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História Bad Behavior - Capítulo 70


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos favoritos e a todos que comentam!!! :D

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Capítulo 70 - Capítulo 70


 

Yugyeom estava inconsolável.

Bambam já tinha tentando de tudo, mas não conseguia fazer o namorado parar de chorar. Ele entendia, claro que entendia a dor do mais novo, contudo seu coração doía a cada soluço que fazia o corpo do moreno se remexer por inteiro, quase como se fossem espasmos involuntários. O loiro queria fazer algo, qualquer coisa, contudo somente se sentia bastante inútil naquele momento.

— Como ele está, meu anjo?

A voz da mãe era um alívio para o coração tão doído de Bambam naquele momento. O loiro somente abraçou Sorn com força e deixou que de alguma forma ela recarregasse suas baterias; de alguma maneira, a mulher sempre fazia isso.

— Mal mamãe, muito mal...

Sorn concordou com a cabeça e voltou abraçar apertado o filho, sabendo que aquilo ajudava. Ela também estava arrasada com a morte da amiga, que estava tão saudável dias atrás quando a tinha visitado, agora tudo parecia fazer sentido, como Haneul tinha um ar nostálgico, como se já se despedisse; de alguma maneira, a senhora já sabia que estava partindo e por isso garantiu seu tempo com cada pessoa que amava.

— As coisas ficarão melhores, Bam — garantiu a cirurgiã, beijando o topo da cabeça do filho. — Aqui… eu preparei um suquinho. Leva para ele e daqui a pouco… saímos para o velório.

Bambam mordeu o lábio inferior e concordou, sabendo que não seria fácil para Yugyeom sair da cama, pois desde que chegara ali, chorar era tudo o que fazia.

O mais novo ia pegar o copo quando seu celular vibrou, ele olhou de relance e viu que era Mark, então achou melhor responder logo, pois o ruivo já tinha muita preocupação na cabeça naquele dia.

 

Mark

 

Oi, Bam…

Yug está bem?

Acho que já está quase

tudo resolvido para o

velório.

 

Ele não para de chorar, Mark :/

 

Pobrezinho… :(

 

Como você está?

 

Mal, né?

Mas… estou tentando

ser forte por Yug.

 

Você não precisa

ser forte agora, Mark.

Eu estou aqui e

temos amigos

maravilhosos!

Você pode permitir

que os outros cuidem

de você.

 

:(

Tudo bem…

 

Eu vou voltar aqui para

Yug e daqui a pouco vamos

para aí, okay?

 

Okay.

Obrigado pelas

palavras <3

 

 

Bambam esperou alguns segundos e como não teve outra mensagem e nem apareceu a informação que o outro estava digitando, ele pegou o suco e voltou para o quarto. No corredor, ele ainda encontrou Woori, que lhe deu um sorriso fraco e correu para ajudá-lo a abrir a porta do cômodo por estar com o copo na mão.

— Obrigado — murmurou o loiro.

— Sempre que precisar.

O namorado da mãe era um amor, Bambam agradecia à divindade por ter posto um homem tão bom na vida da mulher mais importante da sua existência.

Ele entrou no quarto e Yugyeom ainda estava na cama, com a cabeça no travesseiro e antes de se aproximar dele, Bambam escutou o choro do namorado. Obviamente, seu coração se partiu outra vez, o que vinha ocorrendo várias vezes naquele dia cada vez que Kim chorava.

— Amor, eu trouxe um suco. Vai te ajudar…

Yugyeom nem respondeu e o rapaz mordeu o lábio inferior, deixando copo do móvel de cabeceira e se sentando na beirada da cama, levando os dedos ao cabelo do mais novo, deixando um afago nos fios morenos que seus dígitos tocavam com delicadeza. Céus, como queria tirar aquela dor do mais novo, o homem que tanto amava e queria bem.

— Yug, você precisa respirar um pouco. Por favor…

O moreno se remexeu somente para a mão de Bambam não ficar em contato com o seu cabelo e o estudante mentiria se dissesse que tal coisa não magoava, mas ao mesmo tempo não queria julgar o rapaz, afinal aquela era a terceira pessoa da família que o trainee perdia e, céus, o tailandês não conseguia imaginar quanta dor deveria estar sendo revivida pelo rapa naquele momento.

— Tudo bem, eu vou ficar aqui — Bambam falou, ajeitando-se na cama e deixando outra vez seus dedos no cabelo do outro. — Eu sempre estarei aqui, Yug.

Ouvir aquelas palavras, fez com que o mais novo chorasse mais, ainda embolado naquela cama.

 

 

Demorou bastante para o rapaz se mover outra vez, percebendo que tinha adormecido chorando. Ele fungou algumas vezes e se lembrou do sorriso da sua avó, o que fez com que um nó subisse na sua garganta.

— Amor? Você está melhor um pouquinho?

A voz de Bambam fez o moreno perceber que não estava sozinho e de alguma maneira, foi um alívio, afinal sentia-se mais sozinho do que nunca no mundo.

— Bam…

— Sim, amor?

— Você… não vai me deixar, não é?

Bambam já tinha perdido as contas de quantas vezes seu coração tinha partido naquele dia e dessa vez, ocorreu uma outra vez. O estudante se moveu na cama e mesmo estando em uma posição estranha, abraçou o mais novo, deixando seus dedos percorrerem o rosto dele com carinho, mostrando que aquilo era real, eu estava ali para o namorado.

— Você não vai me perder, Yug — garantiu o loiro, sorrindo fracamente. — Estou e estarei sempre aqui.

— Eu te amo — sussurrou o moreno.

— Eu também te amo, meu amor. — Bambam sorriu docemente, buscando os lábios do moreno para um delicado beijo. — Você quer tomar o suco agora, anjo?

Kim nem se lembrava do suco, mas ainda assim aceitou com um simples aceno de cabeça. Bambam sorriu buscou o copo, entregando para o rapaz, que bebericou e mal sentiu o gosto de laranja na sua língua; sentia-se tão cansado e triste, como se aquele sentimento nunca fosse embora de dentro de si.

— Você está pronto para ir, amor? — perguntou Bambam, deixando os dedos outra vez correrem no cabelo do namorado.

— Está… tudo pronto?

— Mark falou que sim.

O moreno suspirou pesadamente.

— Eu deveria ter ajudado ele nisso…

— Está tudo bem, Mark não ficou chateado — garantiu o mais velho. — É um momento difícil, Yug, mas estamos aqui e eu te prometo que vamos superar juntos, amor.

Yugyeom sempre seria agradecido pelo namorado, contudo não sabia ao certo o que falar. Amava-o tanto, mas seu coração doía de tanta saudade da avó que ainda parecia um pesadelo ela ter partido assim, quase que do nada.

— Oh, meu anjo… Não chora, por favor…

O rapaz nem percebera que já estava chorando outra vez, então deixou que o namorado limpasse suas lágrimas e depositasse alguns beijos nas suas bochechas e um nos lábios, esse mais demorado e cheio de carinho.

— Eu… estou pronto — garantiu o mais novo, fungando algumas vezes.

— Okay. Mamãe vai nos levar, okay?

O moreno somente concordou e aceitou a mão do namorado quando este o ofereceu para se levantar da cama. Yugyeom ainda foi ao banheiro e lavou o rosto, não focando muito em como estava sua aparência, pois sabia que deveria estar umas das piores, contudo não se importa, somente sentia saudade da avó.

Quando chegaram, Yugyeom logo viu Mark já com o terno preto e o jaleco branco, como manda a tradição, o que fez outra vez sentir as lágrimas em seus olhos. Era a segunda vez que vinha seu irmão com o papel de “Primogênito” em um funeral, o que doía mais do que poderia imaginar.

Mark logo abraçou o mais novo e juntos ficaram daquela maneira por longos minutos, um renovando as energias do outro. O coração de ambos doía, contudo estavam juntos como uma família.

— Quer receber os cumprimentos comigo? — Mark murmurou, tempos depois.

— Você é o filho mais velho.

— Sou, mas você cuidou dela durante toda a vida. — O americano sorriu fracamente. — E então… Vamos?

Yugyeom concordou com a cabeça e seguiu o irmão. Aquele seria um longo e cansativo dia.

 

 

Após os cumprimentos, os convidados foram levados para o refeitório, onde comida e bebidas já estavam separadas para que pudessem comer.

Yugyeom ainda se sentia abatido, contudo ver as pessoas que amavam ali por ele, deixava-o um pouco mais contente. Tinha bons e maravilhosos amigos.

Aquele momento era o de falar com todos e Yugyeom tinha um papel na mão, um pequeno discurso que tinha preparado, contudo ao olhar aquela folha, as coisas pareciam falsas ou sem sentido. Sua avó merecia tanto e somente aquelas poucas palavras não pareciam o suficiente.

— Yug? Está tudo bem?

A voz de Bambam fez o moreno piscar algumas vezes e concordar com a cabeça fracamente. Não queria que o namorado se sentisse mal pensando que não o ajudava naquele difícil momento.

— Amor… tem certeza. Eu estou aqui para te ajudar, deixar tudo mais fácil para você.

Yugyeom sorriu e deixou a cabeça tombar no ombro do namorado, suspirando pesado. Estava tão grato por o ter ali, sentia-se mais calmo, de fato, contudo ainda era tudo tão difícil; sentia muita falta da sua avó.

— Eu… não acho que meu discurso seja bom o suficiente.

O loiro parecia não esperar por aquela resposta, mas logo tirou o olhar analítico do rosto por um mais singelo e Yugyeom sabia que em outro momento iria sorrir, contudo não agora.

— Amor, eu tenho certeza que está um belo discurso. — Bambam sorriu. — E, de qualquer maneira, ninguém esperava que você escrevesse um best seller, Yug. Todos sabem como é um momento difícil para você.

Yugyeom queria acreditar naquilo, mas seu coração estava preocupado e ansioso; queria poder ir logo embora, por mais que soubesse que no outro dia tinha que voltar, afinal eram três dias de velório.

— Eu posso te ajudar — Bambam disparou. — Posso ler, se você quiser.

— Deixa para lá — disse o mais novo. — Vou falar isso mesmo. — Ele suspirou pesado. — Hm… Com licença.

O tailandês pensou em falar algo, mas seu namorado se levantou e caminhou com pressa para outro lugar, deixando Bambam sem saber se deveria ou não o seguir. O loiro então suspirou pesado, pensando em como não estava sendo útil para o homem que amava quando ele mais precisava.

O mais novo foi até um dos banheiros do lugar e se trancou, mesmo sendo coletivo. Mas não se importava, precisava daquele momento para si, precisava ficar sozinho.

Então, quando assim ficou, o rapaz fitou seu reflexo no espelho, vendo as olheiras abaixo dos seus olhos, por mais que tivesse dormido as oito horas naquela noite. Acordar e sentir o corpo gelado da sua avó tinha sido o pior pesadelo da sua vida e agora tudo de bom parecia ter sido sugado de uma vez; não havia mais felicidade, não havia mais nada.

O rapaz abaixou a cabeça e molhou o rosto, pensando em como estava sendo péssimo para o namorado naquele dia, contudo se sentia tão fora de si, como se aquela realidade não fosse a dele, como se tudo fosse mais escuro e triste depois que tinha acordado naquela manhã.

— Vovó… eu sinto sua falta. — Yugyeom respirou fundo. — Queria que a senhora ainda estivesse aqui.

Kim fitou o espelho outra vez e de repente se lembrou de algo que a avó sempre tinha lhe dito, como que não importava quanto tempo passasse ou quanta distância houvesse, o amor se esticava e até adormecia um pouco, mas ainda estaria lá.

Eu sempre vou estar com você, meu filho.

Yugyeom voltou a perceber na sua própria fisionomia e sorriu fracamente. As palavras da avó pareciam claras, como se ela quisesse que o neto se lembrasse daquilo. E, quem sabe, não era a verdade? Quem sabe a senhora Haneul não olhava para ele?

Como mágica, o rapaz soube o que deveria falar no discurso que faria naquele dia.

 

 

O moreno se viu minutos depois na frente de todas as pessoas que foram ao velório. Era um pouco estranho e até tinham parentes que ele sinceramente tinha visto uma vez na vida e piores: os que tinham parado de frequentar a casa da sua avó por conta da sua sexualidade, contudo Kim foi mais forte. Estava fazendo aquilo pelo irmão e sua avó, não pode pessoas que há muito tinha tirado da sua vida.

— Boa tarde a todos… — Yugyeom começou formalmente, suspirando pesado. — Hm… inicialmente, quem faria esse discurso seria meu irmão mais velho, Mark Tuan, mas eu acabei pedindo para fazê-lo, mesmo estando inseguro com minhas palavras. — O rapaz estava sendo sincero, definitivamente, era melhor daquela maneira; odiava enganar as pessoas. — Minha avó foi uma mulher espetacular, que sempre me apoiou em tudo e por isso que estou aqui, para homenageá-la, afinal ela merece. Hm

Kim parou, mordendo o lábio inferior. O que realmente falaria? Não tinha certeza. O rapaz então viu Bambam e depois seus amigos e por último o seu irmão. Necessitava fazer aquilo, contudo as palavras lhe faltavam naquele instante.

— Quando meus pais morreram, ela… — Yugyeom parou de falar de repente. Aquele não era um bom discurso. O rapaz então parou de olhar o papel e fitou as pessoas ali presentes. — Existem pessoas que entram e nunca mais saem da sua vida… e minha avó foi essa pessoa. Tudo bem que vocês podem pensar que ela fez por obrigação, afinal como um órfão iria se cuidar sozinho, certo?

Yugyeom riu sem humor e ninguém mais parecerista achar graça, somente pena dele. O rapaz enrugou o nariz e pigarreou, tentando melhorar sua voz que já falhava.

— Ela fez de tudo por mim, voltou a trabalhar e voltou a ser mãe, mesmo quando já tinha cumprido esse papel. — Yugyeom sorriu outra vez, mas agora de forma nostálgica. — Ela nunca reclamou, nunca me demonstrou mais do que amor. — O rapaz suspirou pesado, apertando o papel na sua mão. — Minha vó foi a melhor e mais forte pessoa que eu pude conhecer. Me ensinou tudo o que sei e me moldou e me fez ser eu mesmo e principalmente, minha vó me ensinou a amar e perdoar… A me perdoar também. — falou, olhando para o irmão mais velho, que fez um aceno com a cabeça. — Eu aprendi a ser forte e não desistir dos meus sonhos e nem das pessoas que eu amo. Mas, de tudo, ela me ensinou a viver. E é por isso que sei que Kim Haneul sempre estará entre nós, pois ela ficará nos corações de todos que já sorriu ou trocou meia hora de conversa, mas céus, ela ficará comigo, aqui... — afirmou, apontando para o seu peito. — Minha avó partiu nessa manhã, mas eu sei que sempre que precisar, ela estará lá por mim, como sempre esteve durante toda a sua vida. Obrigado.

O rapaz saiu de cabeça baixa e não conseguiu realmente falar com ninguém. Parecia esgotado outra vez e somente queria chorar até seu coração acreditar realmente na própria fala de que sua avó estava ali por ele, pois no momento, nada a sua volta parecia tão esperançoso quanto as suas palavras.

A verdade é que se sentia perdido e não sabia o que realmente deveria fazer a partir daquele momento em diante.

 

***

 

O segundo dia foi o mais cansativo para Yugyeom e ele participou praticamente no automático, sabendo que Bambam estava morrendo de preocupação pelo fato dele mal ter comido e dormido, mas simplesmente não conseguia falar nada ou expressar como tudo parecia doer e aquela dor consumir tudo por dentro dele. Quando voltou para o apartamento do namorado já à noite, somente chorou e perguntou ao universo porque tinha tirado o seu suporte e força quando mais parecia precisar deles.

No terceiro dia, Yugyeom sentia uma dor de cabeça horrível, contudo participou do restante da cerimônia, desde a levada o caixão até o recebimento das cinzas. Após, Mark e ele se reuniram para decidirem o destinos das cinzas, porém o mais novo não se sentia apto de tal coisa, pelo menos não naquele instante.

— Yug… você me ouviu?

O rapaz piscou algumas vezes, sabendo que estava demorando aquela fase final da cerimônia somente por fitar a urna dourada onde estavam os restos mortais da sua avó. Uma vida inteira reduzida a um quilo de cinzas. Era isso? Terminaríamos todos em pó?

— Yug? — Mark repetiu a pergunta, preocupado.

Hm… Oi? — O rapaz suspirou pesado. — O que foi?

Mark apertou os lábios e suspirou pesado, levando a mão até a do irmão e apertando de leve os dedos do rapaz. Nunca o tinha visto tão abatido, nem quando estava no hospital após enfrentar um psicopata; doía-lhe o coração o ver daquela maneira.

 — Conversa comigo, Yugyeom.

— E-eu não sei o que falar… Não tem o que falar.

— Yug… Não estamos preocupados com você. — Mark sabia que não era o momento daquilo, que eram para estarem resolvendo o que aconteceria com a cinzas da sua avó, mas o irmão estava com uma aparência horrível naqueles três dias. — Bam e eu… nós conversamos…

— Decidindo o que farão comigo, hn?

— Yug…

— Eu não vou ser um peso para ninguém outra vez. Eu fiquei órfão criança então tudo bem depender da vovó, mas eu sou adulto agora, vou me virar.

— Do que você está falando?

— Eu estou sozinho.

— Você acha que a vovó morreu e o deixou sozinho?

Yugyeom soluçou forte, deitando a cabeça no tampo a mesa de madeira sentido o choro o dominar outra vez, pois era exatamente aquilo o que sentia. Apesar do discurso que fizera no fundo de sua mente sentia que sua avó havia partido e o deixado completamente sozinho.

Mark engoliu a seco, percebendo que não sabia lidar com aquilo. Na verdade, tinha medo de errar e outra vez perder o irmão; estava apavorado de que qualquer palavrinha fora do lugar fosse pegar o coração já partido de Yugyeom e o estraçalhasse ainda a mais.

Mas o uivo não podia permitir que seu irmão se sentisse daquela maneira, então se levantou de onde estava até se sentar ao lado do irmão caçula e o puxar para si, abraçando-o apertado, mesmo que o maior relutasse no início.

— Você não está sozinho, entendeu? A vovó garantiu isso antes de partir. Nossa avó fez questão e lutou bravamente para que tivéssemos um ao outro. Nós somos irmão, Yug. Eu sou seu irmão mais velho e você nunca vai estar sozinho, entendeu? Nunca.

O mais novo balançou a cabeça, deixando que sua testa encontrasse o ombro do mais velho enquanto chorava um pouco mais.

— Você vai morar comigo — disse o ruivo. — Meu apartamento é de dois quartos e tem muito espaço.

— M-mas…

— Não existe “mas nem meio mas” — garantiu o manager, fazendo aspas com os dedos. — Eu também preciso de você, Yug.

O rapaz negou com a cabeça.

— Você vive no apartamento de Jin…

— É… porque me sinto sozinho — explicou o ruivo, sorrindo fracamente. — Mas agora isso não vai mais precisar acontecer. Claro que terão dias que… eu posso não voltar para o apartamento, mas… estarei a um telefonema de distância.

— Mas… e a casa?

Hm… podemos vender ou então alugarmos? O que você decidir, é sua.

— Também é sua.

— Yug, é sua. Você cresceu lá. O que você decidir fazer faremos, mas não precisa ser agora.

— Okay… — O mais novo suspirou e então se lembrou de algo, o que o fez dar um fraco sorriso. — Vovó gostava bastante da cachoeira que íamos quando crianças… Deveríamos deixá-la descansar lá.

Mark levantou a sobrancelha, também se lembrou de como tinha realmente ido em um lugar daqueles e se divertido bastante.

— É um bom lugar… mas não tem como realmente irmos agora.

— Eu sei, podemos manter com a gente e marcamos uma viagem.

— Férias?

— Férias. — Yugyeom sorriu. — Férias em família.

— Os sete? — Agora foi a vez de Mark sorrir.

— O sete.

Os dois sorriram mais abertamente e Yugyeom não conseguiu evitar a voltar a abraçar o irmão, com o coração finalmente mais calmo depois de tudo.

— Agora vamos para casa, tudo bem? Já preparei o seu quarto.

— Mas você nem sabia se eu iria aceitar.

— Eu estava planejando o sequestro também. Já disse, preciso do meu irmão.

Yugyeom sentiu vontade de gargalhar, mas o som não chegou realmente a sair da sua boca, pois outra vez já estava chorando. Sabia que deveria ser mais forte, contudo pela primeira vez após a morte dos pais, estava se permitindo ser o que era cuidado; talvez tivesse segurado toda aquela angústia durante anos no seu peito, pensando em como um dia ficaria completamente só no mundo, mas não era a verdade, afinal tinha o irmão, o namorado e maravilhosos amigos. Sua avó partiu, porém antes garantiu de que seus netos fossem felizes.

— Yug?

— Eu estou… bem — garantiu o moreno, fungando algumas vezes. — Só cansado, mas bem.

— Então, vamos para a sua nova casa?

— Tudo bem…

O ruivo sabia que o irmão não estava muito animado, afinal nem havia um clima para aquilo, entretanto sabia que seria bom para Yugyeom não ficar sozinho e a mudança de ares; a ideia de chamá-lo para ficarem juntos já estava há um tempo na sua mente, porém não esperava que fosse em uma situação daquelas que fosse se concretizar.

Quando saíram da sala, Yugyeom viu Bambam sentado em uma cadeira solitária, com o rosto fitando o chão.

— Amor… O que você faz aqui ainda? — Yugyeom perguntou preocupado, afinal todos já haviam partido da cerimônia.

— E-eu fiquei preocupado… queria saber se você estava bem antes de ir embora.

Mark sorriu para a cena. Ele nunca conseguia deixar de achar adoráveis os mais novos.

— Vou esperar no carro — Mark disse simplesmente, não querendo atrapalhar.

O moreno não viu o seu irmão partir e ocupou a cadeira ao lado do loiro, buscando a mão no mesmo instante.

— Bam, eu queria te pedir desc-

— Mora comigo? — disparou o estudante, interrompendo o moreno. — Não quero que você fique sozinho e e-eu já estava pensando nisso há um tempo, sei que você vai me chamar de burguês, mas… podemos alugar um apartamento no centro e d-depois montarmos tudo.

— Bam…

— Não tem problema que seu salário é pouco! Podemos dar um jeito em tudo!

— Amor, d-

— Minha mãe dá o total apoio! — Bambam finalmente respirou. — É… é isso.

Yugyeom sorriu frágil, segurando o rosto aflito do namorado entre as mãos. Bambam era perfeito, ele não poria nem mesmo sonhar com um namorado melhor.

— Eu te amo. M-mas eu não posso morar com você… Mark me pediu para morar com ele e… eu acho que preciso disso?

— O-oh…

— Mas eu não estou te rejeitando? — A fala do mais novo saiu como uma pergunta, mas o loiro entendeu. — Eu te amo mais que tudo, Bam. E eu juro que um dia vou amar quando moramos juntos, mesmo que seja em um apartamento de burguês safado.

Bambam sorriu e Yugyeom deixou seus polegares fazerem um afago na bochecha do mais velho.

— Você precisa da sua família agora — concluiu o estudante de moda.

O moreno sorriu e concordou.

— Um dia, eu serei a sua família. — Bambam sorriu.

— Bobinho, você já é.

O loiro então abraçou o seu namorado, sentindo um peso saindo dos seus ombros. estivera tão preocupado com Yugyeom, contudo agora ele parecia melhor, um pouco mais com o homem que amava.

— Vamos, vou te levar até o carro de Mark.

Hm… que cavalheiro…

— Sempre.

Yugyeom e Bambam ainda levaram longos minuto e despedindo entre beijo e carícias antes do moreno finalmente partir para o apartamento do irmão. Mark sorriu durante todo o momento e por mais que quisesse tomar um bom banho, não reclamou dos mais novos; era bom ver seu irmãozinho sorrindo.

Minutos depois, quando o moreno se virou com a cabeça apoiada no vidro do carro do irmão, já sonolento, imaginou por um instante se a avó dele estaria olhando aquela cena e sorrindo.

E, mesmo sem uma resposta realmente palpável, ele soube que sim.

 

 

 


Notas Finais


Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!

E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Até amanhã ;*


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