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História Beauty and the Beast (hiatus) - Salvation


Escrita por: ArumGirl

Notas do Autor


I'M BACK, BABIES
Apertem os cintos!

Capítulo 10 - Salvation


Fanfic / Fanfiction Beauty and the Beast (hiatus) - Salvation

 Um conjunto significativo de minutos depois que deixara o castelo, Millie começou a se preocupar com a possibilidade de estar perdida na floresta. Ao seu ver, estava andando em círculos por entre aquelas frondosas e intimidadoras árvores de copas que se fechavam no céu, formando um círculo.

 Estava ficando cansada daquilo. A sensação angustiante de estar presa naquele lugar não ia embora, dando espaço ainda mais destacável para o medo que a rondava. Do jeito que as coisas estavam seguindo, anoiteceria e ela permaneceria aonde estava, perdida na floresta nada comum que guardava o castelo de Vancouver. 

 Passou a língua sobre os lábios para umedecê-los, sua garganta já estava seca e não havia como repor a água que estava indo embora de seu organismos com o passar de tempo. Saíra tão apressada que se esquecera de pôr um pouco de água para seguir viagem, até porque não esperava que fosse demorar tanto. New Westminster não ficava muito distante de Vancouver, eram cidades vizinhas muito próximas, todavia algo errado acontecia ali. Repreendeu-se mentalmente várias vezes por ter ido embora do castelo tão impulsivamente. Lá pelo menos ela estava segura. Noah bem que tentara avisá-la, mas não lhe deu ouvidos.

 - Estamos chegando, Dante, tenha paciência. - disse para o cavalo que relinchou impaciente quando ela o guiou para mais uma caminhada em círculos, inspirando fundo para tentar manter a postura enquanto cavalgava por mais minutos.

 Uivos puderam ser ouvidos ao longe, mas não tão distante assim de onde estava e aquilo a deixou assustada. Olhou para os quatro cantos alcançáveis de sua visão, e seus olhos aumentaram de tamanho ao vislumbrar um grande lobo de pelo cinzento se aproximar. Pelo tamanho ampliado e os olhos completamente enegrecidos, inclusive as escleras, era notório que não se tratava de um animal qualquer. Era um dos lobos psíquicos de Íris que protegiam o castelo.

 Millie deu ordem a Dante para fugir dali, e o cavalo nem sequer hesitou em trotar para longe do monstro. Com o coração disparado, incentivou Dante a ir ainda mais rápido, se era possível, e ele definitivamente correu numa velocidade que teria sido possível a fuga deles, se outro lobo não tivesse surgido de cima de uma das rochas mais altas que emolduravam a floresta.

 Num milésimo de segundo, ao processar que as garras do carnívoro feririam seriamente do animal de Caleb, a garota projetou seu corpo para frente, impedindo tal fatalidade.

Brown desviou com uma exímio agilidade das garras do lobo, porém desequilibrou-se das rochas lisas pelo gelo, caindo alguns metros abaixo, e fazendo com que soltasse o cajado improvisado que havia pego para se proteger.

 Boa, Millie. Você realmente se ajudou muito agora. 

A queda na neve amorteceu de certa forma o impacto da coluna contra o chão, mas suas vértebras reclamaram o contato brusco. A garota dos bonitos olhos cor de mel sentiu seus olhos marejarem quando seu cérebro registrou a nova dor que vinha de um pedaço de galho longo o suficiente para perfurar sua coxa.

Não tinha mais pra onde pudesse ir, o animal com certeza seria mais rápido do que ela e a alcançaria em um único passo, passo esse que ela não poderia dar no momento. Millie recuou, rastejando pela neve em desespero. Seu rosto estava molhado pela mistura de suor e lágrimas que ali foram se acumulando.
          Sua vida passou por seus olhos em flashes, como já tinha ouvido as pessoas falarem sobre o estado "pré-morte" e como já lera em alguns livros. Ficava feliz de saber ao menos que sua família ficaria bem e a salvo. Não iria aguentar se fosse Charlie a estar em seu lugar, e este pensamento a fez tomar coragem para enfrentar seu próprio medo da morte. Que fosse feito o que Deus e o destino quisessem.
          Fechou os olhos quando percebeu o lobo dar um rosnado de aviso, apoiando-se nas patas traseiras para o ataque final, não queria ver o estrago que aqueles dentes fariam em sua pele.

            Mas eles nunca a alcançaram.

      Ao contrário disso, um rosnado ainda maior foi ouvido. Brown pulou com o novo som, sentindo uma presença muito próxima a si, e virou-se com curiosidade para o lado.
     A forma bestial de um humano estava ali, encarando de volta o lobo de pelos escuros que agora parecia ter recuado o seu ataque. Trêmula, os olhos castanhos claros da garota analisaram com espanto o estranho, fazendo um trajeto desde as sinistras íris cor de ouro até os pés alongados como os de um animal.
        Sabia que era Finn porque apesar de toda a mudança, os cabelos continuavam os mesmos. Encaracolados como molinhas cor de ébano. Seu coração bateu mais forte e não pôde evitar a supresa que a atingiu, induzindo a liberação de uma quantidade de alívio momentâneo por não estar mais sozinha. Ele tinha vindo para salvá-la.
        A fera se pôs na sua frente, como um escudo, encarando-a brevemente. De alguma forma, entendeu o que ele queria dizer com aquilo. Ainda era difícil assimilar que existia de fato a criatura que ouvira falar.
   Assentiu, engolindo em seco ao sussurrar-lhe:

 - Estou bem.

    A cabeça de Finn se voltou para o lobo e ele rosnou mais uma vez em ameaça, mas agora o lobo de antes não estava mais sozinho. As pupilas de serpente do príncipe, em formato vertical, focalizaram com atenção em cada mamífero feroz presente no ambiente, como os de um gato que se preparava para uma briga.

    Havia meia dúzia deles espalhados, encurralando a dupla e o cavalo que relinchava o tempo todo, assustado.

    Após agoniantes segundos, um dos quadrúpedes se pronunciou, dando coragem para os outros se unirem a ele no ataque. Millie prendeu a respiração quando Finn os enfrentou de volta, agarrando o primeiro pelo pescoço e torcendo-o para o lado sem precisar de muito esforço. Além de muito veloz, a outra versão de Wolfhard também possuía uma força incomum, e isso transformava-o em um opositor perigoso.
     A garota se arrastou até o cavalo, tocando-o para ver se conseguia acalmar um pouco o pobre animal. Falou algumas coisas para ele, tentando estabelecer uma conversa que pudesse lhe ser compreensível. Sabia que ele era capaz de sentir o medo líquido que corria em suas veias ainda mais rápido do que o próprio sangue.

   Dante se livrou de um dos lobos que se aproximava deles com um coice certeiro no focinho do bicho, que o lançou a alguns metros. Eles pareciam ser capazes de se multiplicar, e como toda aquela história era surreal, não dava pra duvidar de muita coisa.

  Finn já havia lidado com pelo menos quatro dos lobos, e sua respiração estava mais ofegante. Nunca, nem em seus piores pesadelos, a bibliotecária se imaginara passando por aquela situação digna de um livro de terror. Não podia fazer nada para ajudá-lo, porque no fundo também estava assustada pela aparência do príncipe. Como não estaria?!

      Em meio à sua luta, ele voltou-se para Millie. Seus braços e pernas estavam arranhados pela falta do tecido que antes os recobria, e agora estava em pedaços.

      - Fuja, Millie! Eu cuido deles!

      Sua voz estava diferente, mais grave, mas de certa forma ainda dava para saber que era realmente ele. Wolfhard foi jogado contra um pequeno grupo de rochas por um par de lobos que aparentemente resolveram trabalhar em conjunto, e isso quase o tirou de tempo. Sua ira era maior do que qualquer dor física que os animais psíquicos pudessem lhe causar. Ergueu-se, célere, e os atacou de volta, ganhando vantagem em sua investida.

 - Millie, vá! - bradou mais uma vez, mas sem fitá-la.

       A menina concordou com a cabeça, e deu impulso para subir no lombo do animal, porém falhou. Sua coxa estava realmente danificada. Soltou um gemido involuntário de dor, atraindo a atenção do príncipe transformado para si.

      - Finn, atrás de você! - avisou a garota com um grito, pressionando seu ferimento com um pedaço do vestido em farrapos para estancar o sangue que ainda corria em considerável abundância.
       Tão depressa quanto uma batida de coração, as unhas afiadas do grande lobo encontraram apoio no músculo transverso do abdômen de Wolfhard, fazendo com que ele recuasse alguns passos de maneira involuntária, suas pernas estavam bambas.
         - Finn! - gritou atônita, no momento em que a forma agora humana do rapaz encontrou um dos montinhos de neve ao redor deles.
         Ele grunhiu, cobrindo a ferida aberta que ia até acima do osso do quadril. Millie soltou a rédea a qual se agarrava pronta para fugir. Ela não podia ir embora e deixá-lo ali, imerso no sangue que escorria de seu corpo longelíneo.
       O lobo branco que o machucara agora se aproximava com um olhar sanguinário, querendo se aproveitar da chance que surgira para finalizar a tarefa. A castanha não imaginava que a tal Íris permitiria aquilo, porém não iria simplesmente fugir como uma covarde com pensamentos indecisos.
      Aproveitando a distração do inimigo, se agachou, com certa dificuldade por causa do ferimento em sua coxa direita, e alcançou o cabo da faca que voara para longe do cinto de Finn no instante em que ele foi arremessado contra uma das rochas duras. Não lembrava de já ter se sentindo tão nervosa quanto naquele momento.
     Os olhos de Finn se arregalaram com dificuldade quando ele a viu se aproximar de mansinho pelas costas da criatura. Brown sabia que o rapaz reclamaria por horas pela sua teimosia em desobedecê-lo pela milésima vez, só que nada daquilo era de fato crucial naquela situação. Mordeu o lábio inferior com força, e ignorou a dor e demais pensamentos. Sua única preocupação no instante era retornar com o príncipe ao castelo para que ele fosse devidamente cuidado. Disse a si mesma que sua liberdade poderia esperar mais um pouco, e ergueu os braços, segurando a faca com uma destreza que jamais imaginara ter. Talvez ver Wolfhard naquele estado tivesse sido uma motivação maior do que tinha discernimento.
   Ele salvara a sua vida, e estava na hora dela retribuir.          


                                                              

                               {¥} 




Jacob Sartorius - New Westminster



      O homem levou o décimo copo de chope aos lábios, bebendo o líquido amarelo em um único gole, não achando  nem um pouco importante a dor de cabeça insistente que avisava a chegada ao seu limite de álcool diário.

     Bateu o recipiente vazio contra o balcão com brutalidade, exigindo mais uma dose. Cantarolava algumas músicas que estavam sendo tocadas por um pequeno grupo musical que se apresentava no palco improvisado, flertava com a loira bonita no vocal, acreditava que seu nome fosse Ayla, e pedia incessantemente "mais outra" ao garçom magricela de meia idade.

    Ele estava há incontáveis horas naquele bordel, tão refém da bebida quanto Millie devia estar do príncipe. Grunhiu, imaginando ele próximo a sua garota. Sentia vontade de ter nas mãos o sangue do maldito homem que a olhasse. Ela era linda, o caçador sabia disso, todavia não queria mais ninguém pensando assim também. Iria atrás do Wolfhard quando pudesse, ele não iria escapar mais uma vez. Nunca o perdoara por ter feito o que fez com a sua prima, Íris, ao menos ela soube se defender no final das contas, mas isso não ficaria impune. Nada passava despercebido pelos olhos ávidos que a caça aperfeiçoara.

   - Não está afim de se divertir, docinho? - uma garota de pele bronzeada e olhos cor de mel espalmou as mãos em seus ombros, fazendo uma massagem relaxante.

   Fitou o seu rosto por alguns instantes, ficando imóvel quando viu Millie em seu lugar. Piscou os olhos e ela não sumiu. Estava sorrindo para ele com malícia e confessou que aquele jeito ousado lhe caiu muito bem.
    - Vamos? - sugeriu novamente a meretriz, descendo a unha pontiaguda pelo colarinho da camiseta de linho que o moreno usava.
    Perversa bebida, estava o deixando maluco. Balançou a cabeça, tomando outro despreocupado gole de chope.
     - Você não é a Millie.
   A garota deu uma risada sarcástica.
  - Nem conheço essa daí, mas sou muito melhor que ela. Posso garantir. - estalou a língua.
     A mão do homem se fechou em punho e ele tomou uma respiração profunda. Millie não era uma qualquer como ela, e ele não deixaria aquela mulher falar da sua noiva como bem quisesse. Bom, talvez não agora, mas jurava com toda a certeza que desposaria a Brown. Querendo ela, ou não.
      - Saia daqui. - ameaçou.
    Os olhos da garota brilharam com uma evidente provocação. Claramente não tinha ideia de com quem estava lidando.
     - O que essa garota tem que você não consegue se desprender dela nem em um lugar como este? - girou o indicador no ar, indicando o ambiente de luxúria. - Ela deve ser muito profissional, hein? traz ela qualquer dia desses pra me ensinar o segredo.
    Meio segundo depois, o filho dos Sartorius pressionava o pescoço da mulher com uma mão. Ela arregalou os olhos pintados exageradamente e se agarrou a mão do maior com o objetivo de se livrar do seu agarre, porém não foi o suficiente. As ondas de raiva que passavam pelo corpo do homem, reverberavam em cada neurônio e impediam qualquer estímulo bom de se sobressair.
      - Ouça - sibilou, baixo, mesmo que todos os olhares já estivessem se voltado para os dois. - Não quero ouvir você dizendo um pio sobre a Millie, entendeu? - firmou ainda mais o aperto e ela abriu a boca num grito silencioso - Se eu sequer sonhar que você está dizendo coisas dela ou minhas por aí, não vou hesitar em tirar o seu rostinho bonito de jogada. Acho que não preciso ser mais claro que isso, procede?
    - Jacob, vamos embora. - chamou Romeo, seu melhor e mais velho amigo, pondo uma mão no ombro do mais alto.

 Jacob não sabia como diabos ele sabia que estava ali, mas lá estava o loiro, querendo bancar o apaziguador como em todas as vezes. Em muitos momentos, Beckham era o total contrário de Sartorius. Mas não se engane, as afinidades deles eram grandes o bastante para torná-los tão amigos como eram.
    O ignorou, focalizando na morena que começava a ficar pálida em suas mãos.
   - Procede? - repetiu, enfatizando a pergunta.
   Ela assentiu com dificuldade, o fôlego abandonava os seus pulmões.
   - Jake... - chamou Romeo mais uma vez - não perca seu tempo com uma qualquer. Temos coisas importantes a tratar.
  - Acho bom você ter bons motivos para estar impedindo de me divertir um pouco. - respondeu de costas para ele, e soltou a mulher com um empurrão, o que a fez cair no chão às lágrimas.
   Os dois saíram em silêncio do recinto, agindo como se o que ocorreu anteriormente fosse uma das coisas mais naturais do mundo. Desceram os degraus estreitos e abriram a porta dos fundos, escapulindo em um beco escuro.
   - É sobre os Brown. - adiantou-se Beckham, atraindo a atenção do amigo.
  O caçador se virou rápido, olhando o companheiro com notório interesse.
  - O que tem eles?
  - Charlie Brown esteve em sua casa há pouco mais de uma hora, despejando coisas absurdas na cara dos seus pais. Ele está desesperado para salvar a irmã, e não vai desistir enquanto não convencer vocês a ir atrás dela.
   Jacob arregalou os olhos castanhos escuros com irritação.
   - Eu vou atrás de Millie, mas sozinho. Já conversamos sobre isso, Charlie não está sendo tão compreensivo quanto prometeu, e isto é grave, detesto gente que não cumpre com o que diz.
  Romeo entortou o nariz afilado, conhecendo melhor do que ninguém a personalidade do homem ao seu lado.
   - Se acalme, daremos um jeito nisso.
  - Ele não pode expor a minha família, Romeo. - Jacob reforçou. - Charlie sabe demais, mais do que deveria, e isso o torna perigoso para nossa reputação. Imagina se o povo descobre que foi meu o pai que assassinou o imperador Coher, seu meio-irmão? Seria um escândalo.
  Os dois continuaram andando em direção as duas casas. O frio e o silêncio da madrugada afastava as pessoas das ruas, o que resultava em caminhos solitários. O único barulho no lugar eram das botas dos dois caçadores batendo contra o chão de pedra da vila onde moravam. Jacob acendeu um charuto pouco antes de chegaram a sua casa, e tragou uma quantidade considerável de fumaça, soltando-a demoradamente como se a experimentasse pela primeira vez.
  - No que você está pensando? - indagou o loiro, observando os pensamentos correntes nas entrelinhas do rosto do Sartorius.
   Ele soltou a fumaça mais uma vez, analisando pretensiosamente o material que compunha o charuto. Não media atitudes para continuar a manter a aparência de união e felicidade que omitia a identidade suja de seu pai e toda sua família.
  - Talvez tenhamos que tirar Charlie Brown da história em breve. Vou lhe dar alguns dias para fechar sua boca, senão... - balançou a cabeça, fixando o olhar no vazio - Robert vai acabar perdendo outro filho.


Notas Finais


PERDOEM O FORMATO, AGAIN


Próximo capítulo sairá em breve. ❤


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