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História Beauty Cruel - Confie em mim.


Escrita por: Sam_Corvina

Notas do Autor


Oi gente, acabei demorando pra atualizar pq estou finalizando uma fic e acabei me enrolando. Semana que vem tudo vai se ajeitar e teremos por aqui atualizações recentes, não desistam!!

Desejo um boa leitura 💚

Capítulo 3 - Confie em mim.


Fanfic / Fanfiction Beauty Cruel - Confie em mim.

 

Meu corpo se erguia da cama enquanto Rony me preenchia com beijos intensos entre minhas pernas, os dedos cravados em seu cabelo ruivo que eu guiava com prazer. A língua quente dele fazia com que o gelo lá fora não significasse nada. A neve formando círculos no vidro era fria enquanto nós dois do lado de dentro daquele chalé, queimavamos. Eu queimava por ele. Senti a onda de exaustão me atingir quando o clímax chegou a seu limite.

 

Completa. Sempre me sentia completa quando éramos só nós dois.

 

_ Sabe - Rony levantou a cabeça passando as costas da mão na boca, satisfeito - Nunca vou me acostumar com o frio desse território. É de quebrar os ossos! - Rapidamente me aninho em seu peito quando ele se deita ao meu lado, encarando o teto.

 

O observei alguns segundos e depois resolvi fazer o mesmo. Dois olhares no teto de madeira desgastada.

 

_ Com o tempo a gente se acostuma com tudo, até com o frio - Meu olhar estava preso em um ponto do teto.

 

_ Nunca perguntei de quem era esse chalé. Mesmo depois de quatro meses você não me contou nada sobre esse lugar - Rony virou o rosto na minha direção e meu corpo congelou como pedra.

 

O príncipe sempre quis saber mais e eu tapava os buracos como dava, entre uma mentira e outra. Me virei na sua direção apoiando o peso do corpo no cotovelo. Meus dedos fazendo círculos preguiçosos em seus músculos.

 

_ Não sei muita coisa sobre ele. Minha tia diz que era o esconderijo secreto dela e da minha mãe quando eram pequenas - Menti - Agora está quase abandonado...

 

Sabia que aquele chalé era o lugar que eu e Tassia permanecemos até um ano de idade, com minha mãe. Ainda era cedo para revelar algumas coisas, eu tinha medo.

 

_ Sua mãe… - Rony também apoiou o peso do corpo no cotovelo se virando na minha direção, senti meu coração sair pela boca. - Nunca me contou sobre seus pais. Na verdade, você mal fala da sua família. Não me conta nada - Um sorriso amarelo surgiu em seu rosto

 

Não consegui encarar seus olhos, enxergar a minha realidade dentro deles e assumir a culpa por ser outra pessoa é...doloroso. O príncipe se apaixonou por uma mentira que tinha de ser alimentada dia após dia. 

 

_ Não tem muito o que dizer… - Voltei a encarar seus músculos evitando contato visual.

 

_ Vou querer conhecer a família da minha esposa - Sua mão acariciou meu queixo - Na verdade estou curioso. Você sempre foi um mistério garota do bosque - Rony deu uma piscadela na minha direção me fazendo sorrir

 

Aquele era o apelido que ele tinha colocado em mim. Outra mentira.

 

Aquele maldito dia tinha chegado, estampando na minha cara que nenhuma mentira é capaz de se sustentar sem um preço. Rony era o preço que eu pagaria ainda nessa vida. Fechei os olhos absorvendo a verdade dentro de mim, erguida por uma única porta de ferro sólido que não estava autorizada a ser aberta. Sempre me aproximei da maçaneta daquela porta, vacilando entre abrir ou correr. A mentira pode ser mais fácil mas a verdade é libertadora. Eu queria ser liberta, feliz. Ele merecia me conhecer. Adormeci o monstro dentro de mim, esquecendo por um momento a menininha delicada que precisava sempre contar mentiras...

 

" _ Repita. Diga novamente até entender. 

 

_ Meus pais morreram. Não conheço o nome deles... - meus olhos se concentravam em Tassia que ajeitava o vestido na cadeira ao meu lado, pequenas demais para os pés alcançarem o chão - Você criou nós duas e eu sou doentinha, preciso ficar em casa e não posso brincar com as outras crianças porque sou…

 

_ É? - Tia Petúnia ergueu a sobrancelha na minha direção - É o que?

 

_ Fraca? - Fiz uma careta e ela assentiu, voltando sua atenção a minha irmã que parecia ansiosa para responder logo.

 

Aquilo era um grande jogo de caça ao tesouro para nós duas. Quem seguisse todas as regras ganhava um prêmio.

 

_ Qual sua missão, Tássia? - A voz firme da tia Petúnia deixava tudo mais tenso.

 

_ Proteger Hermis - Tássia me abraçou sorridente e apertei ainda mais o abraço, sorrindo - Dizer que ela não pode ir para a escola porque estuda em casa e precisa sempre descansar muito.

 

_ E sua missão, Hermione? 

 

Encarei minha tia e depois minha irmã. Amava minha família mas nunca entendi por que eu tinha que ficar na janela enquanto ela ia para a escola… sem mim. A desculpa até eu entender o motivo era sempre a mesma, não tinha vaga. 

 

Tia Petúnia só esquecia de dizer que não existia vaga na escola, na rua, entre as crianças ou nas apresentações reais. 

 

_ Não contar a nenhum estranho que não sou especial igual minha irmã. "


 

Os dedos de Rony ainda acariciavam meu queixo quando me inclinei, afastando a lembrança.

 

_ Minha mãe conheceu meu pai durante um baile de inverno daqui, meu pai se apaixonou na mesma hora, minha tia diz - Sorri com o pensamento - Eles se casaram e mamãe engravidou mas quando éramos pequenas meus pais pegaram varíola de dragão. Minha tia ficou com a gente depois disso. 

 

_ Sinto muito - Rony deixou um beijo no meu queixo - Você confiou em mim para contar essa história. É um grande passo, é sempre desconfiada.

 

_ Personalidade forte - Sorri sem jeito para ele tentando não transparecer nada que fosse me expor demais. 

 

_ Você é delicada demais para essa personalidade - Rony sussurrou em meu ouvido - Deixe essa muralha cair e mostre mais… confie mais.

 

Nosso beijo foi leve e calmo, não tínhamos pressa naquilo. Aquele dia era nosso enquanto todos pensavam que eu estava no armazém. 

 

Aquele chalé quase abandonado me ajudou a arrastar um rapaz ferido por uma flecha. O sangue manchava a neve aquele dia enquanto puxava a gola de sua capa para dentro da casa de madeira. Cuidei dele em segredo por quase um mês enquanto Rony resolvia negócios no território Corvino. 

 

O príncipe nunca mais esqueceu a garota que salvara sua vida e eu nunca mais consegui ficar longe dele.

 

Salvar sua vida tinha sido a única coisa certa que eu fiz desde que o conheci. A única coisa de que não me envergonho…

 

A única coisa que me deixa feliz quando estamos aqui… naquela noite ele não era um príncipe ferido e eu não era uma farsa. Éramos apenas eu e ele.

 

(...)

 

_ Não entendo por que você não usa magia para fazer ovos mexidos - Rony deixou um beijo no topo da minha cabeça enquanto puxava uma cadeira - Bom dia, aliás.

 

_ Gosto de fazer ovos assim - Senti um frio percorrer minha espinha - Bom dia. - Deixei um beijo em seu cabelo enquanto servia ovos em seu prato.

 

Por sorte ele não pareceu perceber meu leve tremor ao escutar a palavra magia. Aquela palavra era minha maior sentença de morte, meu coração vacilava só de escutar. 

 

_ Sabe - Rony deixou o garfo ao lado buscando mais ovos na frigideira - Você cantou a noite inteira.

 

_ Cantei? - Ergui a sobrancelha na sua direção mas ele pareceu não se importar.

 

_ Acordei no meio da noite e você estava cantando… com os olhos abertos, assustador se quer saber.

 

_ Que música era? 

 

_ Não sei dizer, não consegui entender. Parecia uma música antiga, uma canção de ninar. 

 

_ Estranho…

 

_ O que é estranho? - Sua boca estava cheia de ovos mexidos e manteiga 

 

_ Minha irmã disse esses dias que eu cantei uma música também, mas não me lembro - Observei sua expressão mas Rony apenas deu de ombros voltando a atenção ao prato - Será que sou sonâmbula ou algo assim?

 

_ Pode ser, quem sabe? Não me preocuparia se fosse você, sempre cantou mesmo.

 

_ É diferente. Estou começando a cantar enquanto durmo, isso nunca aconteceu…

 

O garfo voltou a repousar no prato enquanto ele me analisava com aquele olhar despreocupado.

 

_ A propósito você irá cantar no nosso casamento em frente ao conselho - Sua atenção voltou ao prato novamente - Então se prepara.

 

_ Casar? - Engoli em seco e Rony me encarou, confuso.

 

_ Certo! - Sua mão afastou o prato me observando - Não quer se casar comigo? Se for isso diz de uma vez. Só não posso ficar saindo com você escondido desse jeito, eu tenho um nome Hermione.

 

_ Rony… - Meu estômago já começava a se revirar com aquilo, aquela situação já não suportava minha falsidade ideológica - Não é isso...

 

_ Chega - Rony se levantou depressa e o segui - Se sua intenção é brincar comigo, com minha coroa eu exijo que diga agora! Você sabe as responsabilidades e parece fechar os olhos para isso. Quero que seja honesta comigo - Seus olhos se fecharam - Existe outra pessoa?

 

_ O que? Não! - Disse um pouco desesperada demais - Nunca existiu e você sabe disso Rony! 

 

_ Então me conte a verdade. Eu quero você mas não quero desse jeito, pela metade. Ou resolvemos isso de uma vez por todas ou não perderei meu tempo entregando o coração a você.

 

Queria saber explicar a Rony naquele momento como a interrupção de uma vida plena era melhor que o prolongamento de uma vida vazia. Era essa vida que ele teria comigo se decidisse me aceitar. Não éramos iguais, eu sempre seria um nível abaixo de todos eles.

 

Eu era a montagem de uma pessoa perfeita, a personagem ideal que podia se encaixar em qualquer cenário. Treinada a vida toda para ser uma sombra de algo que não corria em minhas veias. Não tinha raízes, uma história, um valor… tudo isso foi arrancado de mim quando nasci, quando o mundo sentenciou minha cabeça antes mesmo do ar preencher meus pulmões. Porém existia algo dentro de mim pronto a explodir… estava cansada. Éramos artistas farsantes. E os mentirosos clássicos estavam só três degraus acima da sujeira. A mentira de um bruxo poderia ser relevante, de um aborto não.

 

A vida inteira me ensinaram a ser invisível. Eu só queria ser… notada. 

 

Há coisas sobre nós mesmos que só aprendemos quando deixamos alguém se aproximar de verdade e naquele momento aquela muralha caiu, despedaçada. A coragem tinha me atingido, girei a maçaneta da porta de ferro sólido. Não perderia ele por isso. Era minha vida, quem eu era de verdade quando estava com ele.


 

_ Não sou uma bruxa. Sou humana, não sou nada. - Ergui os olhos quando disse isso, sem cerimônias - Menti para você, foi para me proteger.

 

_ Como disse? - Seu rosto era uma mistura de confusão - É algum tipo de brincadeira? 

 

_ Não. Sou um aborto. - Deixei meu olhar descansar sobre os pés.

 

Uma parte de mim se rasgava por dentro e a outra parte - a que vivia curvada por causa do peso - finalmente tinha se erguido.

 

O príncipe não disse nada, nenhuma palavra ou expressão e também não se afastou. Seu olhar buscava algo que eu mesma não conseguia enxergar, verdade? Não sei dizer. Senti quando sua respiração ficou pesada e densa depois que absorveu aquela história, não levantei o olhar. Dizer a verdade era uma coisa, encontrar a decepção nele era outra.

 

Incrivelmente Rony passou a mão pelo meu braço descoberto da camisola e apenas me encarou, me puxando para um abraço.

 

_ É verdade mesmo? - Sussurrou no meu ouvido. - Você é um… aborto?

 

_ Sim - Disse entre soluços, a pressão me atingiu - Foi o único modo de sobreviver… 

 

Um silêncio percorreu o chalé enquanto permanecia presa nele, com medo dele desaparecer quando se desse conta do que eu era.

 

_ Não tem problema - Rony me apertou ainda mais - Vamos dar um jeito nisso.

 

_ Promete? - Ergui os olhos na direção dele e Rony secou algumas lágrimas.

 

_ Eu prometo.

 

" Aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade" era o que minha tia sempre dizia. Não fomos feitos para nos abandonar. O príncipe estava disposto a me salvar como o salvei um dia.

 

(...)

Dois dias depois

 

_ Está cantando! - Minha tia se aproximou segurando o bolo de três andares.

 

_ Aonde? Aonde? Aonde eu irei encontrar um alguém que me queira, me adore, alguém que me faça feliz… - Direcionei o olhar para Tassia continuar a música que aprendemos desde pequena

 

Era uma composição nossa. Tassia sorriu e assentiu entendendo o recado.

 

_ Aonde? Aonde? Aonde eu irei encontrar esse alguém que um dia, me encontre, e que meu amor seja um só… - Senti o brilho no olhar dela enquanto a casa se ajeitava para a comemoração.

 

Finalmente nosso aniversário de dezenove anos tinha chegado. As velas brilhavam em cima do bolo enquanto nossa tia descia as escadas agora com dois embrulhos em mãos. Minha irmã e eu nos encaramos e corremos para ver o que era. 

 

_ Consegui um presente para as duas. Tem um significado e tanto - Petúnia sorriu puxando o papel e entregando a mim um colar dourado no formato de uma rosa - É um relicário. Era de sua mãe… guarde bem. - Tassia me ajudou a colocar o colar enquanto minha tia desembrulhava o outro - Esse era de seu pai. É um anel com a pedra mais valiosa que ele já encontrou…

 

_ A pedra da ressurreição… - Levei as mãos a boca, espantada. 

 

Aquela pedra era uma lenda antiga, como papai tinha conseguido aquilo? Nem ela sabia dizer.

 

_ Acho que a essa altura já entenda o por que te dei essa pedra. - Tia Petúnia piscou na direção de Tassia que sorriu, colocando o anel no dedo. 

 

_ Meu nome. Tassia significa ressurreição - Um brilho maravilhoso tomou os olhos de minha irmã enquanto ela abraçava minha tia - Obrigada, isso significa muito.

 

_ Certo. Agora façam um pedido! - Nós três já estávamos em volta do bolo deixando as lágrimas para depois.

 

Quando as dezenove velas foram apagadas um vento frio e mortífero entrou pela porta da cozinha, congelando as flores na parede. Dementadores. Tassia correu para puxar minha tia enquanto aquelas correntes pesadas deslizavam pelo piso de madeira fazendo um barulho demoníaco. Minha irmã tremia, minha tia já não conseguia piscar e eu encarava a forma como aquela capa preta deslizava, passando os dedos ossudos pelas coisas...

 

Nossa casa havia sido invadida por cães da realeza, cães mortos de fome. 

 

_ Tassia Elizabeth Granger. Petúnia Granger e Hermione Rosa Granger. - O mesmo homem que tinha revistado minha casa dias antes agora dava ordens a outros homens que nos algemaram - Vocês irão passar pelo julgamento da rainha.

 

_ Julgamento? - Tassia ergueu o olhar, desorientada.

 

_ Parece que existe um aborto nessa casa...

 

Congelei. Meus ossos se quebravam enquanto o dementador lutava contra as correntes, a força bruta tentando avançar sobre mim. Ele havia me farejado. A saliva escorrendo de sua boca podre

 

_ Eles estão com fome e estão sentindo cheiro de alma humana no ar… - O outro homem que segurava nas mãos duas correntes, puxava o dementador com força enquanto ele tentava me atacar.

 

_ Hermis? - Tassia me encarou com tristeza - O que você fez com a gente?

 

_ Não fiz nada… não fiz nada... - Minha cabeça agora era um mar de confusões.

 

Senti quando o homem me chutou para caminhar depressa igual minha irmã, minha tia que parecia hipnotizada enquanto era levada com os aurores, não fez objeções. Tassia por sua vez me olhava por cima dos ombros, sentindo o cheiro da traição.

 

As pessoas se aglomeravam em janelas, portas e até mesmo becos… todos pareciam chocados enquanto nós três éramos arrastadas para a estrada de ferro onde ficava o castelo de Rowena. 

 

Nenhum bruxo ficava de frente para a rainha, o regente era quem tomava a frente dos assuntos na qual ela considerava baixo para a realeza tratar. Se estávamos indo para seu castelo nosso crime era mesmo mortal.

 

(...)

 

Não existiu um cavalo ou uma carroça, aquele desfile com nossos vestidos imundos no meio da neve só tinha um propósito: humilhação.

 

Eles queriam que as pessoas vissem, sentissem medo de crimes contra a honra bruxa e de certa forma a mensagem foi passada, rua a rua… todos queriam ver a família traidora de sangue que rastejava pela neve.

 

" Seu futuro é esse caso minta ou esconda a verdade da realeza" esse deveria ser o título da nossa procissão. 

 

Os joelhos de minha irmã cederam para as pedras e um auror puxou seu cabelo a fazendo inclinar a cabeça com força, tremendo tanto pelo medo quanto pelo frio.

 

_ Deixe ela em paz! - Puxei a corrente que me segurava contra aquelas algemas e senti o tapa quando ele atingiu meu rosto.

 

_ Cale a boca, sujeitinha de sangue ruim! - O auror mais novo pareceu sentir nojo quando meu sangue grudou em seus dedos.

 

Tia Petúnia balançou a cabeça em negação como se em silêncio pedisse para que eu ficasse quieta. Junto aos dementadores fomos arrastadas para o palácio real.

 

Beleza cruel. Se eu pudesse definir aquele palácio em uma palavra seria essa. Sete colunas erguidas com pedra da lua que refletia o poder dos Corvinos por aquele território. Guardas abriram passagem sobre a ponte que nos levaria até o interior dele, atravessando um lago congelado logo abaixo que cercava todo o palácio. As colunas eram tão altas que poderiam alcançar o teto… então eu vi o símbolo do nosso território erguido com as asas abertas sobre o arco que emitia uma chama azul, continha a frase do nosso reino onde dizia: 

 

"O azul e bronze ela vai trazer . Mostrando sua inteligência com prazer. O corvo com seu canto vai brilhar, caso tente nos matar." 

 

Senti a bile subir na minha garganta quando chegamos aos portões de pedra, como o corvo entalhado no arco, aquele corvo gigante e preto que emitia das asas uma chama de luz azul. 

 

Gritei quando um pó foi soprado em meus olhos e Tássia gemeu de dor. Aquilo iria cegar nossa visão por um tempo e a mensagem que aquilo quis passar foi bem clara: vocês vão apodrecer aqui dentro sem saber como fugir. 

 

O silêncio total nos atingiu enquanto caminhávamos. Senti quando a mão de Tássia encostou em meu braço sem querer, a apertei com força mas ela se esquivou… minha irmã nunca tinha me rejeitado. 

 

A escuridão se tornou mais densa depois disso.

 

Descemos um longo lance de escadas aos tropeços e percebi que estavam nos levando para o subsolo do palácio, o cheiro de lodo começou a ficar mais forte e quando deciamos. Tremi mais uma vez desejando morrer rápido. Sentia que ia morrer. Eu só tinha dois pedidos antes de contar a verdade: libertar minha irmã e minha tia das acusações e ter uma morte rápida.

 

Nos jogaram com violência dentro de uma cela molhada e feita de pedra. Não enxergava nada, mas o ranger enferrujado da porta me fez crer que aquilo não era um quarto real. Passei as mãos pelo chão engatinhando até encontrar o ferro da cela. Meus joelhos sangravam, arranhados.

 

_ Vocês não podem manter minha irmã e minha tia aqui! Elas não sabem de nada! - Gritei para quem quer que fosse do lado de fora mas ninguém respondeu.

 

_ Você nos vendeu! - Tassia gritou pela cela, a escuridão ainda nos cegando - Vendeu sua família por causa de um príncipe!

 

_ O que? - Ouvi a voz de tia Petúnia ao fundo, confusa 

 

_ Ela tinha um caso com o Príncipe da Outonal. Se estamos aqui é porque ele já sabe sobre nós! - Os soluços de Tássia eram intensos. - Vendeu sua família por um homem...

 

_ Oh céus, Hermione… o que foi que você fez! - A voz fraca da minha tia ecoou pela cela esmagando meu peito.

 

_ Ele não faria isso… não foi ele, não me venderia assim… - Agora era minha própria voz que forçava as lágrimas

 

_ Ele já vendeu. 

 

Foi a voz de Tassia que me colocou diante da realidade mais cruel da minha vida. Eu tinha vendido minha família como animais na mão de um caçador experiente que usava pessoas como eu no mercado escravo.

 

_ RONALD!! - Gritei seu nome diversas vezes sacudindo aquela cela - RONALD!

 

Não existia ninguém do lado de fora. O silêncio era a resposta para todas as perguntas que minha mente fazia.

 


Notas Finais


Sei que existe uma divisão entre o símbolo da Corvinal ser uma águia ou um corvo mas aqui nessa história eu escolhi que fosse um corvo. O que acharam? Deixe a opinião de vcs aqui, é mto importante pra gente 💚


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