História Be Together - Be together

Pov Lauren Jauregui

A música que tocava era Like i'm gonna lose you da Meghan Trainor, eu e Camila dançavamos na sala, tinhamos arrastado os móveis deixando um pequeno espaço para usarmos, minhas mãos estavam em sua cintura enquanto seus braços estavam em volta do meu pescoço. Era como se nossos olhos fossem imãs não paravamos de nos encarar.

A música acaba e sorrimos uma pra outra, eu amava ter esses momentos com Camila eram tão importantes. Outra música começa a tocar, Camila e eu adoravamos aquela música. 

Let me escape in your arms aby I'm yours, baby I'm yours ( Deixe-me escapar para seus braços querida sou sua) 

Ela cantava as palavras pra mim em leves mexer de lábios. 

Love don't come easy at all ( Amor não vem fácil de jeito nenhum)  

Aquela música significativa o quanto nos duas tínhamos passado para ficar juntas, tantas pessoas que diziam que não daria certo. 

I miss you so much, I miss you so much ( Sinto muito sua falta, sinto muito sua falta) 

"Sinto sua falta" Era a palavra que mais estava presente quando estávamos separadas, a distância foi a parte mais difícil de lidar. 

Tell me is this freedom, baby? chasing after danger making my heart race ( Diga-me isso é liberdade, querido? Perseguindo o perigo fazendo meu coração) 

Maybe if the stars align maybe if our world's collide ( Talvez se as estrelas se alinharem talvez se nossos mundos colidirem) 

Maybe on the dark side We could be together, be together ( Talvez no lado obscuro Poderíamos ficar juntos, ficar juntos)

-Eu amo você. -Disse pra ela pausadamente. 

-Eu amo muito mais. -Ela diz com um sorriso nos lábios.

Eu e Camila éramos a prova de que quando a gente ama uma pessoa nada é impossível para estar ao lado dela, a prova de que a distância não impede sentimento nenhum e que com amor podemos vencer tudo. 

Quatro semanas depois

Estava entrando em meu carro para mais um dia de trabalho, minha cabeça estava a mil com os preparativos do nosso casamento. Não que eu não estivesse gostando, talvez fosse a melhor canseira da minha vida ir ver salão bufê lista de convidados. Não seriam muitos pois nem todos se deslocariam de Miami para Paris mas os principais estariam lá que eram nossas famílias.

Dirijo com atenção no trânsito, percebo uma movimentação estranha a minha frente, pessoas correndo desesperadas para fora de um teatro, carros perdem a direção com pessoas correndo entre eles, uma garota cruza meu caminho e eu tento desviar desesperada, o movimento foi tão brusco que perco a direção do carro e ele bate, foi muito rápido voei para frente do carro batendo a cabeça e apagando. 

Pov Camila Cabello 

-Aí. -Coloco a mão  em meu peito. 

-Camila?. -Minha professora de dança me chama preocupada. -O que foi?. -Ela se aproxima. 

-Nada, só um aperto no peito. -Digo sentindo a sensação passar. 

-É melhor sentar um pouco. -Ela diz 

Vou em direção ao banheiro e molho meu rosto. Tomo um copo d'água e volto para aula. 

Já estava na hora de ir embora, vou para a frente da escola de artes e espero Lauren. Ela me buscava todas quartas quintas e sextas que eram os dias das minhas aulas. Usava o tempo livre para organizar tudo para nosso casamento, passava horas imaginando cada detalhe, imaginando nossa lua de mel eu estava vivendo um sonho. Olho o relógio e começo a me preocupar, ela estava bem atrasada. Meu celular toca e eu atendo. 

-Alô?. -Pergunto curiosa não era nem um número salvo no meu celular. 

-Camila?, é a Lucy tudo bem?. 

-Tudo sim, você sabe da Lauren?. -Um silêncio agoniante se estala entre nós. 

-Não, eu liguei pra perguntar o mesmo, ela não apareceu no trabalho hoje. -Lágrimas começam a saltar de meu rosto. 

-Eu não sei Lucy ela também não veio me buscar hoje. -Digo já me desesperando. 

-Calma Camila talvez ela tenha ido em outro lugar, você está na escola de artes?. -Ela pergunta tentando conter o desespero na voz. 

-Sim. 

-Eu vou aí te buscar não sai daí. -Ela desliga o telefone. 

Começo a ligar para o celular de Lauren uma duas três seis dez vezes, só dava caixa postal, eu já não conseguia mais ligar minhas mãos tremiam muito. Entro para a escola novamente, eu não estava bem para ficar sozinha.

Me sento na entrada, a televisão me chama atenção. 

-O atentado no teatro deixou dezenas de pessoas feridas. -A repórter diz em frente ao local. 

Foi ali que o meu mundo desabou, Lauren passava todos os dias em frente àquele teatro, começo a chorar e soluçar forte, as pessoas começam a ficar em volta de mim tudo começa a rodar e eu apago. 

-Camila. -Uma voz feminina me chamava, e ia ficando cada vez mais nítida. -Graças a Deus. -A voz diz aliviada. 

-Lauren. -Foi a única coisa que saiu da minha boca. 

Me sento e Lucy me oferece um copo de água que eu rejeito. 

-A gente tem que procurar por ela, se aconteceu alguma coisa ela está em algum hospital. 

Eu me agarrava com todas as minhas forças a esperança de que ela estaria bem, só estaria com algum arranhão ou uma fratura. 

-Tudo bem vamos. -Digo me levantando devagar. 

Entramos no carro e começamos pelo hospital mais próximo, todos um caos por causa do ocorrido, fomos em três e nada procuramos nas salas de cada um vimos todas as listas de nomes. Eu mostrava uma foto de Lauren para os médicos e nada. 

-Ela tem que estar bem, ela é minha vida. -Eu dizia entre lágrimas após sair de mais um hospital. 

-Temos mais dois hospitais. -Nos duas estávamos exaustas já eram 2 horas da manhã. 

Entramos no carro mais uma vez e vamos para outro hospital, entramos e resolvemos ver primeiro as listas, corro o dedo por ela e paro em Lauren Jauregui. 

-Achei. -Digo sussurrando. -Moça. -Me aproximo da mesa da recepcionista. 

-Sim?. -Ela pergunta voltando a atenção pra mim. 

-Tem uma Lauren Jauregui nesse hospital?. -Ela digita no computador provavelmente procurando o nome. 

-Quarto, 13. -Ela diz e Lucy e eu respiramos aliviadas. 

Saímos correndo checando os números dos quartos, nove, dez onze era como se os números aumentassem a minha frequência cardíaca. 13, o quarto era diferente,mais calmo e com apenas uma cama ao contrário dos outros que tinham três e quatro, olho entre o vidro e a vejo. Naquele momento todos os sonhos que eu tive veio a minha cabeça, eu tinha certeza que  não eram apenas sonhos eram pressentimentos, de alguma forma os sonhos me avisam o que iria acontecer, começo a chorar novamente olhando o seu corpo coberto por hematomas seu rosto coberto por aparelhos os barulhos assustadores dos bips me lembro novamente dos sonhos eu já tinha vivido tudo aquilo era como sofrer duas vezes só que dessa vez Lauren não estaria ali para falar que estava bem que não me abandonaria nunca, ela estava presa em uma cama de hospital, o amor da minha vida, estava inconsciente machucada e ligada a aparelhos, eu podia sentir como se estivesse dentro de seu corpo, sua dor sua agonia. 

-Camila. -Lucy me abraça forte. 

Me conforto em seu abraço, e choro muito, meus soluços eram altos e os dela também. 

-Com licença. -O médico chama nossa atenção. -São parentes dela?. -Ele pergunta apontando pra sala. 

-Sou noiva dela e ela melhor amiga. -Olhamos aflita pra eles. 

-Ela sofreu um acidente grave de carro, o vidro do para brisa estava quebrado e ela foi encontrada  com o corpo pra frente, ela bateu a cabeça bruscamente, e está em coma. -Desabo novamente.

Estava encostada na parede, vou deslizando lentamente até chegar no chão, me sento abraçando minhas pernas. Ela estava inconsciente não tinha mais controle pelo próprio corpo, não conseguia falar nem andar nem mover os lábios para dizer que me me amava, ela não estava mais ali eu estava sem uma parte de mim. 

-Ela vai acordar?. -Lucy pergunta entre as lágrimas. 

-Como profissional eu tenho que falar a verdade para vocês, a pancada foi muito forte e danificou boa parte do cérebro, ela pode não acordar nunca mais. -Eu não prestava a atenção em suas palavras. 

Estava doendo estava machucando muito, ela era o meu mundo eu não poderia viver sem ela. 

-Posso ver ela?. -Pergunto ainda com a cabeça baixa. 

-Claro mas seja breve, vou pedir que avise a família também. -Me levanto e entro na sala. 

Me aproximo dela lentamente, até chegar bem perto, toco sua mão com cuidado. 

-Você ainda está aí não é?, você é forte laur sai dessa por mim, por você por nós. -Observo que o nosso anel ainda estava em seu dedo. 

Não parecia real, um dia antes estava dormindo agarrada a Lauren sentindo seu cheiro e ouvindo sua respiração calma, eu amava dormir daquele jeito com ela eu me sentia segura. 

-Você tem que voltar para o nosso casamento lembra?. -As lágrimas eram tantas que minha camisa já estava úmida. 

Passo o dedo em sua mão fazendo um carinho leve, me sento em uma cadeira ao seu lado, e fico em silêncio ouvindo o som dos aparelhos. Naquele instante o desespero me inundou por completo, me levantei e sai da sala.

-Camila. -Lucy me chamou preocupada. 

-Preciso ficar sozinha. -Saio correndo pra fora do hospital. 

Ando rápido indo para lugar nenhum. Eu nunca mais a veria sentada em nosso sofá lendo seu livro favorito?, eu nunca mais a esperaria na frente da escola de artes, e veria o sorriso dela ao me ver?, eu nunca mais veria aqueles olhos verdes brilhando pra mim quando eu dizia que a amava?. Não teria mais lua de mel ou casamento? não eu não tinha mais um futuro com ela, tinham arrancado minha felicidade de mim e jogado em um abismo. Paro em uma praça e me sento no primeiro banco que vi, sentindo cada lágrima cair de meu rosto e pingar em minha calça, fecho os olhos sentindo tudo que aquela dor tinha tinha a me oferecer, era impossível não pensar no pior ao lembrar dos sonhos, em quase todos lauren morria eu não saberia lidar com aquilo tudo sozinha eu não iria aguentar.