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História Batman e Mulher Maravilha: contra homens e deuses - Poucas promessas e um último segredo


Escrita por: pseudojfilho

Notas do Autor


Chegueeeeeeeei, genteeeen! Hoje eu trago a última parte burocrática, mas necessária para entendermos os fatos, os lances de dados e as jogadas todas. Depois disso, só nossos heróis na causa. Porque o bagulho vai ficar muito louco. E isso é uma promessa! hahahaha Espero que vocês curtam. Gente, amem a Lois como eu tenho amado. E, naturalmente, sempre tive um rancinho dela, por isso me esforcei para construir uma personagem forte do caraaaai, sabe?
Sem mais delongas, aproveitem. Fiquem à vontade para comentar. Digam o que quiserem, tô sempre aberto a ler vocês também!

Capítulo 34 - Poucas promessas e um último segredo


Fanfic / Fanfiction Batman e Mulher Maravilha: contra homens e deuses - Poucas promessas e um último segredo

Diana e Bruce seguem para Wayne Manor onde Alfred os aguarda para o jantar. Certamente, algo incrível deve estar esperando pelos heróis. Indo na direção contrária, com destino a Metropolis, Clark e Lois vão para o pequeno descanso que terão até o dia seguinte. O clima ainda é instável entre os casais. Clark e Diana têm alguns receios sobre a relação entre Bruce e Lois. Em suas mentes, ali dentro, ambos pensam que essa relação se estreitou muito rapidamente e, de fato, Bruce e Lois passaram a confiar muito um no outro após as reuniões com o comissário James Gordon, no departamento de polícia de Gotham City. Desde que essa caçada ao bilionário megalômano começou, Lois e Bruce têm conversado constantemente, discutido planos em segredo. Tudo isso abalava os relacionamentos de ambos. Mesmo Clark sendo a virtude em pessoa, muito paciente e compreensivo, já se sentia incomodado. Diana, a princesa de Themyscira, que não é tão paciente, já estava a ponto de estourar. Seu recém iniciado relacionamento não podia estar na corda bamba em tão pouco tempo.  

 

O esforço que Bruce e Lois têm que fazer essa noite é inevitável, mas com as notícias de amanhã, também terão sido em vão. Depois de um intenso e constrangedor silêncio, as cores das vozes vão ecoando em pequenas tentativas de aproximação. Os diálogos entre os casais começam tensionados. O caso mais difícil é, sem dúvida, como explorar o assunto com Bruce Wayne. Acontece que ele é quem precisa convencer Diana que suas decisões foram acertadas, mas ele não é, que digamos, dos mais comunicativos. Ainda assim, surge um esforço. Bruce inicia as tratativas:

 

-”Diana (...) eu (...) eu (...) Argh. Ok! (...) Diana, eu quero que você entenda que apenas comuniquei a Lois porque eu precisava do favor, certo? Não foi uma situação que escolhi confiar em alguém. A ideia inicial era que ninguém soubesse. Era uma situação delicada. Eu, realmente, não queria que levássemos aquilo como um treinamento”. Diana fica calada por alguns segundos. Quando Bruce ia tentar mais uma vez, fazer a segunda tentativa, ela o atravessa e responde:

 

-”Bruce, olha, eu sei que tudo isso é novidade pra gente. Não a questão de relacionamentos, mas estarmos juntos e trabalharmos juntos. Eu só quero que você entenda que você pode confiar em mim, seja o que for. Sobre o ocorrido, eu entendo, agora. Mas você, também, precisa aceitar que nós somos um. Se estamos juntos, precisamos estar de verdade. E isso é o que eu acredito. Acredito na verdade. Sei que é verdade o que eu sinto. Queria que você me visse como alguém que está ao seu lado”. Ela finaliza cabisbaixa. Embora tenha entendido as razões de Bruce, ainda não entende porque ele evita  confiar nas pessoas, especialmente, nela. Bruce tenta passar alguma confiança para Diana, mas ele sabe que o que está fazendo será hipocrisia se não contar os planos seguintes. Mesmo assim, ele insiste:

 

-”Diana, eu nunca fui de confiar nas pessoas, além do Alfred, claro. Quando o fiz, acabei saindo bastante lastimado. Não é algo que quero repetir, e sei que não vou. Mas preciso de tempo. Eu acho”. Diana se debruça num silêncio perturbador. Sua razão entende os motivos dele, mas seu coração quer abraçá-lo, mostrá-lo que pode e deve confiar nela, no seu amor. Navegando no silêncio de Diana, Bruce não consegue parar de pensar no amanhã. Porém, tem certeza que se contar a Diana dos seus planos com Lois, ela vai ser contrária e tentar impedir, falando com Clark ou ela mesmo indo lá fazê-lo. Ele resolve admitir meia história e logo sugere uma promessa:

 

-”Diana, pelo amor e respeito que tenho por você, devo admitir aqui há, ainda, mais uma coisa a ser revelada. Não é um segredo, mas uma atitude que tomei para a sequência dos planos. Amanhã, você ficará sabendo. E, a partir daí, nunca mais ocultarei nada de você. Eu te prometo, princesa. Nunca mais. Mas te peço que confie em mim e espere até amanhã”. Diana o olha espremendo os olhos, demonstrando certa raiva e ressentimento. Ela responde:

 

-”Amanhã, não é? Então, amanhã, voltaremos a essa conversa, quando tudo estiver às claras e todas as cartas estiverem na mesa. Por hoje, não quero mais estar com você, nem te ouvir ou sequer te ver”. O silêncio, sempre bem-vindo, parecia um castigo para Bruce. Diana estava, realmente, chateada. 

 

Após minutos de silêncio sepulcral, Bruce e Diana chegam à mansão. Alfred os recebe contente, como de costume - desde que Diana passou a visitar e pousar constantemente a Mansão -, mas cansado e visivelmente abatido. Diana, imediatamente, nota e se preocupa, mais uma vez, por ele. Obviamente, Alfred dissimula, diz que não é nada. A princesa exorta:

 

-”Alfred, você deveria estar descansado. Há dias que te noto raro, como se algo passasse, mas que você não nos quer revelar. Estou certa? Pode contar, Alfred”. Diana tem olhos de esperança, olhos que pedem que Alfred confie nela. O coração do mordomo se despedaça, ele não quer mentir à ela, mas tampouco deseja ser motivo de preocupação. Antes de responder, ele pensa: “Ah, Miss Prince. Eu não posso dizer. Você se preocuparia demais. Acabaria te distraindo, estragaria tudo. Colocaria todos em risco. Não, eu não posso fazer isso”. Alfred tem os olhos distraídos. Diana o chama mais uma vez:

 

-”Alfred, Alfred. Tudo bem? Pode nos contar (...) o que está acontecendo?” Ela insiste. Alfred volta do pensamento decidido, ele nega que algo esteja errado e, mais uma vez, culpa a debilidade da velhice, ainda que não fosse, para nada, senil. Ele responde:

 

-”Miss Prince, quem me dera ser digno e merecedor de tanta preocupação. Mas, de verdade, não existe razão. Nada além dos anos e dos verões que foram passando. A cada nascer e pôr de sol, eu chego mais perto do último. Muito obrigado, Miss. Prince, mas não se distraia com um velho”. Ao final, Diana aceita a fala de Pennyworth. Com um leve sorriso, ela acena com a cabeça confirmando que acredita em Alfred. Ele, então, segue os informes sobre a Wayne’s Manor:

 

-”Master Wayne, Miss Prince, o jantar já está servido. Para que, em seguida, eles se dirijam ao local e façam sua refeição. Diana agradece, mas pede que seu jantar seja levado ao quarto onde está hospedada, por enquanto. Ela pede:

 

-”Muito amável - como sempre, Alfred. Muito obrigada. Mas eu não estou me sentindo muito bem, gostaria que meu jantar fosse servido no quarto que estou - temporariamente - hospedada. Por favor”. Assim que ouve, Alfred faz um intento a fim de sondar quão irritada Diana estava com Bruce. Ele pergunta:

 

-”Naturalmente, Miss. Prince. Mandarei seu jantar para a suíte principal”. Ele termina de falar, já se virando para ir buscar o jantar. Mas Diana o chama:

 

-”Não, Alfred. Não. Não estou na suíte principal. Estou naquela que fiquei hospedada aqui pela primeira vez. Ou melhor, Alfred. Melhor você ir descansar, eu vou buscar. Não se incomode com isso”. Mas Alfred, obviamente, recusa a oferta. Ele retruca:

 

-”Claro que não, Miss. Prince. Como assim? Claro que não. Levarei o seu jantar ao seu antigo quarto, não se preocupe”. Nesse momento, Bruce os interrompe. Ele pede a Alfred:

 

-”Alfred, por favor, leve o jantar de Diana para a suíte principal”. Ela, imediatamente, o interrompe, quase levantando a voz:

 

-”Não! Não, Bruce! Eu não vou para o seu quarto”. Ela finaliza, irritada. Mas Bruce lhe oferece outra proposta. O morcego de Gotham diz:

 

-”Tudo bem, Diana, eu durmo no quarto de hóspedes que você estava. Eu realmente prefiro que você durma no quarto que é mais confortável, algo que te lembre sua linhagem real”. Ele alfineta a princesa. Ela bufa numa respiração profunda. Rejeita mais uma vez:

 

-”Não, Bruce”. Mas o caped crusader insiste:

 

-”Alfred, apenas, leve o jantar da princesa à suíte principal, obrigado”. Alfred balança a cabeça positivamente, e segue para a cozinha para fazer arrumar o prato de Diana. Diana, então, diz:

 

-”Tanto faz”. E, sem dizer mais nada, apenas faz uma cara de reprovação e não discute. Se vira e segue rumo as escadas, onde flutua até o corredor superior, se dirigindo a suite principal.

 

Alfred olha Bruce com reprovação. São olhos que condenam, Alfred não sabia o que tinha acontecido, mas sabia que Bruce era o culpado. O mordomo nada diz, então, Bruce o encara e o responde com um olhar conformado, mas triste. Daí, começa um diálogo entre os dois. Bruce, sempre calado, mas não com Alfred. Com Alfred, ele podia fazer qualquer coisa. Chorar, sofrer, admitir fraquezas, más decisões, reclamar de si mesmo. O cavaleiro das trevas, a partir dali, inicia sua fala, num misto de conformidade e indignação. Haja paradoxo para o morcego. Bruce admite:

 

-”Alfred, eu não consigo”. Uma breve pausa. O mordomo esperava que Bruce continuasse a confissão, mas apenas o silêncio se fez presente. Alfred inquire:

 

-”Não consegue (...) o quê, Master Wayne? Seja lá qual for a dificuldade, duvido que seja maior, melhor ou mais especial do que aquela senhorita que está alí em cima”. O mordomo finaliza, esperançoso. Bruce abaixa a cabeça e responde:

 

-”Alfred, eu a amo. Você sabe. Você me conhece”. Nesse momento, Pennyworth é um pouco mais severo: 

 

-”Sim, Master Wayne. Eu, sim, o conheço. Eu, sim, sei do seu amor pela Miss Prince. Mas (...) e o senhor? Também sabe? Que esforço é esse, tão grande, que precisa fazer para, também, ser amado? Responda a essas perguntas, antes de me perguntar o mesmo outra vez, Master Wayne. Quando souber como fazer isso, eu estarei aqui para responder”. Nesse momento, Bruce tenta, de alguma maneira, se justificar. Explicar suas ações. Ele diz:

 

-”Sim, Alfred, eu sei. Claro que sei. Eu a amo. Sabe, no campo de batalha somos perfeitos. Nosso ajuste e sincronia. Ela - praticamente - lê meus pensamentos. Eu sei exatamente o que ela vai fazer, quando e como. Posso me antecipar aos adversários que se ocupam com ela. É incrível, Alfred. Mas, ao mesmo tempo, a maneira de vermos as coisas, as estratégias, tudo é muito diferente. Eu considero cada possibilidade, Diana é (...) é uma guerreira. Para ela, a guerra é algo aberto e declarado. Por isso, prefiro fazer algumas coisas no silêncio. Por essas divergências nos procedimentos ou nos planejamentos, eu acabo não compartilhando todo o plano ou tudo que pensei para melhor execução”. Alfred é seco em sua resposta:

 

-”Não vejo nada além de um equilíbrio perfeito, Master Wayne. O senhor dá voltas e busca pretextos para não solidificar as coisas. Não é a mim que o senhor deve dizer essas coisas ou dar essas explicações. Não sou eu quem está ferido ou magoado. Não é comigo que o senhor está brigado, nem se relacionando. Ora, Master Wayne, seja razoável. Sei que não vai me ouvir, mas eu digo, mesmo assim, porque também sei ser teimoso, e tenho mais idade e experiência nisso que o senhor. Suba lá, agora, e faça o que deve ser feito. Ou se tranque nessa sua covardia. Pode ser a noite, pode ser a vingança, o Batman, se quiser. Mas não passa de um covarde quando se trata daquela amazona trancada naquele quarto”. Alfred encerra num tom suave, embora incisivo. Ele continua:

 

-”Esse comportamento é o que distancia, o que afasta. Não creio ser uma atitude sábia, Master Wayne. Evitar o argumento e o confronto de ideias (...) Daí, então, fazer as coisas pelas costas - às escondidas - não é o caminho. Se um te levaria a uma discussão de ideias, o outro te faz questionar o sentimento. E, então, qual sua escolha, Master Wayne? São dois caminhos para escolher. Questionar uma ideia tem seu preço, mas duvido que custe mais caro do que vê-la indo embora". Por fim, Alfred - já esgotado de tanto falar ao Batman, diz:

 

-"Sei que sua teimosia seguirá adiante. Sei disso porque te conheço. Mas, amanhã, você não poderá alegar o domínio do fato. Boa noite, Master Wayne". Ele se retira sem ouvir a resposta. 

 

Logo, Bruce está sozinho, sentado naquela imensa mesa, para jantar. Bruce come pouco, quase nada. Decide não subir ao quarto, vai para batcaverna. Lá chegando, sente-se diante do seu imenso computador com inúmeras telas e decide verificar os passos de Lex Luthor e, além disso, buscar indícios ou acontecimentos que possam justificar esse estranho sumiço do coringa e, dessa forma, tentar distrair o coração.

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Enquanto isso, na cidade vizinha, Metrópolis, Lois e Clark também passam por um momento de diálogo, ou seja, eles também têm uma conversa, mas o tom é bem mais suave. Aqui, Lois é a cabeça-dura do casal, por outro lado, como equilíbrio, Clark é bem mais ponderado, compreensivo e compassivo. Ainda assim, ele está molesto. Inicialmente, ele reclama da cumplicidade exclusiva com Batman, não pela proximidade entre eles ou pela amizade, mas por Lois e Bruce terem deixado ele e Diana de fora das ideias. Ele diz:

 

-”Lois, você sabe, eu não tenho problemas com suas escolhas, confio no seu julgamento e no seu juízo, mas eu, realmente, gostaria de participar quando o assunto fosse relacionado a liga. Eu fico muito contente que, de alguma forma, você tenha caído nas graças do Batman. Mas me incomoda não estar por dentro das decisões de vocês. Nós somos um time, não duplas”. Ele finaliza, calmamente. Lois tenta explicar, dizendo exatamente a mesma coisa que Bruce havia dito à Diana, e era verdade. Ela responde:

 

-”Clark, a ideia não era ser um segredo nosso. Na verdade, Bruce sequer queria me dizer. Ele só me falou porque não tinha outra alternativa. Eu disse que não ajudaria se não soubesse do que se tratava. Eu praticamente o chantageei. Ele aceitou, mas me pediu silêncio por aquela razão que ele comentou com todos”. De forma bem clara, ela entende a reclamação de Clark, ela só queria que ele entendesse as razões dela. Clark responde:

 

-”Certo, Lois. Entendo, mas - de agora em diante, sem mais segredos, né?” Ela apenas sorri, sem graça. É que ainda tinha mais uma coisa que eles iam fazer em segredo, mas que pela manhã todos saberiam. Lois, logo, muda de assunto e afirma ter que trabalhar:

 

-”Clark, agora, eu preciso mesmo trabalhar. Tenho que entregar duas reportagens ainda hoje para serem publicadas na edição de amanhã do jornal”. Finaliza a jornalista. Ela, então, passa a primeira metade da noite escrevendo as duas reportagens. No quarto, deitado, Clark fica pensativo, mas não tem outra reação senão balançar a cabeça, para sim mesmo, aceitando as falas da repórter.  


 

Na manhã seguinte, os ânimos já estavam mais calmos. Todos haviam passado a noite entre descanso, sono e pensamentos. Tentando, assim, encontrar uma forma de harmonizar o clima entre os casais e, por consequência, na liga.  Mas o dia seguinte vem. E vem cheio de surpresas e cheio de fúria por algumas partes. Todos, exceto Diana, já se encontravam na sede da Liga. Sobre a grande mesa de reuniões, diante dos seus assentos, um exemplar do planeta diário. Um a um, todos os membros da liga têm acesso aos periódicos. E todos, sem exceção, lêem os jornais. Na capa, duas notícias escritas pela ilustre e premiada jornalista, Lois Lane. Incrivelmente, das manchetes principais, duas eram  da repórter. 

 

Ainda na mansão, a primeira notícia que todos lêem, pela melodiosa voz de Diana, soa como um disparo no peito. Em seus lábios, o sabor amargo. Em alta voz ela lê: 

 

-”Bilionário mais cobiçado de Gotham, o controverso Bruce Wayne, acena apoio a candidatura de Luthor”. A amazona está tão furiosa que não consegue emitir uma reação instantânea. Após alguns segundos digerindo tal insanidade, ela busca pelo cavaleiro das trevas. Subindo, gradualmente, o tom de voz, ela diz: 

 

-”Bruce! Bruce! (...) Bruce”. Ao ouvir, Alfred, com seu já costumeiro ar de cansaço e muito sono acumulado - devido ao fato de não dormir, evitando os pesadelos -, adornado com olheiras tão profundas quanto as fossas das Marianas, responde à princesa: 

 

-”Miss Prince. Bom dia. Sinto muito, mas o Master Wayne já saiu. À noite, saiu em patrulha por Gotham City, apenas voltou por uns instantes e, antes que o sol saísse, ele já havia deixado a Manor novamente”. Finaliza o mordomo. Diana está em pleno acesso de fúria. Mas, por um momento, ela nada responde. Fica parada, presa em seus pensamentos. Alfred, então, pergunta: 

 

-”Miss. Prince, a senhorita vai tomar café da manhã? Em instantes, eu preparo tudo”. Diz o mordomo, bastante prestativo, como sempre. Ela segue inconformada. Mas pausa o pensamento para responder a Alfred. Ela diz:

 

-”Não, Alfred. Obrigada. Tenho certeza que se comer algo agora, não me fará bem. Estou possuída pelo ódio. Aquela repórter, hoje, não me escapa”. Alfred havia lido o jornal, sabia que Diana estava com muita raiva, com razão; Mas não quis dizer nada para não acirrar ainda mais os ânimos - já tão exaltados nesse momento. Ele, apenas, conclui:

 

-”Muito bem, Miss. Prince. Como desejar. Mas, antes, peço que considere uma última conversa com Master Wayne”. Diana faz cara de quem não entendeu, não diz nada. Alfred pede, por fim:

 

-”Considere o que lhe digo, pelo menos, nesse assunto. Receio que te esperem na liga, Miss. Prince”. Ele finaliza e se retira. Diana, imediatamente, voa para a liga. Ela, ainda, sequer havia lido a segunda manchete.

 

De volta à sala de reuniões da liga, um silêncio sepulcral reinava.  A indignação entre os heróis era tanta, mas nenhum se atrevia a falar nada. Não antes do homem de aço. Enquanto lia, Clark sentia seu corpo tremer, fazendo com que o prédio da liga também estremecesse. Bruce olhava fixamente para o Superman. Clark, com seus olhos inflamados, dirigiu o olhar até o Batman. Seu pensamento estava enfurecido, mas ele ainda não sabia a quem reclamar. Se a Bruce por fazê-lo, ou à Lois por inventar tantas coisas. Bruce pediu que a repórter não fosse à reunião, pois sabia que a reação dos heróis seriam fortes, por assim dizer. Ele precisava de um tempo para explicar-lhes, antes que fossem reclamar com Lois

     E a segunda manchete é repetida pausadamente pelo kryptoniano:

 

-”Olhem essa manchete.’Para festejar', diz ela. E na descrição? ‘Em festa do ano, Luthor anuncia pleito na corrida presidencial. Mandatário da Lexcorp parece, finalmente, ter se encontrado. Definitivamente, um nome forte na disputa’. Não posso acreditar que Lois escreveu isso”; O homem de aço continua: 

 

-”Sabendo quem Luthor é, como ela pode? E ainda mencionar suposto apoio de Bruce a esse criminoso, esse canalha? Lois nunca se curvou às pressões dos editores e dos editoriais. Preciso falar com ela urgentemente (...) a menos que (...) a menos que ela não esteja mentindo, Bruce, e você (...) você esteja assumindo esse papel vergonhoso de aliado de Luthor por pertencerem à mesma casta de bilionários que se acham melhores que os outros”. Bruce não reage a nenhuma das acusações de Clark. Até porque, nesse momento, Diana entra furiosa pela porta. Ela chega perguntando por Lois:

 

-”Onde ela está?” Pergunta a amazona indignada: -”Anda, Clark, me diz. Onde Lois está? Eu sabia que não podíamos confiar nela. Eu devia ter seguido minha intuição”. Ela se vira para o Batman e o acusa: 

 

-”É tudo culpa sua. Você fechou os olhos para quem ela era e o risco que ela representava para o grupo. Ela só queria notícias bombitárias. Aí está. Parabéns”. Clark deixa o sentimento de indignação meio de lado para defender Lois das acusações de Diana. Ele diz:

 

-”Calma aí, Diana. Não sabemos sob quais termos Lois fez isso, se é que ela fez. Precisamos ponderar, antes de sair acusando as pessoas”. Nesse momento, Bruce o provoca:

 

-”Você devia se escutar, Clark”. Ele diz com uma mínima variação no lábio, como se sorrisse discretamente. Flash e Cyborg não entendem nada do que está acontecendo. Flash é o primeiro a falar:

 

-”Peraí, gente. O que está acontecendo? Vocês vão ficar aí se acusando, ou vamos tentar descobrir o que aconteceu. Lois, certamente, tem uma explicação plausível para tudo isso. Talvez ela esteja sendo ameaçada, ou algo assim. Chantageada, talvez?” Cyborg, logo, emenda, concordando com Flash:

 

-”Detesto admitir isso - e não acredito que vou dizer essas coisas, mas (...) O flash tem razão” Ele finaliza abaixando a cabeça se questionando se essa afirmação fazia sentido. Flash o responde, quebrando o gelo e o clima horrível que estava na sala:

 

-”Ah, muito obrigado. Vocês deviam se acostumar com isso. Eu tenho razão mais vezes do que aparento”. Após o clima de tensão parcialmente quebrado, Bruce percebe que, talvez, seja o momento de admitir o último segredo e, assim, todos prosseguirem para o segundo momento. Mas antes, todos se questionam se Lois seria mesmo essa mentirosa que teria inventado um suposto apoio de Bruce a Lex na corrida presidencial. Era uma situação incomum, a suspeita recai sobre Lois por ela ser a mais nova entre os participantes. Porém, Clark não tem dúvidas em relação à sua parceira, sabe que Lois é impulsiva, inconsequente, mas não é mau-caráter. Bruce, então, assume o posto e ergue a voz pedindo a atenção de todos, mas antes, chama por Diana. Ele diz:

 

-”Diana, hoje é, finalmente, o amanhã que te prometi”. Ninguém entendeu nada, mas Bruce não fez questão de explicar. Diana reage arqueando a sobrancelha. Logo, Bruce continua:

 

-”Peço, mais essa vez, que me ouçam com atenção. E me ouçam até o final. Clark, você está certo sobre Lois. Ela é íntegra, honesta e verdadeira. Não fez nada contra mim ou contra a liga. Você sabe! (...) Diana, eu te prometi não manter mais segredos. E esse é o último. Último que tenho a revelar. Flash e Cyborg, sou grato a vocês pela confiança e quero que saibam que é reíproco”. Ele faz uma pequena pausa. Batman não fica nervoso com essas coisas e fala tudo como precisa ser dito. O que lhe faz hesitar são seus sentimentos em relação a Diana. Mas ele segue:

 

-”Eu pedi a Lois que escrevesse os artigos. Ambos. Tanto sobre o sucesso da noite da festa quanto em relação ao apoio de Bruce Wayne”. Nos rostos dos heróis havia sinais claros de incredulidade e, para os que acreditavam, indignação. Clark é o primeiro a se manifestar:

 

-”Como você pôde, Bruce? E como convenceu Lois a fazerem isso? Por que agem pelas costas da liga?” Clark volta a ter cólera nos olhos. Antes que Bruce pudesse responder ele continua:

 

-”Ele sequestrou minha mãe, Bruce. Você estava lá. Pela criação das mãos dele, minha família viveu dias de desolação. Atirou Lois do alto da Lexcorp. E, após tudo isso, você chega aqui e me pede para entender que você o vai apoiar? Não sei em qual momento você achou que eu levaria isso numa boa, mas é insuportável pra mim, Bruce”. Ele finaliza. Flash e Cyborg, sem dizer palavras, dão a entender que apoiam a fala do homem de aço. Diana não diz nada, nem sequer olha para Bruce. Ele, por sua vez, responde a todos:

 

-”Não me esqueci de nada, Clark. Se tem uma coisa que eu não faço é esquecer, por isso, sou o que sou. Também, por isso, faço o que faço. Não coloquei o assunto em discussão porque, obviamente, vocês não concordariam. Mas não temos tempo. Lex precisa achar que não tem que se preocupar conosco, não, pelo menos, como civis. É uma guarda baixa a nosso favor. Os artigos de Lois são uma distração”. Cyborg o interrompe:

 

-”Mas Bruce, as pessoas que lêem os jornais não vão entender como distração. Isso tudo fortalece a candidatura de Luthor”. Mas Bruce o responde:

 

-”Evidentemente que sim. E esse é o objetivo. O ego. Se existe uma forma de atingir Luthor é nos valendo da sua hiper confiança. Fiz o que fiz e faria novamente. Às vezes, é preciso dar um passo atrás para avançar com mais força”. O Caped Crusader continua:

 

-”Sei que, agora, estão todos chateados comigo, eu compreendo. Mas no próximo fim de semana, no evento público, Lex estará mais confiante do que nunca. E nós estaremos lá para vê-lo cair”. Para finalizar, ele diz:

 

-”Vamos ter uns dias até o tal evento. Por hoje (...) apenas vão para suas casas, me odeiem se quiser. Eu não ligo. Sempre e quando, para derrotar os inimigos, vocês estejam prontos. (...) Dentro de dois dias, nos reuniremos aqui. Cyborg, você eu faremos varreduras periódicas nos sistemas da Lexcorp. Estarei em contato. Sei que Lex está tramando algo e tem muito a ver com o desaparecimento do Coringa. Algo me diz que o palhaço desgraçado aparecerá para o show”. Sem dizer mais nada, Batman se vira e deixa a reunião. Os demais heróis se olham entre si. Clark segura a cadeira se escorando nela. Diana, então, repousa sua mão sobre as mãos do Superman, como se o reconfortasse. Ela não diz nada e logo sai também. A sala, logo, fica vazia, uma sombra de abandono cobre as cidades e os heróis. Um grande evento se aproxima, a solidão das enormes capitais prometem ser a única companhia para todos.

 


Notas Finais


Então, minhas fadas e fados (o trocadilho é excelente pra homens hahaha). O que acharam desse bagulho aí? Muito papo, né? Muita prosa. Mas a vida é conversada, acima de tudo, né? Me digam o que acharam e o que esperam do nosso futuro aqui? Obrigado por serem lindos sempre!


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