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História Bad Reputation - Crying in the Club


Escrita por: isasmermaid

Notas do Autor


Eu já digo que nem de perto superarei as expectativas de vcs com esse capitulo. Eu gostei dele, gostei pouco, mas gostei. Porém pelos comentários que vcs deixaram, tenho ctz que se decepcionaram.


Enfim, as coisas estão começando a ficar mais românticas? eu acho que sim, sei lá

Boa leitura aí xuxus e eu me inspirei sim nas duas músicas para escrever o capitulo pq sou bem bosta e sem criatividade.

Capítulo 8 - Crying in the Club


Fanfic / Fanfiction Bad Reputation - Crying in the Club

Point of View — Shawn Mendes

Tenerife Sea, 19h13.p.m.

 

 

Sempre fui um amante da brisa que entra pela janela do carro quando estamos dirigindo no outono. O sopro da ventania que soava quase melódico num silencio confortante trazia a sensação de tranqüilidade, não importa quantos momentos difíceis se passam em nossa vida.

Camila estava sentada no banco do passageiro de meu Ford Escape, abraçada ao próprio corpo enquanto observava o caminho a fora. Ela não parecia muito confortável com a ideia de estar dentro daquele automóvel e, durante a maior parte do tempo, imaginei que talvez ela houvesse obtido algum trauma por conta do acidente.

O volume do rádio estava numa altura adequada, optei por deixar em uma estação aleatória de músicas conhecidas para aliviar o silencio impregnado entre nós dois de uma maneira agradável e reconfortante. Pousei meus olhos sob a latina ao meu lado e, no mesmo segundo, Tenerife Sea do Ed Sheeran começou a tocar e de imediato a expressão no rosto de Camila mudou. Aquela, talvez, fosse à trilha sonora perfeita para o momento que estava presenciando.

 

You look so wonderful in your dress (Você está tão maravilhosa em seu vestido)

 

O vestido vermelho que cobria seu corpo e desenhava suas curvas parecia como o pecado mais excitante cravado em um milagre purificado pelos próprios anjos. Era difícil de entender, mas fascinante de observar. 

 

I love your hair like that (Eu amo o seu cabelo assim). The way it falls on the side of your neck (A forma como ele cai de lado em seu pescoço). Down your shoulders and back (Pelos seus ombros e costas).

 

Os fios de seu cabelo perfeitamente ondulado voavam em direções diferentes, causando um efeito extremamente prazeroso para perder-se com o olhar. Era como um show de dança, onde seus fios dançavam em uma beleza hipnotizante, enquanto seu rosto, com um semblante tranqüilo, observava a visão da janela e era atingido por alguns fios e o resto deles caiam como cascatas castanhas por seu ombro, transformando o momento em um espetáculo particular para meus olhos.

 

We are surrounded by all of these lies (Estamos rodeados por todas essas mentiras). And people that talk too much (E pessoas que falam demais).

 

Tive a oportunidade de presenciar todas as mudanças de seu semblante ao chegar cada vez mais próximo da ponte onde tudo terminou e, desde então, começou. As mentiras sobre o acidente; a má reputação de uma adolescente; a doença e obsessão pela perfeição; a religião destruindo famílias; a humilhação; o desprezo; o descaso; a destruição de uma vida que merecia viver.

Camila tinha os olhos avermelhados que brilhavam com as lágrimas presas, ao olhar agora para frente, onde a enorme ponte se aproximava a cada milésimo, a boca tremula entreaberta deixando soar alto sua respiração descontrolada que entregava o medo que a dominava naquele momento. Ela apertou os olhos assim que entramos na estrutura de concreto.

 

You've got that kind of look in your eyes (Você tem aquele tipo de olhar nos olhos). As if no one knows anything but us (Como se ninguém soubesse nada além de nós).

 

   Tirei uma de minhas mãos do volante, dirigindo-a diretamente para a sua. O toque de nossas peles gélidas causou-me um arrepio de imediato, caminhando diretamente para meu peito e transbordando um frio que desceu até a boca de meu estomago. Camila me olhou assustada, mas não hesitou, apenas segurou ainda mais forte minha mão, deixando um sorriso brotar no canto de seus lábios, embelezando seu rosto coberto por uma simples maquiagem que intensificava seus traços latinos.

 

Should this be the last thing I see (Caso essa seja a última coisa que eu veja). I want you to know it's enough for me (Quero que saiba que é o suficiente para mim). — Cantarolei junto com a música, deslizando meus olhos para nossas mãos e novamente para seus castanhos que me analisavam atentamente. Ela sorriu ainda mais, apertando seus dedos e entrelaçando-os nos meus. Eu pude sentir seu corpo relaxar e sua respiração se regular.

— Eu sempre soube que um dia sua voz me salvaria — Camila quebrou nosso toque, voltando a olhar pela janela. Nós ainda estávamos na ponte, mas já havíamos passado do local onde o acidente que matou Catarina aconteceu. Ela pousou a cabeça ao lado do vidro, abraçou o próprio corpo deslizando a mão pelo braço como um conforto solitário e deixou um soluço escapar acompanhado de uma lágrima que escorreu. — Mesmo que por alguns segundos — Ela riu sem animo. Eu odiava isso; odiava suas mudanças de humor e o enigma que crescia junto com sua barreira que nos distanciava assim que conseguíamos nos conectar.

— Então eu cantarei até que te salve por completo — Digo, voltando a segurar sua mão. Camila não me olhou nem por um segundo e muito menos disse algo. Mas ela também não tirou sua mão da minha e, mesmo de relance, pude vê-la sorrir ao observar o céu pouco estrelado.

 

 

 Crying in the Club, 19h46.p.m.

 

 O barulho da música clássica mesclada com as conversas e risadas forçadas do salão de festas me deixavam um pouco nervoso. Respirei fundo, analisando o local com cautela, preparando-me psicologicamente para encarar todos os olhares repugnantes sob Camila. Não era como se isso importasse para mim, mas tinha medo que, talvez, impostasse para ela.

O grande salão continha milhares de mesas cobertas com toalhas vinho e douradas, um chão tão polido que era capaz de ver o próprio reflexo, pessoas de todos os tipos com seus trajes perfeitamente alinhados e exagerados.

— Eu não deveria estar aqui — Camila puxou-me de meus devaneios — Olha só para mim, eu não combino com tudo isso — Seu olhar perdido percorreu todo o salão, enquanto suas mãos inquietas deslizavam por seu lindo vertido vermelho. Pude ouvi-la respirar fundo e limpar a garganta.

— Tente se divertir e, se não conseguir, eu te levarei embora no segundo que me pedir — Digo com um semblante calmo, tentando tranquilizá-la com minhas palavras. Camila respira mais uma vez, desliza dois dedos em seus fios compridos e castanhos, ajeitando-os para o lado esquerdo e coloca um sorriso torto nos lábios. Apoio minha mão direta em sua costa, dando um passo para frente e guiando-a junto comigo.

— Vamos embora — Ela disse sem nem ao menos terminar de atravessar a enorme porta pintada de branco. Olho-a assustado, vendo a expressão de uma criança que acabou de aprontar uma travessura em seu rosto — Você disse no mesmo segundo, Shawn Mendes — Camila mordeu o lábio inferior quase em câmera lenta na tentativa de conter o sorriso travesso que continha.

— Ouvi dizer que teremos cheesecake — Dei de ombros e, antes de eu terminar minha frase, notei os olhos da latina crescerem e brilharem. Estava começando a acreditar que talvez Camila realmente fosse uma criança. Ri, vendo-a procurar de longe entre as mesas de doces a possível torta que citei.  

 — Então nós ficaremos até eu comer todos os doces dessas mesas — Ela disse com a língua entre os dentes, sorrindo simples e dando pulinhos empolgados — Mas é só pelos doces, Shawn Mendes.

 

 

(...)

 

 

— Como você teve coragem de trazer essa... Essa... Garota... Para nossa comemoração, Shawn Mendes? — Minha mãe apontava o dedo na altura de meu rosto. Ela tinha a expressão furiosa, mas a cada pessoa que se aproximava, forçava um sorriso e fingia que nada estava acontecendo.

— Essa garota se chama Camila e ela é minha convidada, Dona Karen — Digo com o mesmo tom, vendo-a apertar os lábios e arquear a sobrancelha. Ela respira fundo, como se procurasse uma calma que continha no momento. Engoli a seco, prendendo os punhos a espera de uma resposta.

— O que está acontecendo com você? — Agora ela me encarava com um semblante preocupado e sua voz arranhada tentava transparecer calma. Molhei os lábios, confuso — Desde quando você anda com essa gente? Desde quando começou a andar com uma prostituta? Está fazendo isso pela Catarina? Você a amava tanto querido... Por que está se envolvendo com uma assassina? — Fechei os olhos tentando controlar minha raiva. Meus punhos cerrados quase quebravam meus dedos com a força que os apertava. Tentava encontrar um ponto de calma, desviando aquelas palavras de meu subconsciente.

— Ela não é uma prostituta e muito menos uma assassina, Karen — Minha mãe me olhou espantada. Sua boca entreaberta e seus olhos arregalados me encaravam como se eu tivesse dito a coisa mais absurda do mundo.

— Como sabe? Foi ela quem te disse isso, querido? — Agora a mulher a minha frente usava um tom de deboche. Seus lábios cobertos por um chamativo batom vinho escuro se pressionaram novamente. Engoli a seco, sentindo minhas mãos suarem e as palavras desaparecem de minha cabeça. Eu não sabia o que responder e isso estava nítido para minha mãe — Pergunte então querido, pergunte se ela é ou não um assassina...

— Você não a conhece. Ninguém de vocês a conhecem como eu estou conhecendo — Indaguei feroz.

— Ela vai acabar com você e você vai acabar com nossa família — Agora seu tom autoritário gritava em suas palavras rudes — Leve-a embora agora, eu não a quero aqui e — Karen se aproximou, abaixando o tom de voz ao sussurrar próximo ao meu ouvido de um jeito ameaçador — Se você não tirá-la, eu a farei sair.

Um tiro atingiu meu peito ao ouvi-la pronunciar aquela frase como se não fosse nada. Ela havia me ameaçado; ameaçado Camila. Por segundos, não consegui reconhecer minha própria mãe, a mulher doce e amável que está comigo todos os dias. Senti o ar se tornar necessário ao ouvir meu pulmão clamar por oxigênio. Eu estava tonto, todas as pessoas ao meu redor pareciam meros borrões coloridos.

Ouvi de longe uma música tocar e, aos poucos, os borrões voltarem a ter uma forma nítida. De longe, procurei Camila entre a multidão de pessoas que começavam a dançar ao som de uma melodia mais atual e popular. Todos sorridentes, felizes e aproveitando mais o que agora aparentava ser uma festa.

 

You fear that you lay alone forever now (Você tem medo de ficar sozinha para sempre). It ain't true, ain't true, ain't true, nah (Não é verdade, não é verdade, não é verdade).

 

— Eu quero ir embora — Seu olhar me encontrou assim que sua silhueta se tornou mais clara a minha frente. Camila tinha os olhos avermelhados e sua maquiagem borrada. Senti meu coração socar meu peito sem piedade — Me leva embora Shawn Mendes — Sua voz ordenou desesperada. Por milésimos eu cogitei perguntar o que havia acontecido, mas no fundo não queria saber. Eu não queria mais ter consciência do que acontecia ao meu redor por, de um jeito torto, minha culpa.

 

So put your arms around me tonight (Então, coloque seus braços ao meu redor essa noite). Let the music lift you up like you've never been so high (Deixe a música te elevar como se você nunca tivesse se sentido tão bem). 

 

Aproximei nossos corpos, ouvindo mais nitidamente a melodia e, sem dizer nada, levei minhas mãos até as suas, direcionando-as para meus ombros. Camila me olhou confusa, mas não protestou, apenas continuou parada. Segurei em sua cintura e, lentamente, iniciei alguns passos no ritmo da música desconhecida que tocava. A latina parecia desconfortável e, aos poucos, acompanhava meus movimentos básicos na mesma sintonia.

Estávamos dançando. De um jeito torto e bizarro, estávamos dançando.

E então ela sorriu para mim. Um sorriso único, sincero e extremamente lindo. Eu correspondi na mesma intensidade, sentindo cada músculo de meu corpo se ascender como em um incêndio.

 

Open up your heart to me (Abra seu coração para mim).

 

Eu já não tinha mais a capacidade de enxergar as pessoas ao nosso redor. Estávamos apenas nós dois ali, dançando e, por um momento, conectados de verdade. Ela me encarava fundo, hipnotizando-me com seus olhos castanhos que tentavam me dizer algo. Eu queria lê-los, desvendá-los e, talvez, entender o que estava acontecendo. Mas simplesmente continuei dançando.

Notei uma lágrima escorrer de seus olhos, caindo sob meu terno preto e marcando-o com uma gota que desapareceu no pano. Dirigi meu polegar abaixo de seus cílios, impedindo que mais uma lágrima escapasse.

Nada de choro na festa, Camila.

 

(...)


Notas Finais


Um pequeno spoiler: o próximo capitulo será um xuxubis de tão amor, eu juro... E será mais um pov do Shawn, possivelmente... Porque o da Camila será mais, digamos assim, complexo...

amo vcs e agradeço todo esse apoio que me dão, sério vcs são fodidamente maravilhosossssssss


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