Naruto olhava para o casal, não conseguia sair daquele consultório sem antes conversar com ele, precisava falar com o alpha Uchiha custe o que custar.
Mika sorria olhando para Nejiko, a menina bocejava anunciando que logo adormeceria, Neji contava tudo que aconteceu desde o nascimento dela. Mika estava visivelmente abalado com tudo que aconteceu, mas não deixava de sorrir para sua filha, e observando tudo estava Tobirama, enquanto um estava abalado, o outro estava irritado, novamente tinha perdido alguém para Mikaku Uchiha, mas dessa vez ele tinha a maior carta na manga.
- precisamos ir. - Tobirama avisou. - Nejiko ficou o dia inteiro aqui, precisa de banho e comer...
- sim, vamos. - Neji segurou a mão de Mika. - você vem junto. Não é?
Mika olhou para Tobirama esperando por alguma resposta, o alpha Senju deu de ombros e saiu de seu consultório.
- vamos logo. - Neji o puxou.
Mika saiu do quarto de Neji, Tobirama e Naruto o esperavam na sala para conversar ou que ele fosse embora, graças a todos os deuses Tsunade e Hashirama estavam fora, Mika caminhava pela sala e olhou para os dois, Neji e Nejiko agora dormiam serenos no quarto, o alpha Uchiha estava pensativo, não era algo tão fácil de se digerir.
- Mikaku.
- por que não me disse? - Mika perguntou.
- que diferença ia ter? - Tobirama perguntou sério. - Você se divorciou e foi atrás de outro ômega, se amasse Neji estaria aqui com ele, algo que não fez.
Mika o olhou incrédulo de suas palavras, mas era verdade. - eu... eu ia... Izuna apareceu e eu.
- sempre tem uma desculpa, não é? - Tobirama riu nasalado. - não importa o que aconteceu ou o que vai acontecer, de uma coisa tenho certeza. Neji é a minha esposa. Principalmente agora que está debilitado...
- ele não sabe o que está acontecendo, vai se esquecer de tudo que aconteceu novamente. - Mika o encarava esperando que compreendesse onde ele queria chegar
- e eu vou estar lá para lembrá-lo, acho que deve voltar para seu ômega grávido. - Tobirama falou com desdém.
O alpha Uchiha o olhou. - como sabe que Izuna está grávido?
Tobirama deu de ombros. - somos amigos, sabe disso. Ele nos apresentou...
Mika o olhou, respirou fundo e saiu da casa, parou em frente ao seu carro e se sentou no chão, diversos sentimentos passavam por ele, desde raiva a alegria. Naruto apareceu e o olhou, não sabia se deveria dizer algo, afinal, Mika parecia estar em um momento muito conflitante.
- você sabia de tudo isso?
- sabia. - Naruto respondeu
Mika suspirou alto e irritado. - a minha vida está um caos, Neji está cada dia pior e... - Mika cobriu o rosto tentando não parecer patético.
- eu sinto muito. - Naruto falou com pesar. - eu sinto que não deveria ter aceitado ser sua barriga de aluguel, mas... minha mãe esta tão feliz agora, eu não me arrependo. Mas foi um momento decisivo em sua vida...
- todos temos esse momento decisivo, não te culpo. Na realidade a culpa é minha, eu fiz isso acontecer... eu escolhi obedecer, ao invés de ser o alpha que todos esperavam que eu fosse. Acho que eu nunca fui alpha, ou homem, eu ainda sou um garotinho mimado que ouve tudo e obedece. - Mika se levantou e o encarou. - e eu vou arrumar essa merda.
Naruto se assustou com o olhar dele, uma olhar determinado, Mikaku Uchiha nunca pareceu tão sexy como agora. O ômega engoliu engoliu seco, Mika sorriu tirando a cabeça dele.
- obrigado por cuidar de Neji, eu assumo daqui.
- você vai ficar?
- Vou, eu não vou sair daqui
- Uchiha-sama!
Naruto viu Shizune e os gêmeos que vieram correndo desengonçados na direção de Mika choramingando. O alpha se abaixou pagando os filhos e os beijou.
- por que vocês estão chorando meus amores? - Mika sorriu olhando para os bebês.
- pa, pa..
- o papai está aqui. - Mika sorriu e olhou para Shizune. - Madara sabe que está aqui?
- Não. O que planeja?
- o que eu deveria ter feito antes.
Mika o olhou, Naruto se manteve ali esperando e por fim o alpha se afastou com sua babá, Minato tinha acabado de chegar com Tsunade e olhou para Mika, olhou para Naruto e então olhou para os gêmeos brincando no colo do pai.
Minato se lembrou da conversa que teve com Naruto ao longo desse ano.
"- ele...
- ele?
- o alpha, ele era bonito?
Instantaneamente Naruto pensou em Mika, o ômega se lembrou de Mika na varanda fumando, não sabia dizer porque pensou nosso, mas era o momento que Mika estava mais relaxado já que não dormia direito, eram pouco os momentos que Naruto conseguia vê-lo calmo e quieto.
- ele...- Naruto engoliu em seco e sorriu.- é lindo, é o alpha mais bonito que eu já tinha visto, tinha o péssimo hábito de fumar e ser sarcástico, mas tudo isso é porque ele sofria de insônia crônica. Ele tinha cabelo preto, olhos vermelhos, os feromônios dele era... maravilhosos...
- você se apaixonou por ele?- Minato perguntou sorridente.
- não, eu não podia...- Naruto o olhou.- mas eu vivi momentos únicos ao lado dele que eu jamais pensei que viveria ao lado de algum alpha...
- e por que não podia?- Minato perguntou, Naruto estava sendo tão sincero que ele não pode deixar de saber.
- ele era casado.
- NARUTO!
- eu... eu não sabia, aconteceu e bom, acabou assim que eu soube.- Naruto mentiu.
Minato sorriu largamente.- eu não acho que você deveria ter só esse... brinquedo, quando seu cio chegar isso não vai ser o suficiente. Nós podíamos ir comorar mais o que acha?
- de maneira nenhuma eu vou num sexshop com voce!
- por que não?!- Minato fez bico.- então podemos comprar online.
- eu cuido disso, pode deixar
.
.
.
Minato puxou Naruto para uma área reservada. - o que aconteceu? Alguém te falou alguma coisa ou fez algo?
- não...
- então o que foi?
- se lembra do alpha que eu conheci enquanto trabalhava?
- lembro...
- Mika é o alpha que eu conheci naquelas viagens. Ele é o alpha com quem eu me envolvo...
Minato arregalou os olhos. Mika estava conversando com um casal, Minato o olhava e teve uma ótima ideia, afinal, Mika era o alpha solteiro que queriam que Naruto conhecesse."
Minato entrou na casa pela porta lateral e foi direto para o quarto de Naruto. Seu filho demorou um tempo, mas apareceu, Naruto estava exausto e ficar no mesmo lugar que Mika era desgastante.
- Você realmente dormiu com Mikaku Uchiha?
Naruto virou e olhou para Minato sentado sentado sua cama, sem entender o motivo daquela pergunta tão desnecessária, ele respondeu: - sim.
- esses dois... os gêmeos dele, são seus filhos?
- não.
- Naruto.
- eles não são meus, são da esposa que está doente. Eu... fui amante dele, eu... sabia. Eu sabia que ela estava grávida e eu fui egoísta pois eu o amava.
Minato se levantou indo até ele e o acertou com um tapa. - aquele dinheiro, era seu por estar se prostituindo?
Naruto o olhou negando com a cabeça. - não, eu não me prostitui.
- não vejo outra opção, era uma quantia muito grande, foi isso? - Minato o agarrou pelos braços e o sacudiu. - Você era o ômega particular daquele alpha?! Você se vendeu?! Foi isso não é?! Um casinho meia boca e o dinheiro era para te calar.
- não! Eu não me vendi!
Minato não entendia o porque, talvez fosse o famigerado instinto materno, ele não acreditava em nenhuma palavra dita por Naruto. - eu não te entendo Naruto, para alguém que dizia que jamais ia deixar um alpha tocá-lo, você se envolveu logo com um casado, era isso que faltava? Que te oferecessem dinheiro?
- não.
- então por que?!
- porque eu o amei! - Naruto falou sem pensar, agora que disse ele não conseguia voltar atrás. - eu o amei...
Minato o encarou. - amou?
- eu quis, não foi por dinheiro, foi porque eu o amava e eu quis. Assim como fez com Kakashi, ou você é a prostituta dele? Ou foi a prostituta da Kushina?
Naruto se calou ao receber outro tapa, dessa vez mais forte. Minato estava em choque, irritado, antes que cometesse uma besteira preferiu sair do quarto dele, Naruto olhou para a porta, engoliu em seco pronto para ir atrás de Minato, mas ele parou ouvindo o choro de Nejiko, se apressou para ir até o quarto de Neji, ao entrar viu o ômega Hyuuga de pé com a filha no colo. Naruto ponderou, não precisava entrar então pensou em ir chamar Mika, afinal, com Neji acordado seria mais fácil ter outra pessoa para cuidar dos gêmeos.
Neji o olhou. - agora eu sei o seu segredo.
Naruto virou e o olhou. - meu segredo?
- por que mentiu para sua mãe?
- eu não menti.
- Você tem cheiro de gengibre e pêssego.
- e? - Naruto tentava se manter calmo.
- esse é o mesmo cheiro da barriga de aluguel que o Madara contratou. Eu senti esse cheiro em Mika logo depois de te foder. - Neji olhava para a bebê em seus braços. - eu ouvi sua conversa com a sua mãe. Mafuyu e Juno são seus filhos, não é?
Naruto fechou a porta do quarto, Neji logo perderia essa lembrança então por que não?
- sim, eu os tive por dinheiro.
Neji o encarou. - então esse tempo todo você esteve aqui sabia quem eu era?
Naruto concordou com a cabeça. - s-sim...
- então você sabia quem ele era e o que significava para mim...
- Neji, eu fiz tudo sob um contrato eu...
- você disse que o amava...
- eu disse isso apenas para minha mãe me deixar em paz. Eu soube sobre você quando eu estava no casarão, Madara-aama falava muito de você e Mika... O modo apaixonado coko ele dizia seu nome, eu sabia que estava me envolvendo em algo perigoso,as eu precisava saí daquela vida, precisava dar um conforto a minha mãe. Eu sinto muito, mas não me arrependo... eu faria de novo e quantas vezes fosse necessário para manter a minha mãe a salvo, tudo que eu fiz foi por amor.
Neji o olhou. - por favor. Vá embora...
Naruto mordeu o lábio inferior deixando algumas lágrimas escaparem, se virou pronto para sair correndo quando ouviu a voz dele.
- diga a Mikaku para ele ir também. - Neji avisou.
O ômega Namikaze saiu correndo, desceu as escadas e correu para fora pegando todos que estav na sala de surpresa, Mika se levantou ao ver o ômega correr. Olhou para a escada e subiu com os gêmeos no colo, entrou no quarto de Neji e o olhou, o ômega estava sentado e chorava baixo para não acordar a bebê.
- Neji.
- eu não quero te ver.
- por que?
- você pagou aquele ômega para me vigiar?
- o que?
- Naruto, ele é sua barriga de aluguel. Além de ter parido seus filhos agora vai ficar me vigiando?
- não. Eu não sabia que ele estava aqui com você, eu não paguei ninguém neji.
Neji olhava para os gêmeos brincando, eles olharam para o ômega com a bebê no colo e deram risada.
- mama! Maaa! - Juno gritava animada pedindo colo.
- eu sinto muito, por favor vá embora. - Neji pediu choroso.
Mika o olhou. - tudo isso por causa de uma barriga de aluguel? Eu sei que não fui o melhor amigo ou namorado, mas eu te amo, isso é inegável, não posso voltar no tempo e desfazer tudo que eu fiz, só posso continuar vivendo o presente e planejando o futuro, e você está nos meus planos.
- quer que eu viva com seus filhos? - Neji o encarou. - os filhos daquele ômega, da sua ex-esposa e de Izuna?! Mikaku você nunca me amou, tivemos milhares de chances de fugir e ir para o mais longe possível deles, essa briga nunca foi nossa, essa briga era dos nossos pais. Você quis isso, esses ômegas, essas aventuras enquanto eu só pensei em você.
- pensou em mim? - Mika perguntou com desdém. - você também pensava que mim quando ia se encontrar com Itachi? Lembra disso.
- foi só uma vez.
- uma vez? - Mika riu. - uma vez por semana, ou você acha que eu não sabia disso? Mas o que eu podia fazer? Eu te amo muito e só posso aceitar, somos assim, quando não estamos felizes vamos atrás de algo, eu fiz isso, Izuna, Toneri e outros ômegas, eu fiz isso, mas nunca deixei de pensar em você. Quer que eu vá? Eu vou, só que eu não posso mais continuar assim, ou ficamos juntos ou adeus.
- está me dando um ultimato?
- estou apenas te pedindo que entenda o meu lado pois eu sempre entendi o seu, sei que não estava lá, sei que jamais ficamos juntos, éramos amantes. Porque eu tive que me casar com a Ino por dinheiro, eu errei, deveria mesmo ter fugido, mas olha para eles. - Mika olhou para os seus filhos. - eu não me arrependo de tê-los, me arrependo que eles não sejam seus.
Neji abaixou a cabeça começando a chorar, Nejiko acordou olhando para sua mãe e chorou também, os gêmeos que não entendiam o que estava acontecendo então choraram em solidariedade, Mika se aproximou de Neji beijando sua cabeça. Os gêmeos tentavam abraçá-lo, o ômega levantou a cabeça recebendo um selinho rápido, Mika também deixava algumas lágrimas caindo. Tobirama e Shizune observavam tudo da porta.
- Mikaku-sama. - Shizune o chamou. - precisamos ir.
- por favor não.- Neji pediu choroso. - eu...
- vá com ele. - Tobirama falou. - apenas vá, Mika.
.....
Obito entrou no quarto e o olhou por um tempo, desde que foi levado até ali Madara permanecia ao lado de Indra, mesmo que houvesse uma enorme chance do alpha jamais acordar, ele ficou ali velando seu sono, foram anos sem saber de seu paradeiro e agora estava ali, Madara pensou durante muitos anos como seria se Indra voltasse para sua vida, Mika teria tido uma mãe e um pai, uma infância normal onde ele pudesse brincar com outras crianças, ser mais sociável e talvez fazer escolhas melhores, Madara teria seu marido e outros filhos.
Por mais que pensasse em tudo isso, Madara não se arrependia de nada, ele fez o que deveria fazer para proteger ele e seu filho, conquistou um império gigantesco, conquistou o respeito e admiração, ele viveu entre alphas onde era invejado, Madara lutou por tudo isso, passou porsituações difíceis, mas ele venceu.
Se Indra estivesse ao seu lado, ele não seria Madara Uchiha, o alpha que construiu seu legado. Não, ele seria Madara Otsustuki, a esposa de Indra.
Madara fez o que deveria ser feito, sofreu muito, mas isso só o tornou mais forte. - vai ficar aí me olhando sem dizer nada? - Madara olhou para Obito.
- sinto muito, você parecia pensativo. - Obito respondeu se aproximando dele.
- me atualize. - Madara pediu voltando a olhar para Indra.
- Mikaku está nesse momento com Neji e Tobirama, aparentemente ele estavam em uma consulta para saber o que há de errado com Neji. - Obito comunicou.
- ele sabe sobre a filha? - Madara o olhou pelo canto dos olhos.
Obito negou com a cabeça. - ainda não.
- então é questão de tempo agora... - Madara comentou.
- sim... - Obito o olhou. - Madara, eu...
- seja o que for, pode esperar, eu não posso sair daqui por enquanto. - Madara suspirou se encostando na poltrona.
- Você vai mesmo fazer isso?
- vou... é ridículo se pensar nisso, mas sim, wu vou fazê-lo...
Obito o olhou e engoliu engoliu seco, durante todos esses anos Obito esteve ao lado de Madara, como amigo, conselheiro e principalmente seu parceiro, para Obito a volta de Indra significava que ele jamais ia ter Madaea novamente. - eu vou cuidar da empresa, me ligue quando terminar.
- cuide dos meus meninos até lá. - Madara pediu.
- sim, senhor Uchiha. - Obito falou sem perceber, Madara o olhou, não entendia o porquê Obito estar assim. - acha que ele vai acordar?
- não custa tentar. - Madara comentou, para ser totalmente franco era apenas uma lenda estúpida que deu origem a um conto de fadas.
O beijo da vida, na verdade era uma versão mais inocente do que realmente acontecia, as histórias passadas por gerações eram que ômega e alphas marcados tinham uma conexão mais do que física, tudo começou há 500 anos atrás, quando um ômega foi atingido por um raio, ele se machucou ao ponto de ficar ficar coma por dias, o alpha dele ficou desolado e pediu que deixasse que tivesse o último momento íntimo.
Durante o ato o ômega acordou, mais forte e completamente recuperado. Para Madara isso era algo absurdo, mas anos e anos alphas continuavam a trazer seus ômegas de situações comatosas, mas nunca um ômega fez isso.
- boa sorte com isso. - Obito falou sem ânimo algum.
Madara o olha, o ômega esperava alguma reação, estavam juntos a anos, anos!
Mas Obito não fez nada, claro, Madara sempre soube que nunca iria ser de fato desse alpha, Obito precisava seguir em frente, agora que ia se casar, ter um filho, Madara não podia ser egoísta a esse ponto.
- obrigado, feche a porta ao sair.
Obito concordou, olhou para Indra. - espero que ele acorde, você merece ser feliz e saudável, Mika merece saber quem esse homem éde verdade. E o que aconteceu. - e saiu fechando a porta,
Madara não gostava muito dessa ideia de "acordar", mas Mika tinha se empenhado para trazer Indra até ele, para que ficasse saudável e bem, Madara também queria que seu filho conhecesse o pai, não era justo com nenhum dos dois o que aconteceu. Madara se levantou sentado ao lado dele dando um beijo em seu rosto, sua pele estava gelada, sua respiração é artificial, Madara se ergueu e engoliu em seco deixando as lágrimas caírem.
Era seu par, metade de sua alma, seu alpha, seu destinado, durante anos ficou e ele ao seu lado, no começo foi tão difícil viver sem ele, foram os piores meses de sua vida, tudo que lhe aconteceu foi tão horrível que ainda o assombrava nos dias atuais, isso se comparando a vida que Madara tinha antes de conhecê-lo, mas com o tempo a dor em seu peito se tornou um formigamento que incomodava de tempos em tempos, um atordoamento, apenas isso, Madara tentou, ele tentou seguir em frente, com outro alpha, com Obito, mas nenhum substituiu Indra, por mais que Madara o amasse jamais seria Indra.
- eu não sei como funciona isso ou se vai funcionar de fato, não sei se me ouve, queria que soubesse que foram mais de vinte anos sem te ver, sem saber se estava vivo ou morto, tudo que eu sentia era um formigamento, meu corpo se sentia entorpecido, eu sei... eu sei que eu te induzi a tudo, que eu te seduzi, te dei um filho, o casamento não foi perfeito, mas eu realmente te amava Indra. - Madara tocou o rosto dele fazendo carinho em sua bochecha. - eu amo você, eu sofri durante todos esse anos sem sua presença, sem poder dizer ao meu filho que eu era sua mãe. Eu segui em frente pensando que estava morto, me envolvi com outro alpha, mas... não... me arrependo do que fiz, não me arrependo de ter mentido, porque você estava morto. Eu acho que deveria continuar assim... - Madara se aproximou dele tirando a máscara de oxigênio e o beijou. - bons sonhos doce príncipe. Eu não preciso de você na minha vida... não mais.
Madara se afastou, era a decisão certa, sem Indra na sua vida ele poderia viver como um alpha enquanto desejar, mentiria para Mika dizendo que tentou de tudo, mas infelizmente esse alpha dominante não passava de um vegetal.
.....
Hinata olhava para o quarto olhando a planta do projeto, hoje tinham ido até ali medir e planejar, a ômega estava ansiosa, passou a mão na barriga e mordeu o lábio inferior. Ouviu o barulho da porta, sorriu indo receber quem chegava.
Obito entrou no apartamento, era aconchegante chegar em uma casa e ser recebido com tanto carinho.
- bem vindo de volta! - Hinata sorriu.
- tudo bem?
- tudo sim, Kakashi passou aqui hoje com o estagiário dele. - Hinata falou meio desgostosa, então começou a contar como foi seu dia enquanto pegava algo para os dois comer.
Obito entendeu que Sasuke esteve ali, observava a felicidade dela contar os detalhes do quarto e como estava ansiosa para ter logo seu bebê, Obito observava como Hinata estava realmente feliz, seu sorriso era contagiante. Nesses anos todos nunca se sentiu assim, com uma felicidade contagiante.
Viveu em um relacionamento secreto, encobrindo uma farsa, contando mentiras e criando segredos, ele estava cansado disso. Cansado de viver tendo que passar por situações arriscadas, cansado de ter que tomar cuidado com o que diz. Com a volta de Indra, com Mika descobrindo sobre os pais e sobre Nejiko, Obito estava livre, estava velho demais para isso e só queria viver sossegado.
- Hinata?
A ômega parou e o olhou. - desculpe, eu estou te entediando? Estou falando demais não é? - Hinata colocou os pratos na mesa. - me desculpe, eu me empolguei.
Obito se aproximou. - você não está me entediando, muito pelo contrário, estou animado em ouvir tudo que tem a me dizer.
Hinata sorriu meio envergonhada. - sério?
- sério... - Obito se aproximou mais e a beijou rapidamente, um amasso ousado e sem escrúpulos, tinha feito algo sem o consentimento dela e provavelmente seria repreendido ou levaria uns bons tapas.
Contrariando qualquer pensamento que Obito teve, Hinata não o repreendeu, e menos ainda lhe deu uns bons tapas assim ele se afastou, ela sorriu corada mordendo o lábio inferior. O "casal" se encarou, a ômega vinha pensando nisso há um tempo, ter um contato íntimo com Obito, Hinata não era cega, ela olhava para o alpha com desejo, precisava seguir em frente e porque não com Obito?
O Uchiha era compreensivo, companheiro, amável, sempre a apoiando e era tudo que Hinata queria em um parceiro, não foi o começo mais promissor, longe disso, mas, podia ser o suficiente para um final feliz, então ela o beijou.
Obito não recuou, era apenas um selar, mas sucedeu a um beijo romântico, ele a segurou puxando para perto, sua bocas se moviam em sincronia, Hinata abraçou seu pescoço aprofundando o beijo, colando seus corpos o casal ficou ali durante um tempo. Sasuke, Madara e todos os problemas que ficassem no passado.
- eu gosto de você. - Hinata falou com sinceridade.
- eu gosto de você...
Ela sorriu e o beijou novamente.
Obito entrou no escritório, todos os funcionários o olharam ficando perplexos, era a primeira vez que viam o alpha feliz, Obito exibia um sorriso largo mostrando os dentes. Sim, ele estava muito feliz, na noite passada Hinata e ele tiveram uma longa conversa, trocaram beijos, gracejos e estavam prontos para um relacionamento sério. Sem segredos. O acordo ainda estava de pé, caso essa relação não fosse para frente, mas Obito estava otimista.
- bom dia, bom dia a todos. - o aloha disse em alto e bom tom.
- b-bom dia chefe.
Era a primeira vez que eles os cumprimentava, definitivamente algo estava errado, talvez demissões em massa. Obito continuou seu caminho até a sala de Madara, pegou seus recados e entregou seu casaco para a secretária e entrou no escritório. O cheiro de cigarro atraiu sua atenção, Obito fechou a porta colocando sua pasta sob a mesa e caminhou até o rapaz, Mika estava em pé fumando enquanto olhava para a vista que só aquele escritório tinha.
- você sabia sobre Neji e a menina?
Obito olhou para Mika. - aconteceu alguma coisa?
Mika o olhou, estava ali desde cedo, precisava de conselhos antes que fizesse alguma besteira. - você sabia?
- sabia. - Obito continuava o encarando. - o que houve?
- as mesmas merdas de sempre. - Mika voltou a observar a vista. - minha vida está um caos.
- e quando não está? - Obito perguntou enquanto arrumava alguns papéis. - desde que descobrimos que você é um alpha dominante sua vida parece uma novela mexicana, o enredo é péssimo e de mal gosto.
- quando souberam que eu era um alpha dominante? - Mika preferiu conversar sobre outro assunto.
Obito ponderou. - quando você tinha nove ou dez anos. Sei que foi por volta dessa época, os médicos ficaram fascinados ao verem com os próprios olhos um alpha dominante. - Obito o olhou. - eu sei que não esta aqui para saber sobre isso, o que aconteceu?
- eu vou fazer a coisa certa, chega de segredos, chega de me envolver com ômegas, Deus, até parece que eu quero um hárem. Eu vou conversar com todos eles, botar a cara a tapa e viver sossegado. Acabou a novela, o circo, seja lá como chamam essa merda. Eu quero viver em paz, eu quero fazer as escolhas certas. Eu vou falar com ele antes de tudo... mas eu precisava falar com você primeiro. - Mika se sentia criança de novo quando aprontava algo e ia até Obito para pedir ajuda.
- e eu sei que vai fazer a coisa certa. - Obito sorriu. - Fikho...
Mika o encarou e sorriu ao ser chamado assim
- o que foi? - Obito perguntou confuso. - eu disse algo errado?
- n-não, pai.
- pai?
- Você é meu pai.
- o que? - Obito perguntou qinda mais confuso
- Você é meu pai, eu sempre te vi assim, como meu pai, mais até do que Madara, independente de sangue ou não, você estava lá quando nem mesmo a minha mãe estava, ou meu pai de mentira, você estava lá, Madara não, o senhor me ajudou muito durante todos esses anos, você cuidou e ainda cuida de mim. Obrigado por tudo pai. Obrigado mesmo... eu... sei que não fui perfeito, eu fui um pirralho mimado e insuportável, só percebo isso agora. Se eu pudesse voltar no tempo eu próprios me daria uma surra, me desculpa por todas as dores de cabeça que você teve, coisas que nem mesmo Madara sabe, obrigado por tudo. Por cuidar da minha filha, do meu ômega, eu te devo a minha vida. É como dizem, pai não é só aquele de sangue, mas aquele que cria, que cuida, e o senhor fez tudo isso por mim.
Obito mordeu o lábio inferior deixando algumas lágrimas escaparem, Mika sorriu, se aproximou e o abraçou. Os dois alphas ficaram ali por um tempo, Obito precisava daquilo, mais até do que imaginava.
Madara permaneceu naquele quarto, Indra não teve nenhuma mudança em seu quadro clínico, nem melhorou e nem piorou, permaneceu o mesmo. Madara permanecia ali apenas de fachada, se fazendo de bom ômega, mas logo iria sair, tentaria conversar com algum médico pedindo que deixasse que o alpha fosse embora, viver dessa forma era desumano.
Então permaneceu ali durante dias, estava exausto, mas ele precisava ficar, tinha feito amizade com a equipe médica, todos o conheciam e admiravam o esforço de Madara para cuidar do "amigo", foi assim que Madara apresentou Indra, como seu amigo. Ninguém precisava saber que ele era um ômega, e assim seria.
Cansado de ficar tanto tempo sentado, ele se levantou indo até o banheiro acoplado ao quarto. A suíte de hospital era aconchegante, Madara dormia em uma poltrona reclinavel, tomava banho e comia no quarto, Shizune levava roupas e algumas vezes seus netos até ali, mas ficavam por pouco tempo. Passava a maior parte do tempo mexendo no celular ou no notebook, lia alguns livros, quando ficava de saco cheio de ficar no quarto ele ia caminhar pelo hospital, conversava com os acompanhantes na sala de espera, ia ao refeitório e voltava para o quarto.
Hoje seria mais um dia entediante, Madara lavou o rosto, pegou a toalha e o secou, apoiou suas mãos no mármore da pia e fechou o olhos, estava com sono, talvez fosse melhor tirar um cochilo, sem saber o porque seu coração acelerou, batia com força fazendo ficar ofegante, suas pernas ficaram pesadas e ele sentiu franqueza. Um ataque cardíaco?
- Madara?
O ômega levantou a cabeça e olhou para para Indra pelo espelho, estava ali, bem atrás dele, poucos centímetros o separavam. O alpha o olhava com fascinação começando a tocar seu corpo de forma lenta e erótica.
- ai meu Deus...- Madara suspirou ao sentir ele tirando sua roupa. - n-não...
Indra sorriu maldoso colando seu corpo ao dele, o alpha adentrou suas mãos pela camisa do ômega, tocou seu peito enquanto beijava seu pescoço lambendo sua pele, mordendo. Madara gemeu baixo virando o rosto para beijá-lo, Indra lambeu a boca do ômega antes de beijar, algo que o alpha sempre fazia antes, Masaea sorriu e o beijou finalmente sentindo o gosto de seu marido, menta e cravo da Índia, o ômega sentia as mãos dele percorrendo seu corpo e indo para baixo, sua calça caiu, ele sentiu em sua bunda a ereção de Indra.
Madara não teve tempo suficiente para reagir, quando se deu conta o alpha o penetrou de uma vez, o ômega gritou e se debateu.
- Me solta! Me solta!
Indra continuou a se mover, agarrou o cabelo dele fazendo Madara olhar para o espelho.
- você não vai me abandonar.
Madara acordou assustado, olhou para o alpha no leito e engoliu em seco, não tinha notado que dormiu, olhou ao redor notando que já estava de manha. - eu vou enlouquecer... - se levantou indo para o banheiro e lavou o rosto.
Pelo espelho Madara conseguia ver Indra deitado, pegou uma toalha de rosto e secou suas mãos, olhou para o seu reflexo e suspirou.
Saiu do banheiro sendo pego no colo, Madara se debateu e o olhou, Mika sorria maldoso.
- ah! Seu louco quer me matar de verdade agora?! - Madara perguntou irritado. - Já não basta o susto que me deu trazendo seu pai para cá?
- desculpe. - Mika o colocou no chão. - tudo bem?
- não, não está tudo bem, eu quero ir pra casa
- vá, eu fico com ele.- Mika se afastou olhando para Indra. - Não deu em nada?
- não. - Madara suspirou.
- como você está? - Mika olhou para sua mãe.
- exausto, muito exausto...
- vá para casa, desculpe colocar essa situação em seus ombros.
- o que você fez? - Madara cruzou os braços.
- nada. Pelo menos não ainda...
- soube que conheceu Nejiko... - Madara observou as feições de Mika ficarem serenas. - mais um filho.
- é... - Mika olhou para Indra. - vocês pensaram em ter outro filho?
Madara não entendeu bem a situação toda, Mika sendo filho único já tinha sido complicado, o ômega suspirou sentando na poltrona e segurou a mão de Indra.
- sabe... - Madara olhou para o filho. - Indra e eu queríamos ter tido outro filho enquanto você era pequeno assim cresceriam juntos, era o plano depois da viagem, Indra dizia que você não merecia passar sua infância sozinho, e antes que isso acontecesse ele desapareceu, naquela época, dias depois eu passei mal, fiquei de cama e foi quando eu descobri que estava grávido novamente. - Madara desviou o olhar para Indra. - eu... Hagoromo foi bem categórico sobre você e aquele bebê.
- o que ele fez?
- ele te levou embora, eu fui até uma casa onde te levaram... - Madara parou de falar olhando para o nada. - eu só lembro de acordar, tudo doía e Obito me vigiava junto de uma equipe médica, eu perdi o bebê e fiquei meses procurando por você. Te encontrei em um orfanato em Hikkaido onde morei antes de conhecê-lo, fizemos os testes de DNA comprovando que você era filho de Indra, então moramos um tempo com os Otsustukis, mas eu não suportava aquilo e seguimos nossa vida sendo Uchihas, pois era mais seguro, eu peguei o máximo de dinheiro que eu consegui e viemos para Tóquio. Eu, você e Obito.
Mika olhou para Madara. - obrigado por tudo que fez por mim, sério, eu sei que foi difícil viver dessa forma.
Madara engoliu em seco. - você vai ficar com Neji?
- não sei, ele é casado, tem a menina e ele está doente. Tobirama não aceita se divorciar, eu quero ir conversar com Hiashi.
- não.
- não é você que decide mãe, eu vou fazer isso, acabou a novela mexicana que transformaram minha vida.
- E Izuna? - Madara perguntou erguendo uma sobrancelha. - Você vai simplesmente abandoná-lo?
- Izuna fugiu
- ele esta com medo, você muda de ômega como muda de roupa.
Mika respirou fundo. - vou conversar apropriadamente com Izuna quando chegar a hora, eu quero ajudar Neji no momento, mesmo que não fiquemos juntos, temos uma filha. Um passo de cada vez. Ok?
- e qual é o plano espertão?
- conversar, apenas isso.
Madara cruzou as pernas e ficou pensativo, Mika se aproximou de sua mãe, se agachou ao seu lado segurando sua mão.
- não se preocupe, nada de ruim vai acontecer ok? - Mika sorriu. - vou dar um jeito para que possamos viver bem e felizes.
- tudo bem, vá para casa e traga meus netos. Quero ver os três...
Mika sorriu ao ouvir isso, Madara via Nejiko como membro da família. - vou trazê-los. Quer ir para casa?
- não, eu viu ficar aqui. Vá fazer o que tem que fazer e volte com os meus netos.
- tudo bem, eu volto logo...
Madara concordou recebendo um beijo em sua bochecha, Mika se afastou. - vejo você mais tarde.
- claro. - mika se levantou saindo do quarto.
O ômega suspirou fechando os olhos, se recostar na poltrona cobrindo os olhos com o braço, ouviu uma movimentação e provavelmente uma enfermeira entrou para checar Indra. Madara se ajeitou na poltrona pronto para puxar papo com ela, mas se calou ao ver quem era.
- olá Madara.
....
Mika saiu do carro sendo recebido pela cadela de Izuna, ela latia e pulava querendo atenção.
Se ela estava ali, Izuna também estaria, o alpha saiu correndo sendo seguido pela cadela, ele entrou na casa
- Izuna! Izuna!
Não houve resposta, Mika começou a andar pelos cômodos, procurando por ele, mas só achou um envelope em cima de sua cama, o alpha se sentou e o pegou, esyava com seu nome escrito e lacrado. Mika rasgou o envelope e pegou a carta.
"Mikaku,
Sinto muito em lhe dizer isso, mas não vamos ficar juntos, eu cometi muitos erros no passado e você também, mas sei que vamos fazer o certo de agora em diante. Esse tempo ao deu lado é algo que vou me lembrar com carinho.
Não sou homem de muitas palavras, sabe disso, sou mais de atitudes, sou um homem de ação, quero que saiba que eu vou criar nosso filho o mais longe possível do caos que nos rodeia, eu te amo e adeus. Tenha uma boa vida ao lado de Neji...
PS.: cuide do meu bebê. Obrigado pelos maravilhosos meses, jamais esquecerei."
O alpha se sentou no chão do quarto e olhou para a cadela, acariciou seu pelo e suspirou. Sabia que Izuna precisava de um tempo para pensar e assim faria ele também precisava de um tempo. Se levantou e caminhou para fora, tudo aconteceu rápido, ele pisou em algo, escorregou batendo a cabeça.
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