História Batman e Mulher Maravilha: contra homens e deuses - Visitas Inesperadas part. 01 - Mitos e Magos

(Alguns dias depois) 

Diana está, estranhamente, diferente nesses últimos dias, Bruce percebe pela sua forma de falar, ou de não falar, o silêncio era algo raro vindo da princesa. Ele tinha uma ideia, talvez ela tivesse ouvido cada palavra que ele disse ao Superman, na última reunião. Ele gostaria de explicar que disse o que disse para preservar a vontade do quase casal, pois não tinha conversado com ela sobre o assunto. Ele quer muito saber a razão, saber se o seu palpite estava correto, mas não se atreve a perguntar nada além de um: -“Está tudo bem, princesa? passa algo”? Ela responde sempre esguia: -“Tudo bem. Não é nada”. Encerrando qualquer possibilidade de conversa.

Mais estranho que o silêncio, era a distância. Diana havia se distanciado sumariamente, não somente - leia-se: principalmente - de Bruce, mas de todos na liga. Clark e Barry não demoram muito a notar e, logo, em seguida, Victor também percebe. Até mesmo Alfred já havia reparado algo. Diana e Alfred se aproximaram instintivamente enquanto Diana explorava o morcego de Gotham e sua amada cidade.  O mordomo comenta com Bruce: -“Algo o senhor fez para que ela esteja tão esquiva, Master Wayne”. Bruce o olha com reprovação, mas pensativo em relação a isso. Ele responde, sem entender: -“Alfred, eu fiz algo. Neguei o relacionamento para o Superman, mas não era que eu não soubesse ou a mantivesse em segredo. Apenas não tinha conversado com ela sobre assumir publicamente. Depois, eu a busquei para me explicar, mas ela foge sempre que eu me aproximo”. Alfred o adverte: -”O tempo é um bom aliado, mas um adversário implacável. Não lhe permita o luxo de deixar Diana escapar”.

No dia anterior, um dia casual, Diana simplesmente desapareceu. Ninguém vira ou sequer ouvira algo ao seu respeito. Enfim, ninguém se preocupou, afinal, estamos falando da princesa de Themyscera, princesa das Amazonas, uma sociedade secreta de guerreiras imortais. 

Embora consternado com a situação, Bruce se esconde atrás da capa e na sequidão natural de seus sentimentos. Era algo previsível se tratando do Batman. O que Bruce realmente não esperava era a aparição de uma grande amiga, uma alma razoável para entender o amigo, Batman se anima com a visita, mas ela não vem sozinha. Junto dela, uma pedra no sapato, alguém que trazia gracejos jocosos que tiravam - naturalmente - Bruce do sério, embora o respeitasse muito como místico. Ainda era cedo quando surgiam na frente do cavaleiro das trevas outros dois seres que eram, assim como Bruce, cultivados nas sombras, na escuridão. Zatanna e seu - como se pode chamar - namorado, para desespero do amigo Bruce, John Constantine.

Bruce, imediatamente, pensa: “Oh ou! Essa não. Por favor, hoje não” Só podia ser uma catástrofe gigantesca para que Zatanna viesse pessoalmente avisá-lo e algo, substancialmente, maior para trazer o trapaceiro Constantine com ela. O diálogo se desenvolve rápido, Batman sente uma tensão percorrer seu corpo. Surge na mente a possibilidade de  que a visita possa explicar o estranho comportamento de Diana. Seu comportamento era diferente da raiva que demonstrou quando Bruce negou seu relacionamento.

Zatanna, então, começa a revelar as razões que a trouxera até seu amigo e protetor. Mas antes, John inoportuno, como sempre, diz: “Batsy, batsy, batsy, nunca vi tamanho dedo podre para o amor. Sério, você deveria dar uns cursos”. Zatanna o repreende: -“Cala a boca, John”, mas ele responde: -“Alô? Um: Selina, dois: Thalia, e agora três: a Princesa. Estou pontuando os fatos, minha cara”. Bruce entende a citação das duas primeiras, mas Diana? Ele ignora Constantine e instiga: “Então, o que de tão grave poderia trazer você aqui, Zatanna? Por mais que sejamos amigos, não acredito que seja uma visita cordial. Além do mais, acompanhada de Constantine. Imagino que seja algo místico, grande e extremamente perigoso”. Olhando confortavelmente para Constantine. Batman, embora se irritasse com facilidade com ele, gostava do rapaz, por incrível que pareça. Ele só tinha um estilo super protetor com Zatanna, filha de Zatara, amigo pessoal de Thomas Wayne, alguém muito caro para Bruce, um mestre, um amigo. 

Zatanna corta as asas cômicas de Constantine dizendo: -”É sua amiga, Diana. Ela está em grande perigo". Bruce arregala os olhos e tenta amenizar, na inútil tentativa de aliviar seu próprio coração. Ele já havia pressentido algo em relação às mudanças da princesa. Ele diz: -“Não que eu questione ou duvide de sua palavra, Zatanna, mas estamos falando da herdeira do trono das amazonas”. Zatanna diz: -"De fato, mas até mesmo uma princesa super poderosa corre risco diante de um deus, ou melhor, deusa". Bruce se espanta repetindo: -"deusa?"

Zatanna diz que Circe, deusa da lua nova e uma das maiores feiticeiras de todos os tempos, especialista em venenos, encantamentos e poções, havia escapados dos nove círculos do inferno, guardados por cerberus, gigante cão de três cabeças, e pelo próprio deus Hades, com a ajuda de outros dois deuses, os gêmeos Thanatos e Hypnos, deuses da morte e do sono, respectivamente. 

Outra consternação é que rumorava-se pelos lados da Grécia que os deuses herdeiros, filhos legítimos de Zeus e Hera, orquestraram tudo como sendo um plano de vingança contra os humanos e que Circe era a primeira investida.

Bruce demora a aceitar tais informações, ele é cético e essa coisa de deuses é muito 'viajado', para sua mente científica e técnica. Ele não rejeita as ideias, mas questiona: -"Como vocês sabem dessas coisas?" Zatanna responde: -"Há uns poucos dias senti um pico de energia que emanava muita força e ódio. Chamei Constantine para que pudéssemos explorar e, então, fomos a última fronteira antes do inferno atrás de Lúcifer, o hades, para perguntar o que estava acontecendo". 

Constantine a interrompe, “Luci me devia uma e fui lá cobrar, de nada por isso. Porém é preciso advertir que não podemos mais voltar lá tão facilmente, uma vez que a carta que Luci me concedeu foi usada para que pudéssemos desvendar essas coisas. Tais como, o próprio Lúcifer estava furioso pois sabia que Circe não podia escapar por si só e que outro deus, não, não apenas um outro deus, mas outros deuses, reuniram suas forças para tirá-la de lá". Constantine finaliza: "E então, Luci revelou que tudo era um plano de Ares, seu sobrinho atrevido e vingativo, que ousava desafiar, não só a Luci, mas também ao seu hermanito, zeus”.

Bruce está, de fato, consternado com tanta informação. Mas ele diz: -"ok. Eu entendo vocês entrarem nessa onda, mas por quê virem até mim? Esqueceram que eu sou apenas um vigilante?" Constantine o interrompe: -"Eu não sei se você acredita mesmo nisso ou se você é um doente pervertido que precisa que afaguem o seu ego. Essa sua tentativa de se classificar como comum e corrente, não vai rolar, batsy. Hoje, não". 

Zatanna interrompe as gentis palavras de Constantine dizendo: ‘-"Bruce, você é a alma mais próxima de Diana, se você não puder salvá-la, ninguém poderá. Circe é uma feiticeira muito poderosa". Bruce interrompe: -“Sim, mas Diana não pode ser submetida a magia”. Zatanna o interrompe novamente dizendo: -“Ela não pode ser submetidas à magias primitivas como as truques e ilusões”. Constantine a interrompe, concordando: -"Exatamente, mas mágicas como as nossas somadas, ela pode sim”. 

Zatanna concorda, dizendo: -“Existe um nível de magia que Diana não está totalmente protegida. Foi por isso que ela foi envolvida pela magia de Fausto. Claro, o fato  dela estar distraída e que tenha sido surpreendida pela magia contribuiu majoritariamente para que ela fosse dominada, se ela estivesse frente a frente, com total foco na mente, duvido que ele a controlaria. Mas estamos falando não só de uma feiticeira, ela é uma deusa”. Finaliza Zatanna. Constantine bromeia mais uma vez: -“Vamos Batsy, não está com saudades? Vamos passar lindos momentos, além de nós dois, tem mais um velho amigo que deseja vê-lo”. Bruce arqueia a sobrancelha, preocupado com o que estaria por vir. De repente, entra pela porta um velho amigo, Etrigan. 

Etrigan o cumprimenta efusivamente: -“Batsy”. Bruce deixa os ombros caírem de desânimo dizendo: -“Você só pode estar brincando”. Zatanna e Constantine riem, enquanto Etrigan abraça Bruce contra sua vontade.

Bruce, então, juntamente com sua nova liga, a justiça dark, se prepara para saírem em missão, a fim de entender o que pretende Circe, especialmente, com Diana. E se todo aquele estranho comportamento de Diana já tinha algo relacionado com tudo isso ou se era fruto da justa irritação que sentia ao ter sido, literalmente, rejeitada pelo morcego. Porém, quando estavam prontos para sair, chega Superman na mansão Wayne para falar com Batman.

Ele, obviamente, estranha aquele movimento e questiona Bruce: -“Hey Bruce, o que está acontecendo aqui? Tá dando uma festa e nem chama os amigos” Bruce logo diz que não tem tempo para explicar: -"Clark, agora não. Não há tempo". Mas isso é insuficiente para o homem de aço, que insiste: -“Bruce, o que está acontecendo? Algo sério deve ser, você pode confiar em mim, sabe disso. Eu posso te ajudar. Agora, me diga, por que Zatanna está aqui e quem são o demônio e o loirinho que a acompanham"? O cavaleiro das trevas não tem outra alternativa, lutar ou resistir a insistência do Sups demoraria mais do que explicar tudo e eles já estavam sem tempo.

Bruce, então, começa a contar: -"Bom, sabe essa coisa da Diana estar agindo estranhamente?" Clark balança a cabeça positivamente. O morcego continua: -"Pode ser que não seja, simplesmente, uma indignação por ter ouvido a gente conversando aquele dia". Clark espreme os olhos como sinal de inquietude e curiosidade. E segue ouvido Bruce, que diz: -"O pico de energia massiva que Cyborg sentiu. Zatanna e Constantine me explicaram o que era. Não era alienígena e também não foi causado pelos humanos. Tem relação a questões mágicas e divinas. Eu sei, parece absurdo. Mas tenho entendido que Circe e outros dois deuses ainda mais poderosos que ela escaparam do inferno". Bruce conclui: -"Por isso, preciso ir agora com eles e nós estamos ficando sem tempo. Não sabemos que o pode acontecer. Mas suspeitamos que Circe virá atrás de Diana por vingança". 

Clark ouve, atentamente, e muito espantado com todas as palavras e essas coisas de deuses e vingança. Embora ninguém saiba exatamente as razões, todos haviam percebido uma mudança de comportamento em Diana. E ele diz isso: -“Era visível e perceptível a mudança em Diana, ao final, ela agia muito estranhamente, misteriosa. No começo, achamos que era reflexo da convivência com você, mas logo percebemos que ela também incluía você como alvo dos segredos”. Clark está cabisbaixo, ele precisava de Bruce também. Bruce atento ao amigo pergunta: “Clark, o que te trouxe até aqui?” Mas Superman, percebendo que Batman precisava ir atrás de Diana, tenta evitar: -“Não era nada, Bruce. Não se preocupe”. Bruce o interrompe: -"Se fosse nada, um telefonema bastaria, não acha?"

Clark respira: -“Precisamos de você, Bruce. Do seu instinto detetive para encontrarmos Luthor e o Coringa. Victor tem informações sobre eles, mas precisamos de você, do Batman”.  Bruce olha para o amigo: -“Eu voltarei para isso, Clark. Mas olhe para mim. Enquanto eu não estiver, confie em Lois”. Clark se prepara para interromper, mas antes, Bruce continua: -“Confie, Clark, Eu sei, é difícil, mas deixe que ela se encarregue da investigação. Conte a ela, você vai perceber o quão forte a escolhida do superman pode ser. Eu já sei que é, você também sabe, mas precisa aceitar toda essa força. Além disso, vá a delegacia de Gotham e procure James “Jim” Gordon, e diga que vai de minha parte. Ele saberá como ajudá-lo. Leve Lois com você. Eles serão mais que um Batman pra você. Eu volto logo. E trarei Diana de volta, custe o que custar”. 

Obviamente, Clark reluta com a ideia de incluir Lois nas missões e nos riscos, mas ele sabe que Bruce tem razão. Antes de encerrarem os assuntos, Clark se oferece para ir com eles. Ele diz: -"Bruce, vou com vocês". Mas Bruce rejeita: -"Cyborg e Flash precisam de um líder. Não podemos nos descuidar de Luthor e do Coringa. Você precisa estar aqui. Eu voltarei logo, Clark". Os amigos se despedem.