1. Spirit Fanfics >
  2. Be mine, I dare you >
  3. Capítulo Único - Im already yours

História Be mine, I dare you - Capítulo Único - Im already yours


Escrita por: yeolinow

Notas do Autor


E trouxe um romancezinho pra adoçar a vida de vocês. Eu tenho esse plot faz um bom tempo, mas até escrever eu nem sabia como ia sair. Se divirtam!!

A capinha LINDAAAAAAA foi feita pela Ray @snowdingie que me deixou apaixonadinha por essa coisa fofa, foi exatamente como imaginei pra eles. Obrigada, meu amor <3

Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único - Im already yours


 

Chan tinha 10 anos quando os pais voltaram da Austrália para a Coréia do Sul, não foi uma decisão tomada de última hora e sem explicar ao filho antes, mas nem um preparo o deixou pronto para o medo de não conseguir se ajustar ao novo lugar. E se ele não fizesse amigos ali? E se ninguém gostasse dele? E se a professora nova não fosse legal? Chan não tinha nem uma garantia de dias bons chegando.

Enquanto ajudava os pais levando algumas sacolas para dentro da nova casa, ele escutou uma discussão vindo do vizinho e se virou a tempo de olhar duas crianças correndo de volta para casa. A mãe dele riu quando viu a cena também e parou ao seu lado, colocando a mão no ombro de Chan.

— Parece que você não vai ter problema em fazer amigos, amor. Por que não vai falar com eles? — Incentivou-o.

Chan queria, mas teve medo de como seria recebido pelos dois.

— Deixa pra depois. 

Mas as crianças tinham outros planos, porque Minho e Changbin vinham acompanhando a mudança desde que ela tinha começado e discutindo sobre quem iria falar com o vizinho novo assim que viram que havia uma criança que nem eles. A briga podia parecer sem fim, mas o irmão ligeiramente mais novo sabia muito bem como lidar com aquele tipo de situação, então assim que ele mencionou um dos seus novos jogos, Changbin teve toda a atenção de Minho nele.

— O que tem?

— Eu te deixo jogar nele se você for se apresentar primeiro e descobrir o nome dele.

Aquilo foi o suficiente para o irmão imediatamente sair do esconderijo debaixo da janela e aparecer na entrada de casa.

Chan estava voltando para pegar outra sacola no carro quando percebeu o garoto o espiando da porta vizinha, só que dessa vez, quando foi pego, ele não correu como antes, mas o olhar o medindo da cabeça aos pés não foi nada convidativo para uma conversa. A mãe dele parou logo atrás e olhou de um para o outro, então cutucou Chan nas costas, chamando sua atenção.

— Vai lá! 

— Mãe! — Tentou sair de perto dela, mas ela o puxou de volta.

— Ele pode estar com vergonha também. — Ele duvidava que estivesse. — Quer que eu vá com…

— Não! Eu vou. — Não passaria tanta vergonha assim.

Então, sozinho, Chan caminhou até chegar na varanda da outra casa. O outro garoto ainda não tinha tirado o olhar estranho do rosto, mas tinha vindo para perto  conforme ele se aproximava.

— Oi, meu nome é Chan — falou em inglês, então se lembrou da mudança. — Oi, meu nome é Chan.

O menino levantou as sobrancelhas.

— Você pode dizer ao meu irmão que eu fui o primeiro a me apresentar? — Foi a primeira coisa que saiu da boca de Minho.

Chan franziu o cenho, sem entender.

— Como assim?

Minho olhou para trás e se aproximou mais do vizinho.

— Ele prometeu deixar eu jogar no jogo novo dele se eu me apresentasse e descobrisse seu nome — explicou.

Não era como se ele mesmo não tivesse os próprios jogos, mas Minho sempre achava mais divertido quando podia se intrometer nas coisas do irmão. Então quando o vizinho sorriu para ele e assentiu, ele descobriu que tinha encontrado um novo cúmplice para seus planos contra Changbin.

— Eu posso jogar junto?

— Claro! Ah, meu nome é Minho. — Apresentou-se.

Foi assim que Bang Chan e Lee Minho tornaram-se inseparáveis. Esses pequenos jogos e desafios e mais tarde apostas passaram a fazer parte da amizade deles conforme eles foram crescendo. Quem fazia mais pontos em jogos, quem tirava mais notas boas em matemática, quem conseguia uma resposta afirmativa dos pais primeiro para um passeio e às vezes eles iam além do limite como quando Chan duvidou que Minho arrancasse a página de adesivos de um caderno no supermercado. Poucas horas depois eles voltaram com o dinheiro das economias e compraram o mesmo caderno, porque a culpa não os deixou seguir com o plano.

Na adolescência, quando Changbin arranjou a primeira namorada, eles passaram a apostar nas próprias conquistas românticas também. Os dois estavam escondidos na janela do andar de cima enquanto assistiam o irmão de Minho se beijando com a garota.

— Será que é bom? — Minho perguntou fazendo uma careta para o beijo que parecia molhado demais.

— Eles parecem estar gostando. 

Os dois deslizaram pela parede e se sentaram no chão.

— Aposto que vou namorar mais que ele.

Chan riu.

— Com essa cara feia? Duvido.

Minho o empurrou.

— Pois aposto que namoro mais que você.

Ele revirou os olhos, mas então sorriu. E assim foi feita mais uma aposta entre os dois.

Agora, 18 anos depois desde que se conheceram, Chan não era mais um garotinho com medo de fazer amizades, ele era um agente esportivo de uma grande empresa e não tinha nem um problema em mostrar sua presença. Já Minho era formado em Design e era um dos sócios de uma agência de publicidade, ele ainda morava na mesma casa, mas só com o irmão já que os pais tinham se separado e cada um havia se mudado para um lugar diferente. Em relação a amizade deles, bom, a única mudança foi que eles se tornaram os mais próximos que podiam ser, às vezes deixando que a intimidade até fosse demais e as pessoas duvidassem do tipo de relacionamento que tinham. 

Chegando do serviço, Minho estacionou e desligou o carro na porta de casa, estranhando quando percebeu que o melhor amigo estivesse sentado na calçada. Chan tinha saído mais cedo para um encontro, não parando de lhe provocar como aquele seria mais um número para a aposta que nunca acabou entre eles, mas pelo semblante desanimado, não tinha dado tão certo assim.

— Quem eu tenho que meter o soco? — Minho perguntou assim que saiu do carro.

Chan sorriu e se levantou.

— Ninguém, idiota — respondeu. Ele chegou perto e colocou as mãos na cintura dele, o puxando para junto de si. — Só não tem aquilo, não rolou.

Ele passou os braços em volta dos ombros de Chan.

— E você está bem? — indagou suavemente.

— Sim, foi legal sair com ele, mas aí não aconteceu mais nada.

Minho entendia, mas ao mesmo tempo ele se perguntava se essas coisas não aconteciam só quando você conhecia mais de alguém, sem precisar ser aquele amor arrebatador de primeira.

— Para de se preocupar com isso. — Chan tocou a testa dele, desfazendo o franzido.

— Não, é que, a gente não está querendo demais?

— Como assim? — Chan mudou de posição, se encostando no carro, mas ainda abraçando Minho pela cintura.

— Digo, a gente constrói relacionamentos, né? — O amigo assentiu. — Química também não pode?

Chan duvidava disso, se sentir perto de alguém, combinar com alguém, essa conexão louca que só fazia sentido com… Que só faz sentido poucos, provavelmente só existia ou não.

— Acho que não, bebê. Eu nem sei como a gente está empatado com você pensando assim. — Riu.

Minho revirou os olhos.

— Não estamos empatados, eu estou na frente.

— Não senhor, a vez que você pediu pra alguém fingir ser seu namorado não conta. — Lembrou.

— Claro que conta, teve até beijo.

Chan fez uma careta.

— Idiota, ainda não vale.

— Ainda não vale — o imitou tentando fazer o sotaque. — Ainda vou passar de você.

— Boa sorte.

Naquela noite, depois que eles se despediram com um abraço apertado, Chan já tinha até esquecido de seu encontro. Era isso  que Minho fazia com ele, deixava tudo melhor e era por isso que ele não conseguia achar os encontros dele tão bons assim. Nunca foram tão bons quanto os momentos com seu melhor amigo.

 

[...]

 

Minho quis raspar toda a cabeça de Changbin quando abriu a lata de leite na manhã seguinte e a encontrou vazia.

— Você não comprou leite! — gritou.

Seu irmão apareceu na cozinha com uma cara nada culpada.

— Eu esqueci, compro mais tarde. Só pedir para o seu namorado.

— Ele não é… — Mas então se calou, quando lembrou que isso só faria ele chamar mais.

Changbin riu para ele conforme Minho passava e seguia para a porta da cozinha. Ele atravessou o jardim e abriu a portinha na cerca que até hoje as casas mantinham entre os dois quintais, então subiu a calçada e bateu na porta dos fundos.

— Ei, Minho — Sr. Bang atendeu. — Bom dia!

— Bom dia! — Ele acenou para o casal e fez uma reverência. — Vocês podem me dar um pouquinho de leite? O Changbin não comprou logo.

— Ali, querido. — A Sra. Bang apontou.

— O Chan já saiu? — perguntou enquanto se virava e pegava o pote de leite do armário.

— Não. Ele… — Então de repente eles escutaram a voz dele xingando do andar de cima. — Tendo uma manhã ótima, como pode ver.

Não demorou para que Chan aparecesse na cozinha ainda parecendo irritado e com um papel na mão.

— Foi a senhora que colocou isso na minha cama? — perguntou a mãe, então deu uma piscadela para Minho quando o viu.

Ela deu de ombros.

— Eu achei no armário, achei que fosse importante.

Chan olhou para o papel de novo e resmungou.

— Eu queria esquecer isso.

— O que é? — Minho estava curioso pelo que estava lhe deixando tão chateado.

O amigo se aproximou e se colocou atrás dele, deixando um beijinho em seu pescoço, fazendo Minho sentir um monte de arrepios que ele não estava disposto a admitir. Os dois roçaram os rostos um no outro e foi aí que Chan finalmente mostrou o que era o papel na mão, arrancando uma gargalhada de Minho assim que ele leu o nome no convite de casamento.

— Jura que Kim Seungmin te convidou para o casamento dele? — Ele ia rir para sempre disso.

— Par de rir! 

— Desculpa, amor, mas isso é material pra te perturbar para o resto da vida.

Chan e Seungmin namoraram há alguns anos e Minho realmente achou que o amigo o levaria a sério, do tipo entrarem no altar e tudo. Até que um dia ele chegou triste falando do término, mas nunca deixou claro os motivos, apenas veio com a mesma explicação de sempre: "falta de química", "não era para ser", "faltou aquilo". Ele já mencionou que Seungmin era o chefe de Chan? Bom, isso tornava as coisas tão mais divertidas.

— O que tem você ir ao casamento do seu ex? — o Sr. Bang perguntou.

Chan suspirou.

— Todo mundo acha que o Seungmin foi o único que me deu um pé na bunda — explicou. — Ninguém sabe o que aconteceu, mas até hoje falam disso.

— Você podia falar então como foi.

— Eu já disse! — Deus, sua vida amorosa era uma bagunça. — Não foi uma novela, só decidimos terminar.

Minho estreitou os olhos.

— Eu duvido que isso aconteceu, você estava estranho no dia.

Chan se aproximou para sussurrar no ouvido dele:

— De quem você é amigo?

— Se você não me contou, não posso te defender.

Ele revirou os olhos.

— Não teve nada. — Tentou cortar o assunto. — Ele vem falando desse casamento há dias e chamou todo mundo, não posso faltar, mas ir sozinho seria um inferno com as piadas. Nem o noivo dele vai gostar.

— Você ainda gosta dele? — a mãe questionou.

— Podemos focar em assuntos importantes? É claro que não! — Isso soava tão errado. 

— Por que você iria sozinho? Você não saiu com alguém ontem? 

Oh, então ele não tinha contado para os pais do fracasso do encontro? Minho se virou para o encarar.

— Pois é, Chan. Você pode chamar ele.

Chan riu sem vontade.

— Não deu certo.

E ele teve que aguentar os pais questionando tudo que aconteceu entre os dois para que eles entendessem o porquê não deu certo. Minho já tinha desistido de levar o leite para casa e tomou café ali mesmo, participando da discussão e sendo totalmente da parte que tornava a situação ainda pior para Chan.

— Chama um amigo então — seu pai sugeriu depois de entender tudo.

— Se for pra ir com um amigo eu vou com o Minho.

Ele pensou que seria uma ideia horrível, mas ela se tornou genial assim que saiu de sua boca. Minho pôde perceber Chan ficando animado e imediatamente meneou a cabeça.

— Não, nem inventa.

— Por que não? Por favor! — implorou. — Você é a melhor pessoa pra isso.

— Melhor pessoa? Isso é tão ridículo.

Chan passou os braços em volta dos ombros dele e o balançou.

— Vamos nos divertir, bebê. Prometo que vai ser bom. — E se ele ainda tinha algum problema em aceitar, ele acabou logo em seguida. — Até aceito aquele seu falso namoro e você fica na frente.

Minho sorriu.

— Tão bom fazer negócios com você.

 

[...]

 

Felix parou com a digitação assim que escutou a estória absurda de Minho e o encarou como se de repente tivesse nascido uma outra cabeça nele.

— Você vai pra onde?

— Acompanhar o Chan no casamento do ex.

Exatamente como ele tinha imaginado que tinha ouvido.

— Você enlouqueceu? — questionou alto, fazendo o pessoal em volta olhar para eles.

— Por quê? Somos amigos, eu só vou ajudar ele. — Ele sabia que sua resposta soava fraca até mesmo para seus ouvidos, mas fez questão de repetir como se para convencer a si mesmo.

— Ah, não sei. Talvez porque você esteja apaixonado por ele. — Mas Felix não tinha problema nenhum em relembrá-lo.

— Vou deixar de sair pra beber com você.

Felix bufou.

— Como se você precisasse de bebida pra ficar falando do Chan.

No dia em que eles fecharam um negócio com uma marca de cosméticos famosa, Minho caiu na besteira de aceitar o convite de Felix para uma noitada depois do serviço e acabou falando mais do que deveria. Mas ele não era essas pessoas apaixonadas que ficavam chorando pelos cantos, Minho já tinha entendido que ele e Chan não ficariam juntos, então não tinha por que se negar a viver a amizade dos dois e isso incluía ir com ele naquele casamento.

— Não é verdade, você só sabe dele porque…

— O Chan e você tem essas apostas idiotas desde criança, você ama o cabelo ondulado dele, você ama as covinhas dele, você acha ele o cara mais gost…

— Sim, eu já entendi. — Interrompeu-o. — Continuo não vendo sentido em não ir, não vou deixar de ser amigo dele por isso, uma hora isso passa.

— Ou você pode mostrar que gosta dele já que vão estar juntos mesmo — sugeriu.

— Isso não vai acontecer, eu não vou deixar nada estranho entre a gente.

Felix revirou os olhos.

— Aposto que ele gosta de você também.

Aquela era uma aposta que Minho não conseguiria entrar.

 

[...]

 

A festa de casamento ia ser feita em um resort na praia, então todos os convidados receberam quartos com estadia para dois dias contando com o dia da festa. Quando Minho chegou com Chan ele descobriu que não estava ali apenas para acompanhar o melhor amigo, isso porque a recepcionista foi bem clara em dizer que a reserva do casal estava no nome do Sr. Bang. 

— Casal? — perguntou imediatamente.

Chan colocou a mão nas costas dele e o afastou no balcão.

— Não tinha como eu vim solteiro, achei que você tinha entendido — sussurrou.

— Claro que não entendi, eu pensei que a gente ia ser… — Apontou entre os dois. — A gente.

— E vamos, nem é preciso muito esforço.

Minho arregalou os olhos.

— O que isso quer dizer?

— Que a gente é próximo o suficiente pra fingir. — Ele realmente achou que Minho tinha entendido já que falaram sobre o encontro fracassado. — Por favor.

Ele olhou em volta e então de volta para Chan, para aquele rosto ridículo de tão lindo e ele sabia que não conseguiria negar nada.

— Eu te odeio, Bang Chan.

Chan lhe deu um beijo demorado no rosto.

— Eu te amo, Lee Minho — disse e saiu para terminar de resolver as questões do quarto.

A declaração não foi algo que Minho já não estivesse acostumado a ouvir, mas, como sempre, fez seu coração dar aquela acelerada como se tivesse acabado de correr uma maratona. 

Também te amo, Chan, te amo tanto, pensou antes de seguir o amigo.

Naquela noite, eles já tiveram a chance de colocar em prática as habilidades de atuação deles, isso porque os noivos convidaram todo mundo para um luau na praia. Foi também a chance do ex e do "atual" se conhecerem já que na época do namoro, Chan sempre inventava uma desculpa para Minho e Seungmin não ficarem perto.

— Uau, isso aqui está tão lindo — Minho elogiou conforme ele e Chan desciam a escada para a praia de braços dados.

Havia luzes nas árvores e tendas com tecidos claros, além disso tinha uma fogueira real no centro de tudo e uma música animada tocava, fazendo algumas pessoas já estarem dançando junto aos amigos. Quando eles chegaram ao final da escada, Chan se colocou atrás de Minho e o abraçou enquanto apoiava a cabeça no ombro dele.

— Quer comer alguma coisa?

— Pode ser…

— Bang Chan, você veio! 

Eles se viraram e encontraram um homem de mãos dadas com outro caminhando na direção deles. Nem precisou de apresentações para Minho supor que aquele era Kim Seungmin, ele era um pouco como ele imaginava com aquele jeito elegante e o sorriso travesso. Do lado dele… Uau, Chan tinha uma concorrência no quesito homens mais bonitos na lista dele.

— Aquele é o Seungmin e o Hyunjin. —  Chan confirmou suas suspeitas.

Quando o casal chegou mais perto, Minho não deixou de notar a forma como Seungmin sorriu para ele.

— Você deve ser o Minho, vi seu nome na lista.

— Sim, eu mesmo. É bom te conhecer.

Eles fizeram uma pequena reverência.

— O Chan sempre fala muito de você, é bom finalmente te conhecer também. — Seungmin se virou para o noivo e sorriu para ele. — Esse é o meu Jinnie.

O cara parecia algum desenho, era tão bonito que parecia irreal.

— A noite está linda, obrigado pelo convite — Chan agradeceu.

— Faz tempo que vocês estão juntos? — Seungmin perguntou.

Minho entrelaçou os dedos nos de Chan e esperou sua resposta.

— Um pouquinho.

— Desculpa ser intrometido, mas quando a gente estava junto, você sempre falava dele e agora eu estou curioso pra saber como isso aconteceu.

Ninguém podia julgar ele por não dizer as coisas na cara, né? Ele pensou como deveria explicar e se perguntou por que não falava como se sentia.

— Bom, de uns tempos pra cá eu percebi que não amava ele do mesmo jeito que eu devia amar um amigo — Minho começou a dizer, mesmo que nervoso. — Que eu sentia muito mais do que devia cada vez que ele me abraçava, que eu ficava esperando mais ansioso pra ver ele de manhã ou depois do trabalho, que tudo fazia muito mais sentido com ele do meu lado. Eu tive a sorte dele me dar uma chance.

Chan estava apertando as mãos de Minho entre as dele sem conseguir dizer nada. Aquilo parecia tão real, parecia tão exatamente com o que ele sentia. O garoto com quem ele sempre trocava pequenas apostas tinha virado o motivo de seus maiores sorrisos, era os carinhos que ele mais adorava e era viciado, era o desejo com que ele mais sonhava.

Depois de convencerem completamente Seungmin e Hyunjin de que eram um casal, Minho e Chan finalmente estavam mais livres para aproveitarem a noite, então eles se aproximaram da mesa de comidas e tiraram algumas coisas para colarem em um prato. Chan escutou o casal de noivos rindo juntos do outro lado e olhou rapidamente antes de se voltar para Minho.

— Eles parecem felizes e o Hyunjin parece um cara legal — comentou.

Minho levantou as sobrancelhas.

— Se arrependendo?

Ele revirou os olhos.

— Não, só que eu não sabia se ele falava tanto desse casamento pra me irritar ou porque estava bem mesmo.

— O que exatamente você fez pra ele, hein?

— Nada. Já disse, só não bateu a química.

Foi a vez de Minho revirar os olhos.

— Ninguém tem química com você então.

Chan riu.

— Isso não é verdade, você é perfeito.

Minho não conseguiu o encarar.

— Mas eu sou o melhor amigo.

— Pois é, meu melhor amigo. — Que ele queria beijar, mas melhor amigo.

Foi difícil para os dois dormirem juntos naquela noite. O que era confortável estava começando a deixar de ser e essa foi a pior das mudanças que eles já tinham passado na vida.

 

[...]

 

Quando Minho acordou na manhã seguinte, ele se assustou ao se ver sozinho na cama, mas então ele escutou um assobio o chamando e encontrou Chan na varanda secando o cabelo escuro com a toalha.

— Medo de eu te deixar aqui? — Riu.

— Medo de você ter a diversão todinha sozinho.

Ele se levantou e caminhou até o amigo, passando os braços em volta da cintura dele e gemendo quando Chan o abraçou de volta.

— Dormiu bem, bebê?

Minho assentiu, esfregando o rosto no peito dele.

— Sim, mas ainda estranho dormir onde não conheço.

Chan o beijou na testa.

— Sim, também senti isso.

— Já tomou café? — perguntou, olhando para a comida no meio do quarto.

Ele meneou a cabeça.

— Não, eu estava esperando você acordar. Pedi ainda agora.

Então Minho o segurou pela mão e o puxou de volta para a cama para que eles pudessem comer juntos. Com o casamento sendo só a noite, eles não precisavam começar a se arrumar logo e tinham ainda o dia para aproveitarem pelo resort. Chan pegou um dos folhetos que tinha vindo junto com o serviço de quarto e mostrou a Minho.

— Quer ir para a massagem?

Minho nem precisou olhar para o folheto antes de aceitar.

— Vou só tomar banho e a gente vai.

 

[...]

 

Minho suspirou quando a massagem começou de novo. Nada no mundo ia poder lhe tensionar depois de ele ter experimentado um pedacinho dos céus ali. As mãos subiam e desciam por suas costas, aliviando qualquer nózinho, esfregando qualquer pontinho que ele nem achava que doía. Minho quase gemeu, mordendo a boca para se controlar, ainda mais porque ele sabia muito bem que já não era o massagista ali e sim Chan.

— Não sabia que você sabia fazer massagens. — Provocou para mostrar que o reconhecia.

Chan parou com a massagem e riu soprado. Óbvio que ele sabia.

— Como? Como você adivinhou?

Ele abriu os olhos e se virou na maca para olhá-lo.

— Sempre reconheceria suas mãos. — Minho pega uma delas. — Reconheço como elas me tocam.

Chan queria falar mais diretamente sobre aquilo, mas entraria em um assunto que talvez não deixasse Minho confortável, então se sentou na cama oposta e bateu ao lado.

— Quer tentar o contrário? —  sugeriu. — Quero saber se consigo também.

Foi assim que Minho terminou com as mãos massageando as costas largas de Chan. Como ele se manteve são podendo tocar naqueles músculos, só Deus sabe, mas ele tentou dar o melhor dele naquela massagem. 

Um dia ele se sentiu bem em gostar de Chan, não tinha pressão para se declarar, ou medo de rejeição, era apenas um sentimento bonito no peito dele. Mas isso não existia mais, cada toque fazia a pele dele fever, fazia ele o desejar ainda mais, além de questionar os próprios carinhos de Chan, se eram só por amizade, ou porque ele também sentia algo a mais.

— Isso é tão bom — Chan gemeu conforme ele continuava a massagem. — Agora vou te colocar pra fazer isso em mim sempre.

Minho riu e desceu as mãos para o cóccix dele, apertando levemente.

— Massagens regulares são reservadas para o meu namorado. — Que pode ser você, se quiser.

Chan abriu os olhos e virou a cabeça.

— Mas nós somos.

— Você vai ter que fazer um pedido melhor que esse se quiser alguma coisa — respondeu se afastando e se sentando na sua maca.

— Não sabia que você era romântico assim. — Sentou-se também.

— Claro, gosto tudo direitinho.

Chan assentiu.

— Ok, então. Quando eu te pedir em namoro vou me declarar direito.

Foi apenas mais uma brincadeira, mas Minho implorou que houvesse um pouco de verdade.

 

[...]

 

— Meu cabelo está bom? — Chan perguntou voltando a se olhar no espelho.

— Sim.

— Mas minha gravata não está torta? — Mexeu nela.

— Não.

Ele suspirou.

— Você nem está me olhando!

Minho se virou com o perfume nas mãos e o encarou.

— Mas eu já tinha visto, você é o homem mais bonito que eu conheço, mesmo que tivesse algo torto ninguém ia reparar.

Chan se surpreendeu com o elogio e sentiu o rosto esquentando, as covinhas aparecendo quando ele começou a rir sem graça.

— Obrigado.

— Mas eu sou mais bonito. — Lhe ofereceu uma piscadela.

Ele assentiu.

— Eu sei.

— Eu estava brincando.

— Mas eu não.

Foi a vez de Minho ficar sem graça e se virar para esconder o rosto vermelho, mas Chan não perdeu como as pontinhas das orelhas dele mudaram de cor imediatamente.

— Olha, o grande Lee Minho com vergonha.

— Vai se ferrar. — Riu. — Já está pronto?

Chan arrumou o terno e ofereceu o braço.

— As duas ordens.

Eles chegaram no salão de festas de mãos dadas. Naquela noite não houve nem uma brincadeira sobre exes, lembranças do passado, apenas um casal de noivos completamente deslumbrantes aproveitando seu casamento. Durante os votos, Seungmin e Hyunjin não conseguiram conter as lágrimas enquanto se declaravam para o outro e seus olhos brilhavam apaixonados ao verem seu sonho virando real.

— Quando te conheci foi como ser atropelado por trator — Hyunjin admitiu, fazendo todo mundo rir. — Porque você faz todo mundo te olhar, não tinha como não conhecer quem era Kim Seungmin. E você passou por cima de cada muro que eu tinha construído sem eu nem perceber e de repente eu estava te amando tão desesperadamente. Obrigado por iluminar minha vida, por me fazer conhecer você, o amor da minha vida.

Eles logo se beijaram e não era só o casal lutando com as lágrimas, Minho tinha se aconchegado no peito de Chan e secava os olhos depois de ter escutado palavras tão bonitas. O amigo não estava chorando, mas as palavras deles pesaram em sua cabeça, em como há muito tempo alguém também já havia mudado o mundo dele e feito com que não existisse outro amor que coubesse em seu peito. 

Na festa, depois do discurso dos padrinhos e da dança coreografada do casal, Chan se levantou da mesa e estendeu a mão para Minho. 

— Quer dançar comigo?

Minho sorriu e assentiu, colocando a mão na dele.

Eles foram um pouco mais para o centro do salão e se abraçaram, então passaram a dar passos pequenos enquanto mantinham os rostos pertinho. Chan escutou a risada alta de Seungmin e não conseguiu não rir junto.

— Eu nunca vi ele tão relaxado.

— Me fala a verdade, você ainda gosta dele, né? — Minho provocou.

— Você sabe que não! — Chan se afastou minimamente para o encarar. Estava tão cansado daquela pergunta estúpida como se Minho fosse alheio a tudo. — Para de perguntar isso quando você sabe que o namoro terminou porque eu não gostava dele o suficiente.

— Eu sei? Você nunca me fala. São sempre as mesmas desculpas, "não tem química o suficiente", "não gosto o suficiente".

— Você fala como se fosse diferente.

Eles não estavam mais dançando e a discussão começou a chamar atenção de algumas pessoas em volta. Minho sorriu para os convidados e se afastou de Chan.

— Não vou discutir isso aqui com você, é ridículo.

Então ele deu meia volta e teceu caminho entre as mesas até sair do salão. Minho nem sabia porque estava irritado, mas ele falava como se não escondesse nada também? Ele pôde sentir a presença de Chan atrás dele durante todo o trajeto até o quarto, até mesmo quando agiu petulante e usou as escadas em vez do elevador, mas ficou calado o caminho inteiro. 

Minho passou o cartão de identificação na porta para abri-la e a empurrou com força antes de passar. Aquele foi o limite de silêncio para Chan, ele fechou a porta e se voltou para o amigo pronto para tirar a verdade dele.

— Qual o problema em dizer que não conseguiu ficar com outra pessoa porque estava apaixonado por outra? — questionou chegando mais perto.

— Chan…

— Por que esse é exatamente o motivo dos meus namoros nunca terem dado certo e você sab…

— Para de dizer que eu sei!

Chan estava agora cara a cara com Minho, os narizes quase se tocando. Ele roçou um no outro e chegou mais perto para sussurrar no ouvido dele:

— Você acha que eu fico querendo abraçar toda hora qualquer amigo? — perguntou e esfregou o rosto no dele. — Você realmente acha amigável a forma como eu te olho e sempre deixo claro que é importante pra mim?

Minho colocou as mãos nos ombros largos e fechou os olhos, gemendo quando o sentiu segurando na cintura. 

— Você acha que eu tinha como querer outro homem na minha vida quando eu já tenho Lee Minho sendo a porra da coisa mais perfeita que eu já vi?

Ali foi quando Minho deixou de lutar — se é que um dia ele já resistiu — e procurou pela boca de Chan. Nada foi como aquele beijo, nada o fez se sentir tão bem e querer tanto alguém. Ele gemeu contra os lábios cheios e gemeu mais quando Chan voltou a colocar a língua na boca dele, deixando sua cabeça zonza e ele desesperado querendo que nunca acabasse.

Respirando sem fôlego, os dois encostaram as testas uma na outra e sorriram quando perceberam o que tinham feito.

— Faz tanto tempo que quero te beijar — Chan disse.

Minho o beijou rapidamente.

— Eu também, muito tempo. Não vou conseguir parar agora.

— Nem eu.

E eles voltaram para o outro, gemendo aliviados quando as bocas se encontraram. Era tão bom, fazia tanto sentido. Chan empurrou Minho até que ele estivesse contra a porta e levantou as mãos dos dois entrelaçadas acima da cabeça dele. Ele esfregou o corpo contra o dele e Minho arfou, os lábios ficando entreabertos e os olhos pesados de prazer.

— Tem outra coisa que há muito tempo quero fazer.

— O quê?

Ele soltou as mãos e passou os dedos nos cabelos de Chan.

— Quero saber como você fode, quero… — Ele riu quando Chan o virou de frente para a porta e se encostou nele. — Você vai me mostrar, Chan?

Chan segurou o quadril de Minho e o beijou no pescoço.

— É o meu sonho ver você gritando meu nome enquanto não se aguenta mais, saber como minhas mãos vão ficar na sua bunda…. — Minho se empinou e roçou a bunda contra o pênis dele. — Puta merda, Minho.

— Só estou te mostrando como ela fica ótima em qualquer parte do seu corpo. — Então ele se esfregou de novo e os dois gemeram, enquanto Chan aumentava o aperto nos quadris dele. 

Minho virou o rosto para eles se beijarem, os lábios permanecendo juntinhos até mesmo quando Chan passou a tocá-lo no pênis por cima da roupa. Ele estava massageando devagar enquanto deixava beijinhos nos lábios bonitos, até que Minho fechou os olhos e deixou a cabeça cair contra o ombro dele.

Chan o beijou no pescoço, então passou a tirar seu cinto e desabotoou a calça do terno.

— Se encosta na porta — pediu.

Ele fez e viu toda a parte debaixo da roupa sendo puxada por suas pernas até estarem presas nos pés. Minho tirou um dos sapatos e fez o amontoado de roupa sair de um lado para poder abrir mais as pernas e suspirou quando sentiu a mão de Chan o acariciando nas coxas.

— Pode se inclinar um pouquinho mais pra mim, amor?

— Assim? — Minho fez.

Chan colocou as mãos na bunda dele e apertou.

— Sim. Eu amo sua bunda. — Ele mordeu um dos lados e chupou o local logo em seguida. — Tão gostoso.

Minho mordeu o lábio inferior e se segurou para manter as pernas estáveis. Era tão bom como ele estava mostrando gostar tanto do corpo dele.

E quando ele achava que não podia sentir mais prazer naqueles toques, Chan o lambeu mais intimamente e passou a fodê-lo com a língua. As mãos de Minho procuraram algo para se segurarem, mas ele só encontrou a própria porta enquanto movimentava os quadris e tinha mais contato com o rosto de Chan. 

Ele gemeu alto Chan o lambeu pelo períneo e depois passou a massagear o local lentamente quase o enlouquecendo de prazer.

— Isso… Puta que pariu… Chan!

Chan o lambeu de novo e depois usou o polegar, indo mais rápido, estimulando mais e quase fazendo Minho gozar ali mesmo. Ele o fez se virar e o ajudou a soltar o resto da roupa do outro pé, então o beijou nas coxas e apertou seus quadris. Chan deixou beijos também na intimidade dele e subiu com eles por seu corpo até voltar a estar cara a cara com Minho, o semblante mais apaixonado que nunca, algo que agora jamais nem um dos dois conseguiria negar.

— Me deixa te amar, me deixa te mostrar como meu corpo é seu.

Minho passou os braços em volta do pescoço dele e os dois se beijaram conforme iam para a cama. De pé, perto dela, eles terminaram de tirar as roupas e voltaram para os braços um do outro. Assim como Chan havia pedido, ele mostrou a Minho como o corpo dele também o amava, como cada pedacinho dele o desejava apaixonadamente.

Quando ele o penetrou mais tarde, os dois já estavam suados, superexcitados e se agarraram um ao outro enquanto gemiam coisas embaralhadas.

— Chan! Tão bom, puta que pariu. — Ele arqueou as costas e abriu mais as pernas em volta da cintura de Chan. — Você me fode tão bem, amor.

Chan riu contra o pescoço suado e meteu mais forte, apertando a coxa que segurava. Minho contraiu, o apertando mais e ele gemeu, sem acreditar que ele estava fazendo aquilo.

— Merda, Minho. — Ele fez de novo, rindo, e Chan mordeu o ombro dele. — Você vai me matar.

Eles se beijaram bagunçado, as estocadas ficando mais intensas e os dois sentindo o aperto no pé da barriga ficando mais forte. O orgasmo de Minho veio primeiro, ele agarrou a bunda de Chan e o gemeu alto pedindo que ele fosse mais rápido conforme o desejo tomava conta dele. Foi assim que o orgasmo de Chan chegou também, ele beijou Minho ainda entrando e saindo lentamente, então encostou a testa na dele para olhá-lo nos olhos.

— Eu te amo tanto.

Minho acariciou o rosto dele.

— Você realmente quer dizer isso ou…

— Sim, eu quero. Eu te amo pra caralho.

Chan sorriu contra o beijo que Minho lhe deu.

— Eu também te amo pra caralho.

Com os sentimentos que vieram à tona, nem um dos dois conseguiu dormir logo naquela noite. Então Minho e Chan continuaram deitados nos braços um do outro, finalmente podendo dizer o que estava guardado em seus corações nesses últimos anos.

— Eu odiava quando você aparecia com alguém novo, odiei o Seungmin por bastante tempo, porque realmente achei que ele fosse o cara certo.

Chan deixou um beijinho na testa dele.

— Eu acho que evitava bastante vocês se virem porque eu percebia que você não gostava muito e não queria que você entendesse que eu amava alguém além de você. — Confessou.

Minho franziu o cenho.

— Isso é meio estranho, considerando que vocês namoravam.

Chan deu de ombros.

— É a verdade, ninguém vai se machucar agora.

Então, de repente, Minho se lembrou.

— Eu ganhei!

— O quê?

Minho se virou na cama e deu um beijo em Chan.

— Eu ganhei a aposta. Eu vim, então você passou a considerar o menino lá do ensino médio. — Chan fez uma careta. — Mas agora acabou.

— Acabou?

Ele assentiu e se aproximou de novo, deixando um braço em volta do torso dele e beijando de novo.

— Lista nenhuma vai aumentar aqui, então eu ganhei.

Um sorriso enorme apareceu no rosto de Chan.

— Gosto como você pensa, Lee Minho.

E foi assim que Minho garantiu sua vitória na mais longa aposta que tinha feito com Chan. Ele já até podia pensar em outras tão divertidas quanto, como quem consegue dar mais beijos no outro, quem aguentava ficar mais tempo sem roupa, as opções eram muitas e ele ia adorar vencer cada uma delas.


 


Notas Finais


Vitória de todo mundo!!!
Me contem o que acharam dos meus bebês. Nos vemos logo, até mais!

Twitter: yeolinow


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...