História Bad Romance - Fillie - Chegada

 Finn Wolfhard

É o sentimento que melhor me descreve nesse momento. Em um voo de extensas e cansativas horas, indo para algo que me perturbou durante anos.

Medo por deixar para trás, mesmo que por alguns dias, a coisa de que mais tive certeza entre tantos anos.

Maddie apareceu em minha casa a duas noites atrás. E como estava cansado de tanta incoerência, decidi resolver logo o problema.

Flashback on

Será que algum dia o fantasma de Maddie vai deixar de me infernizar?

Me aproximo de Lilian, que por algum motivo estava parada na porta de entrada.

— O que aconteceu, Lilian? Onde está a Maddie? — o cansaço e o tédio se fazem presentes em minha voz.

— Me desculpe ter que interromper seus planos, Finn. Realmente não sabia o que fazer.

— Tudo bem, Lilian. — coloquei uma mão em seu ombro para tranquilizá-la. — Me diga o que aconteceu.

— Fui até a cozinha para beber um pouco de água, mas estranhei alguns gritos vindos do lado de fora. — realmente estou em um filme de terror. — Resolvi olhar pela janela, e lá estava Maddie. Batendo na porta, gritando seu nome e coisas sem sentido.

Fechei os olhos, respirando profundamente. Não terei outra escolha, contratarei seguranças.

— Fui até ela e me surpreendi com a feição abatida, estava chorando bastante. Disse que você não estava, mas ela continuou o show, alegando que só ia embora quando falasse com você.

— Onde ela está agora? — perguntei confuso.

— Você vai ter que me desculpar nisso também, Finn. — já imaginava a resposta. — Se não colocasse ela para dentro de casa e oferece um calmante, sua porta de entrada precisaria ser substituída.

Não posso culpar Lilian por ser uma alma bondosa.

— Certo, Lilian. Caso aconteça outra vez, chame a polícia. — disse antes de entrar.

Fui direto para a sala de estar, imaginando que ela estaria lá.

Bingo.

— Pode me deixar sozinho, Lilian. Irei cuidar da situação. — concordando, Lilian se retirou. — Qual é o motivo do seu showzinho? — perguntei me aproximando.

— Finn? Meu Deus, te esperei por horas. —  disse histérica, tentando me envolver em um abraço, segurei seus pulsos no mesmo instante.

— Pare de se fazer de idiota, você me viu entrando.

Maddie realmente estava abatida. Olhos vermelhos, rosto vermelho. Sinceramente, parecia ter usado alguma substância.

E por que ela está com uma roupa tão festiva?

— Te vi hoje mais cedo com aquela... a Millie. — como já estava virando costume, respirei profundamente. — Vocês estão juntos? Como você pode ficar...

— Sim, estamos juntos. — disse todas as palavras com gosto. — Não que isso seja da sua conta.

— Temos um filho, Finn. Um filho. — segurou em meus ombros, os chacoalhando como se precisasse me acordar de algo. — Não pode simplesmente ignorar isso, não pode simplesmente ignorar... nós dois.

Esse foi o estopim para a minha calma.

— Temos? Não foi o que você me disse anos atrás. — ri sarcástico. — Não se preocupe, se esse filho for meu, não fugirei de meus deveres como pai. Agora se descobrir que isso é mais uma armação da sua mente doente, é melhor você sair da minha vida com a mesma facilidade com que entrou. Caso contrário, tomarei outras medidas.

Por um instante, Maddie pareceu ficar sem respostas.

— Você está me ameaçando? — disse incrédula, limpando algumas lágrimas do rosto.

— Entenda como quiser. — Maddie se colocou na minha frente, como se quisesse me intimidar. — Quer saber de uma coisa? Estou cansado. Você quer muito ver essa criança, não é? Vamos amanhã mesmo, resolvemos isso de uma vez.

— Você... você está ficando maluco? Não podemos ir amanhã, não... — parecia se perder nas palavras, como alguém que sente medo e procura por desculpas tolas. — Não comuniquei a minha tia, não encontraremos passagens de última hora.

— Esse não será o problema. Alugo um jato particular se for o caso, mas você vai parar de infernizar a minha vida. — vociferei. — Agora, tenha decência e saia da minha casa.

Maddie ficou paralisada por uns instantes, me observando como se tivesse a frente de um maníaco.

— Você vai se arrepender, Finn. — murmurou entre dentes, indo embora em seguida.

Sentei no sofá, levando as mãos ao rosto. 
Terei os dias mais cansativos de minha vida, começando por amanhã.

Flashback off

Maddie me enviou uma mensagem na manhã seguinte, comunicando que conseguiu uma passagem.

Nos encontraríamos somente um dia após a chegada, segundo ela, tinha que encontrar a tia antes.

Pensei em ligar para Nick, contar tudo o que estava acontecendo. Certamente ele me daria um sermão de três dias, então cancelei essa ideia. Não teria sentido o preocupar com algo incerto.

Existe outra pessoa que predomina meus pensamentos, e essa poderia contatar.

Foi a primeira coisa que fiz quando desembarquei, pegando o táxi que me levaria até o hotel.

Olá, Srta. Millie.

A resposta veio em cerca de poucos minutos.

Millie: Olá. A que devo a honra da sua mensagem?

Estava pensando em você.

Millie: É o tipo de mensagem que aquece o coração, obrigada por isso.

Espero que as coisas por aqui se resolvam logo.

Millie: Está tudo bem?

"Não, não está", pensei.

Sim. Só quero voltar logo.

Millie: Odeio ser egoísta, mas também quero que você volte. Preciso ir agora, fique bem.

Certo.

Apaguei a tela do celular, voltando a carregada atmosfera.

— Senhor? — olhei para o homem no volante, me dando conta que tinha chegado ao hotel. Agradeci e paguei a corrida.

Espero que tudo que esteja acontecendo tenha um propósito. Não sei se aguentaria outro tempo árduo.