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História Be Your Everything - You can kiss me right now


Escrita por: bmt5hh

Notas do Autor


BRASIIIIIL EU TO AQUI
GENTE DESCULPA A DEMORA, MAS EU POSSO EXPLICAR
Tipo assim, eu tive a incrível ideia de fazer um especial de Natal, mas como eu sempre sou uma autora muito atrasada, EU NÃO CONSEGUI TERMINAR, só terminei agora!!!!
Então, mesmo o Natal tendo sido ONTEM, vamos abrir o core para ler este maravihoso capítulo de Natal BRASILLLL
MAS ANTES, VAMOS CANTAR
I JUST WANT YOU FOR MY OWN, MORE THAN YOU COULD EVER KNOW, MAKE MY WISH COME TRUUUUE, BABY ALL I WANT FOR CHRISTMAS IS YOOOOOOOOOOOOU (agudinho da Ally que deve ter destruido umas 68 carreiras)
ENTÃO BRASIL, Boa leitura.

Capítulo 38 - You can kiss me right now


Narrador POV

 

Camila praticamente pulou do sofá quando ouviu a moto estacionar na frente da sua casa. Esperou pacientemente alguns instantes até que a porta da frente abrisse e Lauren passasse por ela, com a roupa e os cabelos completamente molhados, xingando horrores.

- Desgraça de tempo bipolar dos infernos, agora eu to parecendo um pato fora do rio por causa dessa chuva de merda. Teve o dia inteiro pra chover e tem que chover justo quando eu to saindo, ah, vai pro caralho... – Lauren resmungava enquanto fechava a porta e Camila ria baixinho no sofá.

- Lo. – Camila chamou e Lauren se deu conta de que havia mais alguém na sala.

- Ah, você tá ai. – Lauren enfiou a chave no bolso dos jeans encharcados. – Oi amor. – Lauren disse indo até ela e beijando sua testa. Camila se levantou. – Como é que você tá?

- Eu to bem. – Camila assentiu.

- Que bom. – Lauren sorriu e roubou-lhe um selinho, começando a ir para o segundo andar em seguida.

- Lo, você tem que tirar essa roupa molhada, vai acabar ficando doente. – Camila disse subindo as escadas atrás de Lauren.

- Eu já to indo princesa, calma.

- Não Lo, vai rápido, eu to com fome.

- E você ainda não jantou? – Lauren consultou a hora no relógio de parede do seu quarto e Camila sentou na cama. – Já são quase onze horas da noite, porque você ainda não jantou?

- Porque eu tava esperando você. – Lauren tirou o moletom encharcado, ficando com uma blusa igualmente molhada por baixo.

- Eu adoro o fato de você querer jantar comigo, mas você sabe que não pode jantar muito tarde, sua mãe me disse que você passa mal. – Camila assentiu.

- Ontem você não demorou tanto, aconteceu alguma coisa hoje? – Lauren fez que não com a cabeça.

- Não, é que como amanhã é véspera de Natal, eles resolveram fazer uma liquidação monstro e quem se fodeu, como sempre, foram os funcionários.

- Trabalhou muito, Lo? – Lauren terminou de tirar os tênis.

- Bastante. – Ela espirrou.

- Tá vendo, Lo, você já tá ficando doente. Vai logo tomar um banho quente, amor. – Camila empurrou Lauren na direção do banheiro e a mesma foi, sem condições de protestar.

Lauren conseguiu um emprego em uma livraria no centro da cidade, ela saia da faculdade e ia direto para lá, só chegando em casa depois das 21h. Ela havia começado nessa semana e por isso estava um pouco difícil para ela se adaptar aos horários, ainda mais quando precisou transferir algumas matérias da faculdade para sábado, conseguindo, assim, chegar a livraria a tempo do início do seu expediente.

Camila havia se recuperado completamente e sua mãe já havia matriculado-a em outra escola, que ficava um pouco mais distante do que a outra, mas supostamente era melhor e Camila iria se dar bem lá. A menina conseguiu que a mãe deixasse ela ir a escola só depois que o ano virasse, assim teria mais alguns dias para se preparar psicologicamente para voltar ao inferno.

Falando em psicologicamente, Camila contou sua decisão para Sinu e a mesma não hesitou em apoiar, Camila tinha consulta marcada para a primeira semana de janeiro. Não que isso diminuísse o seu pânico, mas ela sabia que tinha que tentar fazer isso.

Logo Lauren retornou, depois de tomar banho e com roupas secas. As duas se serviram e começaram a comer, conversando sobre banalidades.

- Camila adivinha quem acabou de ligar? – A menina levantou os olhos do espaguete em seu prato para a mãe, erguendo os ombros como estivesse dizendo que não tivesse a mínima ideia.

- Sua tia Daisy! – Sinu falou animada e Camila sorriu sem mostrar os dentes, a boca suja de molho que Lauren limpou com um guardanapo em seguida.

- E o que ela queria? – Não era exatamente como se sua mãe vivesse toda animada falando das ligações que recebia sem ter um motivo maior para isso.

- Então... Ela convidou a gente para passar o Natal na casa dela, amanhã. Mas só se você quiser, é claro. – Camila ficou séria. Não pretendia passar o Natal em pânico por estar peto de gente desconhecida, embora soubesse que todos eram sua família e que provavelmente ela já tinha os visto e os ignorado.

- Quem vai estar lá?

- Bom, o marido da sua tia, Robert, seus três filhos, Agnes, Maribel e o que nasceu ano passado, Aidan. Ela me disse que a Agnes tá namorando, então o namorado dela também deve ir para lá e também o Tyler, amigo da família. E só. – Um, dois, três, quatro, cinco, seis sete. Sete pessoas.

Não era tanta gente assim.

- Ela ainda mora naquela casa enorme? – Camila perguntou e Sinu assentiu.

Camila só deveria ter ido a casa de sua tia Daisy uma ou duas vezes na vida, apenas para ficar encostada na parede de um quarto de hóspedes vazio, rezando para que sua mãe viesse lhe buscar embora e queimasse as cordas vocais de seus primos que não paravam de gritar pela casa.

O que era bom de lá era que a casa era muito grande, ela podia ficar no cantinho dela se ficasse muito em pânico. Além do que, desde que Camila se entendia por gente, Sinu sempre passou o Natal com ela todos os anos, em casa, apenas elas duas. Isso tudo porque ninguém precisava que Camila surtasse na casa alheia em pleno Natal e estragar a comemoração de todo o mundo.

- Talvez a gente devesse... Ir. – Camila fez as palavras saírem de sua boca. Sua mãe merecia passar um Natal legal com sua irmã e o resto da família.

- Tem certeza? Não vou fazer nada que te deixei desconfortável, a gente pode passar o Natal aqui como sempre fizemos por que... – Camila interrompeu.

- Mãe, tá tudo bem. A gente pode ir sim. – Sinu assentiu e se virou para Lauren.

- Lauren, querida, você vem conosco, não é? – Lauren assentiu e riu um pouco.

- Vou sim. Provavelmente se eu fosse pra casa a minha família, no mínimo eu passaria o Natal na calçada.

- Lo, amanhã você trabalha?

- Até às 17h. Vocês podem ir na frente se quiserem, ai eu encontro vocês lá depois, como preferirem. – Camila negou com a cabeça.

- Não, Lo. Mãe, a gente pode esperar ela, não pode?

- Claro que podemos, sem problemas. – Então Sinu ficou séria. – Agora, só tem um problema. Sua tia não sabe... De vocês. E seria melhor se continuasse assim porque eles são meio... Chatos com toda essa coisa de gays e nós não precisamos de mais esse problema, correto? – As duas assentiram, mas Camila deixou a pergunta escapar antes que pensasse no que estava falando.

- Você tem vergonha da gente? – Sinu puxou uma cadeira e sentou ao lado de Camila.

- Não, querida, de forma nenhuma. Nunca vou ter vergonha de andar com vocês duas nem do fato de vocês estarem juntas, só quero evitar problemas por enquanto e é para vocês mesmo, tá bom? – Camila pareceu compreender e Sinu lhe deu um beijo na testa. – Meninas, eu vou dormir, amanhã tenho que acordar cedo para ir ao centro comprar os presentes desse povo todo. Boa noite para vocês.

- Boa noite. – Lauren e Camila responderam em uníssono e Sinu mandou um beijo para as duas, subindo em seguida.

Elas terminaram de comer e começaram a lavar a louça. Camila lavava e Lauren secava.

- Você tá confortável com isso? – Lauren perguntou secando um prato.

- Pra falar a verdade, não muito. Mas tudo bem, minha mãe vai gostar e passar o Natal com a tia Daisy.

- E você?

- Tudo bem, Lo. Eu fico sentada no meu cantinho, é só o pessoal não fazer muito barulho. E você vai ficar lá comigo, não é?

- O tempo todinho. – Lauren falou e depois abriu um sorriso. Era o primeiro Natal que ela e Camila iriam passar juntas, Lauren estava feliz com isso. [...]

 

- Lo... – Camila balbuciou entre os beijos que Lauren lhe dava no rosto, na porta do quarto da menina. – Dorme comigo? Eu to com saudade de você. – Falou apertando os braços em volta do pescoço da mais velha. Lauren assentiu algumas vezes e as duas entraram no quarto, se deitando em seguida.

Camila estava sem sono, mas se contentava em ficar quietinha tentando adivinhar se Lauren estava dormindo ou não. Era melhor do que ficar pensando em como seria amanhã, em como ela suportaria aquilo tudo sem surtar. Mas ela tinha que tentar, até porque, a tia Daisy sempre tinha sido agradável com ela. Agora, também, as filhas dela já haviam crescido e provavelmente tinham o mínimo de senso de não sair gritando por ai. O que havia nascido no ano passado ainda preocupava Camila, mas ela tinha que suportar.

- Princesa, tá tudo bem? – Camila ouviu a voz de uma Lauren sonolenta perguntar.

- Sim, está. Achei que você estivesse dormindo.

- Eu não conseguiria. Você tá praticamente esmagando a minha mão.  – Só então percebeu que a mão que estava entrelaçada com a de Lauren a apertava com uma força absurda.

- Desculpa. – Pediu soltando a mão dela. – Eu só não to conseguindo dormir.

- Tá pensando em que?

- Em amanhã. Eu só... Conversa comigo pra me distrair. – Lauren bocejou. No fundo ela preferiria estar dormindo, mas Camila precisava dela agora.

- To conversando. Sobre o que quer falar? – A maior começou a afagar o cabelo de Camila para ver se ela ficava com sono.

- Posso te fazer uma pergunta? – Lauren fez um barulho nasal que indicava que ela podia continuar falando e esfregou os olhos com a mão livre, tentando mantê-los abertos. Estava escuro e ela não conseguia enxergar nada, mas se ela fechasse os olhos provavelmente Camila teria que ter um monólogo. – Como você descobriu que gostava de meninas?

- Quando eu passei a preferir olhar para a bunda das minhas amigas do que jogar charme para os gatinhos do time de basquete. – Camila riu.

- Idiota. É sério, como você percebeu?

- Não sei, sabe, não é como se eu fosse acordar um dia e “olha, eu sou lésbica”. Não, não é bem por ai. Mas tirando a brincadeira, o que eu falei é verdade. Eu só comecei a olhar mais para as meninas e ficar curiosa sobre como seria beijá-las, até que uma amiga minha resolveu dar uma festa do pijama na casa dela, onde, é claro, só tinha meninas. E então eu passei metade da noite jogando indiretas para uma conhecida minha que foi e que eu sabia que era lésbica. Até que ela entendeu e a gente foi para o banheiro. – Camila poderia ter ficado bem sem ouvir a última parte da história.

- Vocês se beijaram?

- Sim. Mas foi só uma vez naquela noite, eu ainda estava um pouco confusa.

- Você a beijou outras vezes?

- É. A gente namorou por uns meses, mas não foi nada sério. – Lauren bocejou de novo. Camila acabou perdendo o foco do que queria realmente perguntar por que estava com ciúmes.

- Ela era bonita?

- Era... Quer dizer, eu achava.

- Qual era o nome dela?

- Veronica, mas todo o mundo a chamava de Vero.

- Hm. – Camila pensou um pouco. – Lo, se eu sou menina e você também é menina e a gente namora, isso também me faz lésbica?

- Não necessariamente. Você costuma olhar com interesse para as meninas ou para os meninos?

- Eu não costumo olhar para ninguém, Lo. – Lauren torceu a boca.

- Assim fica difícil, princesa. Mas olha, porque você não esquece essas histórias? Esse negócio e ficar rotulando a si mesmo ou aos outros é estúpido, o que importa é a felicidade da pessoa.

- Você tá certa, Lo.

- Eu sempre estou. – Lauren disse convencida e Camila revirou os olhos.

- Idiota. – Lauren bocejou pela terceira vez Camila preferiu a deixar dormir. Se esticou e selou seus lábios longamente, voltando a deitar em seu ombro em seguida. – Boa noite, Lo.

- Boa noite, princesa. – Mal haviam se passado cinco minutos e Lauren já estava dormindo profundamente.

Camila ficou mais um tempo acordada, mas acabou se convencendo que ela poderia deixar esse problema para amanhã. Depois de muito penar, ela finalmente conseguiu pegar no sono, mas acordou duas vezes por conta de sonhos ruins. Não particularmente pesadelos, porque esses a faziam gritar e se debater na cama. Apenas coisas que ela não gostaria de ter sonhado, como estragar o Natal de sua mãe com a sua irmã por ter tido um surto ou simplesmente não conseguir fazer nada que não fosse ficar tremendo em um canto.

Não.

Ela definitivamente iria tentar. [...]

 

- Aqui mãe, o último. – Camila disse assim que terminou de embrulhar o boneco do Capitão América que Sinu havia comprado para o pequeno Aidan.

- Ok querida, obrigada pela ajuda. Agora vai se arrumar vai, daqui a pouco a Lauren chega e a gente sai. Ela disse que já vai vir arrumada de lá para economizar tempo.

- Tudo bem. – Camila se levantou e subiu as escadas rápido, não queria se atrasar.

Sua mãe havia lhe comprado um vestido azul lindo para que ela usasse hoje à noite. Apesar de Camila quase nunca sair com Sinu para comprar suas roupas, a mulher conhecia bem o gosto da filha e sempre lhe trazia peças que agradavam. Apesar de estar com um pouco de pressa, Camila tomou um banho consideravelmente longo e secou os cabelos, fazendo cachos nas pontas para que não ficasse a mesmice de sempre. Depois de ficar satisfeita com o resultado, ela passou uma maquiagem, mas muito de leve, por dois motivos: ela não se sentia muito confortável usando muita maquiagem e também tinha medo de tentar “carregar” e sair por ai parecendo uma palhaça.

Colocou o vestido, que possuía um tom mais puxando para o azul escuro e era um pouco curto para o que Camila estava acostumada a usar, esse ia apenas um pouco abaixo da metade das coxas. Apesar de hesitar um pouco, Camila se sentia bem bonita naquela noite. Para terminar, ela colocou um laço vermelho na cabeça e ajeitou o cabelo uma última vez, distribuindo-o igualmente por cima dos ombros e nas costas.

- Meu Deus, Camila! – Sinu exclamou quando a menina saiu timidamente de dentro do quarto. – Você está linda!

- Obrigada mãe. – Camila corou e encarou o chão. – Você também está. – Sinu jogou o cabelo curto por cima do ombro.

- Eu sei. – As duas desceram e Sinu foi levando os presentes para o carro enquanto Camila ficava sentada no sofá encarando o chão. Parou de olhar para o nada quando ouviu o ranger da moto do lado de fora da casa.

Quando Lauren passou pela porta, Camila achou muito bem que poderia ter um ataque cardíaco e ficar jogada no carpete da sala mesmo. Ela estava simplesmente linda usando uma calça jeans e lavagem escura, coturnos, blusa preta de gola V e jaqueta também preta. Usava uma maquiagem que destacava a cor dos seus olhos e os cabelos caíam em ondas partidos de lado. Camila só conseguia babar, tanto que nem reparou que a sua mãe havia entrado junto.

- Princesa! – Camila disse ao ver Camila sentada no sofá, que se levantou assim que percebeu que Lauren se aproximava. Lauren sorriu abertamente e Camila não achava que poderia estar babando mais, mas ela estava. – Você tá perfeita. – Lauren disse no ouvido de Camila quando elas se abraçaram. Para variar, Camila corou.

Quando se separaram, Lauren segurou o rosto de Camila delicadamente e beijou-lhe a testa. Lauren estava tão linda que Camila ficou com ciúmes e não queria que ninguém a visse esta noite. Infelizmente para Camila, as duas estavam indo para uma casa cheia de gente.

- Ei. – Lauren disse segurando uma mão de Camila. – Eu comprei uma coisa pra você, mas esse não é tipo de forma nenhuma o seu presente de natal ainda. Na verdade o seu presente de verdade tá no carro da sua mãe junto com todos os outros. Eu só... Não sei, é tipo um... – Lauren estava se enrolando nas palavras. Camila apenas riu e achou fofo.

- Lo, calma. – Camila apertou a mão de Lauren com um pouco de força e beijou-lhe o rosto.

- É tipo um anel de compromisso, entende? – Lauren tirou do bolso uma caixinha de veludo preta. – Só uma coisa pra você lembrar de mim. – Lauren abriu a caixinha e Camila prendeu a respiração. Lá dentro continha um anel prateado com uma pedrinha delicada de cor leitosa em forma de pirâmide. Era pequeno e delicado, combinava perfeitamente com a menina.

Lauren tirou o anel de dentro da caixa e colocou no dedo e Camila, que tinha a mão um pouco trêmula.

- Lo... Ele é lindo. – Camila mal conseguia falar enquanto abraçava Lauren, que não parava de sorrir. – Obrigada amor, obrigada. – Lauren beijou o topo de sua cabeça, acariciando-lhe os cabelos em seguida.

- Vocês são realmente fofas, mas será que a gente podia ir logo? – Sinu perguntou da porta e as duas riram, indo para o carro da tia. Logo as duas entraram e Sinu deu partida, começando a dirigir para a casa de sua irmã.

Camila observou Sinu olhar as duas pelo retrovisor uma, duas, três, quatro vezes. Não entendeu porque, já que elas estavam apenas sentadas lado a lado, com os dedos entrelaçados.

- Lauren, você por um acaso perdeu alguma coisa nas pernas da minha filha ou...? – Lauren engoliu em seco e começou a olhar para o lado de fora da janela, Camila ficou morrendo de vergonha e quis cobrir as pernas imediatamente. Apesar de que... Se Lauren estava olhando, era porque era estava gostando e...

“Chega, Camila”. Repreendeu a si mesma mentalmente e foram o resto do caminho em silêncio. Quando chegaram e Sinu saiu do carro, Lauren deu um longo beijo em Camila, sabendo que elas teriam que fingir que eram apenas amigas na frente das pessoas e que isso não seria nada fácil.

Tudo o que Camila queria era, sinceramente, voltar para casa e passar o Natal lá, onde ela não precisaria entrar em pânico e poderia beijar sua namorada em paz quando desse meia noite. Mas nem tudo é como as pessoas querem e por isso ela estava fazendo a sua melhor cara de felicidade e saindo de dentro do carro.

Ouvia os passos de Lauren bem atrás dela e desejou que ela estivesse segurando sua mão. Camila supôs que não podia, então apenas encarou o chão e parou bem atrás de Sinu enquanto a mesma tocava a campainha. Lauren tinha as mãos escondidas atrás do corpo e encarava com curiosidade a frente da casa.

Camila passou a encontrar algo interessante no laço decorativo que havia em sua sapatilha e não retirou mais o olhar de lá, ouvindo a porta se abrir e a voz aguda de sua tia cumprimentar sua mãe alegremente. Depois ouviu Sinu apresentar Lauren, que cumprimentou Daisy com simpatia e depois a mulher as convidou para entrar.

Camila apenas olhava para o chão, se controlando ao máximo para não sair correndo dali. Identificou vozes distintas a medida que elas entravam na sala e se encolheu, querendo arrumar um canto para ficar.

- Camila, você está linda! – Ouviu a voz de sua tia dizer perto dela, parecia que estava caminhando ao seu lado. Camila precisou de todo o seu auto controle para não sair correndo e trincou os dentes, fingindo que não estava ouvindo e desejando ser surda por alguns instantes. – Sente-se querida, espero que se divirta. – Sentiu uma mão no seu ombro e se afastou imediatamente, avistando um sofá a sua frente e praticamente correndo em direção a ele.

- Tá fugindo de mim? – Lauren perguntou divertida, se sentando ao lado e Camila.

- N-não. – A menina respondeu tão baixo que Lauren teve que ler lábios para entender. – Eu não sabia... Que era você.

- Lauren, venha aqui! Quero que conheça Agnes, Maribel, Aidan, Robert e Tyler. – Agnes, Maribel e Aidan... Que nomes horríveis para se colocar nos filhos.

- Eu já volto. – Lauren avisou para Camila em voz baixa e foi caminhando para onde Sinu e Daisy a chamaram.

Camila ficou feliz em só ter que exercer o papel que todo o mundo já esperava e tudo o que ela tinha que fazer era ficar encolhida naquele canto do sofá esperando dar a hora de ir embora. Que estava demorando, diga-se de passagem. A menina se balançava para frente e para trás, impaciente e querendo desviar a atenção para outra coisa que não fossem as gargalhadas das pessoas pela casa. Escandalosamente altas e desnecessárias.

- Ele é mesmo muito fofo. – Distinguiu a voz de Lauren dizer, estava bem atrás dela no sofá conversando com alguém. – Como é o nome dele mesmo?

- Aidan. – Daisy respondeu.

- Oi Aidan. Como vai você, bebê? – Lauren perguntou e Camila ouviu uma risada de bebê.

- Você poderia ficar com ele um tempinho? Eu tenho que ver como estão as coisas na cozinha, Agnes não é confiável e sempre deixa tudo queimar. – Daisy perguntou.

- Claro, sem problemas. – Lauren apareceu alguns segundos depois no campo de visão de Camila, segurando um bebê que parecia ter mais ou menos um ano. Sentou-se e colocou Aidan no colo, que ficou instantaneamente interessado no zíper de sua jaqueta. – Ele não é fofo? – Perguntou sorrindo para Camila, que observou o menino um instante. Tinha os cabelos castanhos escuros penteados cuidadosamente e enormes olhos azuis, além de um sorriso muito fofo, apesar de não ter dentes na boca.

- É. – Camila respondeu baixinho. Nunca foi muito chegada a bebês, porque eles choravam e faziam muito barulho, mas Aidan até que estava bem quietinho, o único som que ele fazia era rir para Lauren.

- Fala “oi Camila”. – Lauren disse para Aidan, segurando sua mãozinha e sacudindo como se ele estivesse dando tchau. – Fala, bebê.

- Cailáá! – Aidan disse, animado, sacudindo os bracinhos para Camila.

No primeiro momento, Camila se encolheu, mas depois relaxou. Aidan mal sabia falar direito, quem dirá fazer algum mal a ela. Ele era só um bebê e não possuía maldade no coração. Sendo assim, Camila esticou a mão timidamente e pegou na mão do bebê, que riu de um jeito gostoso para ela.

Logo em seguida Maribel surgiu dizendo que Tyler queria tirar fotos com o bebê e Lauren o entregou. Maribel sorriu para Lauren e Camila odiou aquilo, passando a encarar o chão assim que sentiu o olhar de Maribel sobre ela.

- Lo, que horas são? – Camila perguntou baixo.

- Relaxa. Falta pouco para a ceia e depois é só dar os presentes de todo o mundo e a gente vai embora, tudo bem?

- Tudo bem. – Ficaram em silêncio, pois todos resolveram vir para a sala e conversavam animadamente. Camila sentia os olhares sobre ela e tentava ignorar, mas ela se sentia como um animal no zoológico, que todos queriam ver como se comportava e reagia.

Mesmo que em silêncio, Lauren ficou o tempo todo sentada ao lado de Camila, vez ou outra pegava o celular ou fazia algum comentário na tentativa de fazer Camila relaxar, mas ela estava tensa demais para isso. Apesar de saber que Camila estava fazendo isso por sua mãe, Lauren odiava tudo isso. Camila não precisava se esforçar desse jeito, era visível o esforço que ela fazia para continuar apenas sentada ali, sem chorar, sem sair correndo, sem surtar.

Até que as pessoas eram legais e não estavam fazendo nada para deixar Camila desconfortável, mas Lauren não achava que era justo a menina se forçar a passar por tudo isso por algo que ela mesma não iria curtir nem um pouco. Era como pegar uma data legal como o Natal e passar dormindo, no caso de Camila, dormir seria mais confortável do que estar aqui. E Lauren se sentia horrível por não poder fazer nada para amenizar a situação, tudo o que ela tinha a fazer era ficar sentada ali e desejar tanto quanto Camila a hora de ir embora.

- Meninas, vamos para a mesa? A ceia será agora. – Sinu anunciou chegando perto do sofá. Camila apertou os olhos com força e se encolheu.

- Eu não... Vou pra mesa. – Ela levantou o olhar, seus olhos estavam cheios de lágrimas que ela precisou conter a noite toda. – Desculpa, mãe, eu não consigo. – Sinu assentiu algumas vezes.

-Tá tudo bem, filha? Se você quiser a gente pode ir agora.

- Não, eu só não vou para a mesa. – Sinu olhou para Lauren, que tinha o olhar preocupado sobre Camila.

- Eu fico com ela, tia. Pode ir. – Sinu ponderou um pouco e por fim assentiu.

- Eu trago um prato para vocês, tudo bem? – Elas assentiram. Camila não estava com fome, só queria ir embora. Sinu saiu da sala depois de dar um beijo na testa de Camila.

- Princesa. – Lauren chamou e Camila não deu atenção, muito ocupada em impelir o corpo para frente e para trás no sofá. Deus, ela iria surtar. – Princesa, vem cá. – Lauren puxou Camila para seus braços e a menina se encolheu, enterrando o rosto no peito dela e fechando os olhos com força para não chorar. – Tá tudo bem agora, só tem eu e você aqui.

- Eu quero ir embora. – Camila falou com a voz abafada.

- Olha... Se você quiser, a gente pega um táxi e vai embora agora mesmo.

- Eu não posso fazer isso com a minha mãe. Falta pouco? – Lauren beijou o topo de sua cabeça.

- Falta, amor. Falta. – Sinu apareceu com uma bandeja que continha dois pratos, dois copos cheios de refrigerante e pequenas tigelas com algumas iguarias que nenhuma das duas estavam interessada em saber o que era.

- Aqui, meninas. – Sinu colocou o a bandeja em cima da mesinha de centro.

- Obrigada.

- Eu não vou demorar, disse a Daisy o que está acontecendo e ela disse que não tem problema se formos embora antes de entregar os presentes. – Lauren assentiu e Sinu voltou para a sala de jantar.

- Amor, você não quer comer nada? – Lauren perguntou a Camila, que continuava a abraçada a ela e nem se movia.

- Não, obrigada. – Camila se afastou de Lauren e fechou os olhos por um longo tempo, como se estivesse recuperando a calma.

A televisão estava ligada e passava alguma programação especial de Natal onde artistas cantavam músicas tradicionais natalinas.

- Anjo... – Camila chamou e Lauren tirou o olhar da televisão que ela não estava assistindo para encará-la. – Desculpa por tudo isso, eu queria que fosse legal. Quer dizer, se e... – Lauren interrompeu, abrindo um sorriso.

- Amor, tá tudo bem. Eu to feliz de estar com você. – Camila aproveitou que não tinha ninguém na sala para chegar mais perto dela e deixar que Lauren envolvesse seus ombros com um braço. – A única coisa realmente ruim em tudo isso é que eu não posso beijar você embaixo do visco quando der meia noite. – Lauren fez um biquinho fofo. Camila sorriu.

- Você pode me beijar agora. – Camila segurou o rosto de Lauren enquanto seus lábios se uniam suavemente.

Até que a voz de Daisy se fez presente no cômodo.

- Que porra é essa?


Notas Finais


NÃO É SÓ PORQUE É NATAL QUE CAMREN TEM QUE TER PAZ E BEIJO EM BAIXO DO VISCO, NÃO É BRASIL????????????????????????????????????????????
ENTÃO PNSFONSOIDGNOISG
Comentem o que acharam, @coicedalauren
ME XINGUEM BASTANTE QUE EU A-D-O-R-O
E ATÉ O ANO QUE VEM (KKKKKKKKKKKK Como se faltasse muito pro ano que vem né)
BEIJOS DE PISCA PISCA DE NATAL COM GOSTINHO DE TRETA DA TIA HOMOFÓBICA


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