a bochecha do namorado. — Hm… Isso está cheirando muito bem.

— Eu tento. Aprendi uma coisa ou outra com Jackson no tempo que ficamos no Japão.

— É mesmo?

— Sim… Ele disse que esse é o seu favorito.

O manager riu outra vez, agora sendo ele que beijava o rosto do namorado. Às vezes parecia uma espécie de sonho tudo o que estava vivendo com Youngjae.

— Você é o meu favorito.

Youngjae empurrou a colher para o outro lado da panela e se virou, beijando Jaebeom com cuidado. Sentia que estavam em uma bolha própria de felicidade e de certa forma tinha medo dela ser estourada a qualquer momento.

— Eu gritei por ajuda, sabia?!

O loiro sentiu o coração indo a boca e Jaebeom empurrou o cantor para trás do seu corpo, tentando defendê-lo da ameaça, mas quando os dois se recuperaram do susto, perceberam que Bambam, com os olhos cheios de lágrimas e a roupa visivelmente úmida.

— Bam, o que aconteceu? — Youngjae se adiantou para o mais novo.

— E-eu e-entrei no elevador e a l-luz faltou! — o rapaz explicou, fungando o nariz. — E-eu chamei, mas… vocês não me ouviram!

Choi encarou o namorado, que logo foi para o seu lado, segurando a mão do tailandês.

— Oh, meu bebê… Você deveria estar bem lá embaixo — explicou o cantor. — Mas… você demorou para sair, a luz já voltou há alguns minutos.

— É, mas o elevador não funcionou! — Bambam fungou outra vez, mas após essa, veio um espirro. — Ah, merda. Ótimo!

Jaebeom levou a mão a testa do mais novo.

— Você pegou chuva?

— Muita — disse o rapaz. — Saí da faculdade e… fui pego pela chuva.

— Pobrezinho, deve estar morrendo de frio — ponderou Choi, fitando o namorado. — Vou cuidar de você. JB…

— Pode deixar… Eu levo a comida.

O cantor concordou e segurou na mão de Bambam, seguindo para a escada do apartamento em seguida. Ele agora se sentia um pouco culpado pelo rapaz ter ficado preso no elevador, por mais que não tivesse realmente culpa de nada.

— Você deve estar com frio, pobrezinho — ponderou o loiro, colocando o mais novo sentado na cama. — Por que não toma um banho morninho que eu te levo roupas quentes?

— Vocês transaram?

Choi piscou algumas vezes, mas negou com a cabeça.

— Eu estou atrapalhando vocês de transarem? Porque tipo, até cachorro eu vi por aqui...

O loiro sorriu, abraçando o amigo.

— Não é nada disso, Bam. Eu te convidei para ficar, lembra? — O cantor suspirou pesado. — Desculpa não te ouvir, Bam. Você deve ter ficado apavorado, não é?

— Um… pouquinho — confessou o tailandês. — E… o elevador ainda demorou para funcionar, mesmo com a luz tendo voltado.

— Agora está tudo bem. — Youngjae sorriu. — Vamos cuidar de você.

— Eu posso voltar para a minha casa…

— Você está preparado para isso?

Bambam suspirou pesado, negando com a cabeça. Ele ainda se sentia perdido e para piorar Yugyeom não respondia a nenhuma mensagem. Queria tanto poder conversar com Kim, pelo menos para explicar melhor tudo o que tinha acontecido, nunca o trairia e sentia falta dele como um louco.

— Então, deixa eu pegar algumas roupas aqui e você vá tomar banho, pode usar minha banheira.

— Obrigado.

Youngjae beijou a testa do mais novo e sorriu. Bambam sempre seria uma espécie de irmão mais novo para ele.

O rapaz foi para o banho com as roupas que Youngjae separou para ele e quando o loiro mais velho chegou na cozinha, encontrou Jaebeom terminando de preparar uma bandeja; o manager o fitou alarmado, mas logo sorriu.

— Ele está no banho — disse o cantor.

— Ah, então… melhor esperamos ele para comer, né?

— Também acho — Youngjae suspirou pesado, sentando no balcão que pouco era utilizada por não ser o principal. — Ele ainda está tão tristinho por conta de Yug.

— Tentei falar com Yug, mas ele nem quis conversa.

— Comigo também não. — O cantor bateu com os dedos no tampão, mordendo o lábio inferior. — JB… tudo bem adiarmos nossos planos?

O moreno sorriu e foi para perto do namorado, dando um beijo no seu supercílio.

— Claro, meu anjo. Vamos cuidar de Bam e garantir que ele não fique gripado.

— Eu tenho o melhor namorado do mundo.

Jaebeom buscou os lábios do mais novo. Era bom ter uma relação onde se entendiam tão bem, Lim esperava que pudessem continuar daquela maneira, pois acreditava que a confiança mútua que tinham era o que transformava aqueles sentimentos em algo ainda mais forte e verdadeiro.

Quando Bambam saiu do banho encontrou uma mesa posta e os amigos dispostos a cuidarem dele.  O tailandês agradeceu envergonhado, mas estava muito feliz pelo carinho que os dois demonstravam para com ele.

Não demorou muito para Bambam estar na cama, recebendo beijos na testa de Youngjae e Jaebeom, que após saírem do quarto de hóspedes, foram para o principal onde se sentaram na cama e fitaram o teto por um momento. Coco já estava no colchão há um tempo.

— Da próxima vez vamos adotar uma criança? — disparou Youngjae.

— Divindade!

O loiro sorriu e se virou na direção do namorado, apoiando a cabeça no peitoral do mais velho.

— Eu te amo, Lim Jaebeom.

O moreno sorriu, vendo o namorado o fitar de baixo e não pode evitar de brincar com o seu cabelo rapidamente.

— Eu te amo, Choi Youngjae.

E, daquela maneira, eles ficaram até o sono começar a pesar seus olhos. Os dois se amavam e nada mais parecia importar ao casal.

Sentiam-se invencíveis.

Pelo menos por enquanto.