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História Barbie - 2. As aparências enganam


Escrita por: _Pandagiih

Capítulo 2 - 2. As aparências enganam


Fanfic / Fanfiction Barbie - 2. As aparências enganam


   — Por que você não me contou isso na hora? — Senti uma almofada ser jogada em meu rosto.


     — E você ia fazer o que se eu tivesse falado, Tae? — Perguntei, irônico.


   O sábado finalmente havia chegado e como foi o combinado, depois que acabou a música do bar e todos começaram a sair, fui embora para a casa do mais velho e cansados de tanto dançar e cantar, apagamos no colchão até o horário do almoço.


     Os finais de semana geralmente eram livres para mim, e eu agradecia a Deus por isso, mesmo sem ter muito o que fazer, em épocas normais.


         — Eu ia tirar satisfação com esse cuzão, lógico! 


         — Para com isso, ele é só um babaca gostoso. Muito gostoso, na verdade. — Relembrei, lambendo meus lábios. — Eu nem sei o nome dele.


         — A pior parte, é saber que você deixou metade do seu lanche, lá. Por causa de um macho escroto.


        Revirei os olhos, com a provocação.


        Estávamos jogados na cama do modelo, sem camisa e com uma cueca Boxer -que eu sempre deixava ali, para quando eu vinha para sua casa-, enquanto jogávamos videogame e eu contava sobre o acontecido da noite.


         — Mas sabe, ele me fez parar para pensar em uma coisa. — Pausei o jogo, me sentando em posição de pernas de índio. 


          — O que?


          — O que eu estava esperando? Digo, se eu vivo como uma menina, se todos acham que sou uma mulher, é impossível que eu me relacione com homens homossexuais, assim como eu.


         — Jimin… — Me olhou, cuidadoso, apertando minhas mãos.


          — Não me olhe assim. — Desviei o olhar. — Eu não estou me lamentando, apenas pensando em como seria, se fosse diferente. Se eu pudesse ser o menino que eu queria ser.


          — Eu sinto muito por essa situação, meu bem.


          — Eu também.


         Batuquei meu indicador em minha coxa nua, sorrindo com a idéia que passou pela minha cabeça.


         — Que cara é essa?


       — E se eu não precisasse ser a Barbie? — Sorri, animado.


          — Do que está falando?


        — Você sempre diz que eu sou completamente diferente, quando sou só eu, sim? — Assentiu, arqueando a sobrancelha. — Acha que alguém me reconheceria?


       — Eu mesmo me assusto às vezes. Acho que não. — Confessou, pensativo.

  

              — Então… e se eu saísse como o verdadeiro Jimin, pela primeira vez? O homem que estava no bar debochou, dizendo que talvez eu devesse nascer novamente, em um corpo masculino. Eu não preciso renascer, eu só preciso libertar meu corpo. — Expliquei.


        — Você está realmente cogitando sair de verdade, pela primeira vez na sua vida? — Abriu a boca, em choque. — Você nem conhece esse cara, ele pode nem estar mais lá.


          — Mas não é por ele. É por mim! Eu preciso ser eu mesmo, pelo menos uma vez na vida. — Exclamei, alto.


          — Eu não acredito que essa ideia veio de você e não de mim! — Ironizou, batendo em minha testa. — Meu menininho está crescendo e se rebelando, que emocionante! — Secou suas falsas lágrimas, me fazendo revirar os olhos.


          — Isso quer dizer que você apoia minha ideia maluca?


          — É claro! Para isso que os amigos servem, não?


  — Mas ninguém pode saber! — Apontei. 


             — Minha boca é um túmulo, você sabe. — Deitou a cabeça em meu colo. — Certo, para quando será essa sua aventura? — Questionou, interessado.


   — O bar abre hoje? — Soltei, como quem não quer nada, escutando seu gritinho animado.


    — Vou precisar pedir para que você durma aqui novamente, não é?


        — Sua mãe convence meus pais rapidinho. — Sorri, cúmplice.


    [...]


   — Imagina, não é incomodo algum! — Agarrei Tae, ansioso enquanto esperávamos sua mãe terminar de finalizar a ligação. — Certo, até amanhã, Bárbara.


      — E então? — Perguntei, assim que a mais velha devolveu o telefone no gancho.


     — Levem a chave porque eu não vou acordar para abrir a porta para ninguém. — Respondeu, insinuando que minha mãe havia deixado eu dormir novamente na casa de meu amigo.


     — Eu te amo, mãe! — Meu melhor amigo e eu pulamos, animados.


        — Vocês são doidos.


        — Eu tive a quem puxar. — Kim se Justificou.


  — E eu fui covardemente influenciado. — Brinquei.


[...]


    — Eu acho a Kim tão babaca! — Taehyung gemeu, vendo a Kardashian aparecer na televisão.


      Já era de praxe, maratonarmos o reality das garotas ricas, sempre que estávamos juntos.


      — A mais legal é a Kendall e ponto. — Respondi, enfiando um punhado de pipoca na boca.


       — Não diga isso! — Pôs a mão no peito, horrorizado. — A Kylie é simplesmente perfeita. Olha pra filha dela, céus, essa garota é uma fofura.


  — Hm. — Resmunguei, sem concordar.


        — Você detesta crianças, você não pode opinar. — Gargalhou de minha cara desgostosa.


         — Eu não odeio crianças, só tenho uma leve aversão a todas elas. — Justifiquei. — Sou desprovido de amor por crianças.


      — Você odeia crianças! — Reforçou. — Quem diria que a maioria dos compradores, são odiados pela própria boneca. 


   — Por que eu sou seu amigo, mesmo?


     — Porque eu sou a única pessoa que te empresta cuecas.


    — Certo, você não precisa repetir isso. Soa nojento quando você diz em voz alta. — Soltei uma risada alta, abrindo a boca para a pipoca que Tae jogou em minha cara. — Chupa, otário! — Mostrei a língua com a pipoca dentro.


         — Já são quase oito horas da noite. — Comentou, mexendo em seu iPhone de última geração. — Deveríamos nós arrumar.


       — Você sabe que vou roubar as roupas do seu closet, não sabe? — Sorri, sugestivo.


        — Você é um aproveitador barato! — Acusou. — Pena que eu não posso usar a desculpa de que minhas calças vão ficar grandes em você, porque com uma bunda de tanajura dessas, é provável que fiquem apertadas.


        — Isso se chama inveja. — Me levantei, virando-me de costas para si, antes de estapear a carne farta de meu traseiro.


       — Pelo menos aí você não vai precisar de silicone. — Mostrou a língua, e dessa vez, fui eu a jogar um travesseiro em sua cara.


        — Vou tomar banho. — Anunciei, catando a toalha que eu sempre usava e me dirigindo para o banheiro. 


        — Eu não queria falar nada não, mas você está precisando mesmo! — Gritou.


       Apenas ignorei, me desfazendo da peça íntima e deixando que a água morna escorresse por todo meu corpo.


       Eu não podia negar que estava animado para colocar o meu plano em prática, da mesma forma que estava com o meu cu na mão, sem conseguir imaginar o que poderia acontecer caso desse tudo errado.


       Parte de mim, pedia para que o babaca estivesse lá e eu pudesse tentar algo, para ver se seria diferente. Mas, logo eu tentava me convencer, de que eu não estava fazendo isso por ninguém além de mim, e que se não fosse ele, eu ainda poderia ficar com quem eu quisesse. E me quisesse também.


          Terminei meu banho, liberando o banheiro para o modelo e invadi seu closet, na busca da roupa perfeita para a noite.


        Calça preta com rasgos no joelho e coxas, uma camiseta cinza com alguma logo de uma banda antiga estampada,  jaqueta jeans escura e comprida, allstar vinho nos pés e uma touca preta na cabeça. 


       Não é por nada, não, mas Jimin você tá um puta gostoso.


         Encarei meu corpo no espelho, analisando o look, e quando percebi que pensamentos não tão legais estavam começando a chegar, sai do cômodo, me jogando na cama para esperar Taehyung.


       Eu não me achava feio, eu até que gostava do meu corpo. Admirava minhas coxas grossas, minha bunda farta e meu rosto fofinho. Mas, odiava com todas as forças minha cintura exageradamente fina, sem um músculo sequer aparecendo em meu abdômen, apenas uma barriga chapada. A Barbie crossfiteira não era uma imagem legal, de acordo com meu empresário.


   — Porra, se eu não tivesse praticamente visto você aprender a limpar a própria bunda, eu com certeza daria pra você! — Kim gritou, escandalosamente.


        — A gente sabe que eu sou muito mais passivo que você, idiota. — Revirei os olhos, quando o homem confirmou. — Você também não está nada mal.


          Meu amigo deu uma rodadinha para mim, mostrando sua escolha de combinação: camisa branca com alguns botões abertos, exibindo o peitoral, a calça de couro preta e um coturno da mesma cor. Sexy e jovial.


       — Me empresta alguns brincos e anéis? — Pedi, quando reparei que ele estava colocando os próprios acessórios.


         — Pode pegar, bebê. O que é meu, é seu também! A menos que seja algum cara. Não quero compartilhar saliva. — Fez cara de nojo, divertido.


       — Como se eu fosse gostar dos urubus que você escolhe. 


     [...]


     Quando estávamos prontos, Tae chamou um motorista pelo aplicativo e fomos levados ao mesmo lugar da noite anterior.


         Meu corpo inteiro tremia, meu coração estava acelerado e às vezes, minha respiração chegava até mesmo a falhar.


      Vejam bem, eu nunca pude sair daquela forma. Nunca mesmo. Eu estava 100% apavorado com a nova sensação e ao mesmo tempo, maravilhado.


        — Hey! — Taehyung me cutucou, com uma expressão preocupada. — A gente pode voltar, se você quiser.


         — O que? Por que? — Espremi as sobrancelhas, colocando as mãos no bolso. 


          — Você está chorando, Minnie. — Levou seus dedos ao meu rosto, limpando o traço molhado com as mãos.


       Eu mal tinha percebido.


      — Não é de tristeza, amigo. — Tranquilizei-o, sincero.


        — Eu estou feliz por você! — Sorriu, bagunçando minha toca.


             Arregalei os olhos, já pronto para ajeitar a peruca, e… 


        Gargalhei sozinho. Sem perucas hoje.


        — Você é muito esquisito. Vem, vamos entrar.


          Fui agarrado pela mão alheia e levado até o estabelecimento.


        Se na noite anterior o bar estava cheio, hoje foi quase uma superlotação. Meu amigo me explicou que era por conta do cantor da noite ser o preferido da galera e que, coincidentemente, ele era o mesmo da noite passada, mas dessa vez, estava sem a banda. Só ele e o violão.


           — Você está conseguindo ver? — Neguei, tentando levantar a cabeça entre os corpos, aglomerados. — Também, quem mandou ser tão baixinho? Você me fode, Minnie. — Reviro os olhos.


            — Desculpa por existir, torre Eifell. — Ironizei.


            — Sobe aqui. — Apontou para um banco de madeira, recentemente abandonado por um casal, que foi embora. 


         — Nem ferrando! — Exclamei, não botando fé na segurança do "suporte".


     — Você não vai cair, bebê. — Insistiu, me fazendo suspirar, vencido.


        Suas mãos me ajudaram a subir na superfície e ainda fui obrigado a escutar seus comentários zombeteiros, de que eu finalmente tinha chegado a sua altura. O que não era mentira, honestamente dizendo.


        O cantor estava dedilhando o começo de Shalow, mas por estar com a cabeça baixa, olhando para os próprios dedos, eu ainda não conseguia contemplar sua "beleza tão excitante'', palavras de Kim Taehyung.


        Foquei meu olhar na pele de seus braços músculos, que estavam a mostra e franzi o cenho, com o sombreado de uma rosa no pescoço do homem… Eu acho que já vi aquela tatuagem em algum lugar!


       Meus olhos então, desceram para os dedos do rapaz, que tocavam o último acorde da introdução. Eu me lembro vagamente daquelas letras.


        Quando o cantor levantou seu rosto e sorriu para o público, deixando seus lábios liberarem sua voz suave na canção, eu arregalei meus olhos e a ficha de onde eu o conheci, caiu. Bem no meio da minha cara.


         — Não fode! — Murmurei, para mim mesmo. — Taehyung! — Cutuquei o modelo, recebendo sua atenção. — É ele!


        — O QUE? — Gritou, parecendo um velho com surdez. Revirei os olhos, tentando me inclinar para escorar em seu ombro. 


      O barulho estava muito alto, logo, ele só me ouviria se eu dissesse diretamente em seu ouvido.


         — É ELE! — Gritei, o mais alto que pude. 


       O modelo pulou, assustado com a altura e me deu um tapa na nuca, me arrancando uma risada.


          — Ele quem?


  — O babaca. — Olhei disfarçadamente para o homem e seu violão, ficando sem graça ao perceber que ele parecia me observar há algum tempo.


    Também, né? Um garoto que subiu no banco pra enxergar, roubava certa atenção.


   Taehyung abriu a boca, apontando com o indicador para o palco. 


     Puta que pariu!


         — Você quer uma pedra pra jogar lá e chamar menos atenção? — Abaixei sua mão, percebendo um riso discreto do vocalista.


          — Caralho! Não acredito que o macho escroto era o Jungkook. — Exclamou, em choque. — Ele parecia ser tão legal.



"Tell me something, boy

(Me diga uma coisa, garoto)


Aren't you tired tryin' to fill that void?

(Você não está cansado de tentar preencher esse vazio?)


Or do you need more?

(Ou você precisa de mais?)


Ain't it hard keepin' it so hardcore?"

(Não é difícil manter toda essa dureza?)



      — Só pode ser brincadeira! — Olhei para Taehyung, xingando todos os santos do mundo, por ser fluente no idioma da canção e entender o deboche da situação, naquele momento.


      O gatilho, gente.


      — Ele está olhando pra você. — O mais velho observou, caçoando.


     — Você acha que ele me reconheceu? — Indaguei, preocupado.


         — Ah, sim. Já te falaram que você é a cara dá Barbie? — Revirou os olhos para o meu desespero. — Não seja paranóico, Gato. 


        — Certo, é que isso é muito novo pra mim.


        — Eu sei, Ji. Mas tenta relaxar, sim? Aproveita o olhar do gostosão em você e curte essa voz maravilhosa. Fala sério, eu poderia gozar com ele cantando bem pertinho do meu ouvido.


          Gargalhei, concordando com o mais alto. Ele podia ser um babaca, mas com certeza, era um pecado em carne e osso.


      "I’m off the deep end, watch as I dive in

(Eu estou fora do limite, me assista enquanto eu mergulho)


I’ll never meet the ground

(Eu nunca encontrarei o chão)


Crash through the surface

(Me espatifo pela superfície)


Where they can’t hurt us

( Onde eles não podem nos machucar)


We’re far from the shallow now

(Estamos longe do raso, agora)"


       Cantarolo o refrão, junto com todas as outras pessoas, sorrindo.


         Taehyung esbarra o quadril em minhas pernas, me fazendo desequilibrar e apenas finge que nada aconteceu, anunciando que iria buscar uma cerveja para a gente.


      Hoje, aproveitando essa loucura, que talvez eu nunca mais faça na vida, não sinto nem vontade de negar a bebida. Só se vive uma vez, certo?


         Ao terminar a música, o tal do Jungkook me olhou e piscou. Franzi o cenho e até mesmo olhei para trás, para conferir que não era comigo e murchei, vendo um menino que parecia acenar na mesma direção.


     Claro, se o cantor me esnobou em minha melhor versão, por que diabos me notaria sendo o que ninguém desejava que eu fosse?


     Talvez o problema não fosse o gênero, e sim minha aparência. Apertei as mãos, chateado. 


       — Não surta agora, mas tem dois homens lindos olhando para nós. — Meu amigo anuncia, voltando com a garrafa de vidro nas mãos.


         Olho para a direção que o mais velho aponta com a cabeça e abro um sorriso, vendo o casal de amigos acenar e se aproximar da gente.


      Eles eram bonitos, admito. Nada que chegasse aos pés do músico escroto, mas, também não eram de se jogar fora.


      — Qual o seu? — Sussurrei rápido, antes que eles nos alcançassem.


       — O moreno. — Respondeu, rápido. 


       — Taehyung! — O citado cumprimentou, me fazendo lançar um olhar descrente para meu amigo. Eles claramente já se conheciam.


       Por que não estou surpreso? 


      — Hobi! — Abraçou o homem, sorrindo. 


      — Que surpresa agradável, te ver por aqui. — O tal do Hobi falou, me olhando.


    — Não me diga que sentiu saudades. — Revirou os olhos. Fiz cara de paisagem, sorrindo de volta. 


    — Da sua boquinha linda, principalmente. — Entrou na brincadeira, arrancando uma risada do meu amigo. 


       — Esse é o Jimin, meu melhor amigo e Jimin, esse é o Hoseok e o do cabelo azul, o Yoongi. — Nos apresentou e estendi a mão, para os garotos.


        — Devo perguntar de onde vocês se conhecem? — Arqueei a sobrancelha.


         — Os contratei em um programa, em um bordel no final da rua. — Respondeu simples. Arregalei os olhos, horrorizado.


         — Foi na festa de alguns amigos em comum, Jimin. — Hoseok confessou, enquanto o azulado gargalhava alto, zombando da minha careta cômica.


         — Você achou mesmo que eu iria para um puteiro? — Taehyung exigiu satisfações, indignado. Apenas dei de ombros.


        — Isso seria a sua cara, V. — Yoongi se pronuncia pela primeira vez, e eu concordo com sua fala.


        Que apelido é esse? E por que eu nunca tinha ouvido falar dos dois, já que de acordo com o modelo, ele me contava tudo?


     — Certo, a próxima rodada é por minha conta! — Hoseok anuncia, animado e eu e Taehyung comemoramos, brindando nossa garrafa vazia.


     — Você está tentando embebedar dois pobres garotos bonitos? — Meu amigo arqueou a sobrancelha.


        — Onde está o outro? — Tirou sarro, olhando para mim. — Só consigo ver um.


       — Certo, pela gracinha, você vai pagar duas! — Gargalhei, sendo acompanhado pelo homem de cabelos azuis.


       [...]


      Depois de quatro garrafas, muita risada e cantoria com a dupla que descobri ser muito engraçada, Taehyung e Hoseok nos deram um perdido, provavelmente indo para algum canto se pegar.


    E até me animei por estar sozinho com Yoongi, ele era realmente bem gatinho e parecia estar flertando comigo a noite toda, e claro, eu retribuí com todo o prazer. Talvez fosse meu dia de sorte.


      — Droga! — O homem xingou, irritado quando seu celular vibrou pela terceira vez, interrompendo a dança de nossos corpos colados um no outro. — Eu vou ter que atender, Lindo. — Suspirou, frustrado.


       — Certo, vai lá. — Dei um meio sorriso, abrindo espaço para que ele fosse realizar a ligação.


        A multidão já estava relativamente mais vazia, e por mais que não estivesse tão tarde, parte disso se devia ao fato de Jungkook ter anunciado que cantaria a última canção da noite. Pelo visto não era todo mundo que curtia a próxima banda que tocaria.


      Aproveitei que eu estava sozinho e já não precisava mais subir em uma cadeira para conseguir visualizar o palco, e me sentei descansando meu corpo. Porra, eu provavelmente não sentiria minhas pernas e nem meus pés, nos próximos dias. 


         Balancei a cabeça ao som da saideira, e juro que não estou doido, mas eu peguei o cantor me olhando. De novo.


      — Jimin, vou ter que ir embora. — O mais velho voltou, colocando as mãos no bolso, com a expressão chateada. — Me desculpa mesmo por isso, mas aconteceu… algo e precisam de mim, agora. 


      — Oh. — Abri a boca, surpreso. — Não tem problema, Yoon. Pode ir salvar o mundo. — Brinquei, mostrando que eu entendia.


     — Merda, eu realmente planejava ficar a noite toda com você, mas teremos outras oportunidades, certo? — Acariciou me rosto, deixando um selar no canto de minha boca.


     Eu acho que não.


     — Claro. — Entretanto, é o que respondo. — Eu aviso Hoseok que você precisou ir.


        — Obrigado, gato.


         Suspiro, me encontrando sozinho novamente. Observo o corpo baixo se afastar e acenar para mim. Aceno de volta, sorrindo.


         Quando percebi que a música ao vivo tinha sido substituída por um som gravado, observei o palco o encontrando vazio e imaginei que seria uma pausa, para que a nova banda assumisse o trabalho.


     — Seu namorado não deveria deixar um homem tão lindo, sozinho, por aí.


       Arregalei os olhos. 


     — Isso não foi nada sutil. — Comentei, me recuperando do choque de ter o tal do Jungkook, falando comigo, pela segunda vez.


       — O que? — Assobiou, se fazendo de bobo. Gargalhei.


       — Você me secou a noite inteira. Se queria saber se eu tinha namorado, era só ter perguntado. — Sorri, descansando meu rosto em meu punho, escorado na mesa.


      — Assim perde a graça. — Puxou uma cadeira, se sentando na mesma mesa que eu. 


     — Fica à vontade. — Ironizei, revirando os olhos com o auto convite.


      — Que gentileza! — Sorriu, cara de pau. — Você me entregou duas informações importantes: que você também estava me olhando e que você não está namorando.


     — Eu não disse que estava solteiro.


      — Então, você admite que estava me olhando? — Pisca, divertido.


      Abro a boca, pêgo no flagra.


       Certo, esse não parecia ser o mesmo babaca da outra noite.


      — Então você admite que também estava me olhando… — Confirmei, entrando no jogo. O cantor sorriu para mim.


      — Isso não é um segredo. — Deu de ombros. — Você é muito bonito para não ser observado.


       — Obrigado, você também não é de se jogar fora. E só para esclarecer, eu não tenho namorado.


      — Eu sei. Conheço o Yoongi. — Confessa.


    O olho, desconfiado.


       — Conhece? — O tatuado confirma. — Isso foi só uma desculpa pra se aproximar? — Arqueio a sobrancelha.


       — Oh, não! Você me pegou. Mas se posso usar como justificativa, eu não via a hora de poder conversar com você.


      — É mesmo? — Sorri, interessado.


      — Você me lembra alguém. — Me encarou, seriamente.


      Engoli em seco, sentindo meu coração acelerar. Não é possível que ele me reconheça, certo?


        — Me lembra o garoto bonito que vai me passar o número dele, porque pela primeira vez em muito tempo, eu estou realmente interessado em conhecer alguém melhor.


        Soltei o ar.


       — Que brega! — Gargalhei. — Você vai me pedir em casamento e dizer que foi amor à primeira vista?


      — Você tem senso de humor e língua afiada, eu realmente estou encantado com você. — Sorriu, grande.


      — Onde está o perfil de roqueiro tatuado, que não se encanta e só beija qualquer rosto que estiver na frente?


       — As aparências enganam. — Deu de ombros. 


     Que irônico, vindo do cara que me ofendeu, por eu ser a Barbie.


     — Mas, ainda sou um roqueiro tatuado que quer te beijar.


       — Porém…? — Incentivei, vendo-o morder o próprio lábio inferior.


      — Acho que vou me arrepender se isso se transformar só em uma ficada.


        — Você é muito apaixonado. — Me aproximei de seu rosto.


        — E você é muito difícil. 


        — Está disposto a me fazer ceder? — Pisquei para o homem.


       — Me diga seu nome e eu prometo que vou me dedicar a essa tarefa árdua. 


       — Park Jimin. — Sussurrei.


       — Jeon Jungkook. — Respondeu, concentrado em meu olhar.


       — Eu sei, parece que o nome que está por toda parte hoje, é o seu. — Soltei impulsivo e apontei para os panfletos espalhados pelo ambiente,  me arrependendo ao ver sua expressão de desentendimento. 


        — Jimin! — Escuto meu melhor amigo gritar meu nome, surpreso ao ver minha companhia. — Jungkook. — Cumprimenta.


     — Taehy. — Sorri de volta. — Por que nunca trouxe seu amigo aqui, antes?


       Filho da puta. Porque ele não me disse que conhecia o músico?


      Semicerro meus olhos, recebendo um sorriso amarelo.


       — Acredite em mim, eu tentei. — Responde, se virando para mim. — Vamos? Hobi disse que vai deixar a gente em casa.


       Assenti, me levantando.


      — O telefone não vai mesmo rolar? — Nego, sorrindo. — Eu canto por aqui todas as sextas e aos sábados. 


      — Jimin, foge. Esse aí quando gruda, é pior do que chiclete. — Debochou, dando um soquinho no vocalista.


      — Não fale mal de mim, V. — Mostrou a língua. — Mas é sério, Jimin, apareça por aqui no próximo final de semana.


       — Vou tentar. 


       — Você não vai querer perder a oportunidade de me ver de bigode. — Me olhou, sugestivo.


       — Vai ser uma festa a fantasia. — Hoseok explica.


        — Mas só vale para se for de bandas ou cantores dos anos 70 aos 90.


        — Freddie Mercury? — Olhei para Jungkook, este que confirmou. — Estou realmente tentado a te ver desse jeito. — Sorri.


       — Posso até cantar Love of my Life pra você. 


       — Eu vou vomitar. — Hobi brinca, sendo acompanhado pelo modelo. 


      — Idiotas. — Neguei, acenando para o cantor. — Adeus, Jungkook.


       — Até breve, Park Jimin.




Notas Finais


O que acharam? Vídeo que me inspirou pra colocar shallow e achei que combinou muito com a história do Jimin, está lá em cima.

Me perdoem qualquer erro! O assunto da fic vai ser bem delicado mas vou tentar tratar do melhor jeito que eu conseguir, e ainda vou preparar uma nota especial para explicar qual é a minha intenção postando esse tema aqui, mas isso bem lá na frente...

Por enquanto é só, comentem oq esperam ver, oq acharam, oq vcs quiserem. Hahaha. Adoro ler oq vcs escrevem!!!!

Qual dia para att, fica melhor pra vcs? Eu estava pensando em sexta ou sábado. Oq acham?

Postando na força do ódio pq o Spirit bufou minha escrita e ainda postei o capítulo em BABY sem querer kkkkkkkkrindodedesespero


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