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História Be Your Everything - Little note


Escrita por: bmt5hh

Notas do Autor


EU TO AQUI, BRASIL
eu disse que ia postar só semana que vem, eu sei
mas brotou esse tempinho aqui e eu to aqui porque eu amo vocês e vocês me amam e a gente vai casar.... não pera
enfim, espero que gostem desse capítulo e abram o core pra ignorar os erros porque eu escrevi correndo ahsuasauhs reviso depois
boa leitura <3

Capítulo 5 - Little note


Fanfic / Fanfiction Be Your Everything - Little note

 

Camila não soube contar por quanto tempo ficou encarando aquele desenho sem saber direito o que iria fazer com ele. As figuras que ela desenhava eram aleatórias, porém, sempre remetiam a mesma forma. Mas nunca... Nunca pareceram com uma pessoa. Ela nunca pensou que seus desenhos pudessem ser direcionados a alguém, ainda que inconscientemente.

Largou o desenho para o lado e rolou na cama, pensando no que fazer. Não era possível que aquilo estivesse acontecendo com ela, ainda que ela não conseguisse decifrar o que era exatamente. Camila nunca achou que pudesse houver uma pessoa no mundo como Lauren e ela estava começando a temer que suas atitudes – retardadas – diferentes pudessem afastar a mulher dela. E não era isso que Camila queria, visto que havia se esforçado ao máximo para se comunicar com a mulher.

O problema era que os esforços de Camila não eram suficientes e ela se sentia horrível por isso. Qual era o problema em abrir a boca para dizer um “obrigado” ou um “Boa noite para você também”? Quer dizer, eram coisas tão normais, todo o mundo fazia isso. Menos Camila.

 Mas havia uma coisa que ela podia fazer. Uma coisa que não a deixaria com vergonha ou não a faria travar completamente. Isso porque, como ela mesma havia acabado de constatar, ela travava quando via Lauren e não quando a ouvia... E isso lhe dava uma boa ideia.

Ok, sem todo esse clima de suspense. Talvez fosse idiota ou até mesmo infantil, mas era a única coisa que ela podia fazer para manter contato com Lauren sem parecer uma retardada. Apesar de que o que ela estava pensando era deveras idiota, mas era a única coisa inteligente que ela conseguia fazer no momento.

A melodia parou e ela deduziu que Lauren havia acabado de tocar. Suspirou tristemente por isso e fechou a janela, cessando o vento gelado que vinha lá de fora. Poucos minutos depois a porta da frente bateu e ela sabia que era sua mãe chegando. Talvez fosse legal falar sobre isso com ela, ainda que Camila não tivesse a mínima ideia do que falar. Apenas sabia que queria compartilhar o que estava acontecendo com alguém e sua mãe era a única pessoa com a qual ela falava.

Abriu a porta de seu quarto e espiou o corredor, ficando em pânico somente com a ideia de encontrar com Lauren. Não era o tipo de coisa que ela achava que precisasse agora. Foi até o quarto de sua mãe, que se encontrava vazio. Deveria estar lá embaixo e temeu que Lauren estivesse com ela, impedindo que a menina conversasse com a mãe. Nesse aspecto, Camila achava que o fato da mulher estar morando aqui era muito útil.

Sinu quase não conversava com a filha, pois a mesma se recusava a manter um diálogo de mais de cinco minutos com ela e era obrigada a aceitar isso. Já Lauren podia tagarelar com ela horas e horas sobre qualquer coisa, rendendo-lhe uma boa distração e ótimas gargalhadas. Camila gostava de ver a mãe feliz desse jeito, embora achasse que ela precisasse de um companheiro para fazê-la completamente feliz. Achava a mãe muito sozinha, embora soubesse que era a última pessoa do mundo que podia julgar o grau de socialização alheio.

Encontrou Sinu sentada no sofá, assistindo televisão na sala. Completamente sozinha, o que era a melhor parte. Antes de se sentar no sofá e abrir a boca, ela precisava se certificar de que Lauren não iria aparecer do nada e atrapalhar a conversa das duas.

- Mãe... Você sabe onde ela está? – Camila perguntou olhando para os lados, como se fosse atravessar uma rua ou estivesse fugindo de alguém.

- Lauren? – Assentiu. – Ela saiu com um pessoal da faculdade. Disse que só vai voltar de noite. – A menina se sentiu aliviada e se sentou ao lado da mãe.

- Melhor assim. – Sinu encarava a menina com curiosidade, já que era uma das poucas vezes que Camila se aproximava dela sem o caderno de desenho na mão ou qualquer outra coisa que pudesse desviar sua atenção depois de algumas palavras baixas trocadas. – Quero... Conversar com você.

- Pode falar. – A mulher abriu um sorriso enorme, pois adorava quando a filha conversava com ela.

- Esses dias... – Camila começou a falar, não conseguindo controlar suas mãos que se moviam umas contra as outras quase que freneticamente. –... Eu tenho me sentido diferente.

- Diferente como? – Sinu arqueou uma sobrancelha.

- Eu sinto vontade de... – Camila simplesmente não podia acreditar que estava prestes a verbalizar aquilo, mas era isso que ela iria fazer. –... Falar com... Lauren. – Era a primeira vez que ela dizia seu nome em voz alta e sinceramente não achou que aquilo só lhe aumentaria o desejo de falar com a mais velha.

- Então porque não fala? – A mãe lhe encorajou. – Lauren é uma boa menina, seria uma ótima amiga para você e eu tenho certeza de que iriam se dar muito bem. – A menina assentiu, ficando feliz pela aprovação da mãe.

- Ela é... – Procurou as palavras certas. – Gentil. – Não ousaria dizer para a mãe o quanto achava Lauren linda ou as sensações estranhas que a percorriam quando ela estava com a mulher, era meio desnecessário e ainda desconhecido para Camila.

- Sim, ela é. – Sinu sorriu. – Estou feliz por você. – A menina preferiu não responder a esse comentário da mãe. Era descartável o fato de ela ficar feliz por Camila fazer alguma coisa de normal, que qualquer adolescente faria. Por isso ela largou a mãe sozinha no sofá e foi para o seu quarto sem dizer uma palavra.

No fundo, não estava brava com a mãe e sim com ela mesma. No entanto, não gostava quando sua mãe, mesmo que sem querer, frisava o fato de ela ser anormal ainda que a mulher estivesse apenas comemorando algum tipo de progresso vindo da menina.

Todavia, não importava. Ela não precisava pensar na conversa que teve com a mãe e sim no que iria fazer para se comunicar com Lauren, ainda que fosse da forma mais ridícula possível. Quais palavras ela poderia usar? “Olá Lauren” seria muito formal. “Oi Lauren”, muito íntimo. Apenas “oi”, muito seco. Droga, ela não sabia qual dialeto escolher e passou o final da tarde e boa parte da noite trabalhando nisso. [...]

 

“Eu devia ter bebido menos”. Lauren se amaldiçoava por isso à medida que subia as escadas de casa, notando que já estava tudo escuro. Que merda, por que diabos ela foi inventar de ir aquele maldito bar com Nathalia e Zoey em plena quinta feira? Amanhã ainda teria aula e provavelmente ela não iria conseguir acordar, tudo porque era irresponsável.

Deduziu que Camila e Sinu já estavam dormindo, ainda que pudesse jurar que viu a luz do quarto da menina acesa por debaixo da fresta da porta, quando passou em frente ao mesmo para ir ao seu. “Que horas devem ser?” ela se perguntou mentalmente pegando o celular para verificar. “Meia noite? Puta que pariu, eu já deveria esta dormindo. Ou pelo menos deitada. Ok, eu me odeio”, continuou se xingando enquanto tirava a roupa e ascendia a luz de seu quarto.

Tomou um banho para começar a se preparar para ir dormir. Depois de se vestir, foi para a parede ao lado da porta para apagar a luz e só então notou algo no chão. Aproximou-se e percebeu que se tratava de um pedaço de papel. Será que ela havia deixado cair isso aqui?

Lauren franziu o cenho e se abaixou para pegá-lo, vendo que não reconhecia a caligrafia. Porém, não tinha dúvidas de quem era. Estava escrito “Obrigada!” e ela ficou com aquele papel na mão durante um tempo, tentando entender o que aquilo significava. Provavelmente Camila colocou aquele bilhete ali, mas por quê?

Não importava, na verdade. Lauren estava feliz por Camila ter tido esse tipo de “contato” com ela, ainda que fosse da forma mais tímida do mundo. Pelo menos ela estava tentando e a mulher se sentia feliz por isso, sentindo vontade de demonstrar aquilo à Camila.

Então Lauren foi até a sua escrivaninha e pegou uma folha de papel, escrevendo “Pelo que?” na primeira linha e dobrando-o. Teve o cuidado de por uma carinha feliz ao lado do ponto de interrogação, mostrando que ela estava realmente alegre por estar “falando” com Camila.  Depois saiu de seu quarto sem fazer muito barulho e enfiou a folha por debaixo da porta do quarto de Camila, que estava com a luz apagada. Talvez a menina estivesse apenas esperando Lauren chegar para colocar o bilhete lá. Essa possibilidade provocava um reboliço estranho no estomago da mulher e ela preferiu não entender por que.

Deitou-se na cama com toda a certeza de que não iria dormir tão cedo. Havia sete bilhões de pessoas no mundo – e várias gatas na faculdade – e era justo de Camila que Lauren estava achando que estava começando a gostar? Não era possível, essas coisas só aconteciam com Lauren mesmo.

Tirando o fato de Camila ter problemas, ela ainda era a filha da mulher que era praticamente irmã de sua mãe o que era igual a: Lauren seria brutalmente morta se encostasse um dedo nela. A mulher tinha vagas lembranças de quando era criança, com seus nove ou dez anos e ia para a casa de Sinu com Chris e Taylor. Clara sempre falava de tal menina que era filha de Sinu e ela nunca aparecia.

Se ainda fossemos acrescentar o fato da menina ter Síndrome de Asperger, parecia quase um crime. Não porque Lauren achasse que Camila fosse retardada a ponto de não saber fazer suas escolhas. Na verdade, ela nunca teve nenhum pensamento maldoso desse tipo com a menina. Ela apenas achava estranho, principalmente pelo fato de que ela sabia que nunca seria correspondida, pelo menos não do jeito que ela queria.

Mas em que merda Lauren estava se metendo, afinal? [...]

 

- Puta que pariu. – Lauren xingou, se levantando.

Ainda era muito cedo e ela já estava acordando para ir para a faculdade. O despertador já havia tocado algumas vezes e ela deduziu que estava atrasada. Pelo menos hoje era sexta feira e ela não precisaria acordar cedo amanhã de novo e dormiria até cansar. Porém, no momento, ela ainda estava atrasada.

Antes que Lauren chegasse ao banheiro, notou, novamente, um pequeno pedaço de papel perto da porta de seu quarto. Sorriu um pouco, ao perceber que Camila havia lhe respondido e pegou o bilhete, lendo-o em seguida. “Por aquele dia que eu caí e você me ajudou e pela carona de ontem... E, acho que você deveria saber, eu adorei a música”.

Seu sorriso era completo quando ela terminou de ler e, depois de tomar banho e fazer todas a sua higiene matinal, pegou um papel e uma caneta para responder Camila. Mas o que ela escreveria? Não importava, na verdade. Ela só sabia que precisava responder, para que a conversa entre as duas não “acabasse”.

Depois de quase destruir a ponta da caneta de tanto que ela a mordeu imaginando uma resposta adequada, Lauren escreveu “Não foi nada, aliás, se você quiser dar uma voltinha de moto por ai é só pedir haha. Brincadeira, eu sei que você ficou com medo. E, bom... Se quiser me ver cantar, já sabe onde me achar”. [...]

 

Camila abriu a porta do quarto e saiu, completamente atrapalhada com sua mochila enquanto guardava os cadernos e tentava andar ao mesmo tempo. Isso tudo porque perdeu tempo demais tomando banho e pensando em como foi bom finalmente “falar” com Lauren e agora estava atrasadíssima.

“Pelo menos foi por uma boa causa”, ela pensou enquanto caminhava e de repente esbarrou em algo que a segurou pelos ombros. Quando Camila ergueu o olhar, se arrependeu no mesmo segundo de ter feito aquilo. Era em Lauren que ela havia esbarrado e ela ainda não estava pronta para encontrá-la cara a cara, pois ainda não conseguia dizer nada.

- Vai com calma. – Lauren sorriu com o canto da boca e Camila imaginou que era apenas sete e meia da manhã e não era possível que a mulher já estivesse tão linda. Mas estava e Camila não conseguia desviar o olhar, mesmo que aquilo significasse que ela não estava se mexendo e, consequentemente, parecendo uma retardada. – Quer ajuda?

Ela perguntou se referindo a mochila e Camila assentiu uma vez quase que inconscientemente, se assustando com sua própria atitude. Lauren pareceu não ter percebido e parecia completamente normal enquanto ajudava Camila à por seus cadernos na mochila que, por sua vez, tinha as mãos trêmulas quando foi alcançar o zíper. Isso a mais velha percebeu.

- Ei, você está tremendo. O que foi? – A menina achou que fosse ter um ataque cardíaco quando as mãos quentes de Lauren alcançaram as suas, de tão forte que seu coração bateu. O pior é que Camila não sabia se estava com medo ou apenas ansiosa. Talvez fosse uma mistura dos dois. Lauren piscou por um momento e pareceu compreender. – Está assustada, Camila? – Ela queria responder que sim, mas não conseguia. – Não precisa ficar, tá bom? Eu não mordo.

Um pequeno sorriso surgiu no rosto da mais nova e Lauren se sentiu mais aliviada por ter feito a menina sorrir. Elas se encararam por um tempo e a mulher fez menção de soltar as mãos de Camila, que entrou em um pequeno desespero por imaginar aquilo acontecendo e apertou um pouco as mãos de Lauren, como se dissesse a ela que não queria que ela soltasse.

Dessa vez quem se surpreendeu foi a mais velha, que nunca esperaria essa reação de Camila. Ainda assim ela se permitiu ficar feliz, pois isso significava que ela a queria por perto. Seus polegares esfregaram de leve as costas das mãos da mais nova, enquanto Lauren a olhava com um meio sorriso. Camila começou a corar e o sorriso de Lauren aumentou, vendo o quão linda a menina ficava daquele jeito.

- Camila, você está atrasada! – Sinu gritou lá de baixo e as duas soltaram as mãos em um pulo, como se finalmente tivessem se lembrado de que tinha uma vida, escola, faculdade e, o principal, que existiam outras pessoas no mundo além delas duas.

Lauren deixou que Camila descesse na frente dela e parou para respirar sozinha no corredor por um momento. Ela não podia fazer aquilo, não mesmo. Cada vez que Lauren estava com a menina era como se tudo a sua volta e todas as razões que ela havia listado na noite anterior para não gostar dela sumissem. Não que ela quisesse odiar a menina, longe disso. Lauren queria ser amiga de Camila e não se apaixonar por ela.

Porém, ela sentia que era isso que estava acontecendo.

E quem ia se foder no final das contas era ela, como sempre. 


Notas Finais


uma bosta né, podem falar que eu deixo e.e
enfim, comentem o que acharam
amo vocês <3


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