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História Be a Good Boy, Harry - A Pedra filosofal


Escrita por: LittlebabyFoxy e Etoile_Filant

Notas do Autor


Oie? Tudo bem? Finalmente o fim do primeiro ano do Harry... espero que gostem.

Capítulo 9 - A Pedra filosofal


Fanfic / Fanfiction Be a Good Boy, Harry - A Pedra filosofal

O inverno passava rapidamente e a primavera daria as caras logo. As sessões com Penélope ajudava com os pesadelos do menino, ele agora já não tomava tantas poções para sua saúde física, apenas uma para ajudar, na ainda necessária, reposição de nutrientes que tomava toda manhã, mas não quer dizer que estava livre dos medicamentos, tomava uma poção para a ansiedade e uma para conseguir dormir sem pesadelos, essas ao menos tinham um gosto bom e doce. Draco ainda continuava sendo o irmão coruja e desde a gripe de Harry não deixava o menino aproveitar a neve, o loiro batia o pé e conseguia ser bem persuasivo.

A tarefa que sua psicobruxa lhe deu já havia sido concluída, mas em seus pensamentos ainda pensava do porquê gostava de algumas pessoas ou desgostava de outras. Snape cuidava dele com carinho e entrava diretamente na lista de quem ele gostava, mas sabia que o homem não era perfeito, Harry não era burro, via como o homem era sério e carrancudo, como desprezava alguns alunos e até assustava outros, mas ainda gostava dele.  Draco também não era perfeito os preconceitos de sua criação puro-sangue apareciam em grande evidencia durante os dias, ele desprezada nascidos-trouxas, fazia algumas piadas com os alunos de outras casas, claro que nem sempre era algo gratuito, alguns alunos acabavam entrando em discussões calorosas com ele, mas fora isso o menino conseguia ser agradável quando desejava, era um bom amigo para Harry e o cuidava bem.

Dumbledore estava entre os neutros, assim como os Weasley’s em geral e a menina Granger. Não sabia bem o que pensar deles. O diretor parecia um homem bom, todos falavam muito bem dele e contavam o quão justo e poderosos ele era, mas havia algo pingando em sua mente, como um receio em confiar no ancião. Ronald ainda forçava uma amizade de maneira insistente e de certa forma Harry já havia cedido, não que considerasse o menino ruivo seu amigo e fosse lhe contar seus segredos, mas conseguiam ser colegas de classe. Fred e George apesar de neutros pendiam ao lado positivo, eles não enchiam o saco de Harry com o papo de destino e nem com poder, só mostravam suas invenções e as vezes conversavam com o menino-que-sobreviveu sobre banalidades e professores. Granger por outro lado estava pendendo mais para o lado negativo da lista, a menina conseguia ser insuportável quando desejava, seu tom era intrometido e mandão, havia feito dupla com ela em Herbologia uma vez para nunca mais querer repetir, ela descarregava informações completamente inúteis apenas para provar que leu o maldito livro, falava tudo com o nariz afilado em pé e ai de alguém se discordar dela.

Na parte negativa da lista sempre estava o nome de seus tios, seu primo e nomes ou letras que lembrava vagamente serem dos homens que tocaram em si. Quando Penélope perguntou o que ele queria fazer com as pessoas que não gostava ele hesitou em responder, foi só 4 sessões depois que ele conseguiu responder essa questão: ele os queria machucados, muito machucados e mortos. Depois disso ele tinha que tentar conversar mais com quem gostava, para “por os sentimentos para fora de maneira boa” como ela disse. Também recomendou que o menino procurasse alguma atividade para se distrair.

 

–  Draco! Ainda não entendi como me tirar da cama no meio da noite pode ser uma coisa boa – O menino de óculos redondos reclamou enquanto, ainda vestido com seus pijamas e uma pantufa felpuda cor azul, era arrastado pelos corredores da escola de maneira apressada e “sorrateira” por um loiro não muito melhor que si.

 

– Você vai ver, vamos – o mais alto puxou com mais força e logo chegaram as escadas da torre da astronomia, o Malfoy continuou arrastando o mais novo pela mão só que dessa vez escada acima.

 

– Draco... – o menor gemeu visivelmente com sono, mas foi ignorado e arrastado até a sala de observação. Lá já tinha um telescópio pronto para observar estrelas. – O que fazemos aqui?

 

– Quero te mostrar uma coisa importante. Olha no telescópio. – pediu com um meio sorriso e o menor fez como pedido.

 

Pelo telescópio viu uma linda constelação, não a identificava direito. Com um feitiço murmurado por Draco o telescópio se ativou magicamente e ligou os pontos formando a imagem.

 

– Essa é a constelação que deu origem ao meu nome. Desculpe te tirar da cama assim, mas hoje ela estaria perfeitamente visível e não pude deixar de te mostrar.

 

– Por que seu nome veio de uma constelação? – perguntou curioso ainda olhando o magnífico desenho do dragão.

 

– É uma tradição na família Black, os Malfoy’s gostam de nomes que entoam poder, mas os Black’s sempre batizam seus filhos com nome de constelações ou estrelas.

 

– Black?

 

– Ah... É mesmo, você não sabe. É comum bruxos dos sagrado 28 casarem seus filhos entre si, meu pai foi prometido para minha mãe, um casamento arranjado. Minha mãe é da família Black.

 

– Ah sim entendi. – Disse mirando as esmeraldas no amigo. – Mas o que são os sagrado 28?

 

– São famílias inteiramente puro-sangue que querem manter seu sangue inteiramente bruxo. Meu pai me contou que antes havia bem mais famílias, Weasley’s e Potters já fizeram parte das famílias sagradas, mas algo os fez sair e virar as costas a ideia purista. Dizem que foi durante a batalha contra Grindelwald.

 

– Eu li sobre essa batalha... O bruxo das trevas mais temido da época contra Dumbledore.

 

– É...

 

– Obrigada por me mostrar a origem do seu nome Draco – o menor disse com um sorriso fofo. – Mas me chamou só para isso?

 

– Não era “só isso”, a constelação é importante, mas tinha outro assunto que queria tratar com você aqui.

 

– Que seria? –  Poucos segundos foram necessários para que o castanho bocejasse e começasse a esfregar os olhinhos cansados. Era um cena adorável de se ver e Draco riu.

 

– Um minuto – o loiro disse e não demorou 10 segundos uma coruja totalmente negra estava na janela sobre o telescópio. Ele fez um carinho nas penas dela e pegou a carta que ela carregava na pata – Meu pai me mandou uma carta hoje de manhã dizendo que eu devia estar aqui as 23:00 para receber uma carta que seria endereçada a você. Ele especificou que você devia ler assim que chegasse e depois queimássemos o papel.

 

– Por que? – perguntou curioso.

 

– E eu lá vou saber? – disse o loiro desamarrando o laço preto que enrolava o papel e quando abriu entregou ao menor.

 

– Ta bom... grosso. – o biquinho nos lábios de coração fez o Malfoy rir e ficar ao lado do amigo para ler a carta junto dele.

 

Harry, eu não sei ao certo o que está acontecendo, mas agradeço imensamente por Lucius ter dado meu recado. Eu não consegui falar com Snape então o Malfoy foi minha última opção. Eu quero te pedir para ter cuidado, muito cuidado, o senhor da luz não é completamente bom. Desculpe por não estar aí com você, mas prometo que assim que puder irei te ver.

 

De seu sumido, mas que ainda te ama muito Padrinho”

 

–  Quem mandou?

 

–  Meu padrinho, mas não sei quem ele é. – O menor disse encarando o pequeno bilhete. Draco pegou a varinha e queimou o papel assim como seu pai havia instruído.  Harry continuava mais dormindo do que acordado.

 

– Vem sua criança sonolenta, hora de dormir. Descobrimos mais sobre isso depois – o loiro disse pegando as mãozinhas delicadas de seu melhor amigo e o guiando pelas escadas circulares da torre. Esperavam que pudessem chegar aos dormitório de maneira silenciosa e sem serem pegos, mas o destino é algo engraçado.

 

– Eu não disse professor, eu ouvi um barulho. – a voz daquela menina irritante estava se tornando cada vez pior de se ouvir.  

 

–  O que fazem fora da cama? –  Quirrell perguntou aos Sonserinos que ficaram mudos e ele chamou os 3 alunos para sua sala. – M-m-ui-muito bem, já-já que não há-há razão, motivo ou-ou circunstância p-pa-para os senhores estarem fora da ca-cama há uma hora dessas eu não vejo outra saída. Detenção para os 3.

 

–  Espera professor, como assim 3? – Hermione perguntou muito surpresa, talvez não esperasse receber a mesma punição. – Eu estava na biblioteca, apenas me atrasei um pouco do horário de recolher e...

 

– S-senhor-rita Granger... Eu-eu d-disse d-de-detenção p-para os 3. – O professor gago falou quase decidido e o som de batidas a sua porta o fez dar a volta na mesa e ir abrir. Minerva estava lá com uma lamparina nas mãos e um pijama discreto por baixo do roupão cor de creme. – Sim p-professora?

 

– Ouvi uma algazarra e vim checar o que acontecia. – a mulher olhou pela sala encontrando 3 alunos calados que a encaravam. – Mas vejo que apenas pegou alunos fora da cama.

 

– V-vou dar d-de-dentenção a eles e-e mandá-los de v-vo-volta pra cama. – o professor de DCAT sorriu de lado quando Minerva acenou positiva e se retirou com o rosto sério. – Então... acredito que 2 semanas sejam suficientes para esta pequena transgressão. Espero que não se repita.

 

E os dispensou. Andaram alguns corredores com a menina resmungando e Harry mais dormindo do que andando. Em algum momento ele simplesmente levou o polegar a boca e o sugou sonolento. Viraram a direita no corredor que se separariam, mas não contavam em achar um ruivo escorado na parede.

 

– O que aconteceu Hermione? Você demorou. – Ronald só então pareceu perceber que a menina tinha dois Sonserinos ao seu lado.

 

– Quirrell me achou no 3º andar depois de eu ouvir uma discussão estranha dele com Snape, peguei detenção. – A menina bufou e se aproximou do amigo grifinório.

 

– E esses dois?

 

– Eu ouvi um barulho quando passei por um corredor e já que eu fui pega nada mais justo que levar alguns comigo. – A menina deu de ombro e Draco revirou os olhos disposto a ignorar aqueles dois e seguir seu caminho.

 

– Então descobriu o que eles estão guardando de tão importante? – A voz do ruivo estava propositalmente mais alta, como para que os Sonserinos que andavam pelo corredor ouvissem.

 

– Não, mas sei que Snape o quer. – o tom da menina era mais contido, mas ainda audível. – Temos que descobrir o que é antes dele conseguir pegar.

 

******

 

A denteação com o professor Quirrell foi dividida. Draco foi mandado para cumprir detenção com Hagrid sobre enormes protestos. Hermione ficou sobre responsabilidade de Minerva e Harry ficou com o Professor de DCAT sobre grandes protestos, ignorados, de Snape. Harry ficou de organizar os livros de pergaminhos da aula de DCAT. Já estava perto de terminar sua detenção, penúltimo dia e estaria livre.

Na sala, Quirrell sempre se mantinha sentado em sua mesa encarando de maneira insistente a criança que arrumava os papéis de maneira perfeccionista.

 

— Já ouviu falar do lorde das trevas Harry? — Foi a primeira vez que o professor falou na detenção.

 

— Já — o menino respondeu baixinho.

 

— Sabe porque todos conhecem o seu nome, Harry?

 

— Mais ou menos — respondeu novamente baixo e se concentrando em sua tarefa.

 

— Havia uma profecia, sobre uma criança que nasceria no fim de julho. O lorde achou que a profecia se tratava do filho de Lilian e Thiago, afinal eles eram os únicos que se encaixavam na descrição, por isso ele foi atrás de seus pais, os matou... mas naquela noite... ahh naquela noite você fez algo e sobreviveu a uma imperdoável, ninguém nunca tinha feito isso antes e o lorde se foi — o menino agora encarava o professor com curiosidade, algo em sua mente gritava que faltava algo naquela história — mas imagine senhor Potter... ele não morreu, mas ficou enfraquecido...

 

— Não sei onde quer chegar professor — o menino terminou sua tarefa e encarava o homem na sala com receio.

 

— Você ... apenas um pirralho... derrotou o lorde das trevas. Imagine se eu te matar ou te entregar de presente. O meu mestre me agradeceria, me honraria...

 

Quirrell se levantou e em passos pesados se aproximou do menino encolhido. Harry deu passos para trás, estava com medo agora, se encostou na parede e se encolheu mais ainda.

 

— Mas acho que te entregar junto da pedra seria uma honra maior. — o sorriso do professor fez o menino tremer, estava com muito medo. Talvez se tentasse bastante ele conseguiria se fundir com a parede e sumir daquela sala.

 

Harry só viu quando o bruxo apontou a varinha e sentiu seu corpo cair no chão. Sua consciência se perdeu, tudo era escuro e frio.

 

******

 

— Padrinho você viu o Harry? — Draco entrou na sala do homem que mexia uma poção de maneira concentrada.

 

— Não, já procurou nos dormitórios? — perguntou ao afilhado sem tirar sua atenção do caldeirão fervente.

 

— Já, não o vejo desde que o deixei na detenção com o professor Quirrell. — o platinado se aproximou — Estou preocupado. Ele não gosta de ficar sozinho com o professor e geralmente corre assim que acaba as detenções.

 

— Posso tentar localizá-lo se lhe tranquiliza — o professor ofereceu e tirou o caldeirão borbulhando do fogo, deixando sua poção descansar por alguns minutos.

 

— Eu ficaria mais tranquilo, obrigado professor. — Agradeceu vendo Snape pegar a varinha e começar a murmurar feitiços. Franziu as sobrancelhas negras quando achou o menino e Draco logo viu que tinha algo errado.

 

— Onde ele está? — a preocupação evidente na voz do menor fez Snape engolir em seco.

 

— Vamos, antes que algo ruim aconteça. — Chamou e saiu apressado de sua sala, a poção esquecida e estragada.

 

Draco ficou inquieto assim que entraram no corredor do 3º andar do lado direito. Atravessaram portas de madeira, pilastras de pedra e chegaram a uma sala trancada. Snape estava prestes a abri-la quando ouviu uma voz atras de si.

 

— Não vamos deixar que pegue a pedra Snape — Ronald Weasley apontava a varinha e Snape revirou os olhos cor de ônix.

 

— E para que diabos eu ia querer a pedra filosofal senhor Weasley? — Snape tratou de ignorar os dois grifinórios e se concentrou a porta.

 

— Eu não sei, viver para sempre? — Hermione foi quem respondeu e Draco olhava tudo com atenção.

 

— Não tenho interesse na pedra Senhorita Granger, quero apenas meu... quero apenas achar Harry — o pocionista abriu a porta e entrou, Severus logo viu que a harpa ao lado do gigante cão de três cabeças estava enfeitiçada e tocava músicas.

 

— Hagrid disse que Fofo gostava de música... como você sabia disso Snape? — Ronald tinha a voz estridente e o professor apenas suspirou.

 

— Eu fui um dos que ajudou a trazer esse animal para cá. — respondeu mal humorado e empurrou a pata gigante para ter acesso ao porão.

 

Ele e Draco desceram juntos pelo chão escorregadio e caíram em uma planta de aspecto estranho. Logo ouviram um grito e dois corpos medianos se chocaram contra a mesma planta. Ronald se debatendo e gritando.

 

— Padrinho isso é... — O loiro começou e Snape apenas acenou positivamente.

 

A planta os envolvia de pouco a pouco e logo Snape foi engolido pelas videiras de cor negra e aparência viscosa. Draco foi logo depois e isso pareceu aumentar os gritos do ruivo.

 

— Quando mais se mexer pior vai ficar Rony. — Hermione alertou e logo também foi engolida. Pousando ao lado do professor e do sonserino. Ronald gritava histérico e Draco revirou os olhos.

 

Ambos ignorando os gritos irritantes seguiram seu caminho pelo corredor de pedra. O caminho acabou em uma sala ampla, com piso xadrez e gigante, peças de xadrez bruxo espalhadas pelos dois lados. Era um jogo.

 

— Vamos ter que jogar? — Draco estava impaciente, algo em sua mente dizendo que seu amigo corria perigo.

 

— Infelizmente, MacGonagal não pega leve em seus feitiços de transfiguração. — Ele murmurou e se posicionaram para o jogo, mas antes que o primeiro movimento pudesse ser feito o ruivo irritante a menina sabe tudo se juntaram a eles.

 

— Não vamos deixar que chegue até a pedra. — Hermione murmurou.

 

O jogo foi simples, Draco jogava muito bem e mesmo que custe admitir o ruivo sardento foi útil em algumas jogadas. As peças se destruíam e quando Snape evitou um sacrifício desnecessário do Weasley a vitória foi garantida. As peças gigantes de xadrez abriram passagem e os 4 passaram em passos apressados.

A próxima sala era a de Quirrell. O trasgo jogado ao chão estava inconsciente e logo deixaram o monstro ali seguindo ate a próxima sala: a de Snape. As poções estavam todas ali como ele tinha deixado. Pegou o frasco correto deixando Hermione debatendo consigo mesma sobre a ideia brilhante do professor. Seu coração palpitando sobre como Harry estaria e torcia para seu menino estar bem.

Tomou um gole dando o restante para as crianças que insistiam em segui-lo e caminhou sobre as chamas roxas deixando as chamas negras para trás. O caminho era estreito.

 

******

 

Os olhos de esmeralda abriram com dificuldade, a cabeça do menino doía e latejava, mas se obrigou a levantar. Sentou sobre algo como um degrau e encarou o homem em frente ao espelho de Ojesed que debatia consigo mesmo.

 

— Eu vejo a pedra, vejo entregando-a para meu mestre, o vejo me agradecendo... mas não sei como pegar aquela maldita pedra. — ele finalmente encarou o menino e sorriu. — Pegue-a para mim Harry.

 

— Eu... não sei como... — o menino murmurou e o homem se aproximou perigosamente.

 

— Venha aqui Harry — Chamou docemente e o menino recuou. — EU MANDEI VIR AQUI.

 

Se aproximou mais um pouco e puxou o menino pela manga do uniforme e o colocou em frente ao espelho.

 

— Me diga o que vê — mandou e o menino encarou seu reflexo e já não via mais seus familiares, mas apenas a si mesmo com uma pedra cor de vinho nas mãos, depois seu reflexo pôs ela no bolso e magicamente o peso da pedra filosofal foi sentida em seu próprio bolso.

 

— Eu...

 

— ME DIGA O QUE VÊ — Harry se encolheu pelo grito, estava com medo, muito medo.

 

— Eu vejo... minha família — mentiu, sentiu que não podia falar a verdade e o medo o fez mentir.

 

— Mentira — o homem magro sorriu e segurou os fios castanhos em um aperto dolorido — Talvez se eu te usar um pouco, causar um pouco de dor você me diga a verdade.

 

Lágrimas banharam os olhos verdes.

O homem gritou de dor largando os fios do menino e Harry o olhou confuso.

 

— O que você fez? — Quirrell agarrava a própria mão em desespero e Harry ficou confuso, ele não fez nada além de desejar.

 

O professor tentou dar um tapa no menino, mas novamente sua mão começou a doer e formar bolhas. Harry o olhava com o rosto sério para o homem, indiferente a dor dele. Sua mão tremeu e os olhos verdes cintilaram antes de Quirrell se contorcer de dor pelo chão, lamentando e pedindo que a dor parasse.

Potter o olhava desejando que ele sofresse mais, mandando que ele sentisse mais dor.

 

Snape o encontrou assim, encarando o professor de DCAT se contorcendo no chão. Correu ate seu menino e o abraçou apertado. Somente assim Harry piscou e seus olhos pararam de brilhar encarando seu adulto favorito.

 

— Harry, o que houve? Me diga por favor— pediu analisando o menor em busca de machucados.

 

— Ele disse que queria me entregar ao mestre dele e que me levaria junto da pedra. Me deixou desmaiado e me trouxe aqui, quando não conseguiu a pedra me ameaçou e...

 

A voz baixinha foi morrendo e Harry caiu desmaiado no ombro do pocionista.

 

— Vamos voltar — ele disse as crianças que o acompanhavam e encaravam a cena com olhos curiosos. Viu os grifinorios confusos se retiraram e Draco se demorar alguns segundos a mais.

 

Snape pegou Harry no colo com carinho e encarou Quirrell que se recuperava da dor.

 

— Quirrell — ele chamou com visível raiva.

 

— Snape... isso... isso foi horrível... o que esse menino fez... eu iria entregá-lo ao nosso mestre... ele me honraria e...

 

— Vá ao lorde, diga o que tentou fazer e veja por si mesmo o resultado. — decretou — Diga que eu estou com Harry agora, vá e diga.

 

O, talvez agora, ex-professor de DCAT fugiu da sala com pressa, sabia que Snape contaria a Dumbledore o que tentou fazer, ia dedurar o pocionista ao seu mestre. Não conseguiu a pedra nem o menino, mas descobriu um traidor e seria suficiente para sua salvação.

Infelizmente ou felizmente neste caso, o homem estava terrivelmente errado.

 

*******

 

Quando os olhinhos de esmeralda se abriram novamente ele estava na enfermaria. Procurou seus óculos  de armação redonda e os colocou. Pomfrey escrevia algo em sua prancheta e ele olhou em volta achando alguns doces e presentes para si. Dumbledore também estava ali e sorria amigável ao menino. Tocou a beirada da cama e avaliou os doces que ele recebeu.

 

— Ahh presentes, de seus admiradores. — o diretor disse com a voz amigável.

 

— Que admiradores? — o menino perguntou confuso.

 

— O que aconteceu na sala com o professor  Quirrell é de sigilo absoluto... ou seja, todo mundo já sabe. — ele disse amigável e se aproximou mais do menino. Viu um dos pacotinhos de sapos de chocolate e aumentou seu sorriso — Oh vejo que seu amigo Rony lhe poupou o trabalho de abrir os sapos de chocolate.

 

— Ele esteve aqui? — a pergunta saiu antes de Harry controlar e as esmeraldas foram desviadas do diretor.

 

— Seu amigo está bem. — Harry ignorou essa frase lembrando de algo mais importante.

 

— O professor Quirrell falava sobre uma pedra... o que ele queria? — perguntou ao diretor com a voz baixinha.

 

— A pedra filosofal produz o elixir da vida eterna. Voldemort queria isso para se tornar imortal. — ele respondeu pegando um dos pacotes de feijõezinhos de todos os sabores— Me admira que não saiba, seus amigos Granger e Weasley foram muito curiosos em relação a isso e acusaram o professor Snape de querer a pedra. Foram bem enfáticos nisso.

 

Harry teve que morder a língua para controlar sua voz que queria dizer: “eles não são meus amigos”.

 

— Meu amigo Nicolau e eu tivemos uma conversa e concordamos que a pedra devia ser destruída, era o melhor a ser feito.

 

— Isso significa que ele vai morrer não é?

 

— Ele tem elixir suficiente para deixar seus negócios pendentes e aí então... sim ele a esposa vão morrer.

 

O diretor sorriu a ver os olhinhos de esmeralda em confusão e surpresa.

 

— Para alguém jovem, como você, tenho certeza que isso parece incrível, mas para Nicolau e Perenelle, na verdade, é como se fossem deitar depois de um muito, muito longo dia. Afinal, para mentes bem estruturadas, a morte é apenas a grande aventura seguinte.

 

— Diretor... quando eu toquei Quirrell ele se contorceu de dor, porque isso aconteceu?

 

— Sua mãe morreu para salvar você. Se existe uma coisa que Voldemort não consegue compreender é o amor. Ele não entende que um amor forte como o de sua mãe por você deixa uma marca própria. Não é uma cicatriz, não é um sinal visível... ter sido amado tão profundamente, mesmo que a pessoa que nos amou já tenha morrido, nos confere uma proteção eterna. Está entranhada em nossa pele. Por isso Quirrell, cheio de ódio, avareza e ambição não podia tocá-lo. Era uma agonia tocar alguém marcado por algo tão bom.

 

Harry não achava que o pequeno discurso do diretor fosse verdade, algo estava faltando. Mas ele não disse nada. Dumbledore estava interessado em um passarinho na janela.

 

— E a capa da invisibilidade? O senhor sabe quem a mandou?

 

— Ah, sim. Por acaso seu pai deixou-a comigo e eu achei que você talvez gostasse. — os olhos do diretor brilharam— Coisas bem úteis se quer saber, seu pai usava-a bastante quando estava aqui, principalmente para roubar comida.

 

— Ah professor, mais uma coisa.

 

— Só mais essa? — o velhinho sorria divertido.

 

— Como foi que a pedra veio parar comigo?

 

— Ah fico satisfeito que tenha perguntado. Foi uma das minhas ideias mais brilhantes, e cá entre nós, isso é alguma coisa. Sabe, só uma pessoa que quisesse encontrar a pedra, encontrar sem usá-la, poderia obtê-la; de outra forma, a pessoa só iria se ver produzindo ouro e bebendo elixir da vida.

 

— Mas eu nem mesmo queria achar... — murmurou para o nada e felizmente o diretor não o ouviu. Invés disso contou uma história de sua infância quando comeu um feijãozinho com sabor de vômito e que deixou de gostar dos doces e se arriscou experimentar um, saindo da enfermaria murmurou que tinha gosto de cera de ouvido.

 

 

*******

 

— Então você achou sensato sequestrar Harry Potter de Hogwarts junto da maldita pedra. — A aparência de jovem já não existia, sobre o trono algo muito semelhante a uma serpente de olhos carmesim encarava seu subordinado de turbante roxo.

 

— Meu senhor eu... — o homem magro se encolheu sob o olhar assassino do homem.

 

— Você achou que eu aprovaria machucar Harry Potter... — ele sibilou e levantou do trono em passos elegantes. — achou que Severus é um traidor por proteger o menino de você...

 

— Meu senhor clemência — pediu encolhido e de joelhos.

 

Voldemort andou a volta dele em passos silenciosos, a varinha branca entre seus dedos e um sorriso insano nos lábios de serpente. A pele anormalmente branca brilhava sob a pouco luz e a falta de nariz dava ao homem um ar aterrorizante. Um feitiço foi murmurado e o homem se contorceu de dor. Um cruciatos foi lançado logo depois e os gritos de Quirrell assombraram a masmorra da velha mansão. Ele contou 6 maldições antes do homem chorar sangue. Gargalhou muito alto ao ver o desespero do homem e os pedidos por piedade.

Varreu a mente do homem fraco a sua frente e foi arrancando dele pedaço por pedaço. Primeiro os dedos dos pés, e então as pernas. O deixou vivo ate o fim. Continuou pelos dedos da mão e antebraço, arrancou a carne e os ossos ate os ombros e quando ele implorou pela morte o curou dos ferimentos. Ele viveria um pouco mais. Queimou os membros na frente do homem que chorava em desespero. Com fogo o incendiou de baixo para cima ouvindo os gritos de dor e desespero e sorriu cruel ao ver a vida sair daquele corpo inerte.

 

— Machucou o menino... mas ele foi mais forte que você. Ah Harry mal posso esperar pela nossa maravilhosa conversa... tenho tanto para te ensinar pequeno.

 

Murmurou para o nada e limpou as cinzas do cadáver de seu chão.

 

******

 

— Então meu pequeno como esta se sentindo? — Snape estava pra lá de nervoso e quando foi autorizada sua entrada ele voou ate a maca de Harry com um loiro agitado em sua cola.

 

— Estou bem papai... — respondeu gostando do carinho em seus cabelos.

 

— Que confusão toda foi essa Harry? O que aquele maluco queria? — Draco ficou ao lado do amigo e encarava tudo com grandes olhos curiosos.

 

— Quirrell me... me lançou algum feitiço e eu desmaiei no fim da detenção. Quando acordei estava la com ele. Ele dizia que queria a Pedra e queria entregar ao mestre dele... ele tentou me forçar a pegar pra ele, mas eu não sabia como... e ele tentou...

 

— Calma... — Severus o abraçou gentil quando as lágrimas rasgaram as bochechas gordinhas uma atrás da outra.

 

— Ele tentou me machucar... mas quando me tocou... ele começou a sentir dor...eu queria que ele sentisse mais dor e ele gritou. — ele soluçava a cada frase. — O que foi aquilo que eu fiz?

 

— Sua magia... ela sentiu que você estava em perigo e se manifestou de maneira agressiva. Você desejava causar dor em Quirrell e ela obedeceu. — Snape  explicou e essa sim foi a resposta que o menino sentiu ser verdade.

 

— Acho que tem algo errado nessa história. Quirrell teve muita liberdade para te sequestrar e quando contei ao diretor ele parecia estranhamente calmo. — Draco disse e foi encarado por um par de ônix e um par de esmeraldas chorosas. — Será que ele já espera algo assim?

 

— Se essa foi a intenção dele é algo horrível de se fazer a uma criança. — A voz do pocionista era pesada e cheia de raiva. Mas se obrigou a ficar calmo e cuidar do pequeno sonserino na cama.

 

******

 

— Eu já disse não Senhor Potter! — Pomfrey disse pela 8º vez.

 

— Mas... eu só quero ir a premiação — disse choroso e a moça mudou o olhar de irritado para compreensão.

 

— Tudo bem... MAS nada de esforço sem necessidade, saindo de lá direto para a cama e vou pedir para Severus ficar de olho em você. Entendeu?

 

— Obrigado — o menino agradeceu sorrindo alegre a a moça suspirou. Não tinha como ir contra aquela criança meiga, ele iria dar um jeito de ver quem ganhou a taça das casas e se ele queria apenas ver se sua casa foi vitoriosa, porque a enfermeira impediria?

 

******

 

— Em quarto lugar: Grifinória com 312 pontos — a voz de Dumbledore parecia chateada, mas ele continuou — Em terceiro lugar Lufa-lufa com 352 pontos; em segundo Corvinal com 426 pontos e em primeiro: Sonserina com 472 pontos.

 

A tempestade de palmas varreu a mesa verde e prata. A alegria do 8º ano consecutivo de vitória era uma grande honra para a casa. Harry foi abraçado por um Draco alegre e sorriu feliz, era o fim de ano perfeito.

 

*

 

— Então você vai me escrever? — Pansy apertava fortemente as bochechas gordinhas do menor e Draco apenas ria da cena de um Harry vermelho e tentando fugir das mãos da menina.

 

— Eu vou... — ele disse baixinho, os Sonserinos já acostumados ao tom de voz muito baixo do garoto apenas sorriram.

 

Saíram do expresso de Hogwarts com passos calmos e se despediram na porta, cada um indo atrás de seus pais.

Ficou acordado que Harry iria passar alguns dias na mansão Malfoy enquanto Snape procurava um apartamento para eles em Londres trouxa. Preferia que seu menino não enfrentasse a loucura de ser famoso sem saber o porque.

Lucius estava sorrindo quando abraçou o filho e cumprimentou Harry com gentileza.

 

— Como foi o ano? — perguntou amigável, mas o tom aristocrático não largava sua voz.

 

— Foi bem, Harry derrotou um professor maluco que tentou sequestra-lo e ganhamos a taça das casas — Draco contou animado e o Malfoy mais velho apenas sorriu.

 

— Até ano que vem Harry — ele ouviu um tom de voz animado e um abraço ruivo o deixou extremamente desconfortável, afastou o menino de si com pressa e se encolheu atrás do amigo loiro.

 

— Weasley já conversamos sobre abraços — Draco disse com raiva e o ruivo apenas coçou a nuca. Ao lado dele uma prole de ruivos era comandada por uma mulher baixinha e gordinha, ruiva e de aspecto gentil.

 

— Oh Harry é ótimo conhecê-lo — A mulher disse segurando a mão de sua filha mais nova que sorria bobamente para o sonserino. — Me chamo Molly Weasley, fui muito amiga de seus pais.

 

— P...Prazer — disse ainda encolhido atrás de seu amigo e os gêmeos Weasley apenas riram divertidos. — Ah e obrigada pelo suéter no... natal.

 

— Oh querido de nada, que bom que gostou — Gostar não era bem a palavra que Harry usaria, ele não desgostou, mas também não se animou para usar uma única vez. — O que acha de passar alguns dias na minha casa? Meus filhos adorariam.

 

— Eu...

 

— Não cabe muito a ele decidir sobre isso. Snape não permitirá que ele vá sozinho com alguém que não é de sua confiança Weasley — Lucius disse ao ver o desconforto do menor.

 

— Snape? Como assim? — A mulher perguntou e viu apenas Draco suspirar alto.

 

— Isso não é de sua conta. Vamos meninos, deixemos certos traidores de sangue. — Lucius chamou e os três se retiraram com passos elegantes.



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