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História Be a Good Boy, Harry - Aceitação forçada


Escrita por: LittlebabyFoxy e Etoile_Filant

Capítulo 38 - Aceitação forçada


 

Severus Snape com raiva era algo a se temer, todos os comensais sabiam, e agora o próprio lorde das trevas estava chegando muito perto de descobrir o quanto o vampiro conseguia ser assustador. A capa voando atrás dele, deixando tudo mais dramático, enquanto seus passos ecoavam pelo piso.

Ele entrou no salão onde o lorde estava, Tom Riddle acariciava Nagini despreocupado, sonhador e sem nem mesmo perceber os olhos de seu comensal brilhando em vermelho sangue.

 

— Precisa de algo Severus? — perguntou antes de sentir o clima ficar tenso a sua volta, a magia do Snape preenchendo o ar, deixando pesado.

 

— Com todo o respeito que essa frase pode implicar, meu lorde... mas o que passou pela sua cabeça ao BEIJAR O MEU FILHO?  — A voz de Severus carregava uma fúria assassina pouco vista, suas emoções fora de controle eram perigosas e destrutivas e se não se acalmasse era capaz de amaldiçoar o homem a sua frente.

 

Tom Riddle por lado engoliu em seco, pensou em um usar deboche e subjugar o homem a sua frente, mas se tocasse nele Harry ficaria chateado... por que era tão difícil tomar essa decisão? Seu comensal estava sendo insolente, desrespeitoso e estava muito perto de ataca-lo, ele deveria ser um exemplo... deveria tortura-lo... mas... o sofrimento de Snape causará dor no pequeno Potter... mas, ele ainda era o lorde das trevas, se não fizesse nada seria taxado de fraco...

 

— Acho que prefiro ter essa conversa civilizadamente Severus, não quero causar sofrimento em Harry. — O Lorde levantou, deixando sua serpente escorregar ate o chão, eles estavam conversando sobre Harry antes de serem interrompidos.

 

— Sofrimento? Meu filho é uma criança! Ele é inocente! Como pôde? Ele já não foi abusado o suficiente? — O pocionista quase gritou a plenos pulmões e mesmo que negasse admitir aquilo, o lorde recuou um passo. Sabia que foi de certa forma errado o que fez, seu contato com Harry era inadequado na melhor das hipóteses. — Ele... ele não merece se machucar mais.

 

— Eu sei Severus, eu jamais machucaria Harry e você sabe disso, em ambas as situações eu estava acatando pedidos dele e jamais passaria disso, não se ele não desejar. Apesar das aparências e do jeito, Harry é um adolescente, esta crescendo e esta na fase de querer descobrir as coisas...

 

— Eu... sei, mas inferno! Não deveria ser agora... ele não deveria querer namorar agora! — Era irracional, sabia disso, estava sendo insano, mas só de imaginar sue garoto tão doce sendo levado por outra pessoa... só de pensar nisso o pânico lhe tomava.

 

— Não estou tentando roubar Harry de você Severus, esta sendo irracional. Você mais que ninguém sabe que você e ele são co-dependentes, ele nunca viveria longe de você. Eu sinto que Harry é especial, de certa forma para mim, não sei explicar esse laço e temo que muita gente não entenda, mas eu jamais, em nenhuma circunstancia, forçaria a Harry meu desejo... os beijos foram pedidos dele...

 

— Eu sei... ele me falou, mas ainda assim... ele é só uma criança...

 

— Não estou negando isso, eu adoraria cortejá-lo, despojá-lo e tê-lo em meus braços... — ele sentiu a magia crepitar raivosa e preferiu escolher melhor as palavras — Mas nunca farei nada disso se não for o desejo dele. Eu só quero cuidar dele...

 

— Ainda assim... eu...

 

— Eu sei que sempre o verá como seu garotinho, mas ele vai crescer... talvez já esteja crescendo... — O lorde suspirou audivelmente tocando o pulso de Snape e o fazendo abaixar a varinha lentamente. — Normalmente eu pouco me importaria para opinião dos meus comensais, não faria caso de seu desejo se fosse diferente do meu, mas... você tem meu respeito Severus e se para que se sinta mais confortável em relação a mim e ao Harry posso jurar para você.

 

— Estaria disposto a arriscar sua vida e sua magia por ele? — Perguntou um tanto surpreso.

 

— Por Harry? Houve um tempo que diria não... que me acharia maluco e insano... e ainda acho que estou ficando maluco, mas eu só sinto que é o certo... por Harry  eu me arriscaria.

 

— Acho que... me sentiria melhor. — Snape sentenciou com a voz baixa, ele confiava de certa forma no lorde, mas era muito irreal que ele fosse arriscar tudo pelo pequeno Potter, os sentimentos dos dois já eram tão profundos assim?

 

— Tudo bem. — Ele estendeu a mão apertando a de Snape e sentiu a magia circular o elo, dourada e quente, testemunha de uma jura eterna.

 

— Eu juro pela minha magia que nunca machucarei Harry Potter intencionalmente, eu jamais farei algo que o magoe conscientemente e jamais o tocarei contra sua vontade. Respeitando as escolhas de seu pai Severus Snape. Assim foi dito e assim será cumprido.

 

— Eu aceito sua jura. — Snape sentenciou no fim, vendo os feixes de magia se recolherem e sumirem. Estava feito e jamais seria desfeito. Isso acalmou um pouco o coração dolorido do pocionista. — Ainda assim... acho Harry muito novo para ser cortejado... Aos 16 anos dele, conversaremos sobre cortejo, como deve ser feito e sabe que se, e somente se, for o desejo dele você poderá desposá-lo depois de sua maioridade.

 

— Você me honra com essa permissão.

 

— Maioridade trouxa, somente aos 21 — Snape escondeu a diversão quando viu os olhos do lorde brilharem em surpresa, mas o vampiro jamais facilitaria isso — Não significa que goste disso, mas Harry me fez ver a memoria e me provou que foi ele que pediu, além de me fazer prometer não te atacar... Meu filho realmente gosta de você Tom, valorize isso.

 

— Espero ser merecedor desse carinho — ele disse dando um leve sorriso — Agora que chegamos ao consenso de que não vou ser amaldiçoado... há algo a mais que quero discutir com você. Harry pode estar com alguns problemas...

 

— Que tipo de problemas? — O lorde o guiou até a sala de chá da mansão e o indicou para sentar em um dos sofás, a preocupação arranhando sua mente a ponto de deixa-lo ansioso.

 

— Eu não tenho certeza, as serpentes de Harry trouxeram uma informação um tanto estranha... aparentemente ele tem alguns momentos de... troca de personalidade. As vezes ele age muito distante do que normalmente é, ao ponto de ser frio e um cruel. — ele deu uma pausa para poder exteriorizar seus pensamentos sem parecer confuso. — Eu acho que talvez possa ser influencia minha, naquela noite em Godric’s Hollow, quando o Avada que o velho me lançou ricocheteou... fragmentou minha alma... um pequeno pedaço que se alojou na primeira coisa viva que achou.

 

— Esta dizendo que Harry é um Horcrux acidental? — surpreso era um eufemismo para como o pocionista estava.

 

— Sim e essa parte... de magia negra pode estar tomando o controle dele em alguns momentos. Preciso controla-la, para que não cause dano, trancá-la novamente.

 

— Como vai fazer isso? — Snape ainda segurava a varinha tentando ser racional, mas as emoções ainda estavam borbulhando em seu interior.

 

— Um ritual tem que ser preparado, não sei até que ponto os dois estão convergindo. Harry pode ou não estar consciente dessa outra parte, pode ou não ter controle... preciso entrar lá, criar um ambiente em que eles possam se tornar conscientes um dos outro e então trancá-lo.

 

— Por que precisam ser conscientes um do outro?

 

— Se eu só trancar essa parte sem Harry saber, o intruso pode roubar memorias e talvez uma parte das emoções ligadas a ela, não posso mensurar o que ela tomaria, então o mais seguro é Harry vê-la, conversar e então se despedir protegendo consciente e inconscientemente sua memória.

 

— Por que não só eliminar essa segunda parte? — Snape era um tanto presunçoso nessa sentença, tom que o Lorde preferiu ignorar.

 

— Mataria uma parte minha... mas não é bem isso. O ritual para retirar uma Horcrux é doloroso, para mim e para ele, quero causar o menor grau de dor possível nele. — Riddle tinha um olhar contemplativo, estava sério sobre isso.

 

— Esse ritual... o que vai fazer, pode machuca-lo? — Severus se concentrou nessa parte, não querendo seu garotinho sofrendo de nenhuma dor.

 

— Não... talvez uma dor de cabeça depois, mas nada que o machuque gravemente.

 

— Tudo bem... como é esse ritual?

 

 

 

*******

 

 

Neville acordou com a cabeça doendo, a cama era quente e o cheiro de rosas era incrivelmente calmante. As cortinas estavam fechadas e por isso o quarto era banhado em uma penumbra, mas era distinguível alguns móveis de madeira clara e ornamentos familiares. A cama de dossel que ele se encontrava era incrivelmente quente e confortável, o que causou uma certa relutância em sair dela.

Demorou alguns bons segundos para que ele lembrasse onde estava e porque, suas mãos voltando a tremer enquanto ele procurava acalmar sua mente.

Ele levantou e procurou seus sapatos antes de sair pela porta branca. A luz quase feriu seus olhos, mas quando ele acostumou o mármore branco e rosado mostrou toda elegância da mansão Avery.

Os poucos quadros por perto o cumprimentaram com educação, quando uma mulher sorriu para ele Neville sentiu suas bochechas corarem, ela era linda. O cabelo loiro bem claro e em ondas volumosas, os olhos de um violeta que lembravam ametistas, os rosto era incrivelmente parecido com Cath, mesmo que mais maduro.

 

— Vem aqui querido... — A mulher do quadro chamou com um sorriso doce e ele obedeceu lentamente. — Vejo que minha filha fez uma linda escolha... Você é um jovem muito bonito... oh eu reconheço esses olhos, você seria um Black? Ou talvez seja de sua mãe?

 

— Eu... eu não... — Neville gaguejou sentindo a dor de uma enxaqueca se formar agudamente, essas conversas estavam ficando cada segundo mais confusas.

 

— Me desculpe se lhe ofendi... talvez tenha me confundido. — A mulher mostrou um olhar culpado antes de voltar a sorrir. — Me diria seu nome?

 

— Eu fui... batizado de Neville Longbottom — O nome soava um pouco amargo agora em sua boca, como se não fosse exatamente certo, mas não conseguia explicar porque. Um brilho de reconhecimento cruzou os olhos de ametista da mulher.

 

— Me chamo Calíope, sou a mãe de Cath. Creio que a esta procurando? — ela recebeu um aceno curto em resposta antes de continuar — Não vou mais te prender aqui querido, siga esse corredor aqui e chegará a uma porta, minha filha esta lá.

 

— Obrigada senhora. — Ele agradeceu docemente antes de seguir seu caminho.

 

A música clássica já era audível enquanto ele se aproximava, quando abriu a porta branca e dupla com cuidado teve o vislumbre do que acontecia ali. Cath dançava lindamente no que deveria ser um estúdio, o chão era de madeira clara e as paredes eram pintadas com cores de rosa bem suave, duas paredes eram revestidas de espelhos e havia uma barra para dançarinos.

Sobre a ocupante da sala, Catherine usava cores claras, azul quase branco e sapatilhas douradas. Seus olhos estavam fechados enquanto os movimentos eram hipnotizantes... ela dançava maravilhosamente.

Quando seus olhos heterocromáticos se abriram ela sorriu um pouco cautelosa para Neville, um tanto surpresa... ele estava diferente.

 

— Como dormiu? — A voz doce soou e ela se aproximou lentamente.

 

— Bem... só uma dor de cabeça insistente e me sinto cansado... — Ele admitiu, se sentindo incapaz de mentir para ela.

 

— Não é de se admirar uma exaustão depois de todas as mudanças... — ela começou, mas o olhar atordoado dele mostrou que ele não fazia ideia do que ela estava falando. — Vem.

 

Quando ela chamou o garoto congelou por um segundo antes de ir para mais perto e se encarar em um dos espelhos da parede. A primeira coisa que o atingiu foi seus olhos, que eram de um cinza brilhante, seus cabelos antes castanhos estavam negros e menos escorridos, sua pele parecia encaixar melhor em seu rosto, seu nariz lhe dava um ar aristocrático, talvez ele cresceu alguns centímetros? Como era possível tudo isso... mas... a imagem entrava em conflito, como se não estivesse completa ou como se fosse voltar ao antes a qualquer momento.

 

— Vê, ainda mais bonito... Vovô acha que você deve ir a gring...

 

— Não... por que isso significaria que... — Ele interrompeu em um pico de raiva mal controlado e ela o olhou com cautela. — Que... que aquela mulher estava certa.

 

— E se ela estiver? Você não quer saber a verdade? Não quer saber o motivo de tudo isso?

 

— Eu... quero... não... — ele parecia em um conflito doloroso até suspirar cansado.

 

— Vem, vamos conversar com o meu avô, ele deve saber o que fazer e te aconselhar melhor. — Ela disse docemente e segurou a mão dele com força.

 

Ele apenas se concentrou nos dedos macios e delicados dela, em como a mão de Cath se encaixava com a dele e o calor doce que atingia sua pele. Ele nem pensou no caminho, apenas se deixou guiar ate se ver em frente a um escritório. Eles foram autorizados a entrar e Neville foi guiado ate uma poltrona cor creme à frente de Albertini. Ele não quis prestar atenção à sua volta, nervoso demais para se preocupar com decoração.

 

— Então temos algum tipo de problema? — Lorde Avery perguntou cruzando os dedos sobre a mesa.

 

— Como pode ver Nev esta passando por algum tipo de... transformação, apesar de não sabermos a origem, o motivo ou o exatamente como, ele se recusa a ir a Gringotts, achei que talvez o senhor pudesse nos ajudar. — Catherine disse, sua postura sendo nervosa e um tanto ansiosa.

 

— Bom... isso parece um problema, se ainda se recusa a ir a Gringotts posso fazer alguns testes e talvez achar uma solução para que sua família não estranhe demais... talvez feitiço Glamour? Ou algo similar a isso... — O homem levantou e foi em direção a estante de livros no escritório começando a dedilhar os tomos grossos. — Bom... acho que vou precisar de algumas amostras de sangue e talvez você deva escrever uma carta para sua avó, isso pode demorar.

 

— Obrigado Lorde Avery — O garoto conseguiu dizer depois de bons segundos.

 

— Neville, eu vou ajudar, mas quero que saiba que com os duendes tudo seria muito mais rápido e talvez mais preciso. Eles saberiam rapidamente o que está acontecendo e o porquê. — O homem folheava um livro grosso de capa esverdeada — Mas, se não se sente confortável não posso força-lo. Como amigo de Catherine você esta convidado à ficar o tempo que precisar, mas por favor avise seus familiares, não quero se acusado de sequestro.

 

 

                                                                                *****

 

Narcisa supervisionava os pequenos detalhes necessários na decoração, algo elegante e relativamente simples, parecia estar brilhando em cristal e pequenos toques de dourado. Nada infantil e havia muitas coisas que lembravam Draco, pequenos detalhes que ficavam encantadores. Ela se despediu dos decoradores que contratou e subiu as escadas para chamar seu filho.

Draco já estava vestido, escovando o cabelo um pouco nervoso, ela sorriu para ele antes de avisar que ele deveria descer.

 

— Devemos esperar uma nora esse ano? — Ela brincou docemente, ficando atrás do garoto que a olhava através do espelho, corando fortemente antes de conseguir falar algo.

 

— Mãe! Não tem nada disso... eu só... só estou nervoso, quase sempre comemoramos na França com a vovó...

 

— Se você esta dizendo... vamos, os convidados logo chegam e sua avó enviou um presente especial, seu pai quer entregar antes da festa.

 

Lucius esperava no salão de festas, apreciando a decoração e segurando entre suas mãos o presente que sua mãe enviou. Não que ele tenha concordado pacificamente, achava uma tradição ridícula entre os bruxos franceses e quando chegou sua vez ele recusou, mas apresentaria para o filho de qualquer maneira, ou sua mãe ficaria furiosa.

Quando Draco entrou ouviu o pai suspirando e não perdeu tanto tempo antes de encarar o presente cheio de expectativas, ele amava presentes, amava a atenção, amava ser um Malfoy.

 

— Sua avó enviou isso, mas não se sinta obrigado a usar. É apenas... uma tradição francesa... — Seu pai parecia dividido entre neutralidade e receio, o jovem Malfoy se sentiu com medo do que seria o presente.

 

— Enviarei uma carta agradecendo ela... e...

 

— Como se nom pudesse dizerr pessoalmente Draco. — A mulher que entrou no salão com um sorriso gigante disse, os fios castanhos já estava quase todos prateados, os olhos azuis eram calorosos e seu sorriso era doce, o sotaque francês era ainda presente, mas não era um problema para nenhum deles. A avó de Draco usava um conjunto francês, que com toda a certeza custava muito. Ela cruzou a sala dando um abraço apertado no neto. — Feliz aniversário mon petit dragon, e nom se deixe levar pela cara do seu pai, você vai amar o presente.

 

O jovem loiro sorriu enquanto era abraçado pela avó, ela tinha tanto carinho por ele. Giselle Malfoy era uma mulher carinhosa, também treinada em meio ao mundo puro-sangue, mas muito mais calorosa do que se via geralmente, uma tanto rígida com os modos e postura, afinal foi ela quem treinou Lucius. Quando Draco foi solto ele sorriu alegremente.

 

— Merci pelo presente vovó.

 

— Je t'en prie mon cher, agora abra. — Ela encorajou fazendo o mais jovem finalmente pegar a pequena caixa e desfazer o laço.

 

Era um joia, Draco amava joias, colares, anéis e sua pulseira... amava o brilho e sua família sabia disso e especialmente sua avó sempre pareceu saber o que ele gostava. Ele não sabia exatamente onde iria essa joia. Parecia diferente de qualquer uma que ele tinha, mas seu sorriso não murchou.

 

— Como eu disse... não precisa usar se não quiser Draco, é...

 

— Lucius fique quieto. Deixe o garoto escolher se quer ou não, é parte dele também, não é só porque você se recusou a usar que ele também deva. — Giselle disse um tanto irritada com o filho.

 

— Não pode me culpar por eu não querer furos em minhas orelhas. — O homem resmungou antes de ganhar um olhar irritado da mãe.

 

— Como se fosse doer, Draco petit, isso vem de mon família, é um presente tradicional de quando um jovenzinho faz 16, é para por na orelha direita. — Draco encarou o presente, era um Dragão de prata, um tanto curvo, com pedras azuis claras em seus olhos. Bonito.

 

— Eu teria que furar a orelha? Vai doer? — Perguntou um pouco incerto, queria usar, mas não queria passar seu aniversário com alguma dor.

 

— Não vai doer querido, é um feitiço bem simples. Você quer pôr? — Giselle perguntou calando o filho que já iria começar a dar seus argumentos, isso deixou Draco com um certo receio, odiava decepcionar seu pai, mas era tão bonito.

 

— Eu... quero. — disse incerto, olhando para Lucius em busca de qualquer gesto de desaprovação e viu apenas a boca entortando levemente, será que ele o decepcionou?

 

— C'est bom, venha. — Giselle pegou sua varinha, que tinha uma cor azul quase prateada, e recitou algumas palavras. Draco sentiu a magia, mas nenhuma dor chegou a si, ele sentiu quando sua avó pegou a joia e posicionou no lugar certo e com mais alguns feitiços ela se afastou. — Lindo.

 

O mais jovem se aproximou de um espelho para olhar seu presente, ele se encaixava perfeitamente e se movia com magia levemente, sem soltar sua orelha. Ele amou, enquanto voltava para dar mais um abraço em sua avó e engolir o bolo de medo de ter decepcionado seu pai. De repente a voz de Harry soou do floo, o mais novo corria alegre com um pacote na mão e entregou o presente com grande entusiasmo.

 

— Harry o que conversamos sobre correr? — Narcisa foi quem perguntou gentilmente para o garoto, o Potter corou vendo seu indecoro.

 

— Desculpa. É indelicado correr, além de ser indecoroso eu também posso cair ou me machucar, além de esbarrar em outras pessoas sem querer, vou tentar não fazer de novo tia Cisa. — O castanho soava doce e isso foi o suficiente para arrancar um sorriso de seus tios.

 

— Oh... quel jeune homme temos aqui, você deve ser Harry certo? Draco falou coisas ótimas de você petit. — Gisele disse gentil enquanto se aproximava do garoto, ela não esperava que ele parecesse tão mais jovem. Se visse sem saber diria que ele tinha 12, talvez 13 anos... não 15. — Sou Giselle, avó de Draco, mas pode me chamar de Tante Gi.

 

— Prazer senhora... — Harry corou tentando achar papai para se esconder um pouco, mas ele estava conversando com Lucius um pouco longe.

 

— Obrigado pelo presente Hazz — Draco disse abrindo o embrulho em papel de presente verde claro.

 

Harry quase sempre lhe dava doces, as vezes algo sobre Quadribol, mas dessa vez ele inovou... eram livros, uma coleção inteira... 7 livros de curandeirismo e medibruxaria. Livros raros e caros, livros que foram escritos ao redor do mundo... eram todos perfeitos. Acima deles havia um cartão com um desenho dele e quando abriu segurou a respiração completamente surpreso. Além do nome de Harry e de seu padrinho... havia... havia um mensagem com uma letra diferente, que dizia:

 

“Seu amiguinho disse que é talentoso e um grande fã, eu não duvido vendo suas notas e do que seu padrinho conta, quando terminar seus estudos, se ainda desejar essa carreira, tem um convite para estagiar comigo.”

“Eric Wieschaus”

 

O... uns dos maiores medibruxos do mundo, o ganhador de uma ordem de Merlin por suas descobertas... ele... ele não podia acreditar na sorte que tinha ao ter Harry em sua vida, seu irmãozinho e seu padrinho eram simplesmente os melhores. O loiro se viu se jogando sobre Harry agradecendo muitas vezes pelo presente incrível. Era o melhor aniversário que já teve... e só tinha 16 anos. Ele mal havia começado as eletivas para o curso, ele já havia escolhido as desse ano... mas ainda assim, conseguir algo assim era incrível.

 

— Draco... ta me apertando — Harry pediu doce e o amigo finalmente o soltou. — Acho que então você gostou né?

 

— Sim nenemzinho, eu amei... obrigado — O loiro sentiu a insegurança no tom do mais jovem e decidiu que o deixaria saber o quanto adorou seu presente — É um presente perfeito.

 

Harry sorriu amplamente, orgulhoso de ter convencido o papai a falar com o médico e conseguiu convencê-lo do presente.

 

— Mas como você conseguiu falar com Eric Wieschaus?

 

— Papai faz algumas poções para ele, especialmente para experimentos e a esposa dele é uma médica nascida-trouxa especialista em psiquiatria. Ela me atendeu por um pedido da tia Penélope, aí uma coisa levou a outra... agora tenho novos tratamentos e você vai ser um doutor.

 

A festa logo deu inicio após a pequena conversa, os convidados chegando lentamente e Draco ansioso a cada minuto, tentando disfarçar da melhor maneira. Seus presentes se acumulavam em uma mesa e as conversas tomaram volumes mais altos. Ao seu redor Pansy, Blaise, Harry e Theo contavam as expectativas para o ano e entravam em conversas amenas. Tudo parecia bem, era pra estar ótimo, mas ele sentia que faltava algo... eles recusariam o convite? Ou havia acontecido alguma coisa?

Tão distraído em sua própria ansiedade ele não notou Harry afastando seus amigos e o mais novo mesmo saindo com um sorriso travesso. Ele bebeu o vinho doce em sua taça antes de sentir seus olhos sendo cobertos por um par de mãos firmes. Primeiro ele se assustou, para depois reconhecer a risada baixinha perto de sua orelha.

 

— Draco... não achou que nós esqueceríamos seu dia não é? — Um dos gêmeos disse sussurrando e o Malfoy se virou para ver os dois com sorrisos gêmeos e travessos. Os olhos azuis brilhando lindamente distraindo o loiro da caixinha azul que eles tinham em mãos.

 

— Feliz aniversário Draco — Ele viu que Fred foi quem disse dessa vez, não lembrando ao certo quando começou a saber perfeitamente como diferencia-los, mas ele sempre sabia quem era quem.

 

— Obrigado... não precisavam gastar dinheiro comigo. — Disse docemente aceitando o embrulho que era empurrado entre suas mãos.

 

Desfazendo o laço azul claro ele abriu a caixinha pequena com as mãos tremendo em ansiedade mal disfarçada. Ele não sabia como os gêmeos descobriram seu amor por joias brilhantes, mas agradecia a percepção deles ou a vozinha doce que contou. Ele ganhou um colar com o símbolo de gêmeos em um pingente com pedras azuis bem claras... lindo... simples e lindo.

 

— Obrigado é lindo... muito lindo — O mais novo disse cheio de alegria e os ruivos não conseguiram resistir ao abraça-lo apertado.

 

Era quente, confortável e incrível ser abraçado com tanto carinho. Draco sentiu o coração acelerar e suas bochechas coraram fortemente. Era tão bom... tão perfeito... era certo... seu lugar no mundo. Ele mal sentiu quando George colocou o colar em volta de seu pescoço, um significado duplo: o signo astrológico de Draco e um marco de pertencimento aqueles dois garotos. Quando ele sentiu que deveria soltar o abraço ou os convidados estranhariam ele tocou o colar olhando para ele cheio de carinho e maravilhado que algumas pedrinhas ficavam vermelhas... era mais perfeito ainda.

 

— Lucius desfaça esse rosto irritado, hoje é aniversário dele e você não brigar com ele. — Narcisa brigou com o Malfoy mais velho vendo como o loiro encarava o filho com certa raiva e talvez ciúme?

 

— Mas... são Weasleys! — disse como uma criança birrenta, mas cheio de um certo veneno em sua língua.

 

— Não importa, Draco gosta deles, você vai ser educado, vai trata-los bem e se Draco decidir namorar você tem que aceitar. — Ela disse muito séria e o homem pareceu ainda meio desgostoso.

 

— Meu filho... namorando Weasleys? Homens? Ele não tem essas inclinações...

 

— E você sabe mais do que ele? E mais... se ele for assim? O que vai fazer? Ameaçar deserda-lo para tentar pará-lo?

 

— E se eu fizer?

 

— Vai perde-lo. Draco merece ser feliz Lucius, te agradando ou não e eu vou apoiar meu filho no caminho que ele escolher.

 

— Ele não nos...

 

— O que? Ele não ousaria se apaixonar? Ele não ousaria amar? Pense bem nas escolhas que vai tomar. — Narcisa disse abandonando a conversa e indo em direção a algumas amigas.

 

Giselle que estava ali e ouviu tudo encarou o filho com severidade e ate mesmo Severus, que ficou ali um tempo durante a festa decidiu se afastar antes que brigasse com seu amigo por suas expectativas idiotas. O moreno sabia que o que estava atingindo seu amigo não era sobre Draco gostar de homens, mas gostar daqueles homens em específico. Era bem conhecido a aversão das duas famílias uma a outra, o ódio que parecia atravessar gerações parecia que teria fim com um casamento... e isso magoava o ego do Malfoy. Mas ouvir sobre “inclinações” sendo faladas com certa raiva o deixava chateado, afinal seu próprio filho claramente preferia homens e ele mesmo não sabia sua preferência.

 

— Você não vai falar nada para o meu neto. — Giselle falou série e cruzando os braços em uma pose muito altiva, que fez Lucius se sentir um jovem travesso que ia ser castigado, mas abriu a boca para começar a protestar quando um único dedo de sua mãe levantou em aviso, ela ainda conhecia muitos feitiços de correção. — Ouça bem Lucius Abraxas Malfoy, eu não te criei assim. Eu sei muito bem o que os Weasleys fizeram com sua irmã e sei bem o que tudo acarretou, mas você não vai culpar aqueles jovens por decisões que não couberam a eles. Eles não merecem seu ódio e veja só como seu filho sorri, Draco está feliz e isso é tudo que deveria importar pra você.

 

— Ele pode se apaixonar por outro e...

 

— Sim ele pode, pode não dar certo, Draco pode se magoar, pode ficar riste e se apaixonar por outra pessoa, mas essa decisão, esse caminho para tomar pertence apenas a ele. Draco deve trilhar sozinho e devemos estar aqui somente para apoiar, para ajudar quando ele cair e não antecipar sua queda e impedir. Você entende mon fils?

 

— Acho que entendo... eu só...

 

— Eu sei... o passado deve ser deixado onde esta. Luma preferiria descansar... por favor deixe o passado onde ele pertence.

 

— Eu vou tentar...

 

 

 

 

                                                                                *****

 

 

 

 

 

— Papai... — Harry gemeu manhoso coçando os olhos de sono, ele ainda não estava vestido para dormir, mas o aniversário de Draco drenou suas energias totalmente. Quando o pequeno estava quase caindo Severus o pegou no colo, jogando feitiços na cozinha para um suco de abobora se por no copo com bico que Harry gostava.

 

Primeiro tirou as roupas que Harry usava e o deixou sentado enquanto enchia a banheira com agua morna. Provou a agua colocando a mão e checando a temperatura antes de sentar Harry na banheira e começar a lavar o corpo magro do seu filho. Tão pequeno e inocente... quase causando raiva com a ideia de ele casando um dia... mas talvez devesse tentar se acostumar... talvez devesse.

 

— Papai... vai ter história hoje? — Harry perguntou docemente enquanto a espuma do banho era moldada com suas mãozinhas inquietas.

 

— Se você desejar, podemos ler uma.

 

— Eu quero... e Claire comigo e... posso ter um biscoito com meu suco?

 

— Tenho medo que tenha dor de barriga com tantos doces meu pequeno, você comeu muitos no aniversário.

 

— Ta bem... então posso ter Liz e Niel na cama? E Sr. Nibbles? E.. o Sr...

 

— Escolha uma de suas pelúcias e poderá ter seus pets. Somente uma pequeno ou não haverá espaço para você. — Snape terminou o banho rápido em seu filho e o pegou na toalha para leva-lo ao quarto, o deixando na cama já seco para por seu pijama.

 

— Esta certo... então Claire, se não ela fica chateada... e Liz e Niel.

 

— Esta certo então. Levante os braços Hazz. — Pediu encaixando a camiseta nos braços do pequeno e o vestindo com uma cueca e a calça logo depois. — Pronto, você quer seu suco enquanto ouve a história?

 

Recebeu um aceno enquanto Harry buscava a serpente de pelúcia e as vivas para sua cama, que logo se aconchegaram com ele enquanto o garoto tomava seu suco e ouvia a história que seu pai contava.

 

— ... Então Altheda se apressou a colher as ervas que julgou mais úteis, misturou-as na cabaça de água do Cavaleiro Azarado e levou a poção à boca de Asha. Na mesma hora, Asha conseguiu se pôr de pé. Além disso, todos os sintomas de sua terrível enfermidade tinham desaparecido. — Snape fechou o livro azul vendo que Harry já cochilava novamente, tendo acordado algumas vezes durante a leitura, insistindo que deveriam terminar.

 

O homem havia tirado o copo de suco a bons minutos e a chupeta vermelha já estava nos lábios rosados do garotinho, ela tinha feitiços para os dentes ficarem limpos a noite. Snape deixou as grades para a proteção de Harry e levantou de sua poltrona. Deixando as estrelas brilharem para que o quarto não ficasse totalmente escuro.

O homem andou até a cozinha, pegando um frasco com sangue de Remus e bebendo um gole, antes de perceber que logo acabaria... talvez durasse mais uma ou duas semanas... ele precisava de mais.

 

 


Notas Finais


É eu sumi, sorry... minha faculdade recomeçou a a bugunça se instaurou mais uma vez, vou tentar atualizar uma vez por semana, nas sextas, mas vai depender muito de como meus horários vão se ajeitar.

Ah, sim queria perguntar pra vocês, querem que eu faça no tiktok o pefil psicológico dos meus personagens? Com meus comentários e explicando um pouco sobre porque eles agem de tal forma.

Outra coisa, a Oneshot extra do Oliver e do Flint ja esta quase pronta, falta revisar alguns detalhes, mas creio que semana que vem ja vai ser postada. Pedidos? Curiosidades? Teorias? Amo lê-las...

Até a proxima, beijos.


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