História Bêbado e Apaixonado - Amar com Carinho (Capítulo Extra)

Lan Wangji estava no Jingshi, meditando antes de dormir, quando foi interrompido por nada mais nada menos do que Wei Wuxian, que adentrou no cómodo gargalhando como se a sua vida dependesse disso.

– O que você fez, Wei Ying? – inquiriu Wangji, abrindo lentamente os olhos e fintando o namorado que deixou o seu corpo cair na cama em meio às gargalhadas nada discretas que continuava soltando.

Conhecendo o namorado que tinha, estava mais que óbvio que, para estar rindo tanto e sem parar, tinha aprontado alguma. É certo que Wei Wuxian era um homem cheio de energia e que ria facilmente, porém, Wangji já sabia distinguir os diferentes tipos de gargalhadas que o namorado soltava e sabia que aquela era usada quando o mesmo aprontava alguma.

– Ah, Lan Zhan, eu não fiz nada, só dei um empurrão nos nossos irmãos que na outra vez por causa do cu doce do Jiang Cheng dormiram separados e não teve dedo no cu e gritaria.

– Wei Ying...

– Não exagere, Lan Zhan, eu só embebedei o Jiang Cheng e troquei o chá do seu irmão por licor. Ah, e falei para o Jiang Cheng que o seu irmão o tinha chamado ao Hanshi para falarem de algo importante sobre as seitas. A esta hora já se estão pegando forte ou o seu irmão já está morto, dependendo do tipo de bêbado que o Jiang Cheng tenha ativado por que, das duas uma: ou ele fica estranhamente amoroso ou ele fica ainda mais agressivo.

Lan Wangji temeu pelo estado do seu irmão mais velho e também pela sua vida, o que o fez se levantar, pronto para se dirigir até ao Hanshi e terminar com aquela cena montada pelo namorado encrequeiro.

Percebendo as intenções do namorado, Wei Ying levantou-se rapidamente.

– Lan Zhan! Onde vai?

– Ver o meu irmão.

– Ah, não seja desmancha prazeres, deixe o seu irmão se divertir um pouco também. Por que não esquece ele e vem se divertir comigo, Lan Zhan? Logo hoje que eu comprei um óleo novo para usarmos no banho...

A manha no tom de voz de Wuxian e o jeito com que olhava o namorado e começava a aninhar-se nos seus braços foi o suficiente para fazer o mesmo desistir da ideia de salvar o irmão das garras do líder da seita Jiang.

(…)

Como Wei Wuxian conseguiu embebedar Jiang Cheng poderia ser um grande mistério, contudo era mais fácil do que parecia, pois só foram precisas duas palavras para que Wanyin se deixasse enganar pelo seu irmão traiçoeiro: covarde e fraco. Aparentemente ser enganado uma vez não foi o suficiente e deixou-se enganar uma segunda vez, sendo essa a razão pela qual caminhava em passos pesados e meios tortos em direção ao Hanshi para ter a maldita conversa com Lan Xichen.

Quando chegou finalmente em frente à porta do Hanshi bateu violentamente na mesma, sendo atendido quase de imediato por um Lan Xichen de sorriso grogue e bochechas avermelhadas. Ele reconheceu aquele estado do outro e, apesar de naquele momento também estar bêbado, lembrava-se perfeitamente do que tinha passado naquela maldita noite em que o mais velho tinha bebido álcool acidentalmente.

– Wanyin! – exclamou em animação, sorrindo tanto ao ponto dos seus olhos se fecharem.

– O que caralho você quer a uma hora destas?

– O seu amor.

– Foi para essa merda que me chamou? Vá tomar no cu, seu arrombado do caralho.

– Entre para eu poder amá-lo, Wanyin. E você me amar de volta, principalmente se isso incluir a Zidian marcando a minha pele.

– Você tem demência?

– Eu ofereço um cachorro para você.

No seu estado normal, Jiang Cheng nunca se venderia, nem mesmo por um cachorro, porém quando estava bêbado tinha alterações constantes de humor e tocar no seu ponto fraco o deixava menos agressivo. Bem menos agressivo.

Os seus olhos começaram a brilhar e o seu rosto logo de imediato suavizou, dando lugar a um sorriso pequeno mas adorável o suficiente para atiçar ainda mais o líder da seita Lan.

– Você vai oferecer mesmo o cachorro?

– Sim! Eu lhe dou tudo o que quiser, só pedir! Quer o cachorro?

– Sim, eu quero o cachorro! Eu quero muito o cachorro! Você é tão amável, Lan Xichen.

Jiang Cheng aproximou-se do mais velho e este sorriu ainda mais, já esperando que aquele lado mais amoroso do outro lhe fosse render o tão esperado abraço, porém não foi isso que recebeu e sim um tapa na cara.

– Por que me bateu? – questionou surpreso, pousando a mão sobre a sua bochecha recém agredida, mesmo que não tivesse doido.

– Por que eu quis. – respondeu dando de ombros, sorrindo tão largo que para além de estranho se tornava assustador. No entanto esse seu estado não durou muito tempo, repentinamente a sua expressão voltou a fechar e o olhar afiado voltou a queimar sobre o rosto do mais velho. – Onde está a porra do cachorro?

– Tem que me dar um beijo primeiro.

– Quer um beijo, é? – inquiriu, levando novamente a palma da sua mão ao encontro do rosto alheio. – Tome outro tapa então.

– Wanyin! Por que você é tão cruel comigo? Eu só o quero amar!

– Vai chorar é? – questionou com desdém, o admirando dos pés à cabeça. – Um homem desse tamanho, com um corpo esculpido pelos Deuses, uns ombros largos, braços fortes, provavelmente com abdominais definidos e um... puta que pariu! Você é gostoso para caralho, Lan Xichen.

O mais velho nem teve tempo de pestanejar, quando deu por si já havia sido jogado com força no chão e tinha o corpo pesado do outro sobre o seu, o beijando e rasgando as vestes brancas e puras da seita Lan. Xichen obviamente que não reclamou, afinal estava tendo o que tanto tinha sonhado e pedido, quando estava no seu estado embriagado e tinha coragem suficiente para falar o que lhe ia na alma.

– Wanyin... – gemeu Xichen, quando os seus lábios ficaram livres, sendo que a boca do outro já descia para beijar o seu pescoço e ombros descobertos. – Você vai-me chicotear com a Zidian?

A resposta que recebeu foi uma mordida nada suave no seu ombro direito.

– Wanyin! Por que me está mordendo?

– Por que você é gostoso.

– Hum... Posso te morder também então? – questionou sorridente, deixando-se arrepiar pela sensação dos lábios alheios percorrendo a sua pele, que o faziam sorrir ainda mais largamente, em completo deleite.

– Não, só eu é que posso. – Jiang Cheng respondeu firme, continuando a distribuir beijos pelo pescoço e ombros do mais velho.

– Porquê?

– Por que eu é que mando.

– Você é tão mandão, Wanyin. Eu gosto disso em você.

– Eu sei, já disse isso antes. – respondeu, afastando os lábios do pescoço do outro para o poder fintar. – E você, vai ser bem mandado ou tenho que usar a Zidian em você?

– Só me vai chicotear com a Zidian se eu for mal mandado?

– Sim, tenho que o disciplinar e o colocar no seu devido lugar, líder da seita Lan.

– Então eu não vou ser obediente, vou tentar dominá-lo como você tanto odeia, líder da seita Jiang. – Lan Xichen respondeu, orgulhoso do seu feito, tentando puxar o corpo do outro novamente para mais perto do seu mas recebendo como resposta mais um tapa na cara.

– Você é um filho da puta.

Jiang Cheng saiu de cima do corpo do outro, arrumou as suas roupas que ficaram levemente amarrotadas e deu costas, preparado para ir embora.

Lan Xichen arregalou os olhos e levantou-se, quase desesperando quando percebeu que o mais novo estava prestes a abandoná-lo.

– Onde você vai?

– Embora.

– Porquê? Não pode ir embora agora!

– Eu posso e vou, só observe. – respondeu, voltando a caminhar.

– Wanyin, tenha piedade de mim. Sou um homem carente que precisa do seu amor violento. Não me pode abandonar agora que acordou outra parte de mim! Wanyin!!!!!

Isso foi o suficiente para que Jiang Cheng parasse de caminhar em direção à saída, voltando-se para fintar o mais velho e cruzando os braços sobre o seu peito.

– Que outra parte de você eu acordei?

– Você sabe... ali, em baixo.

– Mostra.

– Quê?

– Mostra, caralho! – exclamou, dando um passo em frente, para tentar intimidar o outro. – Quero ver se os boatos que o Wei Wuxian soltou em Yunmeng são verdade.

– Que... que boatos?

– Vai mostrar logo a porra do pau ou não?

– Ok, ok, eu mostro mas...

– Não tente negociar comigo, Lan Xichen. Sou eu que dito as regras aqui e eu estou mandando você mostrar a porra do pau!

Lan Xichen nem questionou mais o outro, apenas obedeceu e livrou-se do fino tecido que tapava a sua parte íntima que estava desperta. Foi analisado atentamente pelo olhar do mais novo que finalmente pode comprovar a veracidade dos boatos lançados pela língua solta do seu meio irmão que, não errou quando os lançou. Pelo menos no que diz respeito ao líder da seita que cumpria com todos os requisitos.

Jiang Cheng fechou a porta atrás de si, que até então estava aberta, começando a desapertar as suas vestes enquanto esboçava um sorriso lascivo, porém a sua expressão voltou a suavizar, dando clara indicação de que tinha voltado a sair do seu estado de agressividade. Talvez durasse alguns breves segundos ou quem sabe mais, afinal, sempre seria imprevisível essas suas mudanças de humor quando estava embriagado.

– O que está fazendo?

– Eu vou-te amar, Lan Xichen.

– Oh... e chicotear com a Zidian?

– Não te quero machucar, só amar com carinho e cuidado.

– Mas... 

– Cale a boca e me deixe amá-lo carinhosamente, caralho!

Lan Xichen soltou um suspiro, realmente entristecido por o outro não querer chicoteá-lo com Zidian, porém deu-se por vencido.

– Tudo bem, amar com carinho. É melhor do que nada.