Oswald acordou com o barulho da aporta se abrindo.
-- Quem está aí?
-- Por aqui Monsieur, não quer ver o seu quarto?
Lhe disse uma voz escondida pela parede.
-- Meu quarto? Não sou um prisioneiro? Afinal, quem está aí?
Pegou a vasilha onde era colocada a comida e começou a andar devagar sempre olhando para todos os lugares.
-- Meu nome é Harvey, sou um servo no castelo.
-- Aonde você está?
Oswald saiu da sela com cuidado e quando olhou para direita deu de cara com um candelabro de ouro puro com o formato humano: cabelos até os ombros, colete, calças, rosto, tudo o que uma pessoa normal tinha ele também possuía.
-- Olá monsieur.
Oswald deu um grito estridente e jogou a vasilha cegamente em Harvey.
-- Mon Dieu! Não precisa tentar me matar garoto! Agora vamos ao seu quarto.
-- Vo-você fala!
Oswald estava totalmente paralisado. Quando sonhou que estaria frente a frente com um objeto falante, nunquinha!
-- Infelizmente sim, meu querido.
Um pequeno relógio de pendulo que subia as escadas falou.
-- Vocês dois falam...
Agora Oswald estava mais confuso ainda. Será que estava dormindo e sonhando com tudo isso? Talvez ainda estivesse em sua casa com sua mãe e seu cachorro.
-- Que rude da minha parte, meu nome é Alfred, e o seu pequeno?
Alfred estendeu as pequenas mãos de ouro para Oswald que ficou uns segundos parado.
-- O-oswald senhor.
-- Vamos Alfred, vamos mostrar o quarto para o jovem.
O candelabro bateu no “ombro” de Alfred e começou a descer as escadas.
-- O mestre Jim não vai gostar...
Jim... estão esse era o nome da fera que me aprisionou. Pensava Oswald enquanto seguia os dois ainda um pouco atormentado.
-- Não nos assustamos não é querido?
Oswald olhou para baixo com um olhar sarcástico.
-- Imagina! Faço isso todos os dias.
-- Não precisa ser grosso também.
Falou Alfred.
-- Agora que está aqui poderá ir a qualquer lugar, cozinha, quarto, sala de festa, sala de jantar, jardim...
-- Todos os lugares menos a ala oeste.
-- Alfred
Gritou Harvey enquanto parava e andava para frente de Alfred tampando-o da visão do jovem.
-- Não tem ala oeste. Não temos nem oeste no castelo. Por favor não o procure!
-- O que tem lá?
-- Nada!
Disse Harvey.
-- Entulho.
Disse Alfred.
-- Entulho.
Harvey.
-- Nada!
Alfred.
-- Lixo!
Finalmente disseram os dois.
Se entreolharam e começaram a andar em direção a outra torre. Desceram as escadas chegando a um imenso corredor com várias portas decoradas com rosa e azul. Andaram para o meio do corredor e pararam em frente a maior porta.
-- Seu quarto é esse. O melhor do castelo, perfeito para um rei.
-- Futuro rei.
Retrucou Alfred enquanto tentava abrir a grande porta com seus bracinhos. (Não aquento, acho o Horloge uma fofura!) Quando abriu o jovem percebeu que o quarto era realmente o que haviam falado: era grande e espaçoso, não tinha tanta coisa assim somente o básico: uma cama de casal com grandes e grossas cobertas rosa e azul, na verdade quase todo quarto era rosa e azul, somente a grande penteadeira era roxa clara, tendo um destaque especial no quarto.
-- É lindo!
Sussurrou o garoto enquanto olhava em volta passando as mãos finas por todos os detalhes da penteadeira.
-- Não passe as mãos aí! Que pouca vergonha!
Repreendeu a penteadeira que parecia ter “acordado” quando o jovem tentava abrir uma das gavetas.
-- Monsieur Oswald, esse é nosso melhor costureiro: Edward Nygma.
Apresentou Harvey.
-- Prazer garoto, o que é preto, culto, e com pontos?
-- É um enigma?
De primeira Oswald achou a penteadeira, ou devo dizer: “o penteadeira”, muito estranho. Mas gostava de enigmas e queria ter amigos naquele castelo, então tentou ser amigável.
-- Não sei. O que é?
-- Suas roupas. São horríveis! Saiam garotos, eu tenho trabalho pra fazer com esse garoto.
-- N-não precisa...
-- Ele é todo seu. Vamos Alfred.
Falou Harvey enquanto empurrava o relógio para fora da sala.
-- Agora tire essa cartola velha.
Edward tirou a cartola e as luvas do garoto. Ele tentou protestar, mas parecia que tudo era em vão. Então Edward o segurou pela cintura e o colocou sentado em sua cadeira. Retirou seu terno, seu colete, suas calças e os sapados deixando o jovem somente com suas ceroulas e um rosto completamente vermelho.
-- Senhor! Minhas roupas!
Gritou.
-- Não se preocupe, eu vou colocá-lo em outras. Alguém já disse que parece um pinguim Oswald?
O rubor que estava ruim, ficou pior. Parecia um pequeno tomate.
-- Senhor!
-- Oh! Claro! Suas roupas.
Tirou um terno azul de umas de suas gavetas, colocando-o no jovem com muito cuidado, como se ele fosse se quebrar a qualquer momento.
-- Prontinho querido. Olhe no espelho.
Oswald estava realmente lindo. O terno destacava muito bem seus olhos já que a cor era quase a mesma, também realçava sua cintura fina dando um ar mais feminino no garoto. Oswald realmente gostou, mas não poderia ficar lá por muito tempo. Tinha que voltar para seu pai. E ao olhar para as grandes cobertas teve uma ideia.
(★^O^★)
-- Mamãe! Mamãe! Tem um moço novo no castelo!
Gritava uma pequena xicara que descia correndo a lareira.
-- Claro Bruce! Eu ouvi!
Falava um bule de chá que estava em pé em um carrinho de bandeja esperando seu filho descer e se juntar a ela para levarem chá para o novo convidado.
-- Mamãe, será que ele gosta de chá?
A pequena xícara com o nome de Bruce pulou direto para o lado de sua mãe.
-- Cuidado querido! Pode se quebrar de novo.
(((o(*゚▽゚*)o)))
Jim entrou correndo pela porta da sala de jantar se sentando em uma das pontas. Só haviam dois lugares postos na mesa, para si e um que julgou ser para o prisioneiro.
-- HARVEY!!
Gritou entrando na cozinha.
-- Calma Alfred, eu explico.
Falou para o relógio enquanto ambos tremiam de medo.
-- Explique-se.
Mandou Jim quando entrou ficando em frente ao candelabro.
-- Achamos que queria companhia senhor.
-- Primeiro queria dizer que não tenho nada a ver com essa loucura. Jantar, dar-lhe roupas novas, a suíte da ala leste...
-- Deram um quarto pra ele?
Falou Jim enquanto andava de um lado para outro com os braços cruzados.
-- Foi ideia dele!
-- Belo amigo você Alfred. Mas se ele for o garoto que vai quebrar o feitiço! Um jantar pode ser um jeito de se aproximarem! Você sempre tem boas ideias Alfred!
-- O QUE!
Gritou o relógio olhando com raiva para Harvey.
-- Que ideia idiota! Jantar com ele? Um filho de uma ladra? Como acha que ele vai ser como marido?
Resmungou a fera.
-- Não pode julgar os filhos pelos pais não é senhor?
Repreendeu Lee, o bule enquanto subia na mesa ficando cara a cara com Jim.
-- Que droga.
(*≧▽≦)ノシ))
Jim bateu na porta do quarto de Oswald, se todos faziam questão, ia chamar o garoto para o jantar.
-- Vai jantar comigo. É uma ordem.
Disse e se virou para seus criados que estavam logo atrás dele.
-- Seja gentil.
Disse Lee. Jim então bateu novamente. Agora com mais delicadeza.
-- Gostaria de lhe fazer um convite. Satisfeitos?
Sussurrou a última parte.
-- Melhorou.
Oswald que estava jogando os cobertores amarrados uns nos outros pela janela, se virou.
-- Estou aqui.
-- Viu senhor! Ele está ali. Agora seja doce...
Disse Harvey.
-- Galanteador...
Lee.
-- Educado...
Bruce.
-- E quando ele sair, lhe mostre um grande sorriso! Vamos, mostre um sorriso!
Jim tentou sorrir mas saiu algo parecido com o coringa misturado com George Clooney. Os servos se assustaram.
-- Tá bom, sem sorriso.
Jim revirou os olhos e se virou para a porta.
-- Me acompanharia em um jantar?
Oswald suspirou indignado.
-- Você me manteve como prisioneiro, me tirou minha mãe e ainda acha que eu vou jantar com você? Sem chance Jim!
Jim se estressou. Quem o garoto pensava que era? Não passava de um prisioneiro fraco! Se quisesse já o teria matado.
-- Se não vai jantar comigo não janta com ninguém!
Gritou enquanto saia praticamente pisoteando o chão. Quando estava fora de vista, Alfred saiu de traz da mesa que estava escondido colocando as mãos na cintura e franzindo as sobrancelhas.
-- Não pode falar assim com o garoto! Eu o proíbo! Ah, já foi. Eu ia falar na cara dele dessa vez.
-- Mestre! Você ouviu?
Harvey disse se virando para o lado onde Jim havia partido.
Alfred deu um pulo de susto se virando, encontrando um Harvey risonho.
-- Palhaço.
-- Quase te peguei.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.