Eu te amo.
Uma pequena frase de três palavras que dificilmente é usada verdadeiramente.
Mark amava todos os detalhes de Yuna, as finas linhas que acentuavam seu rosto, seu sorriso, sua personalidade única, amava a capacidade de perdoar que aquela doce garota injustiçada tinha. E ele sabia do quão era sortudo por ter recebido o perdão da mesma.
- Eu te amo Yuna - ao olhar no fundo dos olhos dela, ele disse verdadeiramente aquela pequena frase de três palavras.
Pela primeira vez em tanto tempo, Mark sentiu a dor da perda causada pela morte do seu irmão ir totalmente embora. Restava apenas a saudade, a velha amiga de todos nós. Ele levaria aquele sentimento consigo como se fosse parte dele.
Eles levantaram juntos do lugar que antes estavam ajoelhados. Yuna e Mark saíram do cemitério de mãos dadas, apenas como bons amigos e Tuan pôde perceber que naquele momento havia uma nova razão para lutar e essa razão estava ao lado dele, com seus pequenos dedos entrelaçados ao dedos do rapaz.
***
Yuna
Estávamos entrando na faculdade quando avistei Jongin correndo em minha direção. Eu estava bem e não me permitiria sair daquele estado de paz, mas somente quando o rapaz se aproximou que percebi que ele chorava.
- Yuna...é a minha mãe - ele fechou os olhos fortemente e mais lágrimas desceram.
- Kai? O que aconteceu com ela?! - quando eu e Jongin estávamos juntos, eu tive a oportunidade de conhecer sua família, eram pessoas realmente incríveis e receptivas. A mãe de Jongin e eu nutrimos uma grande amizade na época.
- Ela sofreu um acidente sério em casa, está na UTI - ele falou de forma apressada, tive que me esforçar para entender tudo de primeira. - eu não tenho ninguém Yuna, só você. Pode ir lá comigo? - as lágrimas nos olhos de Kai eram incessantes. - por favor - pediu.
Me virei para Mark que estava com uma expressão indecifrável no rosto, soltei minha mão da sua e segurei em seu ombro.
- Eu vou com ele até o hospital, depois nos falamos. Ok? - perguntei.
- Sim - respondeu apenas e seguiu seu caminho.
Eu e Jongin fomos correndo até o carro dele e antes que ele entrasse, o impedi ficando na frente da porta.
- Eu vou dirigir, você não está bem pra fazer isso - falei e então entramos no carro, daquela vez, eu no lado do motorista e ele ao meu lado, no banco do passageiro.
Não demorou muito para chegarmos no hospital. Havia uma fila grande para consultar a recepcionista, que nos indicaria onde a mãe de Kai estava.
Ele começou a andar pelo meio das pessoas e até a empurrar algumas sem querer pela pressa e desespero que sentia.
- Kai! - comecei a correr atrás dele. - Kai! Pare com isso! - aumentei o tom, porém o garoto continuou seu percurso inquietantemente. - Kim Jongin! - ele se virou para mim ao mesmo tempo que secou as lágrimas do seu rosto.
O puxei pelo braço e fomos até um corredor vazio.
- Escute - olhei para ele. - não vai adiantar nada se ficar desse jeito. Eu sei que é sua mãe, que você a ama mais que qualquer coisa e sei também, além de tudo, que está desesperado porque é algo grave. Eu não tiro sua razão. Mas seu desespero não vai te levar a lugar nenhum, então por favor - respirei fundo. - tente se acalmar nem que seja um pouquinho. Por ela, ok?
- Eu vou...eu vou tentar - ele fechou os olhos e começou a respirar fundo repetidas vezes e parou alguns minutos depois onde acabei deduzindo que já estivesse mais calmo.
- Agora vamos até a recepcionista saber em que sala está sua mãe - fomos juntos e a moça atrás do balcão nos informou que só poderíamos visitá-la dois dias depois porque a mesma estava em processo cirúrgico e precisava de muito descanso.
Eu e Jongin fomos até uma sala do hospital com duas poltronas e uma mesa no centro e nos acomodamos ali.
- Obrigado por ter vindo - ele disse enquanto encarava seus próprios pés.
- Não foi nada - falei.
- Eu vou dormir aqui. Se você quiser, já pode ir - disse e passou a me observar.
- Eu vou ficar também - estava decidida.
- Yuna, você deve estar cansada e...
- Eu vou ficar Jongin, por sua mãe - quis deixar claro o motivo da minha insistência.
- Tudo bem - ele sorriu ainda sem me encarar. - obrigado, de qualquer forma - deu de ombros.
***
Kai e Yuna dormiram desconfortavelmente naquelas poltronas, o garoto certamente com grandes dificuldades para pegar no sono pois sempre acabava tendo pesadelos com sua mãe.
Então ele voltava sua atenção para Tae Yuna, que dormia serenamente e com a cabeça um pouco inclinada. Era como se uma doce calmaria invadisse seu coração. Jongin ainda a amava tanto, achava impossível deixar de gostar daquela menina.
Se existisse um sentimento que fosse o mais predominante no coração daquele rapaz, com certeza seria o de arrependimento e a culpa. Kai odiava mais e mais a si mesmo todas as vezes que pensava no que havia feito com o pobre coração de Yuna.
Pretendia reverter aquela situação, queria tê-la de volta como amiga e faria de tudo para que alcançasse seu objetivo. Ele também sabia que Mark gostava dela, era fácil de perceber porém não tinha raiva do rapaz. Com certeza ele faria a garota bem mais feliz e para Kai, apenas isso importava.
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