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História Be Your Everything - The nightmares in my head are bad enough


Escrita por: bmt5hh

Notas do Autor


P U T A Q U E P A R I U
Gente, mil perdões pela demora e sim, eu tenho demorado muito recentemente, mas é que a faculdade estava comendo o meu cu, mas meu periodo já acabou e agora eu sou toda de vocês. USHAUSHAUHSUAHSUA
Então, o que dizer desse capítulo que nem revisei e já considero pakas? HUSAHUSHAUSHAUSHUAS
BRINCADEIRA GENTE, mas sério, esse capítulo tá tipo, não, e só um capítulo, masssssss preparem-se porque no próximo a Lauren vai viajar e os lencinhos vão ser usados com frequência na casa de vocês.
NAOIFDNSODFNSD
Aff, que saudade que eu estava <3333
PS: eu acabei de perceber que eu tenho mais de 1500 favoritos aqui e eu queria AGRADECER MUITO A VOCÊS, VOCÊS SÃO FODA PRA CARALHO HEIN AMIGOS? PORRAAAAAAAAAA, MUITO OBRIGADA!
EEEEEEE é isso, obrigada por lerem e me esperarem e obrigada a quem me cobra capítulo também, apenas obrigada pelo carinho de vocês com a fanfic <3
Boa leitura, meus amores. <3

Capítulo 51 - The nightmares in my head are bad enough


Fanfic / Fanfiction Be Your Everything - The nightmares in my head are bad enough

Camila POV

 

- Você vai comer sim, agora abre essa boca, anda. – Resmunguei enfiando uma colher dentro da boca dela.

- A que ponto chegamos! – Minha mãe entrou no quarto, rindo, com algumas roupas em uma cesta. – Eu não sei porque ainda me iludo achando que a Lauren é o macho essa relação, sinceramente não sei.

- Menos, mãe. Bem menos. – Disse vendo Lauren fazer uma cara feia para nós duas enquanto engolia.

- Menos você, Camila. – Ela levantou uma sobrancelha, pondo o cesto de roupas em cima da cômoda. – Olha a namorada que você me arruma. Por favor, né. – Estreitei os olhos.

- Não fala assim da Lo, mãe. Ela não tem culpa de ficar doente.

- É castigo de Deus por ela ter encostado essas mãos pervertidas na minha bebezinha. – Ela saiu rindo e batendo a porta do quarto, apenas revirei os olhos e dei mais uma colherada na boca de Lauren, que mastigou e engoliu a contra gosto.

- Não quero mais, sério. Minha barriga já está cheia e eu nem estou com fome. – Levantei uma sobrancelha, largando o prato em cima da cômoda e limpando os cantos de sua boca com o pano de prato.

- Tá bom. – Falei meio séria, esperando ela terminar de beber seu suco para levar o prato e o copo sujos para a cozinha.

Aproveitei que já era um pouco tarde e fui tomar banho, vesti um pijama e escovei os dentes, indo para o quarto de Lauren em seguida. Ela estava deitada na cama, assistindo televisão e completamente coberta, deixando apenas sua cabeça do lado de fora. Estava muito encolhida, como se continuasse com frio, então peguei um moletom na sua gaveta da cômoda e levei para ela na cama.

- Meu anjo, você ainda está com frio, não? Toma, veste isso. – Entreguei a peça a ela, que agradeceu e vestiu prontamente.

- Obrigada, princesa. – Sorri negando com a cabeça. – Pode apagar a luz, por favor? – Pediu e eu desliguei o interruptor, voltando para a cama e me aninhando em seu ombro.

Não dissemos nada e eu comecei a prestar atenção na televisão, em um filme que eu não entendi muito bem sobre o que se tratava, mas estava passando meio que um flashback de cenas do personagem principal com o pai dele, desde a infância até o momento em que o pai dele, já idoso, estava deitado em uma cama de hospital e o filho estava meio que se despedindo dele.

Suspirei depois que a cena terminou, cortando para o enterro e fechei meus olhos com força, não sabendo direito o que sentir. Talvez eu quisesse chorar, mas estava cansada de viver chorando pelos cantos, então apenas me contentei em colocar meu rosto na curva entre o ombro e o pescoço de Lauren e fingir que o cheiro inebriante dela era a única coisa que existia no mundo. Como era de se esperar, ela percebeu minha mudança repentina e acariciou meus cabelos, envolvendo minha cintura com seu outro braço.

- Ei, pequena, o que foi? Você tá bem?

- Estou. – Respondi com a voz falha, esperando alguns segundos antes de levantar a cabeça e encará-la. – Às vezes eu só... Gostaria de ter conhecido ele, sabe? Acho que as coisas teriam sido mais fáceis... Talvez.

- Seu pai? – Ela indagou afastando meu cabelo do rosto e eu assenti.

- É estranho como em um momento as pessoas estão aqui e de repente elas se vão. E mais estranho ainda sentir falta de alguém que só vi por fotos...

- Ele morreu quando sua mãe estava grávida, né? – Desviei meu olhar do dela e encarei o edredom.

- Acidente de carro. Era um dia chuvoso, a pista estava molhada e ele precisou desviar de um carro e então... Como eu disse, é estranho como as coisas acontecem rápido.

- A vida é estranha, não é? – Perguntou entrelaçando nossos dedos.

- Sim, é. – Apertei meus lábios por um momento, reforçando para mim mesma que eu não iria chorar. – Eu só... fico imaginando, sabe? Como seria ter um pai? Será que isso mudaria algo? – Levantei o olhar de volta para Lauren. – Lo, como é ter um pai? – Ela franziu o cenho, como se não esperasse essa pergunta.

- É a mesma coisa que ter uma mãe, só que homem. – Ri e soquei muito de leve seu ombro.

- Idiota. Só você pra me fazer rir mesmo.

- Porque seu sorriso é lindo e me corta o coração ver você com essa carinha triste. – Sorri novamente e ela me puxou para seus braços, me apertando entre eles. – Ter um pai é tipo ter um segundo apoio. Quer dizer, depende do pai, mas pelo menos com o meu pai era assim. Minha mãe sempre foi mais durona, rígida. Já meu pai é mais amável e flexível com as coisas. Ele era sempre para quem eu e meus irmãos corríamos quando fazíamos merda, porque ele conversava com nossa mãe e tirava a gente do castigo. Ele é bem mais doce que a minha mãe. – Ela ficou em silêncio por um segundo, em seguida fungou. – Ou pelo menos era. – Levantei a cabeça, me sentindo uma completa idiota por ter iniciado tal assunto.

- Me perdoa, Lo. Nunca devia ter te perguntado isso. – Disse, me sentindo mal e lembrando que ela não estava falando com os pais dela ainda.

- Tudo bem, você só estava curiosa. É só que... Essa merda toda me faz querer ligar pra ele. – Ela apertou os olhos. – Mas eu não posso.

- Eu sinto muito, muito mesmo. – Disse me sentindo uma idiota por não poder fazer nada.

- Eu sei, princesa. Eu sei. – Respondeu baixinho, me puxando novamente para me aconchegar nela e colocando seu queixo no topo da minha cabeça.

- Mas, às vezes eu fico pensando, eu não acho que as coisas acontecem sem motivo. Então há algum motivo maior para ele não estar aqui, né? – Lauren suspirou.

- Também gosto de pensar assim. Talvez seja apenas uma simples hipocrisia nossa achar que tudo tem que ter um motivo, para não aceitarmos o fato de que estamos todos sozinhos nesse mundo, mas... Eu acho que a outra realidade é muito mais difícil de se aceitar. – Corri meus dedos pelo seu braço e assenti de leve, mostrando que eu concordava com ela, mas não tinha mais nada a dizer.

Levantei a mão depois de um tempo, colocando as costas dos meus dedos em seu pescoço. Ainda estava quente, mas não tanto quanto antes. Me estiquei para pegar o termômetro e coloquei nela, me deitando ao seu lado em seguida. Lauren voltou a sua atenção para a televisão e eu não fiquei olhando para nenhum ponto em específico, sentindo minha mente começar a viajar.

O pior problema de tudo isso era que eu sabia que ia ficar tudo bem, eu sabia de tudo isso, mas eu só não conseguia processar isso. Eu teria que aprender a lidar com essa droga toda, mas parecia impossível. Era como se houvesse algo na minha mente que eu ainda não conhecesse por completo, algo que sempre me arrastava para as piores direções em como lidar com as situações.

E sabe? Eu estava cansada de toda aquela porcaria.

Cansada de sempre parecer à beira de um surto, de ter que ser tratada de forma diferente porque a qualquer momento eu podia dar um ataque, de não saber como conviver com as pessoas, de não ser mais compreensiva e normal com as coisas.

Eu estava simplesmente cansada de ser traída pela droga da minha própria mente por não saber como controla-la. Eu queria ter o controle completo sobre mim, sobre as minhas ações, sobre os meus surtos e eu sabia que estava justamente no meio caminho disso, mas parecia que iria me sufocar a qualquer momento.

- Princesa? Ei, tem alguém ai dentro? – Fui despertada de meus devaneios pela voz de Lauren, que bateu muito de leve na minha testa quando eu não lhe respondi.

- Oi. Desculpa, o que você disse? – Levantei os olhos para ela, que sorriu.

- Que você é muito linda. – Revirei os olhos, sentindo minhas bochechas queimarem.

- Para de ser idiota. – Falei rindo.

- É que eu não consigo. – Revirei os olhos. – Parei. O que eu tava falando era que eu vou tomar banho, vou aproveitar que o frio melhorou.

- Ok, só me deixa ver o termômetro antes. – Ela me entregou o objeto e eu fiquei feliz em constatar que sua febre havia abaixado dois graus. – Hm, trinta e oito. Melhorou.

- Ok, já volto então.

- Quer ajuda? – Perguntei tão subitamente e tão sem segundas intenções que eu acho que nunca iria perceber o que eu disse se ela não tivesse feito uma cara como quem viu um fantasma. – Opa, desculpa. Foi sem querer, sério, eu só... – Lauren passou a mão nos cabelos e eu fingi que estava guardando o termômetro na gaveta para não encará-la e deixar que ela visse o quão vermelhas minhas bochechas estavam.

-Não, tudo bem, eu só...

- Não, eu que...

- Bem, eu entendi o que você quis dizer, eu só... Ah, foda-se, eu já volto. – Lauren sumiu pelo corredor e eu enfiei a cara no travesseiro, rindo um pouco da minha própria inocência.

Fiquei zapeando um pouco os canais até que encontrei uma espécie de maratona de filmes de terror que estava passando na HBO. Mordi o lábio e deixei a televisão no mudo, pensando em criar coragem para assistir um quando Lauren voltasse do banho.

Tá é doido que eu iria assistir aquela porcaria sozinha.

Lauren entrou no quarto não muito tempo depois, e eu inspirei fundo, sentindo aquele cheirinho bom de sabonete que as pessoas tem depois que saem do banho.

- Ei, tá assistindo o que? – Perguntou olhando para a televisão.

- Eu não estou assistindo, eu vou assistir se você assistir comigo. – Lauren levantou uma sobrancelha e deu um espirro antes de se deitar na cama.

- Hm, Scream 3? Esse filme não dá medo em ninguém Camila, por favor. – Ela tirou a televisão do mute e eu me encolhi, pondo um travesseiro na minha cara e olhando apenas com um olho só.

Na cena que se passava, o Ghostface estava correndo atrás de uma menina que eu não sabia quem era e ela gritava, tentando escapar dele. Lauren começou a rir desesperadamente da cena, quando a menina caiu e ele a puxou pela perna, cravando a faca em suas costas.

- Você está rindo de que? – Perguntei apertando o travesseiro.

- Essa cena é hilária, meu amor. O sangue é tão claramente falso e a interpretação é tão ruim que eu sou obrigada a rir. – Fiz um bico.

- Mas a menina morreu.

- Morreu no filme, amor. Relaxa.

- Mesmo assim! Qual a necessidade de fazer um filme onde tem um cara que sai matando todo o mundo?

- A mesma necessidade que existe de fazer um filme onde dois adolescentes tem câncer, se apaixonam e morrem. – Estreitei os olhos e encarei ela por cima do travesseiro.

- Escuta aqui...

- Escuta aqui você! Existem filmes diferentes para pessoas com gostos diferentes. Se você tem muito medinho pra assistir, troca de canal. – Joguei o travesseiro em cima dela.

- Eu vou assistir essa porcaria até o final para provar para você que eu não tenho medo. – Lauren estreitou os olhos e envolveu meus ombros com um braço.

- O problema é que você precisa provar para si mesma que não tem medo antes de provar algo para mim. – Fiquei séria e ela começou a rir.

- Cala a boca, Lauren, cala a boca. E tira esse braço de cima de mim. – Falei saindo de perto dela, mas ela me puxou pela cintura.

- Hm, ela ficou irritadinha.

- Para Lauren, me larga. – Reclamei fingindo que estava empurrando ela enquanto Lauren tentava me puxar para perto.

- Para Lauren, me larga. – Ela disse tentando imitar minha voz, trinquei meus dentes e a empurrei de novo, mas acabamos sem equilíbrio e caindo na cama. Como eu estava por cima dela, tentei me levantar, mas ela não deixou.

- Lauren! Me solta!

- Só depois que você me der um beijinho. – Ela fez um biquinho tão fofo que me deu mesmo vontade de beijar, mas eu estava muito irritada para tal coisa.

- Vai se fo... – Lauren ergueu as sobrancelhas e minhas bochechas esquentaram. – Se ferrar! Vai se ferrar. Me larga, você me irrita tanto que quase que eu falo palavrão.

- É, realmente, que medo que eu sentiria se você soltasse um palavrão de repente. – Ela me soltou e se sentou na cama. – Não queremos correr riscos, imagina. – Em seguida pegou o controle e desligou a televisão.

- Porque você desligou? Eu disse que iria assistir com você. – Falei fechando a cara.

- Porque depois alguém não vai querer ir ao banheiro de noite sozinha e eu não sou obrigada.

- Lauren. Me dá o controle.

- Não. – Tentei pegar, mas ela esticou o braço e deixou ele fora do meu alcance.

- Lauren, me dá o controle e eu te dou um beijinho. – Ela estreitou os olhos.

- Mentirosa. Você não quis me beijar daquela vez, não vai me beijar agora.

- Me dá essa porra desse controle, Lauren.

Sabe quando você fala algo e só depois de ver a reação da pessoa que você volta pra pensar no que disse?

Eu naquele momento.

- Mas gente, que menina rebelde. Sua mãe sabe que você tem essa boca suja? – Lauren esticou mais o braço quando eu tentei pegar o controle, pensando que ela estava distraída enquanto falava.

- Muito engraçado, idiota. Se você não me irritasse tanto, eu não iria fazer essas coisas.

- Acho que vamos ter que lavar essa sua boca com sabão. – Segurei seu rosto e dei-lhe um selinho.

- Agora me dá o controle, idiota.

- Ok, só porque você foi boazinha. – Lauren me entregou o objeto e eu liguei a televisão de novo, encostando nos travesseiros da cama. Ela espirrou e tossiu algumas vezes, voltando para debaixo das cobertas em seguida.

Já eram mais do que meia noite, mas eu não estava com sono e ela também não. Dormimos durante o dia, o que levou nosso sono embora. O problema era que amanhã era segunda feira e nos duas tínhamos nossos compromissos – escola, faculdade, trabalho. Embora eu duvidasse que fosse deixar Lauren levantar da cama se ela continuasse como estava, a febre havia aumentado de novo e a tosse também.

Acabou que terminamos de ver o filme e desligamos a televisão, por pura falta do que assistir e porque a claridade começou a irritar os olhos de Lauren.

- Lo. – Chamei depois de um tempo, sem ter certeza se ela estava acordada ou não.

- Hm?

- Eu quero ir ao banheiro. – Sussurrei.

- Vai, ué.

- Grossa! – Continuei sussurrando e ela deu uma risadinha. – Eu to com medo.

- Eu sabia que isso ia acontecer.

- Lo! Fala baixo, ele vai ouvir você. – Ralhei baixinho e mesmo no escuro eu pude enxergar Lauren revirando os olhos.

- Ele quem?

- O assassino! – Lauren suspirou.

- Vai lá, não tem nenhum assassino aqui.

- Como você sabe?

- Porque eu sei. Agora levanta e vai.

- Fica na porta? Por favor? Eu to com medo! – Ela começou a afastar as cobertas.

- Jesus, eu mereço. Vamos Camila, vamos. – Nos levantamos e Lauren saiu andando na frente, abriu a porta e foi para o corredor. Eu ainda hesitei antes de ir atrás dela, mas percebi que era melhor não ficar aqui no quarto sozinha.

Depois que entrei no banheiro, encostei a porta e Lauren ficou do lado de fora, fiz o xixi mais rápido da minha vida, lavando a mão e dando a descarga em tempo recorde, abrindo a porta e vendo que Lauren estava exatamente onde eu a deixei.

- Viu? Não tem ninguém aqui, agora vamos para o quarto.

- Shh! Fala baixo! – Lauren revirou os olhos e começou a andar para o quarto. – Ele pode ouvir você.

- Ele quem, porra? Eu já disse que não tem ninguém aqui, Camila. O máximo que pode acontecer é sua mãe abrir a porta e mandar a gente calar a boca. – Entramos no quarto e eu fui verificar se a janela estava fechada.

- Minha mãe! Meu Deus, e se ele pegar minha mãe?

- Desisto, desisto. – Lauren deitou na cama e se cobriu, limpando o nariz com um dos lenços que eu havia deixado na cabeceira para ela. – Boa noite, Camila.

- Lo! – Resmunguei indo para a cama, me deitando e me cobrindo. – Eu só to com medo, respeita.

- Mas que bebezona. – Ela riu. – Eu disse que você iria ficar com medo se visse o filme, não disse? – Lauren me abraçou de conchinha e distribuiu alguns beijos no meu rosto.

- Eu não to com medo do filme, só fico pensando que em um momento a gente pode estar aqui e no outro enfiam uma faca nas nossas costas por um motivo que não temos nada a ver com isso e morremos jovens e com uma vida toda pela frente.

- Ok, isso é muito romântico da sua parte. – Ela me apertou mais um pouco. – Mas não precisa ficar com medo, sim? Eu protejo você. – Coloquei minha mão por cima do braço dela que rodeava a minha cintura e comecei a correr meus dedos por sua pele devagar. – Boa noite, princesa.

- Boa noite, amor. – Lauren se deitou no travesseiro depois de beijar minha têmpora e eu fechei os olhos, tentando dormir, mas sabendo que era um pouco impossível, já que eu estava sem sono algum.

Quinze minutos depois, no silêncio, Lauren ainda não havia movido um músculo e eu fiquei na dúvida se ela estava dormindo ou não. Eu escutava sua respiração calma e baixa bem atrás de mim, sentia seu peito subindo e descendo, roçando nas minhas costas, suas pernas estavam bem grudadinhas nas minhas e meus dedos ainda percorriam seu braço. Mesmo de costas e de olhos fechados, eu estava completamente ciente de cada parte do corpo dela bem ali, atrás de mim e involuntariamente meus olhos se apertaram, pensando em sua viagem.

Por Deus, eu ainda não havia me acostumado com aquela droga e não achava que fosse me acostumar.

Devagar, me virei, com cuidado para não acordá-la e coloquei uma mão sobre seu rosto com cautela acariciei sua bochecha com meu polegar, ouvindo ela resmungar alguma coisa e ensaiar acordar.

- Não, shh. – Falei baixinho. – Sou eu, meu amor. Volta pra dormir. Shh.

- Hm. – Ela resmungou de novo e se remexeu, ficando quieta em seguida. Minha vontade era simplesmente beijar o rosto todo dela, mas eu iria acordá-la e não era isso que eu queria, então me contentei em me esticar devagar e beijar sua testa.

- Eu amo você. – Sussurrei, voltando a ficar de costas e ela resmungou algo ininteligível, voltando a apertar minha cintura.

Poucos minutos depois, Lauren já estava ressonando atrás de mim e eu continuava de olhos fechados, procurando o sono que parecia não me atingir naquele momento.

A verdade era que eu sabia que teria pesadelos se dormisse, outra maldita coisa na qual minha mente fazia questão de não me ajudar. Não fazia a mínima ideia de como se controlam sonhos, se é que isso é possível. Mas eu sabia que não era todo o mundo que tinha sonhos ruins sempre que sonhava. Quer dizer, uma vez eu li que as pessoas sonham todas as noites e que só de vez em quando lembramos do que sonhamos.

Agora, porque eu só me lembro dos ruins, se é que assim que as coisas funcionam, eu não sabia porquê e isso me incomodava profundamente. Mesmo quando eu não tinha pesadelos, desses que me faziam surtar e ficar apavorada, eu tinha sonhos ruins, estava sempre em lugares estranhos, perdida, sozinha, com medo. E me assombrava saber que era exatamente assim como eu me sentia.

Ou pelo menos era antes de Lauren aparecer. E meu medo era que essas coisas voltassem a ser tão horríveis quanto eram antes, só que eu não entendia o porquê de tudo isso. Quer dizer, se eu estava aqui agora e tinha tido todas essas “melhoras”, por mais idiotas e insignificantes que fossem, mas de repente isso tudo parecia que ia desaparecer quando eu ficasse longe dela e aquilo era ridículo.

Afinal de contas, eu melhorei por mim mesma, não? E o mínimo que eu podia fazer era me manter assim até que ela voltasse, continuar indo as sessões de tratamento e continuar melhorando, por que era assim que a droga das coisas tinham que ser. E assim esse maldito mês passaria mais rápido e logo eu poderia estar nos braços dela de novo e...

Por Deus, o que eu estava fazendo? Lauren estava aqui.

Lauren estava bem aqui, ressonando atrás de mim e se remexendo no meio do sono. Sua respiração batia na minha nuca, já que, em algum momento, seu rosto havia se enfiado debaixo dos meus cabelos e seu braço agora estava largado em cima da minha cintura, já que ela já estava dormindo profundamente e não podia mais ficar contendo-o. Suas pernas, anteriormente, estavam alinhadas perfeitamente às minhas, agora uma delas havia se jogado por cima das minhas, fazendo uma ficar dobrada e a outra esticada.

Pois é, talvez ela fosse um pouquinho inquieta para dormir.

Acontece que Lauren só estaria mais perto de mim se nossas peles se fundissem ali, e eu estava agindo já previamente como se ela tivesse ido embora, o que não fazia sentido algum. Era como se eu sempre me torturasse com coisas desnecessárias, quer dizer, porque sofrer pela viagem dela se ela ainda não viajou?

Deus.

Apertei os olhos com força, resistindo a vontade que eu tinha de gritar, ou de arrancar a parte do meu cérebro que me odiava. Trinquei meus dentes, agarrei o lençol com os dedos e fiquei ali. “Resista, Camila. Resista!” era o que eu dizia para mim mesma. As lágrimas subiam como bombas pela minha garganta, mas eu apenas as engolia de volta.

Não ia chorar.

Não ia gritar.

Não ia surtar.

O corpo era meu e eu tinha o direito de ter a droga do controle sobre ele.

Apertei o lençol com mais força quando pareceu que uma onda iria me invadir e que eu iria explodir se não gritasse. Mordi o lábio para conter essa sensação horrível que se apoderava de mim.

Eu não iria explodir.

Eu não iria quebrar.

Eu iria ficar bem ali, onde estava, e iria dormir quando o sono chegasse. Seria o único acontecimento daquela noite e, mantendo isso em mente, senti o gosto de ferrugem na minha própria língua e percebi que havia cortado meu próprio lábio. Não me importei – se eu soltasse provavelmente o grito saia involuntariamente pela minha boca e pelo menos uma parte de mim precisava ter consciência de que, se eu não quisesse gritar, eu não iria.

Comecei a tremer em um determinado momento, resistindo veementemente ao choro e aos gritos, a perder o controle, a não saber o que meu corpo estava fazendo, a não reconhecer as pessoas a minha volta. Apenas resisti, mas não consegui conter os tremores que se apoderavam do meu corpo naquele momento, era simplesmente imparável.

- Princesa? Você está tremendo, o que foi? – Esqueci completamente da presença de Lauren ali, até que ela provavelmente acordou com aquela tremedeira, que só fazia piorar.

Não tinha forças para responder, eu não iria gritar ali, precisava resistir ao primeiro impulso de empurrar ela para longe. Seu toque em meu ombro parecia queimar, eu não queria ninguém tocando em mim naquele momento. Queria me debater e gritar para ela se afastar, mas virei e afundei a cara no travesseiro, pensando em me entregar.

Mas onde eu estaria se me deixasse levar?

- Meu amor? O que tá acontecendo? Você tá passando mal? – Parei de ouvir o que Lauren dizia. Apenas desliguei a minha audição, não sei como, me concentrando em controlar a porcaria do meu corpo inútil.

Não sei em que momento minha respiração se alterou tanto que parecia que eu havia corrido uma maratona, mas precisei abrir a boca para respirar melhor e afundei o grito no meu estômago – simplesmente não gritei. Suspirei, apertando mais o lençol quando consegui acalmar minha respiração e engolir o bolo de choro na minha garganta de vez, tirei a cabeça de dentro do travesseiro, tomando uma grande quantidade de ar antes de abrir os olhos e encarar Lauren na minha frente, que parecia a um segundo de entrar em desespero.

- Meu amor... O que foi? – Suspirei cansada quando ela passou a mão nos meus cabelos na intenção de afastá-los do rosto e eu percebi que estava suando frio. – Você tá se sentindo bem?

- Estou bem, Lo. Não se preocupe. – Ela negou com a cabeça.

- Mas o que foi? Um sonho ruim? – Havia uma enorme ruga de preocupação em sua testa e eu me sentei na cama, sorrindo fraquinho antes de segurar seu rosto e lhe dar um selinho.

- Bem mais complicado do que isso, mas estou bem agora.

- Você ainda está tremendo. – Constatou, segurando minhas mãos.

- Vai passar. – Falei tentando lhe passar a certeza que ela ainda não tinha disso. – Só preciso dormir um pouco e vai pas... – Lauren espirrou e se esticou para pegar os lencinhos.

- Então deita, princesa. – Disse, limpando o nariz e jogando um lenço para a coleção dos lencinhos amassados em cima do criado mudo. Com uma mão ela cobriu a boca enquanto tossia, com a outra ela puxou o edredom para cima de mim. – Quer água ou qualquer outra coisa do tipo? – Acabei assentindo, minha garganta estava seca e um copo de água agora não cairia nada mal. Lauren se levantou e sumiu pelo corredor, enquanto eu me ajeitava debaixo das cobertas.

Ela apareceu cinco minutos depois, com um copo de água em mãos e me entregou, se sentando na cama em seguida.

- Obrigada, meu amor. – Ela pegou mais lenços no criado mudo para assoar o nariz e eu franzi o cenho, terminando o copo de água. – Lo, deita aqui. Você é quem está doente, eu que deveria estar cuidando de você e não ao contrário. – Falei colocando o copo no criado mudo que estava do meu lado da cama, este já cheio com de vidro de própolis spray, remédios para dor e febre, um tubinho de vitamina C e também alguns lencinhos amassados, sem falar no abajur, no seu celular e no controle da televisão.

- Mas é isso que nós fazemos, princesa. – Ela disse com um sorriso de canto, se ajeitando na cama e bocejando.

- O que?

- Cuidamos uma da outra. – Sorri sem mostrar os dentes e beijei sua bochecha antes de me aninhar nela e dormir poucos minutos depois, tendo aquela sensação gostosa no peito de não estar sozinha e que a poucos minutos atrás eu havia dado mais um pequeno passo em direção a minha melhora.  


Notas Finais


E então? IFNSDOIFNSDOFNDO QUE ACHARAM? GOSTARAM?
Enfim, espero que tenham gostado, comentem o que acharam, me achem no twitter @coicedalauren E ME BEIJEM ODNFOSDNFOISDNFOISDNFOISDNFIODNOSNODFNDSF
Amo vocês, até o próximo.
BEIJOS DE LUZ PRA QUEM VAI PEGAR A GRIPE DA LAUREN DE TANTO BEIJAR NA BOCA DELA
ADIOS


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