História Beauty and The Beast - O Caçador de recompensas - O Começo do Fim Parte 1

A vida pode ser traiçoeira às vezes, nunca sabemos quando algo bom vai acontecer. Passamos nossos dias andando em linhas, preocupados com o próximo passo a seguir. Cegos e limitados a nossos desejos. Mas há tempos em que as coisas mudam. Depois de enterrar um amigo, jamais pensei que recuperaria a alegria de viver novamente, mas eu devia isso a Ben, viver seria a única forma de honrá-lo. Não pense que cheguei assim, fácil a essa conclusão. Por meses me senti péssimo e pensei loucamente em tirar minha propiá vida, mas Tommy me ajudou em todas as minhas crises e sentado aqui olhando ele não posso negar que essa fora a surpresa mais audaciosa que a vida me proporcionara, mas graças a ele ainda me matinha lucido.

O barulho do isqueiro sendo acionado me trouxe de volta a realidade. Minho acabara de acender um beck e puxava THC pro seu corpo asiático. Estávamos em roda, sentados diante de uma fogueira, Winston que veio com Brenda arriscava algumas músicas em seu violão,  ele cantava bem até. As estrelas eram lindas vistas daqui. Nova Iorque era uma cidade maravilhosa, mas Miame havia me surpreendido muito, havia muita coisa que eu visitara hoje mais cedo, porém ainda restava muita coisa que me interessava ver antes de voltar pra casa. Ficaríamos apenas três dias. Teresa e eu fomos ao shopping mais cedo e acabamos exagerando um pouco nas compras, mas aquilo era tão raro de acontecer que valia a pena passar alguns limites.

- Newt - era Tommy, sua voz era suave e tranquila. me virei e o fitei - Vamos dar uma volta

Apenas assenti então nos levantamos e seguimos caminho na areia. O céu estava limpo e as estrelas eram purpurina prateada derramada sobre o infinto. Um vento frio batia contra minhas costas enquanto andava de mãos dadas com meu namorado. Tudo era tão calmo que mal podia acreditar que realmente estava ali.

- Newt, eu sei que sou meio estranho e problemático, que ronco e as vezes esqueço a toalha em cima da cama, mas  eu te amo! Sei que continuar comigo implica em ter uma vida conturbada e cercada pela morte, mas se você me ama, se quer continuar comigo eu tenho um pedido a lhe fazer. - Seu rosto havia assumido uma forma diferente. Ele estava certo do que falava porém uma pontada de duvida ainda o perturbava, eu podia ver e o que quer que fosse, só podia ter a ver com o tal pedido.

- Diga Tommy.

- Eu quero que se mude para o Brasil comigo! Eu sei, eu sei ... É muita coisa pra digerir agora, não vai ser fácil deixar tudo pra trás e recomeçar do zero. Bem eu não preciso de uma resposta tão já - Era como se ele tivesse lido minha mente. Sua mão caiu sobre minha cintura então ele me puxou contra si e me beijou no topo da cabeça. - Mas me prometa que vai pensar com carinho.

Já havíamos discutido tal possibilidade, mas eu sabia que não importasse quando fosse, jamais estaria preparado pra deixar meus amigos e minha vida antes tão normal. Porém esse era a única forma de continuar com Tommy e ainda não sabia se podia desistir do amor da minha vida.

Chegamos em um lugar na praia onde havia uma grande quantidade de rochedos, nos sentamos um uma pedra e ficamos quietos, apenas ouvindo o som do mar, das onda se chocando e quebrando na areia. Me agarrei a ele e fitei o horizonte que se estendia a minha frente. Tudo havia mudado tanto. Às vezes, quase a maior parte do tempo, não sabia o que fazer. Não sabia ao certo qual passo tomar, me sentia muito confuso. Tommy era ao mesmo tempo uma benção e minha maior maldição e a parte selvagem dentro de mim, ansiava por mais e mais adrenalina.

Passei a mão por dentro de sua camisa e comecei a descer lentamente ao mesmo tempo em que brincava com sua língua. Tommy tirou minha camisa e por impulso seu tronco também fora despido. Subi no colo do moreno e rebolava lentamente enquanto ele marcava meu pescoço com beijos e chupões. Meu membro já pulsava dentro da calça, me levantei e terminei de tirar a roupa. Tommy fez o mesmo. O vento gelado batia em minha pele fazendo me arrepiar por inteiro, foi quanto voltamos a nos beijar. O calor que emanava do jovem era confortante e excitante. Tommy desceu e me pôs em sua boca, devagar e molhado. ele tinha ficado muito bom nisso.

Tommy me puxou pelos braços e me sentou em uma rocha. O moreno me olhou profundamente e sorriu malicioso. Gostoso. Thomas lançou uma perna sobre mim e logo depois a outra, com os olhos ainda fixados aos meus ele desceu lentamente até ficar confortável. quando ja estávamos completamente unidos, Tommy começou a subir e depois descer. Ele largava beijos em meus lábios a cada descida, as vezes eles eram trocados por gemidos sussurrados em meu ouvido. Eu me divertia com seus mamilos só pra poder vê-lo arrepiar enquanto suspirava prazerosamente. Passei a aumentar o ritmo assim que senti que o clímax estava próximo e acabei me desmanchando por inteiro a beira mar, com o garoto mais incrível que conhecera. Nos vestimos e começamos o caminho de volta a casa.

Minho conseguira essa casa onde estávamos, fora muito difícil achá-la já que o turismo em Miame nunca acaba, mas por sorte encontramos essa, que por sinal era muito bonita. Feita em madeira, lembrava muito uma casa de lago. Assim que chegamos entramos e encontramos todos reunidos na piscina. Ainda tínhamos duas noites aqui e todos estávamos muito animados, O som tocava alto e todos carregavam algo alcoólico em um copo. Me juntei a Teresa em uma dança acompanhado por Fran, Minho e Gally. Dancei por  o que pareceram segundos, mas quando me dei conta o sol já estava pra nascer.

Acordei as cinco da tarde com a cabeça ainda meio atordoada. Fazia tempos que não bebia e dançava tanto assim. Me sentia feliz, porém a sensação é que meu corpo pertencia a uma senhora de oitenta e nove anos. Depois de tomar uma banho me juntei a galera na cozinha pra um lanche, Gally e Teresa me faziam companhia.

- Eu acho que você tem razão Newt! Gally você não pode fazer isso com a Fran! Isso é machismo e eu não posso aceitar!
Gally não deixava Fran sair sozinha com as outras amigas dela, outras amigas quero dizer Brenda. Concordo plenamente que Brenda não era companhia pra ninguém, mas se Fran o desejava fazer, acho que ela tinha o  direito. Tenho que deixar claro que ainda era totalmente contra a vinda de Brenda, porém prometi não dar escândalos pelo bem do grupo, mas que minha vontade era deixá-la em Nova Iorque, isso não posso negar.

- Vocês não conhecem a Fran que eu conheço, se não, não diriam isso! - Rebateu gally.

- Ainda assim, você não deve interferir na liberdade dela - retruquei. Gally apenas fez uma cara feia. Tenho certeza de que não se deu por vencido, porém não disse mais nada.

- Queria muito dar uma volta pela cidade hoje, encontrar uma baladinha talvez, hein? - Confessou Teresa dando uma piscadela enquanto mexia os ombros dançando.

Não posso negar que a ideia era incrível, tínhamos que fazer isso! Reunimos a galera e começamos a nos arrumar. Demorou horas já que Minho, Caçarola, Brenda  e o trolho do Gally demoraram uma eternidade pra se aprontarem. Quando todo mundo ficou pronto chamamos um ubber e fomos em direção ao centro. Passamos por varias boates até entrarmos em uma bar que chamou a atenção de Thomas. Um clube gay. Fiquei muito surpreso.

Quando adentramos na Boate fui logo contagiado pelo clima lá dentro. havia uma pista de dança onde vários homens e mulheres dançavam um com os outros. Uma barraca prometia desenhar qualquer coisa que você quisesse com tinta neon. Era maravilhoso. Luzes piscavam daqui, refletiam ali e giravam pra lá. Uma névoa que vinha debaixo do palco, era empurrada contra a multidão de tempo em tempo. O Dj proporcionava a todos uma viagem psicodélica.

- Obre a boca Newt!

Abri a boca e Thomas colocou um smile na minha língua. Senti o gosto azedo do papel começando a derreter. Vi alguns dos meus amigos também fazendo o mesmo. Agora era só esperar. Puxei Tommy para o bar. Saímos de lá com drinks em mãos, eu carregava uma marguerita e Tommy tinha algo com morango e gelo vibrando no copo. Miame era cheio de garotos bonitos e eu só esperava continuar me controlando depois que a bebida fizesse efeito. Mal conseguia disfarçar e aposto que Thomas me viu observando aqui e ali. Pensando nisso fui pra pista de dança com ele. Tocava algo agitado, me sentia um pouco leve e alegre. Dançamos.

Em algum lugar na boate ouviu-se um tiro. Aquilo ecoou no meu cérebro e um instante voltei a montanha com Lucas e Ben. Eu e Tommy nos olhamos e eu não sabia ao certo o que fazer. Teresa! onde estavam todos os meus amigos? Será que ...

- Meus amigos! - Gritei.

A multidão começo a me empurrar, foi quando Tommy agarrou em minhas mão e começou a me puxar pra saída.

- Temos que sair daqui! Quando você estiver seguro, procuro pelos outros. - Disse apertando ainda mais minha mão enquanto tentava passagem pelas pessoas gritando de pavor. Uma parte de mim queria se safar, mas outra queria saber dos meus amigos , mas deixei Tommy me levar. Quando estava perto de sair encontramos Teresa. Eu a Puxei pelos braços aproximando ela de nós dois.

- Cadê todo mundo? - Indaguei assim que ela chegou.

- Precisamos voltar, o Minho ...

Ela se perdeu em suas palavras. A menina abaixou a cabeça e encarou o nada.

- Teresa o que tem o Minho? - Perguntei nervoso

- Eu tava no bar e ... e eu vi ele brigando com um cara e começou a entrar gente na minha frente eu não consegui ver, mas logo depois veio o tiro. Temos que voltar!

Olhei para Tommy que ouvia atento. Teresa se virou tentando quebrar a barreira de pessoas procurando a saída sem sucesso.

- Vai com ela Newt, eu vou atrás do Minho! - Sua voz era firme e excitante. Apenas concordei. Dei um beijo no meu herói e soltei suas mãos, fui pra rua com Teresa.

Lá fora o caos se alastrava, varias pessoas corriam, alguns curiosos paravam pra ver. O transito tava uma bagunça. Pessoas gritavam daqui e outras dali e as sirenes das viaturas policias ecoavam por toda a rua. O que tinha acontecido com Minho? Será que ele estava bem? Não conseguia parar de pensar no asiático e Tommy

- Gally! - Ouvi Teresa Gritar e logo depois sumir na multidão. Corri atrás da menina, porém em vão. Tínhamos nos perdido. Atravessei a rua e tentei procurar por eles. Avistei Thomas saindo do bar  e fui em sua direção. O moreno ergueu os braços sacudindo-os em sinal que ele também me vira.

De repente dois homens me bloquearam, ambos vestiam preto e óculos escuros. Eles me puxavam pra longe.

- Socorro! - Gritei e senti a mão de um deles tampar minha boca. Me contorcia todo tentando me livrar deles, mas não conseguia. Meus olhos marejaram e senti-me um pouco mais fraco

Uma van preta parou em nossa frente e então fui jogado pra dentro da lataria assim que uma porta lateral deslizou. Tive uma última visão de Tommy correndo em nossa direção antes da porta se fechar e a van começar a andar.

- Oi Newt! hora da diversão! - Me virei para ver quem falava quando fui surpreendido com um soco. Uma explosão de dor ecoou pelo meu rosto enquanto recobrava o ar. Um chute fora desferido contra minha costela me fazendo cair espremido ao chão. eu estava com muito medo. Tentei me levantar e ver quem me batia, mas um gorro fora colocado em minha cabeça antes que pudesse fazê-lo - Você vai adorar passar um tempo comigo!

Senti algo nos meus ombros então essas palavras foram jogadas contra mim.

-  Sinto muito, mas nunca mais vai ver o Thomas de novo monstrinho!