Jughead Jones
Ela não é como as outras, ela não é um troféu, não quero ela na lista, quero apagar aquela lista e recomeçar. Mas desta vez só vai existir uma garota, somente ela... ah mas que merda, estou muito afim dela.
‘Ela nunca vai gostar de você. Ela nunca vai querer você. Você não é bom o bastante. Não a merece’ essas palavras se repetem na minha cabeça à horas. Não aguento mais.
Pego meu caderno e começo a rabiscar qualquer coisa só pra me manter distraído, não funciona. A imagem dela quase chorando hoje no refeitório se repete na minha cabeça e as palavras também. Porra! Sinto que alguém sentou no lugar dela e falo um pouco irritado e sem nem levantar a cabeça, não me importo, só quero que ela sente aqui
“Esse lugar está ocupado”
“Oh, certo” MEU DEUS, ERA ELA. BURRO, BURRO, BURRO
“Betty?” chamo e ela se vira para mim e olha nos meus olhos. Ai Deus, é a melhor coisa que poderia ver, eles estão mais azulados hoje. A voz na minha cabeça para. “Desculpe, achei que fosse outra pessoa” Sua expressão irritada e chateada some e ela se senta ao meu lado, mas não fala nada. Lembro da cena que vi hoje e a voz volta. Quero que ela suma, quero provar que posso ser diferente. Olho pro lado e ela está chorando e seca rapidamente, talvez para que eu não veja. Mas eu vi, e doeu tanto. Só não ganha de quando eu praticamente assisti minha mãe morrer.
“Ei, o que houve loirinha?” pergunto, estou realmente preocupado mas não quero parecer invasivo. Ela só balança a cabeça em negação e vira pra frente. Merda! Analiso seu rosto, ela está triste. Uma luz se acende na minha cabeça e já sei que vou fazer. Seguro seu rosto com as minhas mãos e a viro pra mim, seus olhos estão vermelhos e meu coração despedaça... “Fale comigo, o que aconteceu? Fiz alguma coisa errada?” estou com tanto medo de ela estar assim por minha causa.
“N-não, você não fez nada” ela fala com uma voz fraca e tenta virar o rosto, mas a seguro
“Então me diz o que eu posso fazer” eu quero provar que sou diferente, que posso ser um cara legal que não pensa só em pegar meninas. Quero provar pra todo mundo, quero provar pra mim, e quero provar pra Betty. Ela da um sorriso fraco, como se tivesse gostado do que eu disse.
“Só estou sentimental demais, devo estar de TPM... tá tudo bem” não ta tudo bem, eu sei que não, mas não quero forçá-la, só quero confortá-la. Puxo ela mais perto
“Sei que não é isso, mas você não quer falar, e respeito isso... estou aqui se precisar” depois a abraço, estou sendo sincero. Quero ajudá-la. Quero merece-la. Quero ser bom o bastante para ela.
Ela me fita por alguns segundos como se tivesse tentando me entender, como se fosse um absurdo eu agir assim. Isso me magoa um pouco, mas eu vou mudar e ninguém mais vai olhar pra mim assim. Eu pareço um adolescente bobinho apaixonado...
A professora entra e começa a explicar a matéria, então decido passar um bilhete ‘Quer ir ao Pop’s depois da aula?’ e passo pra ela. Ela sorri, e é um sorriso de verdade, e sem perceber estou sorrindo também. Ela escreve alguma coisa e joga o papel pra mim ‘Podemos chamar o Archie e a Verônica?’ Queria que fosse só nós dois, mas não vou falar isso pra ela, quero deixá-la confortável.
‘Ah, Cooper, já sei o que está tentando fazer. Já tentei, mas eles são muito lerdos’ sei o que ela quer, ela quer que Varchie aconteça tanto quanto eu, eu espero. Não quero nem imaginar se ela está querendo formar Barchie. Ela ri quando lê o papel e me devolve
‘Eu percebi, precisam de uma ajudinha... e você vai me ajudar nessa ajudinha, já que você conhece os dois melhor’
‘Ajudo com prazer’ entrego o papel e pego meu celular
Mensagem on
J: ei cara
J: Pop’s depois da aula
A: Blz
Mensagem off
“Avisei o Archie” sussuro para que a professora não ouça
“Avisa a V também, meu celular tá sem bateria” Betty fala e eu confirmo com a cabeça
Mensagem on
J: Ronnie, Pop’s depois da aula
V: Leu meu pensamento, tava querendo um milkshake
V: Chama a Betty tb
J: Já chamei, e o Archie também vai
V: ok, te vejo lá
V: bjs
J: bjs
Mensagem off
“Pronto, avisados” falo e ela sorri. Ah que sorriso, tão lindo. Sorrio de volta
“Huhum... estou atrapalhando a paquerinha de vocês?” a Sra. Evans fala irritada. Na verdade eu não entendi direito, mas acho que foi isso
“Hm, o que?” falo sem tirar os olhos da Betty, e ela idem, realmente não entendi o que ela falou
“ESTOU ATRAPALHANDO O CASAL AI?” Ok, ela está irritada, muito irritada. Todos dão risadinhas e Betty cora, ela está com vergonha. Que fofa.
“Hmm... não... quer dizer, desculpe Sra. Evans.” Betty fala sem jeito e eu seguro o riso
“Algo engraçado Sr. Jones?” ela está menos irritada
“Quer mesmo saber?” falo sendo irônico e é a vez da Betty segurar o riso. A professora bufa e se vira para o quadro. Depois vira de novo para a turma.
“Mais uma vez e estão, os dois, na detenção de sábado” ela fala num tom ameaçador que só me da mais vontade de rir e se vira para o quadro.
No final da aula, quando estão todos saindo da sala, a professora chama eu e Betty para conversar. Ela fala por uns bons minutos e eu não escuto uma palavra sequer. Quando olho pra baixo, vejo seus pés, e ela está com calçados diferentes. Seguro o riso e dou uma leve cutucada na Betty. A professora se vira e volta pra sala.
“O que foi?” não consigo responder, por que se falar vou dar risada. Então só aponto. Ela olha e sai pro corredor. Vou atrás e ela está gargalhando. Como é bom ouvir isso...
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