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História Be a Good Boy, Harry - Reuniões


Escrita por: LittlebabyFoxy e Etoile_Filant

Capítulo 41 - Reuniões



O escritório de Tom não era estranho para nenhum dos dois, mas a situação parecia carregar uma tensão fina. Enquanto Tom sentava em sua cadeira e Snape ocupava seu lugar, Harry ainda comia um dos cupcakes de seu piquenique despreocupadamente.  

O lorde das trevas pegou um pergaminho e uma pena com tinta para começar a escrever.  

 

— Primeiro acho que precisamos definir as regras. — Tom iniciou com a voz série e um ar de tranquilidade. Sevrus cerrou os dentes antes de suspirar e descruzar os braços.  

 

— Pois bem. Acredito que sexo está completamente fora dos limites até o casamento. Beijos depois do noivado e já estabelecemos que ele só se casará depois de sua maioridade. 

 

— Tudo bem. —  A satisfação no rosto de Sevrus era divertida, assim como Tom tentando disfarçar a raiva — Alguma preferência para o ritual de cortejo? 

 

— Na verdade sim, os Potter e os Prince coincidentemente tinham rituais parecidos, acredito que possamos chegar a um acordo entre os dois. 

 

— Faz sentido. O que consiste no namoro então?  

 

— Aos 17 anos de Harry será iniciado, serão um encontro por Sabbat totalizando 10 em um ano.  

 

— Razoável. Creio que se a magia aceitar passaremos aos encontros por semana, não é?  

 

— Sim, porém Harry ainda estará na escola e jamais permitiria que isso atrapalhasse seus estudos, então pensei em um encontro por mês, assim como um presente.  

 

— Consigo compreender suas razões e concordo. Os presentes devem representar algo para a sua família?  

 

— Não, desde que Harry os aceite e os aprecie, mas joias que representam sua família devem ser dadas apenas depois do sexto encontro.  

 

— E a última deve ser o anel e deve ser testado para que a magia aceite a união. 

 

— Exatamente, aparentemente os antigos sangues-puros tinham tradições similares. — Severus parecia um pouco sério ainda, mas falar de maneira mais técnica estava afastando seus sentimentos de raiva para com a situação, seu príncipe iria ser cortejado.  

 

— Se começaremos ano que vem o noivado terminaria aos 20 anos de Harry, pensei que me impediria até os 21. — Gracejou o lorde das trevas e os olhos do vampiro brilharam em vermelho sangue, perigosos. 

 

— Eu pretendia, mas não posso adiar muito mais se esse também é o desejo de Harry, apesar de odiar cada segundo eu só quero que ele seja completamente feliz. — Falou entre um suspiro cansado, a fome já estava voltando. — Voltando aos termos, fidelidade total, não vou tolerar nada menos que isso. 

 

— De acordo. Sobre os sobrenomes, o que deseja?  

 

— Quero que Harry mantenha o seu, é parte de sua herança e jamais tiraria isso dele. Ele não tem meu sobrenome, mas é meu herdeiro, todas as suas heranças serão pertencentes a ele e somente ele.  

 

— Compreensível. — Tom engoliu em seco ao passar para o próximo tópico, ele deixou por último de propósito para tentar contornar a raiva do vampiro. — Herdeiros? Se Harry vai manter seus títulos acredito que a família Prince e Potter exigem um filho cada uma e os Gaunt exigem no mínimo dois por união.  

 

— Então no mínimo três herdeiros, um para cada família. Acho que é um bom acordo, mas deve ser feito somente se Harry se sentir pronto para esse passo, caso não eu não ligo se a família Prince termine comigo.  

 

— Jamais o forçaria a algo assim, mas você sabe se não discutíssemos isso as leis decidiriam por si mesmas e poderiam até mesmo exigir datas mínimas.  

 

— Eu sei. É só um pouco desconfortável falar sobre filhos de Harry quando eu ainda o vejo como um garotinho.  

 

— Só queremos protegê-lo e está tudo bem, vou garantir que ele seja feliz, mesmo que eu jamais toque nele de maneira sexual ou tenha herdeiros, eu o quero feliz, apenas isso.  

 

— Posso ver isso. — Sevrus suspirou enquanto seus dedos longos procuraram os fios cacheados de Harry para se acalmar. — As cores Prince são azul cobalto e cinza claro, Potter é vermelho rubi e branco, por contrato não serão exigídos as cores Peverell nem as cores Black’s. 

 

— Entendi. — O lorde terminou de anotar algo no pergaminho e entregou para o pocionista que leu com atenção por alguns minutos. 

 

— Aceitável. Presumo que entrará em contato com os duendes.  

 

— Irei, quando estiver pronto enviarei sua cópia para que analise e assine caso ache aceitável ou nos reuniremos para discutir pontos que devem ser acrescentados ou retirados.  

 

O tom de negociação usado pelos dois adultos deixou Harry desconfortável, mas não o suficiente para realmente se sentir ruim. Ele entendia que seu pai estava tentando controlar a raiva crescente por estar o cedendo, enquanto Tom parecia lidar melhor quando sentimentos não eram envolvidos, mesmo que a razão fosse sentimental.  

Ele estava ansioso pelo seu presente e por isso sua mente tendia a se perder na conversa. Ele sabia que estavam discutindo casamento, relacionamento ou algo similar, entre si e Tom, mas ele confiava nos dois e sabia que cuidariam dos seus interesses. Seu pai exigiria fidelidade total, cuidado absoluto e que o noivado demorasse o máximo de tempo possível. Era engraçado ver os dois conversando e tentando soar respeitosos quando a raiva era muito presente.  

Ele mergulhou em seus próprios pensamentos, organizando sua mente de maneira metódica e escondendo a escuridão que tentava se aproximar. Ele gostaria de ter Marv livre, assim eles ao menos poderiam conversar, mas já que não podia ele deixou a mente vagar.  

Harry foi trazido de volta ao presente quando Tom o chamou, seu pai parecia incrivelmente relutante, mas o lorde das trevas estava sorrindo. Tom pegou a mão delicada do adolescente e deu um beijo casto na pele macia. 

 

— Eu pensei muito em o que te dar de aniversário, deveria ser algo especial… você merece as melhores coisas do mundo. — Tom mantinha o tom carinhoso, seus olhos cor de rubi brilhando em carinho enquanto guiava o mais novo para o sofá do escritório. — Eu… pretendia te dar a cabeça de seus parentes, acredite eu adoraria fazer isso… adoraria achar cada pessoa que te machucou e poder te dar a alma delas de presente… mas… 

 

— Papai disse não. — Harry adivinhou com um sorriso travesso e Tom sorriu antes que seus olhos ganhassem um brilho assassino. 

 

— Dói em mim saber o tanto que você sofreu, dói que eu não estivesse lá para impedir, para cuidar de você… Eu queria poder apagar todo esse passado e te deixar sempre feliz. Um dia… não hoje, mas um dia eu te prometo que vou procurar cada pessoa que te machucou e garantir que tenham um destino pior que a morte.  

 

— Tom… meus parentes não podem mais me machucar, papai cuida de mim e agora está tudo bem. Eu só quero esquecer que eles existem, quero só… seguir em frente.  

 

— Seus parentes estão livres, mas não abrirei mão dos seres desprezíveis que ousaram tocar em você. — A magia opressora era um pouco sufocante pela raiva do Lorde das trevas, mas Harry apenas olhou para as próprias mãos. 

 

— Não sei se conseguiria te impedir, mesmo que quisesse… e eu não quero. Acho que não posso… negar a você o direito de se vingar por mim. Mas… mas quando for fazer isso… eu… eu quero ajudar.  

 

— Você é uma joia muito rara pequeno. Não posso negar nada a você. — Tom sorriu, deixando a raiva ir embora enquanto buscava as esmeraldas brilhantes de Harry. — Mas, sem mais divagação… acredito que você mereça seu presente agora.  

 

— Presente! — O sorriso brilhante voltou aos lábios de coração e o brilho de alegria que o pequeno emanava era contagiante.  

 

Tom soltou as mãos pequenas de Harry e pegou uma caixa de veludo negra de seu bolso, que cresceu um pouco em suas mãos. Um laço verde-esmeralda enfeitava o presente e Harry recebeu com um enorme sorriso. Desfazendo o laço e abrindo a caixa com entusiasmo, ele se deparou com um cordão de ouro branco, o pingente era brilhante e parecia o céu estrelado em formato de coração e com uma estrela brilhante bem no meio. Ele sorriu alegremente pela beleza do presente e olhou para Tom com olhos brilhantes.  

 

 — Eu pensei em te dar algo que lembrasse uma estrela, afinal você iluminou a noite que cobria meu mundo, mas você merecia muito mais... então eu peguei uma estrela para você. Essa é uma das estrelas secundárias da constelação de leão, seu signo...  

 

— Essa é... é uma estrela de verdade? Como... como as que vejo no céu a noite? Mas... mas elas não deveriam ser gigantescas e estarem muito longe? 

 

— Sim é uma estrela de verdade, levou bastante tempo de pesquisa e uma quantidade de magia considerável... mas foi um ritual relativamente curto... você merece um mundo inteiro, mas por enquanto só espero que goste de ter uma estrela.  

 

Tom viu como os olhos verdes estavam arregalados e os lábios de coração estavam separados em surpresa, isso o encheu de insegurança por alguns segundos, será que Harry não havia gostado? Não era suficiente? Ele não sabia como realizar essas pequenas coisas, ele tinha tanto medo de perder aquele pequeno anjo. Tom era distorcido, ele não sentia as emoções claramente nem simplesmente. Ele nunca foi ensinado a sentir, a lidar com isso a entender. Ele imitava, porque era fácil assim, mas sentir de verdade foram poucas vezes.  

No orfanato ele nunca aprendeu o que eram essas malditas emoções. Ele não sabia por que choravam ou porque riam, porque alguns garotos se sentiam melhores com amigos ou algo similar. Ele nunca entendeu e parou de tentar sentir.  

Ele só sentiu alegria de verdade uma vez, quando descobriu que não era um monstro, mas sim um bruxo. Ele só sentiu tristeza de verdade uma vez, quando conheceu seu pai. Ele sabia que tinham situações que deveria rir, outras que deveria ficar sério ou com o rosto triste, ele sabia fingir lágrimas muito bem, mas sentir… sentir era complicado.  

Sempre foi complicado…  

Mas… Harry chegou destruindo a porta que Tom mantinha trancada, seus sentimentos antes dormentes estavam explodindo e o confundindo. Ele não tinha noção exatamente do que sentia, mas queria proteger aquele garoto, cuidar… queria saber “amar” … parecia certo amar Harry… mesmo que certo e errado sempre fossem ambíguos para o Riddle.  

Ele queria dar a Harry a chance de ter o mundo inteiro em suas pequenas mãos, era a maneira que ele conhecia de fazer as coisas… um pouco obcecado, talvez um pouco imoral… Mas ele já não se importava. O jovem Potter foi a luz em seu mundo escuro e ele jamais deixaria o pequeno anjo escapar.  

Ele saiu de seus pensamentos confusos ao ser abraçado por braços magros e sentir cheiro de mel que o cabelo de Harry exalava.  

 

— Obrigada Tom, não precisava de todo esse trabalho... muito obrigada de verdade... é linda. — Harry se afastou brevemente do abraço para poder olhar para os olhos de rubi de Tom, o mais novo tinha lágrimas de alegria em seus olhos brilhantes assim como um sorriso largo.  

 

— Fico feliz que tenha gostado pequeno anjo... você merece muito mais. — Ele se inclinou e beijo a testa de Harry com carinho e sorriu em retribuição a alegria.  

 

O sorriso travesso de Harry enviou sinais de alerta para o fundo de sua mente, mas já era um pouco tarde quando o pequeno roubou um selinho de si e estendeu o cordão para Tom pudesse pôr em si.  

 

— Também tem alguns feitiços de proteção e alerta caso esteja em perigo, os feitiços do colar que te dei de Natal aos seus 11 anos já devem estar desgastados. Vai proteger sua mente também pequeno.  

 

— Obrigado Tom... — ela acariciou o colar que era pequeno e delicado, combinava com o pequeno. — Olha papai como é bonito.  

 

Tom quase havia esquecido que o pocionista estava ali e recebeu um olhar um tanto irritado de seu comensal, mas realmente não o atingiu, ele estava completamente feliz que tenha feito Harry feliz. 

 

 

**** 

 

 

— Harry! — O garoto de cabelos castanhos se virou no corredor para poder saber quem o estava chamando, diante dele, com metade do corpo ainda dentro da cabine, Hermione Granger o chamava. Ela parecia relutante e olhava para o chão em desconforto, mordendo o lábio de medo da reação do garoto.  

 

— Oi? — Ele parou esperando que ela continuasse, ele devia ir até o fim do trem, território não oficial da Sonserina, mas foi ao banheiro para se trocar e já voltava quando foi chamado.  

 

— Nós... nós podemos conversar? Por favor... — Ela pediu ainda em desconforto.  

 

— Acho que sim... só não posso demorar, Dray está esperando e ele diz que se eu não cochilo no caminho fico emburrado. — Ele disse ajeitando a gravada verde e prata com delicadeza.  

 

— Entra... — Hermione chamou e o Potter entrou com relutância, a garota não estava sozinha na cabine.  

 

— Oi Harry. — Gina Weasley cumprimentou e deu cotovelada no irmão para que ele fizesse o mesmo.  

 

Os quatro sentaram com algum desconforto, o silêncio era um pouco opressor e o clima não estava leve de maneira alguma.  

 

— Harry ouça... nós queríamos ter uma conversa honesta com você, queremos ser seus amigos a bastante tempo, mas obviamente tomamos os caminhos mais errados possíveis, primeiro queremos nos desculpar por te acusar ou te deixar desconfortável em algum momento. — Hermione rompeu o silêncio falando enquanto suas bochechas coravam.  

 

— O que ela ta querendo dizer sem tantas palavras é que eles... nós queremos ser seus amigos de verdade. — Gina falou com um sorriso tranquilo. Harry via agora, ela estava mais velha e um pouco alta, tinha um sorriso bonito e desde que parou de o olhar constantemente ele se sentia mais tranquilo.  — Sabemos que foi chato te pressionar ou questionar sua casa.  

 

— Verdade, nós... eu principalmente, agi como um idiota. Eu sempre sonhei em te conhecer, sempre achei que você seria grifinório, corajoso, imprudente, destemido... então quando te conheci, foi um pouco surpreendente saber quem você era de fato. Eu queria e ainda quero te conhecer de verdade, mas por algum tempo eu estava simplesmente furioso porque você tinha escolhido o Malfoy e os Sonserinos como amigos. — Ronald despejou tudo de uma vez e estava um pouco ofegante quando terminou.  

 

Os olhos de esmeralda de Harry estavam arregalados de surpresa, ele não esperava muito de uma conversa com eles, temia ser antagonizado mais uma vez ou julgado, mas a maneira que eles falavam e olhavam para ele com expectativas parecia tão honesta. Ele mordeu o lábio pensando no que deveria fazer, Draco provavelmente diria para recusar e se afastar, mas papai diria para dar uma chance, poderia ser tão ruim?  

 

— Eu entendo o lado de vocês, eu quis ser amigo de vocês, mas a maneira que vocês falavam ou agiam me deixava mal. O chapéu me colocou na Sonserina por uma razão e achar que eu seria grifinório simplesmente por quem foram meus pais foi precipitado. — Ele começou depois de um tempo, decidiu expor sua visão das coisas e se pudessem superar isso talvez pudessem ser amigos. — Vocês começaram a supor coisas do nada simplesmente porque eu era filho de Lilian e James, mas não tentaram me conhecer de verdade.  

 

— Sabemos disso, e por isso estamos pedindo uma nova chance. — Hermione parecia tão triste e culpada, Ronald se encolhia cada vez mais. 

 

— Vocês estão pedindo outra chance, eu estou pedindo apenas a primeira. — Gina disse com um sorriso amplo — Luna me falou que você é um grande amigo e depois que eu superei minha “paixão” pelo garoto-que-sobreviveu eu quis te conhecer também.  

 

— Você era apaixonada por mim? — Harry corou desconcertado e estava pronto para contar a ela que já estava comprometido e gostava de meninos quando ela riu divertida e levantou para sentar ao lado dele.  

 

— De certa forma, eu era apaixonada pela imagem que minha família tinha de você. Sempre sonhei em conhecer e namorar com um garoto forte e poderosos que me protegeria, então com as histórias que contavam acabei projetando isso em você. Desculpe por isso... eu te dei umas encaradas realmente estranhas no passado. — Ela continuou com um sorriso tranquilizador e tocou as mãos delicadas dele com carinho. — Mas Hermione acabou me ajudando a ver que eu não precisava de um homem para me proteger, eu mesma posso fazer isso e acabei vendo que o que sentia por você era admiração.  

 

— Acho que entendo, obrigada por explicar... — ele disse docemente sorrindo por poder entender e talvez fazer novos amigos.  

 

— Nós queremos começar de novo, do jeito certo dessa vez. Sabemos que nunca vamos tomar o lugar do Malfoy ou de seus antigos amigos e eu acho que nem mesmo merecemos. — Hermione falou dessa vez olhando diretamente nos olhos de Harry. 

 

— Só queremos uma chance... bem mais uma. — Ronald completou parecendo derrotado.  

 

Harry talvez entendesse, imaginando se seu primeiro contato no mundo bruxo fosse diferente talvez ele tivesse sido um grifinório, ele podia ver Ronald sendo um amigo descente e Hermione o ajudando com os deveres como Draco fazia, mas imaginar isso acarretava a ideia de que ele e Dray não seriam irmãos, que talvez ele não conhecesse a Pansy e Blaise como conhecia e talvez ele não tenha sido adotado pelo papai. Parecia um mundo tão diferente, ele não gostaria disso.  

Ele balançou a cabeça para espantar esses pensamentos estranhos e voltou a pensar nos três a sua frente, Gina parecia legal e se Luna era amiga dela, ela deveria ser incrível, já Hermione e Ronald pareciam tão arrependidos... ele sabia que eles nunca seriam amigos realmente próximos, mas poderiam ser amigáveis, nada impedia isso.  

 

— Acho que podemos começar de novo. —  Harry disse por fim e levantou com um sorriso doce — Nos vemos pela escola sim? Está chegando o horário do meu cochilo.  

 

— Você é tão lindinho! — Gina disse rindo alegre e o Potter acompanhou.  

 

— Tchau. — Ronald e Hermione falaram juntos em despedida e ele saiu da cabine, indo até o território da Sonserina despreocupadamente. Parecia que as coisas estavam dando certo.  

 

 

**** 

 

 

— Onde estava? — Draco perguntou com uma pena de alcaçuz nos lábios e um olhar curioso para seu irmãozinho.  

 

— Hermione, Ronald e Gina pediram para conversar. — Harry respondeu sentando em seu lugar e pegando a caixa de sapo de chocolate que Pansy estendia. 

 

—  E eles queriam o que? —  A garota perguntou curiosa.  

 

—  Se desculpar e dizer que tentariam não mais criar expectativas em cima de mim. Eles pareciam honestos, mas quero... quero esperar para ver.  

 

— Inteligente de sua parte, se eles falharem mais uma vez não merecem mais nada de você além da indiferença. — Blaise disse com seu ar sempre calmo.  

 

—  Hurum... ei alguém segura o sapo. — Harry pediu e sorriu agradecido quando Theo segurou seu sapo de chocolate, que já estava quase fugindo pela porta.  

 

— Finalmente achei vocês, Draco, Pansy estão procurando vocês para reunião de monitores e Professor Snape disse algo sobre não deixar Harry comer muito chocolate. — O Nott disse tudo enquanto entrava e entregava o sapo já inanimado para Harry.  

 

— Oh... é verdade já está no horário. Vamos Pansy. — Draco chamou arrumando a gravata e dando um beijo na testa de Harry antes de sair. — Você se comporte, volto a tempo para o horário do seu cochilo. 

 

— Ta bem. — O mais novo respondeu com os lábios sujos de chocolate, arrancando uma risada de Blaise.  

 

— Então... vocês me disseram que tinha uma novidade impactante na última carta, vamos desembuchem logo. — Theo pediu sentado ao lado de Blaise.  

 

— Ok, mas antes... — Blaise cobriu a cabine com um feitiço abafador e encarou o garoto ao lado dele com seriedade. — Neville é um Lestrange, aparentemente ele foi roubado quando bebê... seu nome verdadeiro é Rígel. 

 

— Uou... calma... como.... mas... calma, calma... isso é sério? Tipo... esse é um dos maiores escândalos possíveis. Um dos filhos dos sagrados 28... nossa. Então? O que vão fazer? Ele vai continuar na escola como se nada tivesse acontecido?  

 

— Não tem como... a aparência dele mudou completamente. Lorde Avery está cuidando dos papéis, talvez tentem dizer que ele é um estudante transferido. — Zabine explicou vendo Nott a cada segundo mais surpreso.  

 

— Uau... e eu achei que tinha novidades. Minha notícia não é nada perto disso. Mas... espera, por que Lorde Avery está cuidando disso? Não seria Lorde Lestrange o responsável?  

 

— É porque Rig é o noivo perdido da Cath. — Harry foi quem revelou procurando mais doces a sua volta.  

 

— Caralho... isso sim é uma história digna de teatro. Então ele recorreu a Lorde Avery, Lorde Lestrange já sabe? Soube que ele já estava velho e ruim de saúde, lamentando que ambos os filhos foram para Azkaban... ele deve ficar feliz em ter um herdeiro. — Theo estendeu bombons de menta para Harry, que agradeceu e começou a abrir a caixinha.  

 

— Pelo que soube eles tentariam uma reunião antes da escola começar, mas como nem Rígel nem Cath estão no trem, acho que ainda não conseguiram ajeitar tudo. — Blaise pareceu lembrar de algo e voltou sua atenção para o amigo. — Mudando de assunto, você nos disse que viu algo inacreditável, o que foi?  

 

— Ah sim... com todas as novidades eu quase esqueci. Marcus Flint e Oliver Wood estão noivos.  

 

— Como assim? — Blaise perguntou surpreso e Harry apenas riu.  

 

— Eles se amam... sempre achei que eles casariam e teriam dois filhos, mas um dos filhos não ia gostar de quadribol. — Harry disse um tanto alheio terminando seus doces de menta e puxando a garrafa com suco que havia trazido.  

 

— Eu sempre achei que os dois iam sair no soco qualquer dia, estou verdadeiramente surpreso. — Zabine disse vendo Harry brigar com a tampa da garrafa e estendeu a mão para ajudar, ganhado um obrigado baixinho. — Como você soube disso?  

 

— Ah foi um pedido público. Puddlemere United estava jogando em Portugal, eles venceram contra as Harpias, mas todos os jogadores permaneceram no campo, eles estenderam uma faixa e gritaram em couro: Oliver Wood quer casar comigo? Aí o Flint surgiu no chão com um anel. Foi bem bonito na verdade, queria um amor assim... 

 

— Ta donzela apaixonada, vai achar seu príncipe encantado qualquer dia, ou princesa... ou eu sei do que você gosta.  

 

— Sabe que nem eu sei? — Theo falou dando de ombros. — Parece confuso gostar de alguém agora, quando nem mesmo eu sei o que eu realmente sou. Eu contei que minha mãe tentou me pôr em um vestido? E eu não achei ruim... aí eu... meio que to confuso. Não sei o que isso significa... eu queria contar isso a vocês... talvez pudessem me ajudar a entender.  

 

Harry se aproximou terminando seu suco e sentando entre os dois garotos, ele segurou a mão de Nott vendo a confusão do garoto, ele parecia perdido.  

 

— Papai me disse que só você pode saber exatamente o que está acontecendo. Se você acha que fica mais feliz em um vestido ou uma saia está tudo bem, se só gostou de experimentar ou quer vestir de novo, se quer usar sempre ou só de vez em quando, se acha que talvez goste de meninos, meninas ou ambos, ou até nenhum, está tudo bem também. — Harry começou vendo Theo dar um sorrio contido. — Apenas não se apresse, não se desespere por não saber... quando menos espera vai saber a verdade e vai achar seu caminho.  

 

— Harry esta certo Theo, dê tempo ao tempo e se deixe descobrir e caso precise vamos estar aqui para te ajudar no caminho. — Blaise completou e viu a porta abrir.  

 

— O que perdemos? Por que Theo ta com cara de quem vai chorar? — Pansy perguntou sentando em seu lugar e olhando curiosa para os meninos.  

 

— Contamos para o Theo sobre Rígel, aí ele contou que Flint e Oliver estão noivos e que ele experimentou um vestido. — Harry resumiu soltando sua garrafa de suco na mochila ali perto.  

 

— Calma aí, uma fofoca de cada vez. Como assim Flint e Oliver? Nem sabia que eles namoravam. — A Parkinson perguntou animada. — Mas ok, fico feliz por eles... mas como assim Theo experimentou um vestido? E eu não estava lá para dizer se ficou bonito? Já pensou se a cor não combina com ele? Da próxima vez me chama seu irresponsável.  

 

— Ai — O Nott reclamou quando recebeu um tapa no braço da garota e Draco se limitou a rir da interação. — Minha mãe queria um vestido, mas decidiu pôr em mim por de acordo com ela: temos quase o mesmo corpo e ela queria ver se a cor combinava com os olhos dela, que por acaso são das mesmas cores que os meus.  

 

— Da próxima vez me chame para consultoria. Jamais que eu vou deixar um amigo meu usar qualquer vestido sem minha aprovação. 

 

 

 

**** 

 

 

— Espero que seja importante Albertini, sinceramente. — Augustus perguntou sentando em frente do Lorde Avery em seu escritório.  

 

Ele era velho, cabelos quase totalmente brancos, mas com fios negros mostrando a antiga cor, era alto e usava roupas finas e em seu pescoço um colar de ametista circular, assim como a pedra que enfeitava sua bengala. Seus olhos eram escuros e frios, assim como o metal que adornava seu dedo, o anel de Lorde Lestrange.  

 

— Na verdade é muito importante, o que sabe sobre o filho de Rodolfo? — Albertini perguntou olhando diretamente nos olhos de um velho conhecido de escola, alguns anos de diferença, mas foram amigos.  

 

— Não muito, a criança nasceu saldável, apesar da dificuldade de engravidarem, mas morreu por volta de um ano de vida. Por que está falando do meu falecido neto?  

 

— Porque na verdade ele não está morto, tentei te contactar assim que descobri, mas você e essa mania de estar na Bélgica não veio antes.  

 

— Deixe de brincadeiras! Não faça isso com um velho que não tem mais nada nesse mundo! 

 

— Não estou brincando Augustus! Rígel esta vivo, ele foi roubado, obliviado e adotado ilegalmente. — A raiva de lorde Lestrange pareceu desinflar e seus olhos brilharam cheio de uma esperança mal contida.  

 

— Onde ele está? Quem ousou fazer isso com minha família? 

 

— Ele viveu sob o nome de Neville Longbotton. 

 

— Augusta fez isso comigo? Ela... 

 

— Não, ao que tudo indica Augusta não sabia de absolutamente nada, para ela o garoto é seu neto, filho de Frank. Ela ainda não sabe sobre tudo, ele tem ido em casa poucas vezes e ela não parece se importar, quando ele vai usa feitiços de glamour.  

 

— Você o libertou então, presumo. Onde ele está? Posso vê-lo? — A esperança brilhando nos olhos do velho agora nem mesmo tentava se esconder.  

 

— Ele está conversando com minha neta, ele... ele vai ter uma reunião com Bellatrix e Rodolfo, eles vão tentar se conhecer. Vem, está na hora de conhecer Rígel.  

 

Albertini levantou e guiou o velho amigo pela sua mansão, andando pelos corredores claros e quadros que cumprimentavam educadamente eles logo chegaram ao jardim. Ali uma jovem de cabelos loiros amarrados em um coque frouxo e um garoto de cabelos negros tomavam chá, que pelo cheiro doce era de camomila. Lorde Avery anunciou sua presença e os dois olharam para os mais velhos interrompendo sua conversa.  

Catherine levantou e se curvou delicadamente, era uma bela jovem educada ao modos puro-sangue.  

 

— Lorde Lestrange. Vovô. — Ela cumprimentou antes de voltar a sentar — Aceitam um chá?  

 

— Sim querida. — Albertini respondeu tomando seu lugar na mesa e observando as reações de Rígel. Ele ainda estava visivelmente surpreso. — Rígel, esse é Lorde Augustus Lestrange, seu avô.  

 

— É um prazer senhor. — Rígel cumprimentou e sentiu os olhos de Augustus queimando sua pele, ele era um jovem educado, treinado nos métodos rígidos aparentemente.  

 

— O prazer é meu, meu jovem. Então já sabe toda a verdade e sabe que você é atualmente meu herdeiro. Diga-me, quem te educou?  

 

— Augusta Longbotton. — Rígel respondeu sério, sem gaguejar ou mesmo relutar, Albertini sorriu orgulhoso, estavam trabalhando a confiança do mais jovem recentemente e ele já tinha bons resultados. 

 

— Metodologia inglesa então. Precisaremos corrigir algumas coisas, adicionar idiomas, ingleses tem o péssimo hábito de ignorarem idiomas na educação de herdeiros. — Augustus falou soando pensativo. — Pedras da família Longbotton?  

 

— Lápis-lazúli e Sodalita. 

 

— Não usa nenhuma delas? — Augustus perguntou com os olhos atentos as mãos do adolescente ou pescoço, onde poderia achar um presente ou joia da família.  

 

— Nunca me senti confortável com a pedra e mi... Augusta não fazia questão de me dar alguma joia de família. — Rígel corrigiu a pequena escapada e viu algo brilhar nos olhos de Lorde Lestrange, talvez raiva.  

 

— Nem mesmo o anel de herdeiro? Sei que não é um Longbotton, mas se estivesse acostumado ao anel estaria mais inquieto, em seu dedo também não há marca recente, você nunca usou?  

 

— Não, Augusta não me achava digno dele ainda, dizia que eu deveria merecer. — Agora Rígel viu com clareza raiva brilhando nos olhos do Lestrange, Albertini também não parecia nenhum pouco feliz.  

 

— O Anel não é somente um privilégio, mas um direito do herdeiro. Recusar dar isso a você foi como dizer que você não era herdeiro dela, ela não te valorizava. — Catherine foi quem explicou docemente vendo a confusão nos olhos de Rígel, ele não sabia tanta coisa.  

 

Augustus sorriu olhando a jovem mais atentamente, em seu dedo um anel de ouro rosê e morganita. Albertini obviamente foi contra o tradicionalismo e treinou a jovem para ser uma herdeira de verdade, não apenas uma joia para casamento.  

 

— Eu sei, mas agora já não importa mais. Sou um Lestrange, não um Longbotton. — O adolescente disse com confiança, mesmo que seu coração estivesse inseguro sobre a aprovação do homem a sua frente. Ele ainda temia que as coisas não mudassem, não importasse seu sobrenome.  

 

— Resposta certa, você é um Lestrange, valorizamos as tradições e valorizamos nossa família. Não estava te testando Rígel, mas queria saber seu apego aos Longbotton. Quero te treinar como uma Lestrange merece, nossas origens são belgas, estamos na Inglaterra a muito tempo, mas não devemos esquecer quem já fomos. — Augustus falou finalmente abrindo um sorriso e levantando da cadeira.  

 

Ele se aproximou de Rígel, seus olhos cheios de emoções e seus dedos tremendo. Quando o jovem Lestrange sentiu o abraço seu corpo enrijeceu por alguns segundos, antes de relaxar e seus olhos encherem de lágrimas. Ele tinha uma família.  

 

— Você não sabe a felicidade que estou sentido ao saber que você está aqui... — ele se afastou e pegou o rosto de Rígel nas mãos olhando atentamente cada detalhe de seu neto. — Você não sabe o quanto estou feliz ao saber que você está vivo.  

 

As lágrimas desceram pelas bochechas de ambos, antes de voltarem ao abraço apertado. Albertini estava visivelmente surpreso, não é sempre que um Lorde puro-sangue chora. 

 

— Bem... o que estou esperando? —  Augustus limpou as lágrimas e manteve sua mão no ombro de seu neto, seu neto... a simples ideia disso parecia tão irreal, seu neto estava vivo... vivo. — Albertini acho que já sabe, mas só confio em você para um anel de herdeiro descente. Deve seguir os gostos de Rígel, mas os feitiços e encantamentos padrões da família Lestrange devem continuar.  

 

— Claro... ametista e Lolita certo?  

 

— Vovô, o outro assunto. Rígel precisa estudar. — Cath chamou a atenção dos mais velhos, que estavam presos em uma conversa sobre anéis e pedras preciosas..  

 

— Ah sim sim... Augustus, precisamos revisar os documentos para que Rígel passe como um aluno transferido, assim ele não terá problemas e os riscos são menores para ele. 

 

 — Claro, claro vamos ver isso agora. Se apressarmos tudo podemos tê-lo em Hogwarts em uma semana. — Augustus limpou as lágrimas teimosas que continuavam surgindo em seus olhos. 


Notas Finais


Sentiram Saudade? Eu sei que sim... desculpem realmente a demora, ainda estou sem notbook ou computador e ta sendo um inferno na terra pra conseguir escrever, mas o prox cap ta sendo escrito já... só não sei se estara pronto antes do ano novo.

Espero de verdade que gostem... E eu vou criar um grupo de Whatsapp pra quem quer conversar comigo e tudo mais, o link vai estar no meu mural no wattpad ou nas notas finais amanhã a noite.

Deixem suas opiniões, beijos... ate uma prox.

Como prometido criei um grupo de WhatsApp, quem quiser entrar aqui o link:

https://chat.whatsapp.com/KRtjCMvD5Ae9Xj3cdARoUS


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