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História Batman e Mulher Maravilha: contra homens e deuses - Outras conversas e alguns conselhos


Escrita por: pseudojfilho

Notas do Autor


Ladies and Gentlemen,

Apresento-lhe mais um capítulo dessa estorinha cheia de problemas (ahhh como gente dá trabalho". Hoje a pegada tá bem leve. E eu só digo uma coisa: Alfred. Se vocês ainda não estavam prestando atenção nesse mordominho travesso, comecem. Talvez, nesse capítulo, vocês encontrem pistas sobre o futuro de senhor inglês. Não caiam no marasmo do óbvio, ou sim. Não sei.

E, então, bora lá? Que tenham um excelente momento nesse texto. Meu terno e eterno obrigado a cada um de vocês que lê essa parada. Obrigado pelos comentários tão cheios de amor. E, gente, eu quero saber o que vocês acham que podemos esperar do Alfred. Qual o palpite de vocês?

Capítulo 36 - Outras conversas e alguns conselhos


Fanfic / Fanfiction Batman e Mulher Maravilha: contra homens e deuses - Outras conversas e alguns conselhos

(Gotham City - Wayne Manor)

 

Bruce está sentado na biblioteca. Seu olhar fixo, paralisado em lugar nenhum. E, claro, distraído em seus pensamentos. Mergulhado na sua dualidade, entre a razão de caminhar sozinho ou a complexidade de amar alguém tanto quanto a si mesmo. Entre eles, nos íntimos momentos, não havia segredos. Já outras vezes se entregaram ao calor dos corpos ou ao sentimento profundo e enraizado em seus corações. Mas admitir isso, dia após dia, é um fardo pesado demais para o cavaleiro das trevas. Embora distraído, nenhum barulho ou movimentação lhe escapa. Por isso, ele pede a Alfred que diga o que quer, ao invés de ficar parado, sob o portal, o assistindo como se fosse uma obra de ficção patética. Ele diz:

 

-”A coisa mais esquisita que se pode fazer é velar uma outra pessoa como se fosse uma aberração, Alfred”. Bruce diz num tom amistoso. Logo, o mordomo responde, à sua maneira:

 

-”E me diz isso alguém que, desde de muito jovem, se veste de morcego e sai por aí combatendo o crime na cidade que lhe deu e tirou tudo. Se isso não for uma aberração, estou por fora (...) Se bem que, em recentes dias, temos alienígenas, mulheres com mais de 800 anos, e meta-humanos por aí. Talvez, o senhor já esteja ultrapassado, Master Wayne”. 

 

Uma pequena pausa na conversa, dominada por um silêncio introspectivo. Alfred conhece Bruce, sabe que ele precisa de uma palavra, um auxílio, mas também o conhece para saber que ele rejeitará se o mordomo iniciar a conversa. Após esses leves segundos, Bruce, finalmente, reclama:

 

-”É mais fácil ser uma aberração que enfrenta criminosos e seres de outro mundo, do que ser quem sou agora, Alfred (...) Eu me olho no espelho e não me reconheço. Quando Bruce Wayne passou a existir? Digo, não sei quando passou a ser parte importante do que sou, do que sinto. E, para ser sincero, não sei o quanto isso pode ser bem vindo ”. Bruce abaixa a cabeça. Nesse momento, Alfred encontra a abertura. Logo, ele diz:

 

-”É melhor viver na confusão de uma vida completa do que na simplicidade de ser só metade, Master Wayne (...) Essa personagem voltou a ganhar vida, enredo e contexto (...) Há algum tempo ela tinha lá seu brilho, se lembra? Depois, tanto aconteceu e o senhor sufocou cada tentativa de respiração (...) Até que, inesperadamente, um sopro de vida suave, terno e sincero de uma amazona tão cabeça dura quanto o senhor, foi maior que sua vontade (...) E, agora, Bruce Wayne respira. Mais do que isso, Master Wayne, ele suspira por quem lhe acordou do sono profundo, da morte precoce”. Bruce se vira para Alfred e pergunta:

 

-”Quando foi que você passou a entender a humanidade, Alfred?” Alfred abaixa, suavemente, a cabeça por um tempo e, logo, olha novamente para Bruce e responde:

-”Eu não entendo de humanidade, Master Wayne, Eu entendo o senhor". Alfred completa: 

 

-”Entendo de quem se importa com o senhor, Master Wayne. E sei, eu sinto, eu vejo que Miss. Prince (...) Miss Prince, Master Wayne, deve ser sua única certeza. Duvide dos céus, de deus, das palavras, dos sons, da música. Duvide dos sonhos. Mas não dela. Não duvide que é seu único caminho”. Bruce esboça um leve, mas contido, sorriso e pergunta:

 

-”Como você sabe, Alfred? Como pode ter certeza? E, em todo caso, assim sendo, quem disse que eu sou a certeza de Diana? Não se é possível dizer ou afirmar essas coisas”. 

 

-”Mais sabe o Diabo por ser velho, do que por ser Diabo, Master Wayne. Existem coisas que não são feitas para saber. São feitas para sentir. Não são feitas para entender, são feitas para viver (...) Preferível viver na incerteza de um futuro bom, do morrer na solidão de um passado vazio. Os dados estão nas suas mãos, vai jogar ou passar a vez? Lembre-se que a vez do próximo sempre vem, até que o jogo acabe, Master Wayne”. Com essas palavras, Alfred se retira. Bruce continua sentado, correndo os olhos pelos infinitos - tantos quanto incontáveis - livros em sua enorme biblioteca. Nos seus pensamentos:

 

“Incrível como ele responde tudo tão perfeitamente sem dar nenhuma resposta concreta (...) Diana, Diana (...) O que você fez comigo? Me tens enfeitiçado, como um estúpido (...) Será que, depois de te conhecer, sempre que você não estiver, vou sentir esse vazio? Esse aperto que me sufoca? Sua ausência me consome. Argh! Será que estar contigo é o único desejo sincero da minha alma? Ah, Diana”. Com esse pensamento, Bruce se levanta e, literalmente, corre para a Batcaverna. Alfred, ao se dar conta, sorri. 

 

Logo após perceber que Bruce corria para a Batcaverna e se alegrar, Alfred sente uma forte pressão na cabeça, quase insuportável. Ele, lentamente, se senta num dos sofás espalhados pelos corredores da mansão. Logo, ele desmaia. Ninguém se dá conta. Alfred está só, nesse momento. Sonhos e mais sonhos, fortes e terríveis, tais como pesadelos o envolvem numa espécie de transe profundo. Ele quer, mas não consegue acordar. No seu rosto, a princípio, uma feição aterrorizada de pavor, mas - aos poucos - se esvai e se torna uma face terna e gentil.

 

(Gotham City - Batcaverna)

 

Enquanto Alfred padece do seu momento - parte sonho e parte pesadelo -, Bruce, na batcaverna, busca qualquer rastro de Diana. Ele não quer chamá-la pelos transmissores. Por alguma razão, ele a precisa encontrar.  Ele, então, começa uma busca pelos rostos dos cidadãos das cidades de Gotham e Metropolis. Tudo isso é possível graças ao seu sistema completamente integrado aos departamentos de polícia das duas cidades. Ele percorre toda a cidade virtualmente atrás da amazona. Após longos e arrastados minutos de busca monótona, ele a encontra. No alto da torre do centro financeiro da Wayne Enterprises. Obviamente, sua cabeça se enche de questionamentos:

 

“Por que Diana estaria no alto da Wayne Enterprises? Ah Diana, por que não consigo te enxergar claramente? Não consigo te ler ou decifrar. Em qual cegueira você me afundou? Espero que, um dia, você possa me contar tudo que não consigo descobrir”. Ao fazer sua última pergunta - todas sem respostas -, ele sai correndo atrás da Princesa das Amazonas. 

 

Em pouquíssimos minutos, Bruce chega ao prédio monumental, imponente de sua empresa. Sem demora, ele sobe até seu topo, esperando encontrá-la. Já no alto, ele faz uma busca visual 360º, ainda ofegante pela corrida, ele abaixa a cabeça desesperançoso. Ela não estava no campo de visão. Do alto, ele ouve:

 

-”Qualquer pessoa aqui, a essa hora, seria uma surpresa, mas você. Definitivamente, eu não esperava”. Diana diz essas palavras enquanto flutua alguns metros acima do rooftop. Bruce, mais que depressa, disfarça a pressa, a voz embargada e a vontade de abraçá-la, e responde, como se esperaria de Bruce Wayne:

 

-”Surpresa por quê? Essa não é minha empresa? Aliás, o que me surpreende é ver você por aqui”. Ele finaliza meio seco. Diana revira os olhos com impaciência.  Ela apenas responde:

 

-”Ah! Então veio reclamar. Não se preocupe, estou de saída”. Ela, então, começa a se distanciar fazendo menção à uma iminente retirada. Enquanto se afastava, Bruce engole seu estúpido orgulho e a chama pelo nome: 

 

-”Diana, não! (...) Por favor, não. (...) Você está certa, eu vim aqui porque sabia que te encontraria”. Ela arquea a sobrancelha, ainda impaciente, diz:

 

-”Aquele velho e conhecido hábito de espionar as pessoas. Bom saber que o bom e velho Batman sempre está presente”. Ela responde pouco amistosa. Diana, realmente, não se sente uma boa companhia para o momento. Ela pede a Bruce:

 

-”Por favor, Bruce. Hoje não estou nos meus melhores dias. Então, se for importante, diga logo tudo de uma vez. Mas se não for, ou puder esperar alguns dias,  peço que deixe para um outro momento”. Ela finaliza. Embora seu coração gritasse pela presença de Bruce, Diana está sentida e tudo que ela não quer, hoje, é continuar uma conversa vazia e sem motivos. Bruce desvia o olhar dela e diz:

 

-”É possível que essa conversa aconteça num outro momento (...) Pode ser que ela espere alguns dias, ou vários, não sei (...)” Diana se prepara para deixar o local, mas Bruce continua o discurso: 

 

-”(...) Mas você perguntou se é importante. Não sei se é importante para o mundo ou para você, mas sei que, para mim, Diana, essa conversa não é só importante (...) ela é urgente (...) E se você for deixar esse lugar agora, te peço que me deixe te acompanhar. Ou então, venha comigo. Te prometo ser breve. Tenho certeza que, depois disso, também seremos mais leves”. Diana se interessa pela apresentação de Bruce, de alguma forma, ele atiçou sua curiosidade. Por um tempo, o silêncio foi soberano. Enquanto, internamente, Diana se perguntava:

 

“O que Bruce pretende com essa coisa de urgente, sermos mais leves? Será que ele quer lavar a roupa suja uma hora dessas? Ou será mais algum sermão sobre como ele age ou deixa de agir (...) Enfim, vamos ver”. Após segundos reflexivos, Diana resolve ouvir o que Bruce tem a dizer:

 

-”Muito bem, vá em frente. Estou te ouvindo”. Exclama a amazona, ainda num tom impaciente, mas um pouco mais amistoso. Bruce, então, começa:

 

-”Quando descobrimos parte dos planos de Lex, eu sabia que, em algum momento, teríamos dificuldade nos tratos e nas conversas. Seja pela forma de agir, entender ou perceber as situações (...) Logo após aquela confusão com os deuses, toda aquela coisa de Hades e elementos divinos me fizeram perceber que preciso agir mais rápido. Que as coisas fogem do controle muito facilmente e, de repente, não temos mais o que fazer, a não ser esperar”. Diana ouve com atenção sem emitir juízo ou opinião. Apenas escuta atentamente a fala de Bruce. ele continua

 

-"Quando conversei com Clark para que Lois integrasse a equipe de investigação junto com o comissário Gordon, eu conhecia o seu trabalho à distância. Pelo que lia, pelo que via e pelo que estudei sobre ela. Mas durante as investigações sobre Lex e o Coringa, que foram conduzidas por ela e pelo comissário, percebi que ela tem um incrível potencial para ser muito além de uma jornalista investigativa, uma detetive mesmo (...)” Nesse momento, Diana o interrompe:

 

-”Você começou essa conversa para me convencer das qualidades de Lois? Creio não ser necessário. Entendo que ela tenha uma mente aguçada e bastante investigativa, talvez isso a faça tão interessante para o maior detetive do mundo”. Diana o interpela levantando um pouco a voz, demonstrando algum ressentimento na fala. Mas Bruce entende, e continua explicando:

 

-”Diana (...) não! não é isso! claro que não! O que eu quero explicar é como começou essa conexão que temos (...)” Diana, mais uma vez, o interrompe:

 

-”Não precisa explicar, Bruce. Todos nos demos conta”. Ela responde. Bruce insiste:

 

-”O quê? Diana? Claro que não! Por favor, me deixe falar, sim?” Logo, Diana o responde:

 

-”Você está falando, não está?” A amazona insiste. Bruce, finalmente, decide seguir adiante, mesmo com as insinuações de Diana. Ele continua:

 

-”Percebi que ela poderia ser tão boa ou, até mesmo, melhor que eu. Ela tem muita intuição, mas precisava de treinamento. Mesmo com esse pensamento, eu não propus nada. Num dia, após uma de nossas reuniões, ela veio me procurar e agradecer pela confiança que a liga havia depositado nela e, depois de ter conhecido minha história, pelos olhos de Jim Gordon, havia mudado muito sua perspectiva sobre mim. A partir daí, ela me disse que poderia contar com ela para tudo”. Diana apenas olha Bruce contando-lhe a história, mas não diz nenhuma palavra. Ele continua:

 

-”Então, ela e eu armamos a ideia do Baile para que toda a cidade pensasse que ela eu estaríamos em algo como (...) um affair. Para enganar a imprensa e o Lex, obviamente. Tanto que funcionou. Ele a ameaçou em contar ao Clark tudo que ele havia visto e ouvido sobre Bruce Wayne e Lois Lane naquela noite. Além disso, poderíamos abrir caminho para que ele fosse diretamente a você, como aconteceu, de fato”. Diana, finalmente, o interrompe:

 

-”Então, eu também era parte desse plano? Fui usada nesse esqueminha de vocês? Bruce, eu nunca aprendo que, nas suas mãos, somos todos peões e nada além disso, não é?”. Bruce pede calma, que ela vai entender o ponto. Ele diz:

 

-”Ao me afastar de você, Lex, fatalmente, se aproximaria. Enquanto você e ele dançavam, eu e Lois encenavamos para que ele achasse que existia algo entre nós. Ainda que nada demais, talvez, um interesse, um flerte ou algo assim. Nossa ideia era que Lex nos visse juntos para, de alguma maneira, nos chantagear. Por isso, as publicações. Ao publicarmos, segundo ele, teríamos caído na armadilha dele e era como se estivéssemos em suas mão. Por isso, mencionamos o seu grande ego. No fim, nosso plano era convencer Luthor que ele estaria nos controlando, quando o que estamos fazendo é, exatamente, o contrário. (...) Agora, vem a segunda parte do plano. (...) Queremos, Lois e eu, que você e Clark participem. Não cometeremos o mesmo erro novamente (...) Estamos esperando ele entrar em contato para dizer que não quer a liga da justiça no seu segundo evento, senão, causará a confusão entre os membros especialmente, entre Clark e eu. E o motivo? Lois Lane”. Diana o assiste contar com uma cara de poucos amigos, mas finalmente, tudo começa a fazer sentido. Ela, agora muito mais interessada, diz:

 

-”Hum (...) Tudo bem, pode ser que seja um plano interessante. Mas por que nos esconder de Clark e de mim, pelo menos? E por que vocês esconderam, também, sobre estarem cientes que nada aconteceria no primeiro evento e sim no segundo? Eu entendo seu plano agora, mas não entendo o segredo. Mas ok, continue ”. desabafa a princesa, mas num tom de decepção do que de raiva - que tinha no começo da conversa. Bruce, então, a responde:

 

-”Não arriscamos dizer por receio de que vocês, no meio de um acesso de raiva ou algo assim, não conseguissem se segurar e continuar a esconder a verdadeira razão da missão. Era necessário que Clark não soubesse o que estava acontecendo lá dentro para ele não invadir o local e, talvez, promover um desastre. E quanto a você (...) eu tinha que te dar uma razão para você aceitar a dança, nem que fosse uma raiva - momentânea - de mim”. Precisava que fosse uma reação natural, entende?” Diana vira o rosto. Ela continua achando que é falta de confiança. Ela responde:

 

-”É só isso mesmo (...) ou você ainda não confia em mim? Sinto que você não se entrega, Bruce. Nem a mim e nem a nós. Não como eu. Se era coisa da missão (...) e não para a vida. De hoje em diante você fará diferente? (...) Claro que não. Você é o Batman. Nada mudará”. Diana termina com a cabeça baixa. Bruce leva a mão, com cuidado, ao queixo da princesa e levanta-o até que os seus olhos cruzassem os olhares. Bruce não responde, diretamente, à pergunta de Diana. Ele apenas diz:

 

-”Sei que você está sentida pelos últimos dias. Eu entendo. Eu aceito. Mas te peço que pense cuidadosamente sobre minhas palavras (...) Se você conseguir acreditar em mim, venha até minha casa. Comunique-se, diretamente, com Alfred para que ele te venha buscar. Amanhã às 7 p.m. Jantar. Traje gala. E, então, você saberá que seremos diferentes”.  Nesse momento, Bruce se vira e deixa o telhado, Diana não tem nenhuma reação expressiva. Ela apenas sorri bem discretamente.

 

No dia seguinte, as horas passam lentas, quase que carregadas pela obrigação de passar. Bruce, num dia muito incomum, passa o dia na Wayne Enterprises entre reuniões e negociações. Reuniões essas as quais ele assiste, quase sempre, dormindo. Ao menos, assim, o dia passa menos preguiçoso para o morcego de Gotham Diana num auto-questionamento infinito:

 

“O que será que Bruce quis dizer com essa coisa de ser diferente? Ele é o Batman, imutável. Não sei (...) minha cabeça diz que não adianta. Que, no final, o resultado é sempre o mesmo. Mas esse coração esperançoso teima, será que não aprende? Talvez, mas preciso pagar pra ver. Ou não. Argh! Quanta indecisão, Diana. Quantos anos você tem? 18? Decida-se, mulher! (...) Antes, vou ligar para o Alfred. Ele é o único que pode me ajudar” Finda o pensamento e, em voz alta, ela diz:

 

-”É isso. Claro, Alfred. Ele é o único que vai saber me dizer se eu devo tentar ou deixar pra lá. Apesar de toda solidão que Bruce insiste em viver, do Alfred ele não esconde nada, nem se quiser. Então, é isso. Alfred (...) preciso de você. Me atenda”. Ela diz isso enquanto segura um aparelho na frente do seu rosto, com os olhos fechados. Como numa oração a todos os seus deuses. 

 

Diana está um pouco ansiosa para falar ao mordomo inglês. Na chamada, do outro lado da linha, espera-se que ele, logo, atenda o telefone. E, assim, naturalmente, acontece. Alfred esperava que Diana o contactasse. Obviamente, havia sido alertado por Bruce. A questão é que Pennyworth aguardava a chamada da princesa bem mais tarde. Embora nada surpreso, Alfred está curioso pela chamada tão cedo. Ao chamar o telefone, Alfred atende:

 

-”Wayne Manor, bom dia”. Diz, muito polidamente, o atento mordomo. Diana, logo responde:

 

-”Alfred. Oi. Sou eu, Diana”. Ela diz num alívio por ter conseguido o contato. Alfred, então, lhe diz:

 

-”Miss Prince. Sortudos os ouvidos que te escutam. Esperava sua ligação, porém mais tarde. Em que posso ajudá-la?” Finaliza a introdução. Diana responde prontamente:

 

-”Ai Alfred. Sinceramente, eu não sei como me ajudar. Estou te ligando, justamente, para que você me dê uma luz. Bruce me convidou para um jantar, hoje, às 7 p.m., disse que eu teria que ir em traje social. Para que tudo isso? O que ele pretende?” Diana termina e morde, ansiosamente, os lábios. Alfred a responder:

 

-”Perfeitamente, ma’am. Para servir-lhe. Imagino, pelo seu tom ansioso e pela ligação tempranera  (cedo em espanhol), que Master Wayne não lhe adiantou nada sobre o famigerado jantar. estou correto?” Alfred termina sua fala com uma pergunta provocativa. Diana, obviamente, o responde:

 

-”Exatamente! O idiota me procura, reza uma missa enorme. Me diz para acompanhá-lo num jantar e diz que tudo será diferente. Vira as costas e vai embora”. Diana termina, em tom de desabafo. Alfred sorri, bem discretamente, mas ainda sim, Diana consegue ouví-lo reagir com risos. Ela o censura:

 

-”Alfred, por favor. Você sabe como é esse estúpido. Não ria. Você o conhece melhor que ninguém. Preciso de ajuda. O que eu faço?” Após a reclamação, ela pede ajuda, quase como uma súplica. Alfred engole o riso. A ansiedade de Diana é um assunto sério para ele. ele diz:

 

-”Miss Prince. Idiota, sim! Não há dúvidas. Mas isso você sabia disso desde o início. Eu, de fato, o conheço. Mas você também o conhece. Você não precisa da minha ajuda. Você já tem sua resposta. Antes mesmo de me ligar, a senhorita já sabia o que fazer. Se você precisa de um apoio, aqui estou (...) Vou lhe dizer uma coisa, Miss. Prince. Não deixe escapar o calor da redenção de uma alma condenada. Nem se furte à beleza de viver alguma coisa por inteiro. Ser completo, no mundo, no céu ou no inferno, é uma benção que só alcança uns quantos afortunados. Se o orgulho, a crueza, e a solidão de um coração assombrado ou de uma mente inerte forem mais intensos - porque nunca serão maiores - que um amor verdadeiro, não há luz que liberte, nem chama que aqueça. E a incompletude da alma é a dor mais profunda que se tem notícias. Sejam em qual círculo do inferno esteja, nenhuma dor se compara a dor de não ter sido tudo que podia (...) Mando pela senhorita às 6.30 p.m. Até logo, Miss. Prince”. Alfred não espera Diana responder. Ele desliga o telefone. 

 

Diana ainda segura o telefone no ouvido. Cada palavra que Alfred lhe disse entrou forte e diretamente no seu coração. Ela sentia, naquele momento, que seu coração gritava de saudade. Havia alguém que habitava ali que estava sendo sufocado. Depois de alguns minutos imóvel, Diana balança a cabeça, como se tentasse organizar seus pensamentos. Havia decidido:

 

-”Você está certo, Alfred. Hoje é o dia”. Ele diz em voz alta, para si mesma. E completa: -”Parece que temos um jantar, amazona”. 


 

(Metropolis - Kent’s Apart)

 

    -“Tudo certo para hoje, Clark?” Pergunta Lois animada, enquanto chega por trás, o abraça e o beija carinhosamente no rosto, enquanto ele está sentado à mesa. A reação de Clark é imediata. Ele solta o jornal que lia, e retribui o abraço, mesmo sentado e de costas para ela. Ele responde:

 

    -”Imagino que sim, né? Afinal, eu não ousaria encontrar o Bruce despreparado. Já me aconteceu uma vez. E, se estou aqui hoje, foi porque você me salvou”. Os dois riem um pouco e desabafa:

 

-”Naquele dia, Clark, achei que odiaria o Batman para sempre (...) Mas o mundo gira, as coisas mudam e, olha só. Vamos jantar com ele hoje. Ah, traje social, Smallville. Diana, provavelmente, estará lá. Assim eu espero. Se ela não for, vai ser um dos jantares mais constrangedores da história”. Completa a jornalista. Clark pergunta:

 

-”Por que você diz isso? O que tem o jantar a ver com Diana?” Clark pergunta curioso. Nesse momento, Lois ri bem alto, logo depois, continua:

 

-”Clark, sério? Esse jantar é para você e para ela (...) Ops, não posso dizer mais. Se quiser saber, teremos que estar lá, às 7 p.m. Não se atrase, Smallville”. Lois sai para o trabalho. Clark iria para o jornal mais tarde, ainda. 

 

O tempo corre e, bem logo, são 6.30 p.m. Bruce e Alfred aguardam os convidados. Todos se preparam para o tal jantar. A ansiedade é um sentimento comum entre os heróis. Cada um, à sua maneira, rumina o sentimento de borboletas no estômago.

 


Notas Finais


Agora vaaaaai, será? No maior espicha-encolhe da história das fics, a gente vai se embaraçando nos jeitos e nos trejeitos dos nossos personagens preferidos, né? Bruce, Diana, Lois, Clark e Alfred... tão lindos. E aí, será que esse jantar sai no próximo capítulo? E depois, alguém arrisca um palpite?

"Nem tudo está perdido, nem sinal de pedra no peito. O horóscopo do jornal arriscou um belo dia (...) liguei o rádio, era a canção que eu queria" Engenheiros do Hawaii - Outono em Porto Alegre


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