História Bear - 36–Uma Quase Revelação

Binnie:

—Bae YooBin?—Uma voz ecoou em meu ouvido enquanto prestava atenção naquelas pessoas daquele hospital.

Eu gostava de cheiros de hospitais, mas não me traziam boas lembranças. Principalmente esse hospital. Justo esse. Mamãe havia falecido aqui e meu pai não poderia ser o próximo.

—Sim...? O que houve?—Me levantei daquele sofá branco e rasgado que havia na recepção daquele local.

—Está na hora de visitas. Queira me acompanhar?—A enfermeira abriu um sorriso doce no rosto. Talvez aquilo me acalmasse.

No hospital não havia tantas pessoas, praticamente todos os ex-pacientes procuravam a cidade grande para se cuidar e curar sua doença. Papai optou por aquele, já que mamãe teve uma dolorida morte ali.

Falar sobre a morte de minha mãe, não era algo fácil. Ela faleceu quando eu ainda era muito nova, devia ter nove pra dez anos. Lembro-me que assistíamos os doramas românticos e que antes de dormir, eu pedia a ela para contar como conheceu o papai. Essa história nunca me enjoava. Ao contrário, me fazia acreditar que algum dia eu encontraria meu príncipe encantado.

Nós andamos até o quarto de meu pai. Minhas mãos suadas mas ao mesmo tempo geladas, mostravam meu nervosismo. A enfermeira abriu a porta do quarto, me dando passagem. Meu pai realmente não perdia a felicidade nem nesses momentos. Ligado aos aparelhos ele estava frágil e com um sorriso fechado no rosto. Segui até ele, com um sorriso no rosto, igual o dele.

—Appa!—Disse com uma voz infantil. Imitando os tempos em que eu era uma criança.

—Minha bebê... Está tão amadurecida, mas ainda é minha bebê.—Aquilo me fez soltar uma pequena risada.

—Appa você devia se cuidar... Não é a primeira vez que você tem infarto. Não pode ficar assim... Se cuida, eu preciso de você.

—Binnie—Deu uma pausa dramática olhando para mim.—Eu sei que Click, aquele ursinho sem significado que eu te dei antes de você se tornar independente, te deu momentos felizes, desafiadores e tristes. Sei tambem que por causa dele, você conheceu alguém muito importante, alguém que você ama muito...

—Como sabe disso?—Perguntei incrédula.

—Eu tenho lá as minhas fontes, que por acaso se chama JinE...—Riu.—Mas filha... Talvez esse menino, esse garoto não seja o melhor pra você.

—Por que?—Segurei sua mão firme. Percebi que seu coração estava frágil e os aparelhos mediam um grande esforço ali.

—MoonBin... É ele? Filho de Kim JoonHa?—Confirmei com a cabeça.—Querida. Eu preciso te contar uma coisa. Uma coisa séria.

—O que houve, pai?—Perguntei um pouco preocupada.

Ele fez um esforço com seu corpo para falar. Eu podia ver que ele tinha uma certa tristeza no olhar. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa depois da palavra "ele" que soltou com dificuldade, ele desmaiou. Desesperada, chamei os enfermeiros, que veio desesperadamente até ele.

Arin:

—Sabe... Eu gosto de SanHa. Ele até já se confessou pra mim...—Ri voltando meu olhar a InSeong que me olhava fixamente.

Eu estava fazendo como todos os finais de semana: atualizando meu melhor amigo sobre todos os acontecimentos de minha vida. Às vezes me perguntava, como fui arranjar um best friend tão complicado quanto ele.

—Aquela criança se confessou a una mulher como você?—Ergueu uma das sombrancelhas, me encarando.

—InSeong por que não vai paquerar JiSoo? Ela é caidinha por você, sabia?—Encarei o mesmo com a mesma afeição.

—Eu não gosto de JiSoo e não estou te paquerando... Só não gosto desse garoto.—Deu de ombros e começou a mexer no seu cabelo.

—Aham... Até com sua melhor amiga "não assumida" você flerta.—Fiz aspas com os dedos.

Conversar com ele também não era fácil. Ele paquerava todas as garotas involuntariamente, toda hora. Ainda mais numa sorveteria, um local onde vários casais e ficantes se encontravam.

—Aish Arin...—Suspirou revirando os olhos.—Fique sabendo, que com SanHa você não fica.