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História Be Mine (CHANLIX - CHANBIN) - Changbin relapse


Escrita por: chimmy_tomato

Capítulo 9 - Changbin relapse


Fanfic / Fanfiction Be Mine (CHANLIX - CHANBIN) - Changbin relapse

───⊱❦⊰───

Eu devia saber que minha mãe teria algum plano calculado assim que me enviou aquela mensagem. Só não esperava uma armadilha completa. Então não consigo conter a surpresa ao entrar no restaurante e ser levado a sala destinada aos clientes VIP e encontrar, não apenas uma Ryujin completamente imóvel feito uma estátua, como também seus pais. Mordo o lábio assim que meu olhar recai na figura mais influente da sala, um dos principais sócios do meu pai.

Me curvo desconfortavelmente, cada vez mais ciente do olhar intenso que outro poderoso desta sala direciona a mim. O tempo escorre lentamente até eu me sentar diante da mesa já servida.

- Não fique tão acanhado. - O homem diante de mim diz abrindo um sorriso educado. - Apenas fiquei curioso a respeito do jovem que atraiu o interesse da minha filha.

Dedico um olhar breve para Ryujin e a vejo engolir em seco no que visivelmente entrega sua luta desesperada por ir contra ao seu instinto. E eu sei disso porque estou lutando contra isso agora mesmo, essa vontade insana de querer fugir. De precisar fugir.

- É uma honra conhecê-lo. - Digo mecanicamente fazendo outra reverência. O homem sorri mais.

- Deveria dizer isso após nos apresentarmos, criança.

Mordo a parte interna da minha bochecha e enterro meus dedos nos joelhos. Não dedico um mínimo de segundo para o homem ao meu lado, pois sei que ajuda alguma virá. É outro de seus testes de merda para comprovar o quanto vale a pena me manter por perto.

- Desculpe, senhor. -  Respondo abrindo um sorriso breve. - Seria rude não reconhecer uma figura importante como Shin Soohyun. Achei que não precisássemos desta introdução já que o Sr Bang deve ter lhe passado todas as informações ao meu respeito.

Talvez seja suicídio, mas não estou em condições de me preocupar com as consequências daquilo que pronuncio nesse tom que beira a insolência. Vejo as sobrancelhas do homem diante de mim se arquearem brevemente, Ryujin empalidece e abaixa a cabeça então um riso ecoa. E eu percebo com legítimo horror que vem do meu pai.

- Perdoe a língua afiada do meu filho, Sr Shin. Ele é jovem demais, precisa aprender como se comportar.

- Acredito que ele já tenha idade o suficiente para distinguir a forma como deve se dirigir aos mais velhos. - O homem responde levando a xícara de chá aos lábios. Após dar um gole demorado, pousa o objeto na mesa e passa a percorrer a beirada da porcelana com a ponta dos dedos. Seu olhar volta a repousar em mim. - Mas não desgosto dessa atitude. É melhor do que aqueles cãezinhos que tremem sem conseguir latir nada. Você tem um filho interessante, Sr Bang.

- Obrigado, Sr Shin. - Meu pai responde exibindo um sorriso que não suaviza em nada seu olhar predatório.

Decido poupar minha vida enquanto empurro um pouco de comida guela abaixo, com a desculpa de estar faminto para evitar conversas desnecessárias. É claro que não funciona e ao longo da refeição sou obrigado a responder inúmeras perguntas relativas aos meus gostos pessoais, hobbys, livros e autores favoritos, esportes que pratiquei ou pratico. Minhas ambições e planos para o futuro. E a cada resposta evasiva que dou, meu pai trata de preencher com seu próprio tom. Então assim que digo que estou me formando em medicina veterinária e que ainda não tenho nada grande planejado a respeito disso além do meu amor pelos animais, o Sr Bang diz que estou buscando alternativas e que ainda não me decidi entre ir estudar no exterior ou abrir uma clínica. 

Felizmente não me crucificaram pelas roupas que não eram nenhum pouco adequadas para o ambiente.

Um sorriso contido e uma despedida desconfortável se seguem ao final do jantar.

- Você não mudou nada, Christopher. - Meu pai anuncia quando estamos no carro. - Sua mãe estava certa.

- Vocês dois também não mudaram nada. - Digo com um riso amargo me subindo pela garganta. - Ainda acham que tem direitos sobre a minha vida.

- Você é o herdeiro dos Bang. Haja como alguém de sua idade ao menos uma vez na vida e não nos desgaste com essa exibição de fraqueza. É patético.

Mordo o lábio a ponto de ferir a pele. Então sigo em silêncio até meu apartamento. Meu pai não diz nada quando desço de seu carro de luxo. Fico ali, parado, vendo o carro se afastar até sentir minhas pernas doerem. Meu celular vibrou diversas vezes mas não me dou o trabalho de checar. Apenas me arrasto até meu apartamento e me jogo na cama. Holly passeia por minhas costas, late, rosna, morde meu ombro. E eu continuo ali, encarando meu closet entreaberto.

- Desculpe, Holly. Só mais um pouco. Me deixe ficar assim só um pouco. - O pequeno parece compreender meu estado deplorável porque se afasta então retorna com seu bichinho de pelúcia favorito. Ele o deixa ao lado do meu rosto e se aninha próximo a mim. - Obrigado. - Murmuro fechando os olhos, ciente de que esse é o conforto mais puro que eu poderia receber.

Acabo adormecendo e só desperto devido a um pesadelo. Nele estou correndo atrás de Dahyun, tal como naquele dia, quando voltei para a mansão e descobri o que tinham feito com ela e sua mãe. Eu as procurei em todos os lugares, corri por ruas e becos até meu corpo jovem demais tropeçar nos próprios pés e cair. Todas as vezes eu me levantava e voltava a correr.

Mas o sonho muda e não sou mais uma criança. Agora estou correndo atrás de Changbin. Ele desaparece em meio a mata e reaparece diversas vezes. Sempre que estou prestes a alcançá-lo ouço a voz dos meus pais "Você vai matá-lo. Se insistir nisso, será o fim dele."

Sempre que ouço suas vozes eu hesito, então Changbin se afasta. A voz dos meus pais é substituída por risadas, cada vez mais insanas. Eu caio em um buraco e quando me levanto estou cercado por vermelho. Não vejo Changbin em lugar algum e quando tento gritar seu nome minha voz não sai. Eu ofego e as paredes ao meu redor começam a se fechar, então afundo naquele vermelho, sendo devorado por terra, sangue e pedras.

O latido de Holly soa agudo e eu me lanço para frente violentamente, buscando ar como alguém que estava preso embaixo d'água por muito tempo. Minha boca está seca, meu corpo coberto de suor. Minhas mãos pressionam o lençol com tanta força que sinto minhas unhas mesmo entre o tecido. Respiro fundo repetidas vezes.

Foi só um pesadelo. Só um pesadelo.

Meu celular vibra e o desespero me desperta alerta pelo corpo. Tateio a tela e recuso a chamada apenas para discar o número de Changbin.

Ele está bem. Foi só um pesadelo. Só um pesadelo.

- Ei. O q-

- Onde você tá? - Praticamente grito, tremendo ainda mais.  As lágrimas escorrem sem controle algum e eu soluço.

- Chris, o que foi? Aconteceu alguma coisa? - Ele pergunta aflito e eu só choro mais. - Chego em meia hora. Não, vinte minutos.

Não consigo responder. Tampouco quero desligar. Eu preciso… Tanto…

- Ei. - Ele insiste quando fico em silêncio por tempo demais. Ouço o som de uma conversa distinta, então Minho faz alguma reclamação. - Channie, eu estou indo.

- Não desligue. - Peço num murmúrio e ouço ele suspirar.

- Você teve outro pesadelo, não teve? - Aceno mesmo sabendo que ele pode ver. - Preciso dirigir… Vou deixar uma música tocando, tudo bem?

Eu volto a deitar, encolhido com o telefone ao ouvido. Ouço o som do motor ligado seguido de uma música que conheço bem que me traz novas lágrimas aos olhos.

- Você nem gosta do Lauv. - Acuso, acreditando que ele não pode me ouvir.

- Mas você gosta. - Binnie responde, me fazendo fechar os olhos para frear essa dorzinha familiar no peito. Eu odeio esses momentos de fraqueza, odeio ter que recorrer a ele sabendo que apenas estou condenando a mim mesmo.

Passam-se exatos vinte minutos quando Changbin chega em meu apartamento. Ouço o latido animado de Holly que corre para recebê-lo. Ele descarta as chaves e pega o filhote no colo, dizendo alguma ou outra coisa para o pequeno antes de vir até minha cama. Permaneço imóvel e meu estado deve entregar o suficiente, porque logo sinto ele se deitar ao meu lado, me abraçando por trás.

- Estou aqui bebezão. - Anuncia pousando um beijo no meu ombro. - Quer conversar?

- Agora não. - Digo com a voz rouca. E ele suspira. - Então vamos tomar um banho primeiro. Tem areia e gozo nas minhas pernas.

Reviro os olhos grunhindo. Esse idiota é meu melhor amigo. É por esse idiota ninfomaníaco exibicionista por quem me apaixonei. Ele ri e me dá um tapa na bunda antes de levantar. Meio emburrado o sigo, mais porque estou dolorosamente consciente das minhas roupas e da minha própria pele suada.

Os banhos com Changbin se tornaram uma tortura desde que vi que meu desejo sexual não é a única coisa que ele desperta. No entanto hoje consegui não dedicar a atenção devota de sempre. Sequer sinto aquele calor percorrer meu corpo enquanto o vejo perambular pelo quarto só de cueca porque estou preso com meus dilemas envolvendo meus pais. Falei com o Binnie sobre o acordo e sobre a possibilidade do Sr e Sra Bang me arrastarem de volta para casa.

- Eles que tentem. - Meu amigo anuncia com a boca cheia de pasta de dente, empunhando a escova feito uma arma mortal. - Eu faço aquela cobra velha virar um ouroboro.

- Você sabe que ouroboro é símbolo de coisas boas né? O lance do universo, poder instintivo e tudo isso aí. - Digo me deitando na cama e encarando o teto.

- Pro inferno. É uma cobra que come o próprio rabo, e é bem isso que vou fazer aquela velha maldita fazer quando virar ela do avesso. - Binnie anuncia antes de tossir e sair correndo para lavar o excesso de espuma da boca. Instantes depois ele volta. - Se as coisas complicarem você pode ficar lá em casa.

Esse é o lugar que eu definitivamente não posso ir, mas não digo a ele. Que sentido teria dizer que estou fazendo tudo isso justamente para proteger ele? Proteger os demais? Ele me espancaria depois iria atrás do meus pais e seria preso por ter usado coquetéis molotov.

- Aliás, vamos pra casa agora. Você vai me ajudar com os coquetéis. - Ele completa.

Suspiro cansado demais para discutir a respeito do quão errado é usar essas coisas. Então me esgueiro até puxar um travesseiro e abraçá-lo, decidido a dormir porque o cansaço emocional aliado ao meu amor unilateral pode levar a um desfecho tal como em todas as minhas recaídas. Mas Changbin desafia meus limites ao se aproximar, deslizando a mão por minhas costas exposta.

- Chris… Você não gosta mais de dormir comigo? - O tom é despreocupado, algo legitimamente curioso.

Como eu poderia responder? Que estou ferrado demais emocionalmente para simplesmente aceitar que nossa amizade com benefícios continuasse intacta? Que o dia seguinte a noite de prazer me deixava num poço de autodepreciação? Que tê-lo em meus braços consciente de que nunca de fato será meu é tóxico demais?

- Estou cansado, Binnie. - É o que digo. 

E daria o assunto por encerrado, mas ele sabe como me fazer ceder. Sabe como me tocar. Sabe como me reinvindicar. Bastam alguns beijos e suas mãos percorrendo meu corpo nos pontos certos para que estejamos entrelaçados, cedendo ao prazer do corpo.

- Eu só quero te fazer se sentir bem. - Ele sussurra roçando seus lábios em meu pescoço antes de voltar a deslizar a língua e dar beijos demorados por meu maxilar.

E desse jeito acabamos indo até o fim, ofegantes e cansados demais para dizer qualquer coisa antes de nos jogarmos na cama. Como de costume eu o puxo para perto, a fim de abraçá-lo. E como sempre ele resmunga, se afastando.

- Você é grudento demais. - Diz rabugento. - Um coala mimado demais.

- Só hoje. - Peço de olhos fechados porque ver suas caretas só vai me fazer fraquejar ainda mais, me deixar ainda mais patético. - Só hoje, Binnie.

Ele resmunga mas cede ao meu abraço. Então permanecemos em silêncio enquanto eu o envolvo com meus braços, ciente de que ele não vai me abraçar de volta. Mas hoje isso não me fere, talvez seja porque já estou machucado o suficiente ou apenas porque sei que Changbin já me deu um pouco do seu "amor", o suficiente para me confortar e me impedir de cair no terror daquela prisão que são meus pesadelos e todos os pensamentos referentes aos meus pais e seus planos.

Novamente adormeço, mas desta vez sem sonhos. E só acordo na manhã seguinte com o toque da campainha.

Abro os olhos com dificuldade, bocejando e tentando fazer meu corpo acordar de vez. Estou completamente dolorido e o culpado disso segue dormindo como um bebê. Eu jogo a coberta em cima dele, que nem se mexe, então finalmente vou até a porta.

Não seria surpresa alguma se fosse minha mãe ou meu pai. Mas a surpresa legítima vem quando aquela voz familiar me cumprimenta com um sorriso adorável.

- Bom dia Chan hyung!

⊱❦⊰


Notas Finais


Quem é capaz de prever a merda hum?
A próxima att é destrutiva, protejam o bebê e favor não perseguirem a autora nas próximas 3 att.....
Minha alma estava dark demais e acabou... Bem... Alguma MOA aí? Se sim precisa se preparar em dobro rs

Sem mais spoiler (se é que isso conta como um) e vamos falar de como o Changbin consegue ser fofo de um jeito... Fofo.

Só quero deixar registrado que eu amo todos eles mesmo sendo lerdinhos, lesados, cegos, enrolados e burrinhos tá?
Meus tesourinhos, mainha ama e mainha cuida (ou tenta).
Foquem o ódio nos Mama e Papa Bang. Esses aí são peste de cobra!!!

Inté a próxima att 💙


Ps: FORÇAS NO STREAM QUE O WIN VEM
STAYS DON'T STRAY
Aprendemos a perseverar com o melhor, não esqueçam disso! 😔✊🏻💕


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