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História Bala - Capítulo Único


Escrita por: Coral_In

Capítulo 1 - Capítulo Único


Coraline, esse é meu nome. Assim como o filme, cujo qual eu adorava tanto que pintei os cabelos de azul. Eu só tenho treze anos, então minha história não é algo emocionante de contar. Eu não tenho um objetivo, também. Nem um talento. Ou beleza extraordinária. O que me faz diferente de outras crianças –porque é assim que me vejo, como uma- é com certeza meu cérebro. Não, eu não sou um gênio. Pelo menos não é como me veem.

Eu sou Coraline, a menina assustadora da rua treze. Meu número favorito é treze. Tenho treze por cento de bateria no celular e são treze e quarenta, de acordo com o relógio.

Eu suspirei. Eu nunca fui ‘a diferente’. Talvez por não querer, ou não ter vontade, ou não ter a chance. Só tive os livros, a família e os aparelhos eletrônicos.

É, eu era uma viciada. Não conseguia passar mais de dois minutos fora de alguma tela. Menos a da TV.

Eu odeio TV.

Mas haviam dias como esse, em que tudo dentro do monitor se tornava muito chato, muito monótono e pouco original. Como eu era.

Pessoas mortas, violentadas, perdidas, doentes, morrendo, aparecendo ali todo dia. E eu, que me matava aos poucos e mal cuidava da saúde; Que comia besteiras e não se exercitava. Que, de um jeito ou de outro, provavelmente morreria aos vinte e três anos de infarto, ou depressão, pouco provavelmente num assalto à minha casa.

Então eu levantei da cadeira, deitei na cama e olhei pro teto.

Porque eu era a maldita de uma folgada. Uma preguiçosa anêmica que odeia pegar sol com ponta dupla e sem ninguém. Porque eu não conseguia dormir há algum tempo.

Mas minha vida era perfeita. Eu tinha meus pais, minhas irmãs mais velhas e meu ódio por sapatilhas; o inegável gosto por doces e o amor por sorvete de sempre.

Não. O mundo já não é mais bonito, já não é mais feliz. As vidas deixaram de ser perfeitas há algum tempo. Eu fechei os olhos.

Porque eu ainda queria ver todos alegres. Todo mundo vivo e cantando numa rodinha. Eu queria a paz mundial.

Eu só queria aquele sentimento de que tudo estava ok, afinal, como qualquer um quer.

Ouvi estrondos, mas permaneci quieta. Estou com preguiça, quero dormir.

A porta rangeu. Deve ser a mamãe. Me mexi.

-O almoço está pronto?-Esperei a resposta.-

Abri as pálpebras lentamente. E tudo que pude enxergar foi um homem, desconhecido, de máscara preta. Eu tremi. Me encolhi, apertando os olhos novamente fechados e tentei.

Uma última vez, talvez eu pudesse fazê-los melhor. Talvez eu pudesse pensar num mundo legal, pacífico, aonde garotinhas de treze anos e cabelo azul não morressem com um tiro na cabeça.

 

 

 



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