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História Bebê a Bordo 2 - Papai está com febre?


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Oiee, como vão? Gente, vocês viram que eu terminei de atualizar o insta da SoSo para ela com 5 aninhos? Nossa, demorei mas consegui kkkkkkk oooh dificuldade de encontrar fotos daquela mocinha HUAUAHAU
Bom, eu espero que coração que gostem deste capítulo!
Comentem o que acharam, viu?
Boa leitura.

Capítulo 5 - Papai está com febre?


Fanfic / Fanfiction Bebê a Bordo 2 - Papai está com febre?

Soyeon foi a primeira a entrar no apartamento, com Hoseok vindo logo atrás, caminhando devagar, após ter fechado a porta de entrada. Haviam acabado de voltar de um jantar na casa de Jimin e Yoongi e ela pediu que eles fossem até o apartamento do alfa, antes de ela ir embora para sua própria casa.

— Gêmeos, isso é o máximo não é? — Hoseok perguntou sorridente, tirando a camisa e a jogando sobre o sofá. — Eu não acredito que vou ser tio de dois ao mesmo tempo.

— É, é incrível. — Ela tomou impulso e se sentou na bancada da cozinha, que dava acesso à sala. — É realmente maravilhoso quando você descobre que vai ser tio. Aí você vai acompanhando todo o desenvolvimento e… quando assusta, ama aquela miniatura mais do que qualquer outra coisa.

— É, com a Somin foi bem assim, não? — Ele chegou mais perto da noiva, apoiando as mãos sobre a bancada, ficando de frente para ela.

— É, foi assim. — Soyeon umedeceu os lábios e esticou os dedos, tocando os pulsos de Hoseok, antes de segurá-lo e desviar o olhar de si.

Ficaram um pouco em silêncio, até o alfa recomeçar o assunto.

— Ok, então vamos ao que interessa. — Ele ficou de pé, arrumando a postura e estalou a língua no céu da boca. — Sei que não quis vir pra cá pra passar um tempo comigo. O que aconteceu?

— Hobi — Soyeon puxou o ar para os pulmões, tentando segurar as lágrimas que já ameaçavam sair. Ela precisava ser direta, porque passou dias treinando para não parecer uma afobada que engasga nas próprias palavras e no fim, não diz nada do que precisa.

Hoseok arqueou as sobrancelhas, a esperando continuar a fala.

— Escuta, eu quero que saiba que… eu pensei muito no assunto e eu cheguei à conclusão que não dá pra ficar calada mais.

— Pode falar. — Ele recolheu as mãos da bancada e se afastou um pouco, para dar espaço à noiva.

— Eu quero um tempo.

— Tempo? Como assim?

— Um tempo de nós dois.

— O quê? Mas por quê?

— Você sabe, Hoseok.

— Não, eu não sei.

— Sim, você sabe. Já conversamos sobre isso.

— Ah, o quê, você vai terminar comigo porque eu falei sobre como o casamento dos meus pais foi um completo desastre?

— Hoseok, já faz três anos que estamos noivos.

— Sim, e daí?

— E daí que parece que você não quer mais casar. Você me pediu em casamento pouco depois que meu irmão casou e ficou parecendo que você estava meio tomado por toda aquela ideia de casar, mas você não quer isso.

— Soyeon, você está se ouvindo?

— Sim, tão bem quanto ouço você se esquivar de assunto de casamento sempre e sempre, usando seus pais como parâmetro.

— Mas eles… So, você não sabe o que eu e Jimin passamos com a separação deles. Você não tem ideia de quão desastroso foi aquilo tudo. Um casamento que nunca deveria ter existido.

— Sim, e parece que você quer que o seu seja assim também, nunca exista.

— Soyeon, você… — Ele se afastou mais, dando as costas e respirando fundo.

— Hobi, eu só quero que a gente tenha certeza disso. Eu quero me casar com você, mas como que eu vou fazer isso com uma pessoa que me deixa noiva por três anos e depois nunca mais toca no assunto e sempre foge quando eu toco. Sempre estou te mostrando coisas pra nós dois e no fim, sempre terminamos a conversa com você contando caso do casamento horroroso que foi o dos seus pais. Sabe, faz parecer que você já vai casar esperando por aquilo, ou então que está adiando essa data para que a gente nunca se case.

— Eu achava que você não se importava de ouvir meus desabafos.

— E eu não me importo, Hobi, não mesmo. Mas eu realmente não estou mais disposta a encarar o assunto de matrimônio com você, enquanto sei que qualquer coisa que eu disser, vá fazer você ficar remoendo o passado. — Ela respirou fundo e ele se virou devagar para ficarem de frente um para o outro. — Talvez você realmente não queira isso, Hoseok. A gente tem que ter certeza, sabe? Eu vou entender se você se sentir inseguro e não quiser nada mais sério que namoro, só que pra mim é difícil. Nós dois estamos em caminhos diferentes agora, e eu acho que pra gente continuar, devemos seguir na mesma linha, porque se não, não dá.

— E você sugere um tempo.

— Sugiro.

— E como seria esse tempo?

— Um tempo livre. — Ela diz sincera e vê a feição decepcionada do alfa. — Livre de verdade. Você pode sair e se divertir da forma que bem entender.

— Soyeon-

— Você tem que viver a vida de solteiro de novo para ver se realmente quer se casar. Às vezes um par perfeito para você seja um ômega, não sei.

— Eu não aceito isso. — Ele negou com a cabeça, rindo cético. — De jeito nenhum que eu vou aceitar isso.

— Hoseok-

— Um tempo livre, Soyeon? Pra eu saber que você provavelmente saiu com outra pessoa? Nunca! E eu também não vou sair com ninguém, de forma alguma.

— A gente precisa desse tempo.

— Soyeon, desculpa, mas não. Se você quiser terminar comigo, ok, a gente termina. Mas um tempo não.

— Você prefere acabar com tudo?

— So — ele chegou mais perto — um tempo? Um tempo onde a gente possa sair e ficar com outras pessoas, ainda estando junto? Isso não existe!

— E um tempo pra pensar?

— Soyeon… — Ele respirou fundo e coçou a testa, voltando a se afastar. 

— Hobi, só quero que a gente veja se realmente é isso que a gente quer. É o que eu falei, eu quero me casar com você, mas não quero enfrentar um casamento onde meu marido tem todos os traumas possíveis de um casamento ruim e traz isso pra dentro de casa. Você tem o direito de desabafar, Hobi, de dizer como se sente e tem o direito de ter seus medos e traumas. Só que o tempo passa e você parece não querer se curar disso. Eu tento fugir do assunto pra ver se você enxerga que nem tudo é aquilo que você passou, mas você insiste e fica batendo na mesma tecla.

— É, você tem razão. Talvez eu não esteja preparado para me casar. — Ele respondeu simples e ela sabia que aquilo era para encerrar o assunto. — Faça o que você achar mais certo, já que está me pedindo pra me afastar.

— Não é bem assim, Hoseok.

— É assim sim. Você usou a palavra tempo só para não dizer que me quer longe por alguns dias. Mas ok, tá, você está certa. A gente… se afasta.

— E como é que você vai interpretar isso? — Soyeon perguntou, tensa. — Como um tempo ou como término?

Hoseok deu de ombros e suspirou.

— De qualquer forma.

— Hoseok, não é assim. Não é de qualquer forma, eu preciso saber.

— Nem eu sei, So. Sinceramente, depois desse pedido, eu já não sei de mais nada. Então interprete você. Só me avisa se realmente acabar com tudo, pra eu não ficar aqui esperando por algo que não vai rolar mais.

— Você quer terminar, não é? — Ela perguntou e ele deu de ombros.

Hoseok estava sentindo na pele. Era óbvio que ele não colocaria aquele assunto em pauta naquele momento, mas ele começou a sentir como foi quando seus pais se separaram. É até irônico ver como ele se sente, no momento em que tudo terminou por causa do antigo casamento, mas é inevitável se lembrar da feição de sua mãe segurando o choro e seu pai se enfiando nas doses de Whisky, para não surtar de vez. Na época ele viu, mas agora, ele está sentindo.

— Não é, Hoseok?

Ele suspirou e estalou a língua no céu da boca.

— Pra falar a verdade, era exatamente isso que eu não queria. Mas no fundo, eu acho que já sabia que isso ia acontecer, né?

Soyeon deixou os ombros caírem e até tentou dizer alguma coisa, mas não conseguiu.

— Beleza, So. — Ele foi até o sofá e pegou a camisa de volta, a vestindo. — Vamos, eu vou te deixar em casa.

— Hobi…

— Venha — ele voltou a se aproximar e segurou sua mão — eu vou te levar pra casa.

Soyeon desceu da bancada e acompanhou o alfa. Desceram em completo silêncio, assim como fizeram todo o trajeto entre o apartamento até a casa dos senhores Kim.

Hoseok estacionou o carro e o desligou, antes de se encostar direito no banco e direcionar o olhar para a até então, ex noiva.

— E aí, o que vai ser? — Perguntou, soltando o ar pesado que estava em seus pulmões. — Acabou ou...

— Eu não quero que acabe, por isso pedi o tempo. — Soyeon respondeu sem enrolação. — Mas você não quer o tempo, então me diz você. — Ela o encarou da mesma forma. — Acabou ou… — Repetiu, vendo Hoseok morder o lábio inferior e abaixar o olhar.

Ele esticou a mão e segurou novamente a da garota, fazendo-lhe um carinho com o polegar, antes de voltar subir o olhar para si.

— Eu te dou o tempo que precisa. — Respondeu entre um suspiro e outro. — Mas não vamos deixar que esse tempo fique igual ao tempo do relacionamento do seu irmão com o Jeongguk, no passado.

— Hobi, nosso relacionamento não é igual de ninguém! Será que dá pra você entender isso?

— Ok, eu entendo. Eu te dou um tempo para pensar e me dou esse mesmo tempo para pensar também, mas não se afaste de mim, agindo como se eu fosse um estranho. Pelo menos um bom dia e um boa noite, se não for pedir muito.

— Tá, tudo bem.

— E de quanto tempo você precisa?

— Eu quero que você volte aqui ou me chame para ir até sua casa, tanto faz, quando você decidir o que quer, Hobi, mas eu quero uma decisão definitiva. Pense se realmente quer se casar comigo e se você decidir que não, pronto, a gente dá um jeito, mas se decidir que sim, é pra fazer planos, pra pensar em coisas junto comigo, é para agir como um noivo prestes a se casar de verdade. — Ela suspirou. — Eu quero ser mãe, Hobi. E eu não quero deixar para fazer isso com trinta anos de idade, eu quero enquanto tenho pique pra fazer bagunça por aí com um bebê, quero que ele cresça com minha sobrinha, quero que meus pais curtam meus filhos também… você consegue me entender?

— Consigo.

— Eu sou alfa, sou mandona, desajeitada, mas eu ainda tenho meu instinto materno e meu lobo vem pedindo por isso. Então se for pra ser com você, que seja, sabe? Não digo que quero engravidar semana que vem ou amanhã, mas eu quero fazer planos, quero tentar, quero começar nossa vida como um casal de verdade, e não apenas como namorados que se transam escondido e saem para cineminha. Eu gosto disso, mas eu quero mais, Hoseok.

— Eu sei. Eu vou voltar com uma resposta pra você, o quanto antes.

— Não tenha pressa. Só pense com carinho.

— Pode deixar. — Ele se aproximou e deixou um beijo na testa da noiva. — Eu te amo, tá?

— Eu também te amo. — Ela respondeu baixinho, com um aperto no peito, morrendo de medo de ter uma resposta negativa. 

— Agora entre. — Ele se afastou de imediato.

Soyeon assentiu e se desprendeu do cinto, logo abrindo a porta.

— Me avise quando chegar em casa. — Foi a última coisa que ela disse, antes de sair do carro e entrar em casa, vendo Hoseok dar partida no carro.

↬↫

Estavam num encontro de ômegas sem alfas. Jeongguk e Namjoon haviam viajado por três dias para Jeju, para um evento que teriam entre grupos das empresas que estavam crescendo; Soyeon estava curtindo o momento sem Hoseok e Yoongi foi para se juntar è eles, enquanto Jimin servia de ombro amigo para o irmão que estava confuso com a vida.

Yoongi antes não era muito do tipo que gosta de se infiltrar em assuntos de ômegas, mas com o passar do tempo, foi aprendendo que os assuntos daquele grupo em específico, eram muito mais interessantes do que apenas falar de alfas e desejos que os ômegas costumavam ter. Então para ele, foi fácil se enturmar num lugar onde as pessoas falavam sobre diversos assuntos, sendo eles sérios, ou apenas sobre a vida, a fim de passar o tempo.

— O Tae também parece estar bem irritado. — Seokjin pontuou. — Acho que não foi só o Namjoon que andou se esquecendo do aniversário de casamento.

— Verdade, Tae, o que houve? — Soyeon enfiou o dedo no pote de palmito e puxou mais um palitinho, o enfiando na boca, sem a menor delicadeza. — Acho que o único alfa santo aqui, está sendo o Jimin, porque o Yoon até agora não falou nada sobre ele.

— Ah, vocês querem mais do que um alfa surtado que gasta rios de dinheiro sem controle? — Ele estalou a língua, negando com a cabeça. — Acho que cada um tem sua queixa. — Deu de ombros. — Mas e a sua, Tae, qual é?

— Ah — ele respirou profundamente, soltando o ar pesado, ao que esticava o pescoço para verificar se Somin ainda brincava com Jinwoo, distraída o suficiente para não ouvir a conversa. — Eu estou cansado. — Começou. — Ultimamente eu tenho estado a mil com tudo sabe? Trabalho, filha, marido e o trabalho do Jeongguk quer que a gente surte. O chefe dele está querendo iniciar uma turnê mundial, e sabe como está minha cabeça com isso? Somin vai… nem sei gente.

— Nossa, sim. — Seokjin assentiu, roubando um palmito de Soyeon. — O Namjoon foi liberado porque o JinJin só tem três anos e ainda é pequeno demais pra ficar longe dele. Essa foi a sorte.

— Pois é! E como se não bastasse, vocês não sabem o que tá rolando agora.

— O quê? — Perguntaram juntos, parando de fazer o que faziam para dar total atenção à ele.

— Tem uma mãe de aluna, da aula de Taekwondo da SoSo, que está dando de cima do meu marido.

— Chuta a bunda dela, Tae! — Soyeon fez uma careta desgostosa. 

— E ele, como tá com isso? — Yoongi crispou os lábios.

— Ah, ele… sabe, ele quer esquivar, mas não quer ser grosso. Gente, outro dia ela propôs sair eles dois e mais as meninas, porque segundo ela, a Somin está precisando ficar longe dos problemas e se distrair um pouco! — Ele apoiou as mãos na cintura, completamente irritado. — Ela praticamente disse que eu sou o problema que deixa minha filha doente! Vocês conseguem imaginar como eu me senti?

— Eu não consigo imaginar. — O Min respondeu sinceramente, negando com a cabeça.

— Sabe, Yoon, seus bebês vão nascer e você vai prometer aos dois, que vai dar seu melhor para ser um bom pai. Você vai fazer aquilo que acha certo e vai lutar por isso. Vai acertar sempre? Não! Vai errar sempre? Vai, mas pelo menos, você vai errar tentando fazer o certo para seus filhos. Eu posso sim deixar a Somin sobrecarregada e agitada às vezes, mas poxa, eu sou o pai dela. Eu faço o que acho certo para o bem dela! Eu me esforço para dar o meu melhor, mesmo que às vezes eu erre, mas eu tento dar as melhores partes de mim, para ela. É frustrante você ouvir depois, que alguém acha que sua filha deve sair sem você, para ficar longe dos problemas.

— E o Jeongguk fica calado, Tae? — Seokjin fez um bico. — Não falou absolutamente nada?

— Ela fica se esquivando, só isso. Ou ele não entende as indiretas claras que ela joga para cima dele, ou ele se faz de sonso. Ela deve ficar irritada porque ele não corresponde da forma que ela quer, mas ele também não dá um basta. Então fica naquela, sabe? Não vai na dela, mas também não manda ela se mancar… tá foda!

— E a SoSo? — Soyeon chupou o dedo e desceu da bancada para pegar outro vidro de palmito.

— A Somin adora a filha dela. Elas são amigas lá no Taekwondo, então estão sempre juntas. O Guk já deu carona pra elas, já ajudou a trocar o pneu, já emprestou o celular pra ela ligar pro marido… então estão assim, amissíssimos. Ele finge que não tá vendo e a cada dia que passa, eu percebo mais a cara de pau dela.

— É aquela do campeonato? — Yoongi arqueou as sobrancelhas e logo colocou a língua para fora em claro sinal de nojo, quando Taehyung assentiu. — Naquele dia eu percebi ela cheia de sorrisos pra cima deles, e os três lá, babando igual a três bobões.

— Pois é. — O Kim mordeu o lábio inferior. — Isso tá me deixando bem pra baixo, mas eu não falo nada.

— Por quê? — Seokjin arregalou os olhos, claramente confuso. — Vocês não prometeram se abrir e conversar sobre tudo?

— Sim, mas já viu o tamanho dos nossos problemas? Eu estou procurando uma forma de consertá-los e não de piorar as coisas. Meu exame para desfazer a marca deu negativo. Eu estou procurando conversar com os médicos sobre isso e até agora a única resposta que tive, foi que, se deu negativo, pode ser que meu lobo esteja emocionalmente completamente abalado por algo muito grande, o que não está acontecendo, apesar de tudo; eu posso estar fraco, necessitando dele para me manter vivo, o que graças a Deus também não é, e por último, gravidez, o que sabemos bem que também é impossível eu estar.

— Não é impossível. — Soyeon negou com a cabeça. — Você fez o exame?

— Não é necessário, eu já coloquei na cabeça que sou um ômega estéril e sei que isso não é por causa de gravidez.

— Tae, nem brinca com isso. — Seokjin o alertou. — Faça um exame! As duas outras opções realmente não são o caso, mas uma gravidez, pode ser sim.

— Gente, eu não engravido mais. Já tentei por anos e não deu em nada. Acham que agora, do nada, vai surgir uma gravidez, por causa de uma noite de sexo?

— Pode surgir. — Yoongi arqueou as sobrancelhas. — Eu recomendo fazer um teste.

— Ah gente, sério, eu não quero alimentar aquela esperança de novo. Não quero sair e comprar inúmeros testes, fazer todos eles e ver lá de todo tamanho que não estou grávido. Chega, eu já desisti. Guk já disse que tudo bem nossa família ser nós três com o Tannie, então pronto. Não vou começar com tudo aquilo de novo.

— Eu imagino que seja frustrante. — Seokjin respirou fundo. — Mas eu no seu lugar, faria o teste, Tae. Você já comentou que desconfia que todo esse medo e insegurança da SoSo foi por conta do início de gravidez conturbado, então, se existe a chance, mesmo que ela seja quase nula, de você estar grávido, eu no seu lugar, compraria alguns testes e faria sim. Pode estar evitando mais complicações futuras.

— Sem contar — Yoongi limpou os dentes com a língua. — Que isso aí, é coisa de grávido. — Ele apontou para o Kim que estava virando leite condensado no palmito, sem ao menos notar o quão estranho aquilo era.

Taehyung piscou devagar e colocou a caixinha de leite condensado sobre a pia, enfiando o palmito na boca, ao que soltava um suspiro pesado.

— Isso é ansiedade, gente. — Ele franziu o cenho, mastigando de boca aberta, o palmito. — Jeongguk está prestes a entrar em turnê, não é possível que o mundo resolveu me dar um filho agora.

— É possível. — Yoongi assentiu.

— É possível. — Seokjin repetiu.

— É mais que possível. — Soyeon finalizou, oferecendo aquele sorriso sapeca. — Amanhã vamos comprar os testes.

↬↫

Jeongguk havia acabado de entrar no quarto de hotel, sendo seguido por Namjoon, que já estava tirando a gravata e desabotoando a camisa. Ambos estavam cansados, o evento inicial dos grupo tinha sido cansativo no primeiro dia, e naquele momento, tudo o que precisavam, era de um bom banho e um descanso para o dia seguinte.

— Agora eu tenho que ligar para o Jin, antes que ele venha até Jeju e me puxe pelos cabelos. — O Kim sorriu, se jogando no sofá e pegando o celular.

— E eu preciso ligar para o Tae. — Jeongguk fez o mesmo, porém, se jogando sobre a cama em que passaria as próximas três noites. Ele pegou o celular e o desbloqueou, surpreendendo com a quantidade de mensagem que havia, e o pior, foi ver que boa parte delas, o remetente não era quem ele esperava ser. — Ai, que droga…

— Que é? — Namjoon arqueou as sobrancelhas, preocupado.

— Nam, sabe aquela mulher louca que te falei que fica correndo atrás de mim no Taekwondo da SoSo?

— Aham.

— Cara, ela me mandou um total de nove vídeos da filha dela fazendo aula.

— Pra quê?

— Sei lá! Ela quer o quê, que eu diga se aprovei? — Ele sentou na cama, coçando a nuca. — Ele ficou maluca depois que eu falei que sou faixa preta e agora tudo o que a filha dela faz, ela me manda. Cara, nada a ver isso!

— O Tae só vai querer acertar ela com um chute bem dado, se souber disso.

— E ele sabe. Ele sabe que ela fica no meu pé, só que eu fico sem saber o que fazer, sabe? Eu estou tentando ao máximo, não criar problemas. Se eu disser pra essa mulher exatamente o que eu quero, vai criar aquele climão no Taekwondo e sem contar que eu não posso mandar a Somin se afastar da filha dela, porque elas são amiguinhas e a filha dela é um anjo. Mas se eu não fizer nada, eu vou ter problemas com o Tae.

— E o que você anda fazendo?

— Eu estou fingindo que não estou entendendo as indiretas. Eu estou esperando ela falar logo o que quer, pra eu falar não logo de uma vez, só que ela só fica nessa.

— E você acha que o Tae ainda pode criar problemas?

— Com toda certeza! Imagina se fosse com o Jin, Nam. Alguém fica claramente dando em cima dele e ele não fala nada, você não ia estranhar? Eu ficaria irritado se fosse o contrário e sinceramente, estou admirando muito a paciência dele. Eu estou tentando não dificultar as coisas, mas se a qualquer momento ele explodir, eu vou ter que ouvir calado.

— É complicado, né. A gente tenta fazer o certo, mas sempre dá um problema.

— Sempre, não há o que fazer. — Jeongguk suspirou, voltando o olhar para o celular. — Sabe o que eu andei pensando?

— O quê? — O amigo levantou os olhos para si novamente.

— Em sair da empresa e seguir carreira como mestre de Taekwondo. Andei pensando em abrir uma academia pequena, sabe, só para treinos e começar assim. Eu tenho alguns amigos que ainda lutam e eles com certeza vão topar se eu fizer essa proposta.

— Mas ser dançarino não era seu sonho?

— Era, mas consegue imaginar quando você acha que a realização de um sonho não é tão assim mágico, quanto você sempre idealizou? — Suspirou, negando com a cabeça. — No início foi tudo muito bom, mas agora já está se tornando outra coisa. O Choi fica inventando serviço pra gente que não é nosso, ficamos até bem mais tarde na empresa, depois que eu virei compositor, ele quer que eu seja duas pessoas distintas que dê conta das coreografias e das músicas novas… Está ficando maçante, eu estou ficando cansado, estou me afastando da minha família porque não tenho pique pra fazer alguma coisa com eles; eu estou sentindo inúmeras dores pelo corpo e ainda tenho que lidar com uma maluca do Taekwondo. Se eu tivesse minha própria academia, eu mesmo treinaria minha filha.

— E por que você não faz isso?

— Nam, na luta, você precisa ter um monte de coisa pra conseguir passar de faixa, e uma delas e permissão da comissão de arte marcial e etc, o que eu não tenho ainda, então não posso subir ela de nivel, sozinho. Sem contar, que é muito mais emocionante fazer aula numa academia, do que em casa, e eu também não tenho mais disposição física pra treinar com ela. Se eu sair da empresa, aí muda a história, mas se não, sem chance.

— Saquei. — O alfa se ajeitou no sofá, pensativo. — Então pensa nisso, Guk. — Recomendou, incentivando-o. — Se ser dançarino já está fugindo do que você idealizou como sonho, siga agora o que você acha certo. Ter sua academia vai te dar um trabalho, mas você vai ditar o seu próprio ritmo de trabalho. Você vai se livrar da mãe louca, vai treinar sua filha e vai poder passar mais tempo com sua família.

— É nisso aí que eu estou pensando. Só de imaginar que vou poder ficar mais tempo com eles e vou poder controlar meu tempo de trabalho, já me dá um ânimo que você não imagina.

— Então, eu no seu lugar, realmente pensaria com carinho nisso. Eu penso o seguinte, sabe, Guk, a partir do momento que você começa a pensar em outras alternativas, é porque a primeira não está boa mais. Se a agência estivesse boa e estivesse sendo realmente o seu sonho, você não estaria pensando em outras coisas, então meu conselho é que vá em frente e siga o que seu coração mandar.

— Sabe qual é meu único medo no momento? — Jeongguk respirou fundo, estalando a língua no céu da boca, vendo Namjoon negar com a cabeça. — É eu trocar o certo pelo duvidoso. Se eu sair da empresa, eu estarei abandonando o que me mantém firme, digamos assim. Se eu abrir uma academia e ela não der certo, em pouco tempo eu vou ficar sem trabalho. Já pensou toda essa coisa e eu sem trabalhar?

— Você não é muito do tipo que aceitaria ser sustentado pelo seu ômega?

— Não é isso, Nam. A questão é que eu sou a favor da divisão de despesas. Eu e o Tae sempre fizemos assim e como temos uma filha, as despesas claramente são maiores do que quando éramos apenas namorados. Se eu ficar sem trabalho, ele vai ter que dar conta de tudo e aí, como ficaremos? É muita coisa pra ele cuidar sozinho e eu realmente não estou disposto a ficar de braços cruzados, só vendo tudo acontecer.

— Mas se não der certo, você procura outra coisa.

— Só que não está fácil conseguir um emprego assim. — Jeongguk deu de ombros.

— É, isso é verdade. — Namjoon arqueou as sobrancelhas e estalou a língua. — Mas olha, eu ainda acho que você deve pensar com carinho. Converse com o Tae, sabe? Explique pra ele toda a sua ideia, eu tenho certeza que ele vai te apoiar no que for.

— É, eu vou fazer isso assim que voltarmos pra casa. Eu preciso pensar nisso antes que o Choi complete o quadro de dançarinos que vão para a turnê. O quanto antes eu resolver isso, melhor.

— Conta com a gente se precisar de alguma coisa. — Namjoon piscou um dos olhos. — Bom, agora eu vou ligar para o Jin, estou morrendo de saudades, principalmente da voz do meu filhotinho.

Jeongguk assentiu agradecido e deu mais um suspiro, vendo o amigo se levantar e ir para a área externa do quarto, com o celular no ouvido. Ele piscou algumas vezes, pensando no que faria daqui para frente, mas assim que viu o celular se acender, com a foto do ômega e da filha, ele teve certeza: preferiria abrir mão do trabalho certo, a continuar afastado de quem realmente é importante em sua vida.

↬↫

Taehyung estava no banheiro, segurando o exame de gravidez, pensando se realmente tentaria aquilo outra vez. Estava cansado das vezes que fez o teste e recebeu um resultado negativo; estava cansado de tentar tantas vezes e sempre não ter sucesso nas tentativas, saindo frustrado do banheiro, com a notícia desanimadora para o alfa. Mas lá estava ele de novo, com dois testes sobre a pia e um nas mãos, tais que Soyeon fez questão de comprar, quando saiu mais cedo para comprar as guloseimas da sessão cineminha de hoje à noite.

— Isso é besteira. — Ele resmungou, coçando a testa. Estava ansioso mesmo sabendo que não haveria como estar grávido, afinal, na sua cabeça, ele já não era mais capaz de ter bebês. Estalou a língua, ainda achando tudo uma besteira, mas por fim, deu de ombros. — Tá, é só por desencargo de consciência. 

Fez o procedimento rapidamente com os três testes, e os deixou sobre a pia, encarando-os, com o coração pulando no peito.

— Papai, a titia está te procurando! Você está aí? — Somin bateu na porta, o tirando da concentração, com um susto.

— É, eu estou! — Ele arrumou os cabelos de frente para o espelho e logo saiu do banheiro, fechando a porta atrás de si. — Onde está sua tia?

— No meu quarto. — Somin apontou para a porta, com uma escova de dentes na boca.

— Ok, eu vou lá. — Ele saiu às pressas, encontrando Soyeon no meio do caminho. — Você está me chamando? — Esfregou os rosto, tentando disfarçar.

— Estou sim. Já fez o exame? — Ela foi direta, apoiando a mão na cintura.

— O quê? So-

— Não enrola, Tae, sem essa. A gente falou sério quanto a isso. E aí, fez ou não?

— Ah tá bom, eu fiz.

— Hm e aí? 

— E aí o quê?

— O resultado, oras!

— Eu não sei ainda. SoSo me chamou quando eu terminei de fazer.

— Ah e onde eles estão?

— No banheiro.

— O banheiro que por acaso, a Somin foi lavar a boca? — Ela franziu o cenho e Taehyung arregalou os olhos, saindo correndo de volta para o quarto.

Como esperado, a pequena alfa estava saindo do banheiro, segurando um deles na mãozinha pequena, com os olhos franzidos.

— Papai, você está com febre? — Sua vozinha inocente soou fraquinha, ao que os olhos apertadinhos foram até o pai.

— Não meu amor, isso é só…

— O que está escrito, princesa? — Soyeon perguntou, vendo a sobrinha correr os olhos rapidamente para o aparelho.

— Somin, não! — Taehyung deu um passo à frente. Ele não queria que ela lesse um “Não há gravidez” na maior altura e entendesse o que de fato estava acontecendo, mas foi tarde demais. A pequena alfa franziu o cenho e fez um biquinho, antes de responder.

— Grávido? — Fez uma careta confusa. — O que é isso, papai? Você está grávido?

Taehyung não soube o que fazer. Seu sangue gelou nas veias e ele sentiu as vistas escurecerem, e só não caiu, porque a irmã o segurou firme, o levando para a cama.

— Deu positivo… — Murmurou para si mesmo, antes de finalmente tudo escurecer.


Notas Finais


Aeeeeeeeee \o/ o que acharam?
Então galera, próximo capítulo eu vou falar mais do Jimin e do Yoon, tá? Eu to indo aos pouquinhos com os demais casais porque querendo ou não, a fic é Taekook kkkkkkk mas como ela vai ser pequeninha, eu vou tentar medir isso com carinho pra ver se dá tudo certinho *-*
Espero que tenham gostado, e não esqueçam de dar aquela espiadinha no Insta da SoSo, porque está uma gracinha ^^
Insta dela: @baby.taegguk
Meu twitter: @kimiejeon
Beijão


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