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História Bad Behavior - Capítulo 69


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos favoritos e a todos que comentam!!! :D

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
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Capítulo 69 - Capítulo 69


 

Mark bateu na porta da casa da avó quando eram dez da manhã. Ele tinha recebido a mensagem de Yugyeom e tinha corrido para o local a pedido do irmão.

— Ah, ainda bem que você chegou. — O mais novo suspirou pesado, deixando passagem para o ruivo entrar no local. — Ela está no quarto agora, mas está tão tristinha.

— O que aconteceu?

— Lembra aquela ex dela que agora virou amiga?

— Sim, sim, claro…

— Ela faleceu — explicou o moreno. — Foi algo súbito, parece que foi dormindo… Nós fomos no velório mais cedo, mas vovó chegou e pediu para te ver, disse que queria a família reunida.

— A pobrezinha… Vovó estava tão feliz com a amiga. Vamos preparar algo gostoso para ela e ficar assistindo filme — Mark anunciou, abraçando o caçula apertado. — Vovó vai superar essa.

— Ela está tão fraquinha, Mark. Eu estou com medo.

O ruivo contorceu os lábios e voltou apertar o caçula no seu abraço.

— Ela deve estar muito triste — ponderou o manager. — Mas se você quiser, podemos levá-la no médico. Você acha melhor?

— Até parece que você não conhece a nossa avó.

— Então vamos alimentá-la para ela ficar fortinha e se amanhã ela não tiver melhor a levamos no médico, okay?

Yugyeom concordou, por mais que se sentisse desanimado. Ele tinha um pressentimento ruim e não sabia explicar ao certo o que era.

Como a senhora Haneul estava dormindo, eles seguiram diretamente para a cozinha, onde começaram a preparar um prato simples, mas o favorito da mais velha. Durante todo o processo, Yugyeom permaneceu tenso.

— Sua costela ainda dói muito? — Mark perguntou, tentando acabar com o silêncio estranho do ambiente.

— Um pouco, mas ainda tenho que permanecer com a faixa por um mês.

— Vai passar rápido.

— É… até lá eu já esqueci como dança.

— Impossível. A dança é quem você é, Yug. Não dá para se esquecer assim.

— É… Se você fala…

O moreno se virou para pegar uma outra panela e Mark não soube ao certo o que fazer. Ele já tinha notado como o irmão parecia desanimado, porém acabava perdido na agitação dos dias e esquecia de tirar um tempo para conversar com o rapaz.

— Como vão as coisas com Bambam?

— Boas.

Tuan pode ver o primeiro sorriso do irmão desde chegara ali, então sentiu seu coração um pouco mais relaxado; provavelmente o rapaz somente estava preocupado e triste pela senhora Haneul. O ruivo entendia, claro que entendia.

— Ele ganhou aquele desfile, né?

— Sim e já começou a trabalhar com o super estilista lá, está todo animado. A maioria das coisas que ele fala eu não entendo, mas nunca deixaria de escutar.

O ruivo não pode deixar de sorrir com aquela fala do irmão, porque ele entendia muito bem aquele sentimento. Amar era algo único que nunca deixaria de surpreendê-lo.

— E como estão Jin e Jackie?

— Bem, as coisas parecem certas agora — afirmou o manager, suspirando pesado. — Às vezes fico com medo de que algo ruim vá acontecer a qualquer momento, sabe? O que eu odeio, porque me sinto bastante pessimista.

— Eu entendo de certa forma. — Yugyeom estalou a língua. — Mas depois dessa merda toda que me aconteceu, se vir mais bosta é porque a divindade me odeia muito.

— Duvido. Você é o queridinho da divindade.

— Ah, então não quero mais esse amor. É um falso amor.

Os dois riram juntos e Mark se sentiu melhor em levar aquele sorriso ao rosto do irmão; sempre gostava de ver os risos do mais novo. Seu irmão era fofo e seu coração sempre ficava feliz em tê-lo outra vez após anos mal conseguindo trocar duas palavras com ele.

— O almoço está quase pronto — ponderou Mark.

— Okay, vou preparando uma bandeja bonita para vovó.

E foi isso o que mais novo fez e Mark não pode deixar de observá-lo durante todo o processo. Se irmão estava tão grande e ele se sentia um bobo por ter aqueles pensamentos do mais novo, talvez desde que seu pai morrera tivera o ímpeto de cuidar de Yugyeom, contudo somente agora realmente podia; esperava fazer um bom trabalho.

Quando tudo ficou pronto, eles foram para o quarto, com cuidado abrindo a porta e ouvindo um choro baixo. No mesmo instante, os corações dos jovens foram até a boca de preocupação. Yugyeom foi o primeiro a alcançar a cama, abraçando a avó sem pensar em mais nada, já o mais velho se preocupou primeiro em deixar a bandeja no móvel e cabeceira, para aí sim ir até o colchão e subir com cuidado.

— Vó? O que a senhora está sentindo? — Mark perguntou, preocupado.

— Oh, meu filho! Você veio!

Yugyeom deu espaço para a mais velha se mover e assim abraçando Mark com força, enquanto deixava ainda mais lágrimas correr pelos olhos. Ela sabia estar assustando os netos, mas simplesmente não conseguia evitar o choro naquele momento e acreditem, já tinha tentado várias e várias vezes.

— Claro que vim, vovó, o mais rápido que pude.

— Obrigada por isso, meu filho — disse a mais velha, fungando e esticando uma das mãos até Yugyeom. — Aos dois, obrigada.

Os mais novos não sabiam exatamente o que fazer, então permaneceram em silêncio, somente abraçando a senhora e tentando mantê-la calma naquele momento.  Ela já era idosa para se estressar com algo e definitivamente não era o que queriam em uma situação tão delicada como aquela.

— Vó, nós fizemos comida, a senhora quer um pouquinho?

Ela não queria, contudo não queria deixar os motivos dos seus sorrisos tristes, então somente concordou fracamente, percebendo no mesmo instante eles ficarem mais alegres somente com aquela resposta. Haneul sorriu ainda mais abertamente, pensando em como conhecia aqueles dois com a palma da mão e céus, eram os seus tesouros, suas pequenas joias que agora brilhavam por onde passavam. Não podia estar mais feliz com tudo aquilo.

— Parece saboroso — comentou a senhora, pegando o talher para comer. — Muito obrigada.

Os jovens sabiam que a avó estava demonstrando mais animação do que realmente a sentia, contudo nada falaram, somente deixaram que ela se alimentasse em silêncio, comentando vez ou outra como o prato era saboroso.

— Aprendemos com a melhor. — Mark comentou, beijando a testa da senhora com carinho. — Hey, vó. E se eu fizer massagem nos seus pés, hn? Eu sei que a senhora adora!

— Não precisa disso, meu filho.

— Por que a senhora não termina de comer e depois Mark faz massagem no seu pé? — ponderou Yugyeom, deixando seus dedos brincarem com os da avó. — Vai ser bom, nós sabemos como Mark é bom em massagens.

— Tudo bem, talvez daqui a pouco…

Haneul então voltou a comer, sabendo que os olhares dos netos estavam nela. Ela quis dizer algo, algumas palavras para não os preocupar tanto, contudo não havia muito o que dizer, assim somente continuou com a refeição, sabendo que deixava os mais novos felizes somente com tal coisa.

Hm… Mark, como andam as coisas? Sinto que não o vejo há um tempo…

— Ah, vó… Desculpa, está tudo tão corrido — explicou o ruivo, sentindo aquela pontada de culpa dentro de si. Tinha que ajudar Jinyoung com o tratamento, tinha que ajudar Jackson com Aimee, tinha que ajudar o melhor amigo com toda aquela transição de empresas e, claro, tinha que ajudar seu irmão e também tirar um tempo para respirar fundo; era bastante coisa, contudo estava feliz. — Eu prometo aparecer mais vezes.

— Você disse algo sobre perder o emprego…

Yugyeom sabia que a avó estava preocupada com aquilo do ruivo mudar de empresas com o melhor amigo, afinal não era garantido; sempre tinha a parcela de medo de algo dar completamente errado e perderem tudo que sempre lutaram para ter, mas ao mesmo tempo, o mais novo tinha certeza que Haneul entendia a importância daquele passo, mas, como avó, nunca deixaria de sempre ter uma pontada de preocupação.

 — É, vó… Descobriram sobre o meu namoro com Jinyoung…

— Isso é ruim — ponderou ela. — Eles vão te processar?

— Não… Fica ruim para ele também, porque não é só por isso, sabe? Eles compraram informações de uma sasaeng, a mesma que fez aquilo tudo com Jin…

— Que horror! — A senhora arregalou os olhos. — Mas seus namorados estão bem? Tipo, ela não tentou mais nada, né?

— Não e nós pedimos ordem de restrição. Tomara que isso a assuste.

— Que louca — comentou Yugyeom, por mais que ele já soubesse da história. — Espero que nunca me apareça um troço desses…

Mark concordou com a cabeça, apertando de leve a mão do irmão, que lhe deu um sorriso.

— Mas não se preocupe, vovó… Sobre o emprego, Jae vai abrir uma empresa e eu vou para lá.

— Yug me explicou isso — disse ela, bebericando o suco cítrico. — Mas isso é garantido, meu filho?

— É sim, vovó. E eu serei sócio, junto com Jaebeom e Jae.

— Sua mãe deu uma olhada nisso, Markie?

— Sim, eu pedi ajuda dela — garantiu o ruivo, sorrindo outra vez. — Ela, como investidora, disse que é bom, os números são bons, além do fato de Jin e Jae estarem fazendo muito sucesso no exterior, isso também ajuda bastante. Mamãe mesmo falou que está de olho para investir.

Haneul sorriu, pela primeira vez mais calma com toda aquela situação. Seu neto sabia o que fazia, não estava embarcando em algo louco de cabeça e depois tinha o risco de tudo perder. Aquilo era muito bom.

— E você, meu filho? Tudo bem com a sua amiga?

Yugyeom sorriu, remexendo-se para ficar em uma melhor posição na cama. Sua avó provavelmente queria fugir do assunto sobre a amiga ter falecido, ao mesmo tempo que também queria conversar sobre tudo na vida dos netos. Era uma clássica jogada de Kim Haneul que já estava acostumado e no fundo, gostava.

— Sim, ela está treinando bastante e também está indo ao psicólogo.

— Mas ela parece bem?

— Na medida do possível, sim — disse o mais novo. — Mas agora ela não dorme mais na empresa. O pai dela conseguiu mudar de horários depois do que aconteceu e ela vai para casa todos os dias.

— Espero que assim seja mais seguro — comentou Mark, suspirando pesado.

— Mas a casa dela não é um pouco longe? — perguntou a mais velha. — Você a convidou para ficar aqui? Chanmi é uma garota tão simpática e boa, eu não me importaria.

O Kim mais novo sorriu e viu o irmão fazendo o mesmo. A vó deles era realmente um anjo.

— Eu falei sim, vó. Mas acho que Chungha quer ficar perto do pai, sabe? Eles se dão muito bem, então acho que ela sente mesmo falta de estar com ele.

— Ah, pobrezinha… — A mais velha concordou com a cabeça. — Tudo bem. Mas se ela precisar…

— Pode deixar que eu a chamo.

— Bambam também — disparou a senhora.

Yugyeom franzia a testa.

— Como assim?

Hm… se for necessário, ele pode vir para cá também — afirmou a senhora, com um fraco sorriso. — Gosto muito dele, ele ficaria bem aqui.

Mark e o moreno se fitaram por um instante e depois olharam para Haneul, que sorriu outra vez, disfarçando e voltando a bandeja, contudo já tinha comido tudo.

— Vó, a senhora tem algo para nos falar? — Mark quis saber.

— A senhora foi no médico semana passada, né? O que te falaram?

Haneul abaixou a cabeça.

— É, eu fui com… Byeol — murmurou, apertando um guardanapo que tinha capturado na bandeja. — O médico disse que estava tudo bem… comigo e com ela.

O trainee então entendeu o porquê a avó estar estranha e ao olhar para o irmão, ele pareceu ter a mesma percepção.

— Vó… — murmurou Yugyeom, buscando a mão da mais velha e a segurando com carinho. — A senhora está bem, não irá acontecer nada…

— Você não sabe… Eu posso partir a qualquer momento…

Mark sentiu o coração disparar dolorido somente com aquela fala. Ele amava tanto a sua avó, não conseguia se imaginar sem ela.

— Não fala isso, por favor — pediu o ruivo. — A senhora está bem, saudável…

— Eu já tenho setenta e cinco anos, não sou mais tão novinha.

— É sim! — disparou Yugyeom. — A senhora é cheia de saúde, então não fale mais disso. Eu sei que hoje foi difícil vovó, por conta da sua amiga, mas não pense nessas coisas. 

Haneul concordou com a cabeça, vendo o ruivo mover a bandeja até o móvel ao lado, permitindo que Yugyeom voltasse a abraçar a avó, apertando-a contra o seu corpo com medo dela de alguma maneira sumir da sua frente. Não queria nunca ter em pensar em deixar a mais velha ir, afinal ela era o seu tudo.

— Tudo bem, não falo mais dessas coisas — disse a senhora, sorrindo fracamente. — Me desculpem por me preocupar demais.

— Ai… — Mark suspirou pesado, também abraçando a avó. — Está tudo bem, vovó. É só que a gente fica muito triste só de imaginar isso e não queremos a senhora com esse tipo de pensamento.

A mais velha balançou a cabeça outra vez, sorrindo fracamente.

— Ah, vó. O que podemos fazer para a senhora não ficar tão triste? — Yugyeom perguntou, passando os dedos pelo agora ralo cabelo da mais velha e depois descendo pelo rosto dela. Fizera tanto aquilo quando criança, às vezes sentia saudade daquela época, onde tudo parecia mais simples, antes dos seus pais partirem. — Qualquer coisa, nós faremos!

— Ah, meu bebê… Não tem muito. Desculpa. Eu… tenho que sentir essa dor, sabe? Ela partiu, acho… que é o meu luto.

Eles concordaram, pois entendiam. Tinham perdido pessoas importantes nas suas vidas e realmente um momento sozinho era necessário, mas também ficar com quem amava era bom e ajudava.

— Vó, eu tive uma ideia — Mark falou. — Quando… papai morreu, minha mãe fez uma espécie de jogo… não seria bem essa palavra. Enfim, ela disse que lembrar das memórias felizes que eu tive com papai ajudava e ajudou, pois ele pareceu perto de mim outra vez, sabe? A senhora não quer tentar?

— Lembrar-me da Byeol?

— Sim. Qual a memória mais feliz que você tem dela?

— T-talvez nosso primeiro beijo? — A mulher sorriu um pouco envergonhada de realmente contar aquilo para os netos, mas parecia algo bom. Lembrar-se da amiga de uma maneira boa. — Foi algo tão simples. Só um encostar de lábios e estávamos tão assustadas, escondidas no jardim da escola. Ela era tão bonita, com olhos tão vivos. Eu realmente a amava naquela época. A única pessoa que me compreendia de verdade. Foi o melhor primeiro beijo que eu poderia ter tido.

Yugyeom fungou, sentindo algumas lágrimas nos olhos. Ele queria que a avó pudesse ter tido aquele amor por completo, que não tivesse medo, pois de certo modo ele entendia e doía. Então, pensar que a mulher que mais amava no mundo tinha passado por aquilo, era doloroso.

— Ai, meu amor, não chora.

— Desculpa. — Yugyeom sorriu. — É uma bonita lembrança, vó.

— É, eu acho que é. Contei sobre ela a Bambam há alguns dias atrás… Para o vídeo que ele está montando. Ele chorou exatamente como você. Os dois se merecem…

Mark riu com a fala da avó e Yugyeom fungou outra vez, cruzando os braços para se fazer de ofendido. Ele era romântico incurável e amava uma história de amor, então não deveria ser julgado dessa maneira!

— Ah, vó… Mais alguma lembrança bonita? — Tuan perguntou. — Por sinal, vocês namoraram quanto tempo?

Hm… três anos? Foi o tempo todo do Ensino Médio.

— Nossa! — Yugyeom outra vez sentiu lágrimas nos olhos. — Poxa, é tão injusto isso… A senhora gostava tanto dela!

 — Sim, foi triste quando nos separaram. Mas eu também amei muito seu avô. Ele era um bom homem, muito justo e gentil. Diferente dos outros trastes que minha amigas foram forçadas a se casar.

— Você amou o vovô? — Tuan perguntou, curioso. Ele não fazia aquela questão por mal e esperava que não trouxesse lembranças ruins a avó.

— Amei… Eu já o conhecia antes, sabia que era com ele que casaria, me disseram praticamente desde que nasci. — Ela riu com a lembrança dos pais dizendo que eles seriam um bom casal e perfeitos juntos. — Éramos amigos antes quando eu namorava a Byeol, ele sempre me trazia flores e cantava para mim quando eu estava triste. Quando… Byeol e eu tivemos que terminar, ele cantou para mim a noite inteira.

— O vovô sabia?! — Yugyeom perguntou, surpreso.

— De início não, mas depois ele percebeu… — Haneul sorriu e os netos pensaram por um momento no que ela estava se lembrando. — Eu sinto falta dele; também amei muito o avô de vocês.

— Você teve muita sorte, vovó. De poder amar duas pessoas que te amaram tanto de volta — Mark murmurou, beijando o rosto da avó com doçura.

— Acho que passei os genes para você, hn?

Eles riram juntos e foi um bom momento, uma boa lembrança para guardar. Perceber aquilo, deixou Haneul feliz.

— Que bom — brincou o ruivo.

— Mas sério, acho que se fosse hoje… Eu poderia ficar com os dois, sabe? Acho que os amava igualmente.

— Aposto que teriam sido imensamente felizes, vovó.

— É… — Ela sorriu outra vez. — Então, já que eu não pude, viva esses amores por mim, ‘tá, Mark?

— Só porque a senhora pediu. — Mark riu.

— Ei, e eu? — reclamou Yugyeom

— Você é muito ciumento! E Bambam também. Viva seu amor intensamente, meu neto. Vocês se completam juntos.

O mais novo fungou alto e se jogou nos braços da avó. Ele estava tão feliz por tê-la! Nunca poderia agradecer o suficiente ao universo por colocá-la na sua vida.

— Obrigada por nunca desistir de nos juntar, vovó. Estou muito feliz por termos uma família e ter esses momentos juntos — Mark comentou, passando os dedos pelos cabelos castanhos de Yugyeom que pareceu soluçar mais forte. — Garoto chorão.

— Puxou a mãe.

— Verdade! A tia chorava por tudo! — Mark riu. — Lembra quando eu trouxe uma planta dos Estados Unidos para ela? Começou a chorar do nada!

— É que a pobrezinha tinha medo de você a odiar por ser madrasta.

Tuan concordou com a cabeça, pois fazia sentido.

— Ah, mas ela sempre foi legal comigo… Não tinha o porquê odiar.

— Você sabe que ainda temos essa planta aqui no quintal, não sabe?

— Sei… — Tuan sorriu outra vez. — Eu mandei até uma foto para mamãe… Ela ficou toda emocionada. Ei, falando nisso, minha mãe estava comentando sobre nós fazermos uma viagem, para conhecer LA e o resto da família.

— Acho que nunca conheci sua mãe — comentou Yugyeom. — Ah, não… eu a vi no enterro, mas só essa vez.

— Você vai gostar dela, parece comigo.

Ih, então melhor nem conhecer.

— Bobão, você me ama! Podemos marcar uma viagem. O que acha vovó? Gostaria de ir conhecer Los Angeles?

— Não sei…

— Ah, vovó. Lá é tão legal, podemos te levar em muitos lugares.

Haneul sorriu e os netos franziram a testa quase ao mesmo tempo, pois não eram um dos seus sorrisos de sempre, era um diferente, que não costumavam ver. Ela parecia ter um segredo que não contaria aos mais novos.

— Okay, queridos. Vamos planejar a viagem. Vai ser bom conhecer novos lugares. Byeol sempre disse que era um de seus sonhos.

— Eba! — Yugyeom riu alto, abraçando outra vez a avó. — Podemos levar Bambam?

— Tadinho, o cordão umbilical ‘tá garrado — implicou o ruivo.

— É o amor jovem.

— ‘Tá me chamando de velho, vó?

— Se a carapuça serviu... — Yugyeom implicou de volta mostrando a língua para o mais velho.

— Que absurdo! Se for assim, eu quero levar os meus amores!

— Como se a imprensa não tivesse em cima — rebateu o mais novo.

— Arranjo um show rapidinho em LA. — Agora foi a vez de Mark mostrar a língua. — Quero ver qual a sua desculpa…

— Ainda não sou famoso! Não preciso de desculpa!

— Ah, ‘tá! Como se Bam não fosse filmar cada passo que vocês derem! — disparou o manager. — Se bobear, até sex tape vocês têm!

O rosto o mais novo ficou rubro instantaneamente com o comentário de Mark e ele nem ao menos tentou negar, pois seria muito pior. Iria gaguejar e ficar ainda mais vermelho.

— Meu filho! — Haneul que até o momento estava sorrindo da implicância dos netos, agora tinha os olhos arregalados de preocupação. — Isso… não pode…

— Yug, eu não acredito que vocês… — Mark expirou com força. — Vocês dois têm quantos anos, hein?!

— Não fizemos nada! Mark, fica quieto!

— Sua cara já entrega!

— Filho, vocês apagaram isso? — A mais velha perguntou, preocupada. — É… melhor, sabe? As pessoas não são boas, se isso cair na mão de gente ruim… Eu sei que vocês não devem ter pensando nisso na hora e… eu já fui jovem, sei como é!

— Vovó! — Yugyeom choramingou escondendo o rosto. — Foi sem querer! Bambam estava gravando, daí eu entrei para pedir desculpas e… nos esquecemos da câmera lá… Podemos por favor parar de falar nisso?!

— Vocês excluíram?! — Tuan perguntou.

Yugyeom sacudiu a cabeça positivamente, lembrando-se como ainda tinham assistido antes de realmente excluir. Outra vez, sentiu as bochechas queimarem.

— Então… está tudo bem. — A senhora respirou fundo. — Promete não fazer mais essas coisas?

— Prometo! Prometo!

— Ótimo. Ai, essa juventude…

O moreno voltou a enterrar a cabeça no ombro da avó, morrendo de vergonha. Como aquela conversa tinha ido parar naquele assunto?! Céus, às vezes sentia que todos sabiam da sua vida sexual; nunca esqueceria quando Bambam sem querer ligou para Youngjae e o loiro escutara algumas coisas e até aquele momento implicava com os dois.

Hm… Por que não assistimos algo bem levinho para rir? — ponderou Mark, passando outra vez os dedos no cabelo do seu irmão.

— Seria bom umas risadas — ponderou a mais velha.

 — Risadas serão!

Yugyeom permaneceu grudado a avó enquanto Mark procurou por algo para verem na televisão; ele tinha colocado aquele aparelho ali tinha três meses agora e o mais novo sempre comentava como Haneul ficava contente assistindo os doramas dela até adormecer. Então, tinha sido um bom investimento na concepção do americano.

— Comédia romântica! Eba! — Yugyeom falou, causando risadas na vó e no irmão. — Ei, eu gosto muito, ‘tá bom?

— Ai, ai, é o amoooor…

Haneul sorriu e não soube quantas vezes aquilo tinha ocorrido naquele dia. Ela estava muito triste de ter perdido o antigo amor e agora amiga, porém seus netos sempre a a deixariam felizes, sempre seriam o seu orgulho. Sentia-se muito sortuda e em paz. Realizara tudo o que quis na vida. Conhecera o amor, por duas vezes, criara um ótimo filho e netos. Agora podia estar ali envolta no carinho e afeto de sua família. Era isso. Sua vida estava completa.

— Vovó, que sorriso é esse? — Mark perguntou, também sorrindo.

— Nada… Só estou bem — afirmou a mais velha. — Vocês me fazem bem.

Mais uma rodada de abraços e emoção aconteceu, juntamente com vários sorrisos.

Estavam bem.

 

***

 

Haneul acordou com uma claridade. Ela piscou algumas vezes e olhou em volta, vendo seus netos ao lado dela na cama, os dois dormindo tranquilamente com sorrisos no rosto.

A senhora também não pode deixar de sorrir.

— Querida?

Ela piscou fundo e olhou em volta, até perceber que não estava sozinha no quarto com os netos, havia mais uma pessoa ali. Mas, surpreendentemente, a mulher não sentia medo, somente calma.

— Querida, você não se lembra de mim?

A senhora então viu. Tudo ainda estava claro, mas agora havia uma silhueta masculina e era uma pessoa que ela conhecia e nunca esqueceria.

— Seulki — Haneul disse, sentindo um sorriso se formar em seu rosto. — Meu amor… Você está novo outra vez.

O homem sorriu e Haneul se moveu na cama, tentando se aproximar de Seulki. Ele continuava igual na sua memória; o terno marrom bem alinhado no corpo e um chapéu em um marrom mais escuro, que antigamente colocava e retirava da cabeça para fazer alguma gracinha ou piada.

— Por que você está novo de novo, amor?

— Vim te buscar, minha esposa.

A mais velha suspirou pesado e olhou outra vez para cama, levando as suas mãos aos seus netos.

— Haneul? Estamos com saudades.

A voz agora era uma feminina e quando a senhora levantou o olhar, viu Byeol, também nova, com o vestido favorito — verde água estampado com flores verde musgo —, um que ela tinha lhe dado. A moça estava com um penteado elaborado e sorria tão linda como sempre se recordava em suas lembranças.

— Byeol…

— Mamãe?

Haneul levou a mão a altura do peito e apertou com força o local. Seu filho lindo estava ali outra vez de mãos dadas com a esposa, tão sorridente como a senhora se lembrava. Todos os que ela amava estavam ali, aguardando-a.

— Filho… Oh… — Ela respirou fundo algumas vezes. — Vocês vieram me levar, não é?

— Chegou sua hora, amor — Seulki disse, com um sorriso.

A senhora olhou outra vez para os netos, respirando fundo.

— Eles vão ficar bem, Neul — Byeol garantiu e Haneul pode ver o sorriso singelo da moça quando a olhou. — Você cuidou muito bem deles, agora é hora de descansar.

— Eu… poderei vê-los… para onde eu vou?

— Claro que sim, mamãe — garantiu o jovem, ainda de mãos dadas com a esposa. — Podemos vê-los sempre que a saudade bater.

A mais velha concordou, com um sorriso e finalmente se levantou. Olhou para as quatro pessoas a esperando e depois para os netos, não resistindo a inclinar o corpo — que agora não parecia ter mais dores —, para beijar o topo da cabeça dos seus dois rapazes. Primeiro Mark e depois Yugyeom.

— Fiquem bem, meus meninos.

Ela então fitou a claridade e caminhou na direção dela, sabendo que tinha vivido plenamente e deixava para trás seus dois maiores tesouros, com a certeza que eles conquistariam o mundo e seriam muito felizes em qualquer caminho que escolhessem trilhar.

Haneul estava feliz.

 

 

 


Notas Finais


😭😭

Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!

E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Até amanhã ;*


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